Alinhamento Astral. escrita por Luali Carter, Rocker


Capítulo 13
Capítulo 12 - O fantasma da minha mãe faz um passeio no Acampamento


Notas iniciais do capítulo

Certo, gente, aqui é a Triz (Rocker), mas o capítulo é da Less (Luali). Quero deixar o recado que resolvemos postar capítulos uma vez por semana. Sim, podem ficar felizes hahaha' Então não deixem de comentar, sim?! ;)



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Capítulo 12 - O fantasma da minha mãe faz um passeio no Acampamento

LUA

Subir essa parede de escalada já não é uma tarefa fácil. Mas quando a imagem da sua mãe morta aparece perto dos seus amigos é impossível escalar. E um passo em falso você cai. Se tiver sorte alguém irá te amparar. Mas se tiver muita sorte quem você mais ama estará lá embaixo e irá te salvar.

E foi exatamente isso o que aconteceu.

Eu já estava na metade da escalada quando olhei para baixo para conferir o meu trajeto e vi Nico se concentrando em alguma coisa e de repente a imagem da minha mãe surgiu na frente dele. Fechei os olhos com força para apagar a imagem da minha cabeça, mas não sumiu. Olhei para cima. Subi mais um pouco. Mas assim que pisei mais uma vez eu escorreguei e caí. Pensei que iria me quebrar toda no chão. Parecia uma eternidade. Então um puxão na minha cintura me segurou e me fez acordar.

Eu não tinha caído no chão. Ainda estava suspensa no ar, sustentada pela corda. Leo tinha segurado a corda para que eu não me quebrasse. Ele foi me descendo devagar até eu colocar os pés no chão. Assim que me soltei do equipamento de segurança, corri até Leo e envolvi seu pescoço com meus braços, dando-lhe um abraço apertado. Leo abraçou minha cintura.

– Obrigada por me salvar! - sussurrei no ouvido dele, entre algumas lágrimas. - Eu me desconcentrei. Pensei ter visto minha mãe.

Não queria que ele tivesse feito aquilo. Mas ele se afastou e apontou para Charlie e Nico. E minha mãe! Como assim minha Mãe?! Como Liz estava ali?! Ela morreu há seis anos. Mas não era minha imaginação. Liz Carter estava na minha frente espantada com minha quase queda.

– Mas... Como? - as palavras não saiam da minha boca.

Charlie se aproximou e me abraçou. Ela disse preocupada:

– Você está bem? Nico invocou sua mãe pra vocês terem uma conversinha. Achamos que isso faria bem a você.

Eu me afastei de Charlie e me aproximei do fantasma de minha mãe. Fantasma era a palavra certa? Acho que alma seria um termo melhor.

– Mãe? - minha voz quase não saiu. Queria abraçá-la. E tocá-la. - Mãe, você está aqui.

– Lua, minha filha. Que saudade! Não sabe o orgulho que tenho de você, minha pequena.

– Mamãe! Preciso de você! Sinto tanto a sua falta! - disse no meio de um soluço.

– Luali, você não precisa de mim. Você é uma menina crescida e independente. E soube tomar as melhores decisões. Você vai se surpreender com o que é capaz de fazer minha princesa. Você verá que pode conquistar qualquer coisa. - nessa parte ela deu uma olhadela para Leo, que nem reparou. - Você terá tudo que quer. Você é minha filha. E escolheu muito bem seu caminho.

– Mãe, não quero ficar sozinha. Tenho medo. Não quero perder as pessoas que eu amo. De novo não. Eu já não tenho você perto de mim.

– Filha, você nunca estará sozinha. Você tem os melhores amigos do mundo. Confie neles sempre. E essa menina linda, Charlie, tem ideias maravilhosas. É uma menina muito inteligente e leal. Vocês têm uma conexão mais forte do que imaginam. Pense nos deuses. Vocês entenderão do que eu estou falando. Não posso ficar me demorando aqui. Seu amigo está se esforçando demais. Nico tem um coração enorme. E, Leo, tome conta da minha Lua. - ela disse, mostrando um sorriso pra Leo, que devolveu um sorriso e um aceno de cabeça. - Você ficará bem. E eu sempre estarei com você. Aqui - e ela apontou a minha cabeça. - E aqui. - E apontou pro meu coração. - Lembre-se, Lua, de que o amor e amizade são as coisas mais poderosas. Esses sentimentos mudam tudo. Entendeu?

– Claro, mamãe. Pode deixar eu irei sempre me lembrar de você. E sempre me lembrarei do que você me disse agora. E me desculpa não ter ficado na Caçada. Mas eu não podia mais ficar lá sabendo que o que eu estava sentindo era errado, ao menos pra uma Caçadora de Ártemis.

– Lua, você não tem que se desculpar por nada. Você escolheu certo. Seguiu seu coração e seus instintos. E foi isso que eu lhe ensinei e o que aprendeu com as Caçadoras. E seu coração escolheu corretamente. - Ela olhou para Leo novamente, que não percebeu mais uma vez. - Continue assim. Você irá longe. Todos vocês, garotos. É bem clichê, mas é a pura verdade. Eu vejo isso pelo que aconteceu comigo. Se não tivesse me apaixonado por Poseidon, não teria essa menina linda como filha. Eu tenho orgulho de você.

– Liz, Lua, me desculpem. Mas já está na hora. Sinto muito. - disse Nico, num tom de lamentação.

– Tudo bem, Nico. - Ela deu um passinho pra trás para encarar meus amigos e a mim. - Tomem conta um do outro. E Lua, fique bem, ok?

– Mamãe, eu te amo! Pode deixar, eu ficarei bem. - disse com lágrimas rolando do meu rosto. Leo chegou perto de mim e me abraçou. Eu encostei a cabeça no peito dele e fiquei ali por algum tempo.

A camisa de Leo ficou encharcada. E então Charlie também me consolou. Eu não queria ficar ali. Queria ir embora, fugir de tudo. Mas não quero ficar sozinha. Eu podia contar com meus amigos. Quando eu finalmente parei de chorar, percebi que já estava quase na hora do almoço. Precisávamos ir. Eu apenas olhei para meus amigos parados.

– Obrigada! Vocês são o máximo! Não tenho como agradecer pelo apoio. Mas, agora, preciso de um pouco de água e comida. Essa manhã acabou com todas as minhas energias. Depois do almoço, vou nadar um pouco. O mar me revigora. - não conseguia mostrar minha gratidão.

Leo se aproximou e segurou meu rosto nas mãos: - Não precisa agradecer. Sempre faremos o que é melhor pra você. Somos seus amigos, não somos?!

– Os melhores amigos que eu poderia pedir. Mas chega de choradeira. - eu disse pegando a mão dele. - Almoço, depois praia. Quem topa?

Todos eles concordaram e seguiram para o almoço. Depois se reuniram e foram para praia, onde passaram uma boa parte da tarde se divertindo. Quando se sentaram para descansar, Nico falou:

– Quer saber?! Eu nunca vi uma praia de verdade. Queria aprender a surfar, sei lá!

– Você não tem cara de quem gosta de surfe, di Angelo. - disse Charlie.

– Como vou saber se gosto sem nunca ter experimentado?! - respondeu ele. Eu apenas pude rir da cara dos dois. Pra mim, eles eram perfeitos.

– Eu também nunca estive numa praia que desse pra pegar onda. - disse Leo.

– Vocês querem onda? É só pedir! Filha de Poseidon na área! - disse num tom meio irônico.

– Não foi isso que eu quis dizer. Quero ir numa praia cheia de pessoas, sombrinhas e alegria. Um lugar mais agitado. Isso aqui é muito parado. - reclamou Leo.

– Que tal aproveitarmos esse tempo que os outros campistas vão para casa e fazermos uma viagem? - ofereceu Charlie.

– Viajar como, Charlie? Nada de aviões, por favor. E eu odeio andar de ônibus. - Eu disse.

– Como você reclama, Lua. - disse Leo. - Pra mim de qualquer jeito que nós formos vai valer.

– Que tal irmos de navio? Mas onde vamos arrumar um navio? – sugeriu Charlie.

– Boa pergunta! Eu não me importo de andar de navio, não depois de tudo que já passamos chegar à Casa de Hades. - disse Nico. - Uma viagem tranquila e sem uma missão?! Parece-me tentador.

– Uma viagem no mar, de navio e sem uma missão? Isso seria perfeito! - comecei a me empolgar. - Vou pedir um para meu pai. Ele ainda me deve muita coisa. Esperem só um pouco.

Então corri para o mar. Precisava mergulhar fundo para conseguir falar com ele direito. Mas uma mão segurou meu pulso. Virei-me e vi Leo:

– O que foi, Leo? Você quer viajar, não quer? Eu estarei segura no mar. Lá é meu lugar, esqueceu? - dei um sorriso demonstrando confiança.

– Seu lugar é do nosso lado. E não vou deixá-la ir sozinha. Me leve junto. Por favor! - pediu Leo.

– Leo, não faça isso comigo. Eu acho que você lá não vai me ajudar a convencer Poseidon de nada. Você se lembra de ontem à noite? Acho que ele não está muito contente com você. Deixe-me ir sozinha. Preciso ter uma conversa de pai para filha. Eu ficarei bem ninguém vai me machucar no mar. - olhei com o máximo de confiança possível. - Não se meta em confusão, Engenhoca Ambulante.

– Tome cuidado, Pequena Sereia. - E eu não resisti. Dei um leve beijo na sua bochecha.

– Pode deixar. Voltarei daqui a pouquinho. Não irei demorar. - então me virei pro mar e assobiei alto como se chamasse um táxi em Nova York, mentalizando: “Papai, preciso conversar com você. Mande algo bem veloz, por favor.

Não se passou nem dez segundos e um Cavalo-marinho apareceu no horizonte.

– A minha carona chegou. Tenho que ir.

Volto antes do jantar, ok? - disse dando um tchauzinho pra Charlie e Nico atrás de mim.

Então corri até a onde a água batia na altura das minhas coxas. Virei-me pra trás mais uma vez e vi Leo olhando pra mim. Não podia olhar por mais tempo. Voltei-me para o mar e mergulhei. A água do oceano me envolveu. Eu podia respirar e não sairia molhada. A água salgada me deixava mais viva do que qualquer outra coisa que eu já tenha experimentado.

Alcancei meu cavalo marinho. E perguntei mentalmente: você é minha carona, né?

Com certeza! Segura firme que nós vamos bem rápido, ok?

Eu fiquei surpresa em ouvir aquilo. Então eu podia conversar mentalmente com cavalos-marinhos?!

Eu nem precisei responder. Apenas subi no dorso do animal. Ele começou a nadar com uma velocidade inacreditável. Pouco tempo depois eu notei que estávamos mergulhando. Logo ele já estava parando. Passou tudo tão rápido que eu não percebi o tempo que levou. Mas logo pude ver que eu estava perto de um Castelo Submarino. Parecia um lugar muito bonito. Mas eu não ficaria muito tempo para descobrir.

Onde ele está? E qual é o seu nome?– perguntei realmente curiosa.

Meu nome é Silver. E você encontrará seu pai em breve.

Mas como?! Esse lugar é imenso. – fiquei realmente impressionada com o tamanho daquele palácio.

Você verá. – ele deu de ombros.

Obrigada, Silver.

Ele não respondeu e parou na frente de um grande portão, onde um ciclope estava esperando. Ele era grande, mas não para um ciclope. Devia ser novo ainda. O tal ciclope ergueu os braços e gritou:

– Irmãzinha! Você veio!

– Olá, sou Lua. Acho que você deve ser o Tyson. Percy falou de você. - Eu disse descendo de Silver.

– Por que Percy não veio? - o ciclope pareceu triste com o fato do meu irmão idiota não ter vindo.

– Percy nem sabe que eu estou aqui. Sinto muito. Poseidon disse que você queria vê-lo, mas eu estava com pressa e não deu pra chamá-lo.

– Tudo bem, ao menos eu conheci minha irmãzinha mais nova!

– Tyson, eu fico muito feliz em conhecê-lo. De verdade. Mas eu preciso mesmo falar com Papai. É que eu tenho que voltar para o Acampamento Meio-Sangue. - pedi com certa urgência, mas com muita educação.

– Vamos, vou levá-la pra ver Poseidon. - disse o ciclope.

– Obrigada, Tyson. - ele respondeu com um sorriso.

Então nadamos e demos várias voltas. Até chegarmos em uma sala onde dois tronos repousavam. Em um dos tronos meu pai estava sentado me esperando, aparentemente.

– Lua, não imaginava você querendo me ver tão cedo. Por quê?

– Pai, eu preciso te pedir dois favores.

– E sabia que era alguma coisa do tipo. Você e seu irmão, Percy, só me procuram quando precisam de alguma coisa. - disse ele num tom amargo.

– Me desculpa. Mas não tenho culpa de você ser um pai ausente. E agora eu vou cobrar isso de você. - disse num tom irritadiço.

– Tudo bem, O que você quer?

– Primeiro: quero um navio para que eu possa viajar com meus amigos. Todos nós concordamos que uma viagem pelo mar será mais segura que uma viagem pelo ar.

– Para quando é esse navio?

– O mais rápido possível. Não precisa ser muito grande. Somos apenas quatro. - respondi.

– Aquele menino, o tal de Valdez, irá também? - aquele tom de pai ciumento tomou conta da sua voz.

– Não venha dar uma de pai preocupado com o bem estar da filha nesse momento, por favor. - disse começando a me chatear com ele.

– Mas... Tudo bem. Seu navio estará na praia amanhã de manhã. Só não sei como vou conseguir algo assim tão rápido.

– Obrigada. Agora, a segunda coisa: da próxima vez que Leo estiver perto de mim quando você vier me dar um sermão sobre do que gostou ou não, por favor, seja mais discreto. Eu tive sorte que dessa vez ele não percebeu nada, mas Leo não é tão idiota quanto parece. Não vou dizer que eu gosto dele, porque sei que ele não gosta de mim da mesma maneira. Então não seja tão indiscreto, por favor.

– Minha princesa, eu sinto muito pelo jeito que eu falei com você ontem. Eu estava irritado com o que eu tinha visto no Chalé. Eu não entendo bem essas coisas, mas tive certeza que aquele garoto gostava de você. Por isso eu fiquei tão zangado. Me perdoa, Lua. Não fiz por mal.

Ele realmente estava arrependido. Estava escrito na testa dele. Não sei se o perdoaria. Ele me deixou sozinha com minha mãe por mais de dezesseis anos. Eu entendo que ele é um Deus, e que não podia se dar ao luxo de mimar uma filha. Mas ele esperou anos e anos para dizer que era meu pai e que tinha que me proteger das minhas escolhas erradas.

– Talvez um dia, Poseidon. Não concordo com algumas coisas. Mas você ainda é meu pai. Ainda tem um crédito comigo, porque é a família de sangue que me restou.

– Tudo bem, eu esperarei. E, Lua, mais uma coisa. Sobre o que sua mãe disse hoje sobre seus poderes. Você é neta de Nyx e minha filha. Você é mais poderosa do que imagina. Os poderes da magia e do mar unidos. Uma combinação poderosa. Você entenderá mais tarde o que eu quero dizer.

– Obrigada, eu acho. Mas tenho que ir para o Acampamento, antes que quem se importa comigo comece a sentir minha falta.

– Até mais minha filha. - disse ele em um tom melancólico. - Sua volta será mais rápida do que a ida.

– Até, Papai. - Disse e ele estalou os dedos. Pisquei e quando abri os olhos novamente estava no meu Chalé. O barulho da concha soando. Eu apenas vesti um short jeans, um All Star vermelho e a blusa laranja do acampamento. Rapidamente fiz uma longa trança no meu cabelo. E corri em direção ao Pavilhão.

A minha barriga estava roncando. Se era de fome ou vontade de ver Leo, eu não sei. Tinha que contar as novidades para meus amigos.


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