Alinhamento Astral. escrita por Luali Carter, Rocker


Capítulo 14
Capítulo 13 - Uma carta?! De que me serve uma carta?!


Notas iniciais do capítulo

Nova fic nas finais ;) XxRocker



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Capítulo 13 - Uma carta?! De que me serve uma carta?!

CHARLIE

Foi assim que Lua sumiu nas águas da Praia dos Fogos que eu finalmente me lembrei. A mãe de Luali tinha dito algo realmente importante, mesmo que no momento minha amiga ficara mais preocupada com fato de que havia o fantasma da sua velha parado na sua frente.

Vocês têm uma conexão mais forte do que imaginam. Pense nos deuses. Vocês entenderão do que eu estou falando.– fora o que ela disse.

Mas o que será que Liz queria dizer com isso?! E aquele lance estranho que Hécate tinha dito?! Será que as mães eram sempre estranhas assim?! Eu quase posso jurar que já havia visto aquele nome em latim antes...

Espera! Latim! Só havia um lugar que eu tinha visto latim ultimamente!

– Meninos! - chamei a atenção de Nico e Leo, que ainda olhavam para o lugar no mar onde Lua desapareça.

– O que foi?! - eles responderam ao mesmo tempo, na mesma voz monótona e inexpressiva.

Revirei os olhos. - Vamos até o meu Chalé, preciso descobrir o que a mãe da Lua queria dizer com nossa ligação ser forte.

– Ela queria dizer que vocês são muito amigas, não? - perguntou Leo e eu quase me espantei com sua estupidez cavalar, mas então me lembrei de que ele ficava assim mesmo quando estava longe da Lua.

– Não, Leozito, é outra coisa. - eu disse, parando ao seu lado e envolvendo seu ombro em um abraço lateral. Eu quase podia jurar que vi Nico fazendo uma careta, mas quando virei para dar outra olhada ele simplesmente conseguiu disfarçar. - Ela quis dizer outra coisa, e é essa outra coisa que iremos descobrir assim que chegarmos no meu Chalé.

Consegui ao menos ver Nico revirando os olhos e eu rapidamente soltei os ombros de Leo. Quando chegamos ao Chalé de Hécate, eu me encaminhei diretamente para a estante de livros que havia ali.

– Ahn... Charlie? - Nico se aproximou de mim e parou ao meu lado, enquanto eu pegava os livros, lia os títulos e jogava-o para trás. - O que está fazendo?!

– Procurando um livro. - eu respondi, ainda procurando livro por livro, capa por capa.

– Isso eu meio que percebi. - ele disse, e apesar de estar ocupada, quase podia jurar que ele revirava os olhos. - Queria saber qual!

– Daquele nome estranho que minha mãe falou. - respondi. - Tenho quase certeza que é latim!

Infernum et divisiones?! - Nico perguntou tão calmamente que eu rapidamente parei a bagunça que estava fazendo e o encarei.

– Ahn... Acho que é esse mesmo. - eu respondi, desconfiada.

– Ótimo. - Nico disse, se afastando e passando pelos livros jogados no chão, em direção a alguma coisa que não conseguia saber no momento. Até que ele parou, se agachou e pegou um livro de capa verde cobra. Aparentemente sem título. - É este aqui, bruxinha.

– Como pode ter tanta certeza?! - Leo perguntou, dando voz aos meus pensamentos.

E então Nico fez algo que me fez ter vontade de me enfiar dentro de um buraco por causa de toda a minha idiotice evidente. Ele simplesmente abriu a capa dura do livro e nos mostrou a contracapa, onde estava escrito em letras negras e emolduradas: Infernum et divisiones.

– Não tem a menor graça! - resmunguei mal-humorada, enquanto arrancava o livro de sua mão.

Mas ele não pareceu achar, já que riu, junto com Leo. Assim que Infernum et divisiones estava seguro em minhas mãos, peguei minha varinha vermelha em minha bota e sussurrei um feitiço galês de arrumação.

Trefnu llanast hwn. - e então todos os livros voaram levemente até a estante, em seus devidos lugares. Virei-me com um sorriso convencido para os dois e os peguei me olhando embasbacados.

– UAU! - foi tudo o que Nico conseguiu dizer, mas, como sempre, Leo conseguiu fazer piada daquilo.

– Cara, eu vou te chamar qualquer dia desses para fazer uma faxina no Chalé de Hefesto! - Leo disse.

Revirei os olhos, enquanto me sentava sobre uma das camas, com o livro em mãos. Mexi no livro de todos os modos, até mesmo o deixei de cabeça para baixo, mas ainda assim não consegui nada com isso. Até que resolvi começar a folheá-lo e encontrei algo que era relativamente interessante: uma carta. A única coisa que minha mente conseguia processar era "o que eu faria com uma carta?" até que de repente eu vi algo que me chamou a atenção.

Meu nome.

Simples e unicamente meu nome. E era isso o que realmente era estranho, pois não Charlie que eu via escrito, mas Charlotte. E somente uma pessoa no mundo me chama de Charlotte.

Com eco estrondoso, o livro de capa de cobra verde caiu da minha mão direto para o chão. Eu sabia que havia uma confusão de cores em meus olhos, pois todas as minhas emoções estava em conflito dentro de mim. Meus olhos arregalados estavam fixados nas letras cursivas e caprichadas, mas pela visão periférica, percebi que Leo tentava se aproximar de mim, mas Nico - que com certeza deveria ter apenas uma porcentagem de ideia do que eu estava passando apenas em ver meus olhos sem cor definida - simplesmente colocou a mão em seu ombro, impedindo-o de continuar. E os dois se sentaram lado a lado em minha cama, de frente para mim, e esperando que eu lesse a carta destinada para mim.

Mas depois disso eu já não sabia mais se queria ver essa carta na minha frente. Tudo bem, Hécate disse que isso - não exatamente isso, mas o livro - iria me ajudar muito. O que provavelmente significava que responderia algumas perguntas que eu tinha. Liz disse que eu era uma garota inteligente. O que possivelmente significava que eu iria descobrir sobre a carta mais cedo ou mais tarde. Mas ainda havia uma questão maior que martelava em minha mente. E se eu não quisesse saber sobre isso?! Quero dizer, e se o que descobrisse não fosse bem me deixar melhor?!

Só havia um modo de descobrir.

Querida Charlotte,

sinto muito não ser uma mãe presente, mas sabe como os deuses não podem ter contato com seus filhos. Mas não é por isso que lhe deixo essa carta. É para lhe dizer coisas que, possivelmente, irá lhe ajudar. Você tem uma grande ligação com Nico e Luali. E não apenas porque você o ama e ela é sua melhor amiga. Luali é filha de uma semideusa, Liz. Liz, por sua vez, é filha de Nyx. Não se sabe, querida, mas Nyx não é apenas a deusa da noite.

Ela é minha avó.

Isso é uma ligação muito forte para você e Luali, além do mar, que é uma atração para ambas. Tanto por minhas relações com marinheiros como por Poseidon, pai de sua amiga. Não ignore esse fato, vocês são mais do que melhores amigas. A noite e o mar tornão-as inseparáveis.

Nico tem uma ligação forte com você, não apenas pelo amor. Minha habitação é no Mundo Inferior, terreno do pai dele. Somos amigos - eu e Hades - e fui eu quem ajudou-o a conseguir Perséfone. Isso já é o suficiente para ter criado ao menos um laço entre vocês. E por favor, querida, não desista nunca de Nico di Angelo. Não sei se isso já havia lhe passado pela cabeça, mas não desista desse garoto. Vocês, assim como Luali e Leo Valdez, são destinados. Lembre-se da profecia. Ela foi feita não apenas pelo Óraculo de Delfos quando eles saíram em missão, mas foi revelada a mim também. Não sou apenas deusa das feiticeiras, mas tenho também o poder das profecias. Não ignore a profecia quando ela foi destinada a vocês há anos atrás. Ele a ama também.

Mais um detalhe que lhe pode tirar uma dúvida. Seus olhos e seus cabelos. A cor vermelha representa o amor. E o fato de até a data de oito de setembro, depois de já ter conhecido Nico, seus olhos permanecerem vermelhos e depois de sua chegada ao Acampamento apenas seus cabelos mudarem é porque a presença de Nico próximo a você muda tudo. Se ele está próximo, seu cabelo permanece vermelho e seus olhos mudam. Quando ele está longe, seus olhos permanecem vermelhos e seu cabelo muda.

Espero que essa carta lhe tenha sido de grande ajuda.

Hécate.

– A profecia. - eu sussurrei, ainda pasmada.

– O que tem a profecia? - perguntou Leo, levantando a cabeça de repente.

– Qual é?! - perguntei, levantando-me de repente.

Nico a recitou.

Para a Filha dos Céus encontrar,

Em Nova York deverão procurar

E duas Filhas da Lua irão auxiliar.

A forja e a sombra importantes serão

Em uma escolha que a magia e o mar farão.

A Imortalidade final

Decidida no alinhamento astral.

E uma única coisa se passava em minha mente: a decisão sobre continuar ou não na Caçada fora tomada ainda antes de eu ter sequer entrado nela. Não era algo que eu estivesse muito bem em saber, mas eu também não poderia ignorar esse fato. Podia não me sentir culpada sobre ter saído com uma decisão ingênua, sabendo que Nico podia nunca me amar, mas ter algo como "você já foi destinada a isso" ou "você não decide seu próprio destino" jogado na minha cara não me deixa muito à vontade e confortável. Na verdade, isso me enoja.

E acho que talvez fora isso mesmo que me deixara abalada o suficiente para nem ao menos conseguir parar em pé. Mas graças aos deuses Leo e Nico foram rápidos o suficiente para me ampararem antes que meu corpo caísse no chão.

– Meus deuses, Charlie, você está bem?! - Leo perguntou, preocupado.

– E-eu... - gaguejei, sem conseguir encontrar uma frase inteira quando Nico passou o braço por minha cintura e amparou todo o meu peso com seu corpo. Cara, com essa aproximação toda como eu vou conseguir formular uma frase decente.

– Eu acho que isso foi um não. - Leo completou.

– Melhor deixarmos ela descansar. - Nico disse, e sua voz reverberou por todo o seu peito. E eu pude sentir, arrepiando-me por inteira.

– Até amanhã, Charlie. - disse Leo, dando um beijo na minha bochecha e indo para fora.

Nico, porém, não foi imediatamente.

– Pode ir, Nico, eu vou ficar bem. - garanti-lhe, mas ele ainda analisou bem meus olhos, procurando um vestígio de insegurança que não iria reconhecer roxa. Ele ainda não sabia o que cada cor significaria, então eu não precisaria desviar meu olhar.

Nico então fez algo que eu não imaginava. Colocou as duas mãos em meu quadril e me abraçou forte. Eu quase podia sentir seu coração batendo acelerado contra meu ouvido, mas eu não queria criar esperanças em vão. E eu me senti confortável naquele abraço, durante todos os minutos em que Nico me manteu contra seu peitoral. Até que ele se afastou e colocou uma das mãos em minha nuca. Eu podia sentir sua respiração acelerada; e isso não era invenção da minha cabeça, disso eu sabia. Sua testa se juntou com a minha e quando ele fechou os olhos negros, impedindo-me de me afundar naquela imensidão, eu tinha certeza de que ele me beijaria. Eu tinha certeza - até que Leo o gritou do lado de fora do Chalé! Apesar do leve sobressalto, Nico não se afastou de imediato. Ainda segurando minha cintura e minha nuca, ele depositou um beijo carinhoso e demorado em minha testa.

– Qualquer coisa sabe onde me encontrar. - ele disse, seu hálito fresco batendo contra minha testa e me fazendo delirar momentaneamente. Ele se afastou e saiu, mas me lançou um sorriso triste antes de sair.

Eu fui suspirando até a minha cama e reli a carta umas vinte vezes antes de pegar no sono. Pensando no que fazer em relação a essa profecia.


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Notas finais do capítulo

Eu, como sempre, estragando beijos u.u hahahaha' Comentem!! o//

http://fanfiction.com.br/historia/561452/Heimkehr/