Alinhamento Astral. escrita por Luali Carter, Rocker


Capítulo 9
Capítulo 8 – Fantasmas do passado


Notas iniciais do capítulo

N/Rocker: Capítulo da Luali, espero que gostem, pq sei que eu gostei!! XDD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448130/chapter/9

Capítulo 8 – Fantasmas do passado

LUA

Quando eu e Leo e Nico alcançamos o Chalé de Hécate, Charlie já tinha se trancado lá dentro, aparentemente sem querer ver ninguém. Sabia que ela não se abriria com os garotos. Olhei para eles, como uma súplica, e disse:

– Meninos, deixem que eu converse com Charlie sozinha. Esperem até que chame por vocês. Ela não irá se abrir com vocês.

– Mas... Lua, eu não posso ficar de braços cruzados vendo ela assim. Deixe-me ir também. - implorou Nico, com evidente preocupação.

– Nico, não se trata de deixar ou não. Mas se eu conheço a Charlie ela não dirá nada se você estiver lá. E alguém precisa vigiar a porta. E se o Will aparecer?

– Eu acho que ela está certa, Nico. Vamos ficar aqui fora vigiando e depois você terá a chance de conversar com ela. - disse Leo tentando ajudar. Ele está me dando a razão?!

– Ok. Mas depois eu falo com ela. - concordou Nico. E quando eu me virei pra bater na porta ele segurou meu braço: - Cuida dela, Lua.

Eu apenas confirmei com a cabeça. Voltei para a porta e bati com os nós dos dedos: - Charlie sou eu, Lua. Abra a porta apenas para mim.

– Vai embora, Lua. Deixe-me sozinha um pouco. – gritou ela de dentro do Chalé.

– Charlotte Hastings, não vou te deixar sozinha numa hora dessas. Entramos nessa juntas e estaremos juntas até o fim! Abra essa porta! - Gritei já meio irritada. Não era só ela que tinha problemas com a paciência.

Meio minuto depois ela apareceu atrás da porta com os olhos numa mistura de preto, cinza e bege. Ela estava pensativa, sombria e arrasada. Tudo exceto raiva, mesmo eu tendo a chamado pelo nome. Ela lançou um breve olhar para Nico que não tive tempo de captar o significado. E, em seguida, me puxou para dentro do Chalé.

– Sinto muito, Charlie. De verdade por tudo que aconteceu. Eu sou sua amiga vou entender se não quiser falar, mas ás vezes desabafar ajuda.

– Ah, Lua... Eu só não consigo ficar perto daquele monstro. O que ele fez comigo... E só de saber que meu pai quem o incentivou... Argh!

– Espera! O que você disse, Charlie? Seu pai incentivou o Will a estuprar você? Explica-me direito, porque eu realmente não estou entendendo.

– Que boca a grande a minha, hein?! - xingou-se por ter soltado aquilo. Ela não queria falar, mas como tinha começado iria até o fim. - Eu vou contar só pra você, está bem?

Afirmei com a cabeça. Algumas lágrimas caíram dos olhos de Charlie. Ela respirou fundo e começou:

– Aconteceu pouco antes de eu entrar pra Caçada. Eu e Will somos primos, ele vivia indo na minha casa e conversava comigo e com meu pai. Mas meu pai me batia e espancava. Will sabia, mas não tomava partido de nada. Ele apenas me consolava. Mas um dia nós fomos pra uma festa de um amigo dele e eu já queria ir embora, mas Will tinha bebido todas. Eu o convenci a me levar para casa, passamos perto de um beco e ele me puxou para a escuridão que era o tal beco. Lá ele tentou me agarrar e me beijar e arrancar minha roupa à força. Não sei o que aconteceu, mas meu pai chegara e por um momento eu pensei que ele fosse me ajudar, mas ele apenas disse: “não foi assim que te disse pra fazer.” Eles estavam tão ocupados brigando que eu consegui fugir. Rezei pra minha mãe implorando por ajuda e eis que as Caçadoras apareceram.

Mas enquanto ela contava a história com os olhos escorrendo lágrimas, eu observei a mudança na cor de seus olhos. Finalmente o acinzentado havia sumido, dando lugar ao verde. Nesse momento ouvimos um barulho do lado de fora e corremos para ver o que era. Quando passamos pela porta, foi suficiente para ver Nico e Leo correndo na direção da Fogueira.

– Merda! Eu me esqueci de colocar o feitiço de abafamento! - a cor nos olhos de Charlie já estava laranja-avermelhados, ela estava furiosa consigo mesma. - Eles devem ter ouvido a nossa conversa e ido atrás do Will.

– Anda, vamos depressa! Antes que eles arrumem muita confusão! - eu disse, puxando Charlie pelo braço na direção em que os garotos foram.

Chegamos a tempo de ver a briga começando. Will estava sentado perto de uns irmãos do Chalé de Apolo. Nico e Leo chegaram gritando com o cara:

– Por que você fez aquilo com ela, seu filho da mãe? Você é primo dela, como pôde fazer o que você fez? ­- Gritou Nico já levantando os punhos para dar um soco na cara de Will.

O soco atingiu em cheio o olho direito de Will. Mas Will retribuiu o soco com um empurrão que quase fez Nico perder o equilíbrio. Leo também atacou, mas ele se jogou pra cima de Will como um touro em direção ao toureiro e o agarrou pela cintura o derrubando no chão. Will deu um soco no nariz de Leo e o tirou de cima dele. Nico invocou sombra e Will invocou uma luz. Nico deu outro soco em Will, que defendeu dessa vez. Will devolveu o soco com outro na mandíbula de Nico.

Charlie estava ansiosa do meu lado. Então corremos para entrar no meio e separar os garotos. Charlie entrou na frente de Nico e eu fiquei entre ela e o Will.

– Se você tentar falar com minha amiga de novo ou se aproximar dela, eu juro que te afogo no mesmo segundo. - ameacei. Estava cansada desse garoto. O que ele fez com Charlie era imperdoável. - Agora saia daqui antes que eu resolva adiantar a sua visita a Hades!

Assim que ele se virou e saiu, eu corri até Leo que estava com o nariz sangrando. Com calma eu tirei a mão dele do rosto para avaliar o estrago. Estava muito feio. Ele tinha quebrado.

– Você está bem? - perguntei preocupada.

– Melhor agora. - ele deu um sorriso. Como ele podia brincar até mesmo depois de uma surra? Eu só podia sorrir de volta.

Virei-me para ver o estado de Nico, ele parecia menos machucado que Leo. Então voltei para Leo para ajudá-lo a se levantar. Depois olhei Charlie e ela devolveu o olhar. Então eu disse:

– Você cuida desse aí que eu cuido desse aqui.

Ela apenas mostrou um sorriso e confirmou com a cabeça. E eu disse para Leo:

– Vamos para o meu Chalé. Devo ter néctar e ambrosia em algum lugar.

Fomos deixando Charlie e Nico para trás. E andamos em direção ao Chalé de Poseidon. Sozinhos na noite de setembro. Leo estava cheio de sangue que escorria do machucado. Mas lá daríamos um jeito em tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!