Alinhamento Astral. escrita por Luali Carter, Rocker


Capítulo 15
Capítulo 14 – Obrigada, Papai!


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu ia pedir para a Less postar esse capítulo, mas acho que ela está mto ocupada, já que terça começar nossas provas e ela que ficou de organizar os slides do nosso trabalho de química. E ela tbm sabe só o básico de como postar, eu ia ajudar ela nisso, mas estamos meio incomunicáveis, já que é uma em cada cidade. Bem, resumindo, eu vou postar esse capítulo agr, melhor do que deixar vcs esperando mais uma semana. Capítulo da Less/Lua, aproveitem!! ;)



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Capítulo 14 – Obrigada, Papai!

LUA

Quanta coisa acontecendo! Minha vida está uma confusão. Há alguns meses atrás eu tinha certeza que nunca sairia da Caçada, mas veja agora... Eu sou uma campista dormindo em meu Chalé no Acampamento Meio-Sangue, onde achava que jamais passaria algumas noites junto com as outras Caçadoras. Pensava que jamais me apaixonaria. E hoje eu amo um garoto mais que qualquer outra coisa. Nunca imaginara que veria minha mãe novamente. Porém, mesmo depois de morta ela veio me ver. Um pai totalmente invisível durante anos, do nada apareceu cheio de ciúmes.

E eu jurava que era uma simples semideusa, filha de um dos Três Grandes - o mais simples que um título desses permitia. Mas sou filha de Poseidon, herdeira de Nyx e amiga de uma filha de Hécate. Quanto poder unido. Isso é importante. Mas para quê exatamente?! Não sei, ainda não descobri.

Levantei-me rapidamente para me arrumar. Leo tinha ficado de passar aqui para irmos juntos para o navio, e ele poderia passar a qualquer momento. Vesti um short jeans bem claro, com uma blusa de ombro caído lisa e roxa e meu All Star preto. Prendi meu longo cabelo preto ondulado em um rabo de cavalo bem alto. Com o anel que vira espada nos dedos da mão esquerda. Apenas acabei de arrumar minha mochila que já estava pronta, desde que eu cheguei ao Acampamento. E uma batida na porta me surpreendeu.

– Entra! - gritei, sabendo que devia ser Leo.

Então, quando a porta se abriu, Leo entrou no Chalé. Ele encostou-se a uma parede meio sem jeito. Ele estava com calças jeans, uma camisa verde e o seu costumeiro cinto de ferramentas.

– E aí?! Já está pronta? - ele me olhou com curiosidade. Depois de um jeito que me fez corar. - Você está bonita. Muito linda.

– Obrigada, eu acho. E, sim, já estou pronta. E você? - respondi totalmente sem jeito.

– Também já estou pronto. Vamos?! Charlie e Nico devem estar nos esperando.

Eu peguei minha mochila meu arco e minha aljava de flechas. Ele me olhou com uma cara e disse:

– Você vai mesmo levar tanta coisa?

– É melhor prevenir do que remediar. Nunca se sabe quem vamos encontrar no caminho.

– Tudo bem. Então me deixe ajudá-la a levar suas coisas. Eu só vou levar essa mochila aqui mesmo. - disse ele pegando da minha mão o arco e as flechas.

– Não precisa, Leo. - mas eu vi no olhar dele que não ia desistir nunca. Cedi apenas dessa vez. - Tudo bem, Engenhoca Ambulante. Mas só dessa vez. Vamos logo! Estou curiosa pra saber o que meu pai conseguiu pra gente.

Então saímos juntos do Chalé e fomos caminhando lado a lado. No caminho da praia encontramos com Charlie e Nico. E continuamos nosso caminho até a praia. Não precisamos procurar muito pra encontrar o nosso barco. Poseidon caprichara e nos deu um iate branco pra passear. Um grande iate branco. Nós quatro nos entreolhamos e comemoramos. Fomos correndo até o iate. Eu subi e me senti muito bem. Leo também estava bem à vontade. Nico deu de ombros. Mas Charlie hesitou um segundo antes de subir.

– O que foi Charlie? Alguma coisa errada? Você está bem? - fiquei preocupada. Ela não tinha medo do mar, pelo contrário, Charlie amava o mar. Mas o que acontecera que ela hesitava tanto?

– Eu estou bem, Lua. Não se preocupe. É só que... Depois a gente conversa, ok? - respondeu ela rapidamente, mas eu podia ver que ela lançou um olhar disfarçado para Nico, que nem mesmo percebera. Mas eu sabia que alguma coisa a estava incomodando. A cor dos olhos dela era uma mescla de bege e roxo. Ela estava pensativa e insegura.

Eu concordei com a cabeça: - Ok, mas vamos logo que temos que explorar esse lugar! É incrível!

A primeira cabine que fomos foi onde fica o capitão, que Leo logo se interessou. O motor, o painel de controle e o leme. Não era muito grande. Mas uma coisa me chamou a atenção. Um pequeno envelope estava preso no volante com meu nome escrito no papel. Eu peguei e abri e comecei a ler para que meus amigos ouvissem:

Querida Lua,

Espero que tenha gostado do presente. Pode não ser o melhor e mais espaçoso. Pensei que seu amigo Leo fosse gostar. Espero que se comportem, os quatro. Como irão perceber serão dois quartos, um para as meninas e um para os meninos. Aproveitem o passeio e fiquem na costa leste, para não terem muita encrenca.

Atenciosamente, Poseidon.

– Não sei o que pensar do seu pai, Lua! Ele me surpreende cada dia mais! - disse Leo em um tom bem sarcástico e debochado.

– Agradeçam a ele. Poseidon pode não ser o mais atencioso, mas sabe agradar os filhos. - respondi tranquilamente.

– Realmente, Poseidon tem bom gosto. - Leo disse e todos começamos a rir.

Descemos a estreita escada para vermos o compartimento dos quartos, que ficavam a bombordo. Ambos tinham banheiros. Eram espaçosos e tinham duas camas de solteiro e um armário de quatro portas em cada um. Tinha uma cozinha bem abastecida. A geladeira estava cheia de refrigerantes, garrafas de água, suco, leite e ovos. Os armários estavam lotados de cereal, biscoitos e mais um tanto de coisas. Poseidon caprichou de verdade. Ele sabia do que quatro semideuses precisavam. E eu estava totalmente agradecida.

Obrigada, papai. Você está no caminho. Quase lá, pensei comigo mesma.

– Quem irá dar a partida? - perguntei animada. Querendo sair logo dali e dar início a essa viagem.

Eu sabia que nem Nico nem Charlie se interessam por iates e quem irá conduzi-lo no mar. Logo, troquei um olhar com Leo, que pegou minha mão e saiu correndo me puxando. Eu podia sentir cada centímetro do iate. Quando chegamos ao pequeno compartimento onde daríamos a partida, eu e Leo ficamos um pouco espremidos. Mas mesmo assim ele pegou a chave e me entregou:

– Quer fazer as honras? Ou será que eu posso fazer isso?

– Se considere muito especial, Engenhoca Ambulante. Não deixaria qualquer um ligar meu iate novinho. - disse num meio sorriso.

– Sério mesmo? Você deixa? - ele estava tão empolgado que eu não poderia dizer não.

– Ligue logo esse iate antes que eu tome a chave da sua mão e faça eu mesma. - eu disse isso pensando que ele se apressaria com medo que eu fizesse alguma coisa com ele. Mas ele me surpreendeu quando me abraçou e beijou minha bochecha.

Eu estava corada, mas ele nem percebeu. Não demorou para ele voltar para o transe e enfiar a chave na ignição e ligar o iate. Ele pegou no leme e olhou para um GPS. Depois de parar e ficar olhando tudo o que tinha para olhar ele se virou para mim:

– Para onde nós vamos? É só me dizer que eu me viro aqui. - ele disse bem empolgado. Mas eu não tinha ideia de para onde iríamos.

– Espera só um pouquinho. Vamos pensar. Temos que ficar na Costa Leste., mas uma praia boa na Costa Leste. Temos a Carolina do Sul. Mas não consigo pensar em nenhuma. Temos na Geórgia, mas não conheci nenhuma lá. Descendo mais um pouco temos a Flórida, e lá tem Miami. Uma das melhores praias que eu conheço.

– Miami?! Parece uma boa. Já ouvi falar que lá é bem agitado. Posso direcionar o Iate para lá então? - disse parecendo mais empolgado ainda. Eu concordei com a cabeça. Ele digitou alguma coisa no GPS e me ignorou por completo.

– Bem, sinta-se à vontade. Tenho que conversar com a Charlie. Você sabe, coisas de garotas. Até logo, Leo!

– Vou ficar mais um pouco aqui e depois a gente troca, você vai amar estar no meu lugar. A potência e tudo. Sério! É incrível! - como ele conseguia ficar cada vez mais empolgado?

– Na verdade, eu sei de tudo que está acontecendo nesse iate, quer dizer com o iate. Cada ronco do motor, cada vibração e até mesmo as coordenadas. Acho que é coisa de filha de Poseidon.

– O Percy também sabe as coordenadas quando está no mar. Deve ser alguma coisa assim. - disse ele. Mas eu não precisava ser comparada com o lesado do meu irmão. Então meio furiosa o deixei sozinho na cabine.

E encontrei Charlie em uma sala comum a bombordo, mas logo abaixo da proa. Onde tinha vários sofás e uma televisão. Ela estava com Nico. Eu não queria incomodar, mas eu realmente precisava falar com ela sozinha. Sem garotos. Só as meninas.

– Charlie, podemos conversar agora? Ou você está ocupada? - perguntei meio sem graça.

Não sei o que ela viu nos meus olhos, mas ela estava meio inexpressiva nesse momento. O roxo de insegurança que eu vira nos olhos dela ao subir no iate já tinha ido embora.

– Claro, Lua! Espere só um pouquinho que eu já vou. - Ela disse num tom bem tranquilo, o que eu realmente achei estranho. Ela nunca era tranquila.

– Estou lá no quarto. Vou arrumando as coisas no guarda-roupa, porque acho que a viagem vai demorar um pouquinho. E, a propósito, estamos indo para Miami. Tem algum problema? - disse meio desanimada.

Como uma pessoa pode ir de extrema animação para extrema tristeza? Eu respondo. Quando o menino que você queria que te desse atenção só quer saber do seu iate.

– Miami?! Perfeito! Eu nunca fui lá, mas parece muito bom. - disse Charlie um pouquinho mais animada do que parecia a um segundo atrás.

– Acho que vou adorar Miami! - Nico também pareceu mais animado. E eu pude perceber que eu não estava atrapalhando nada. Estava um clima meio tenso ali entre eles.

– Bem, estou indo. Mas vou dar uma passada na cozinha, primeiro. Ainda não tomei café. - dei um sorriso triste e saí.

Na cozinha peguei um pouco de leite com cereal e fui para o quarto. Sentei-me na cama mais próxima da lateral do iate. Tomei o meu café da manhã rapidamente e comecei a tirar minhas coisas da mochila. Eu não tinha tanta coisa, mas conforme eu ia esvaziando a mochila e colocando as roupas e sapatos em cima da cama, uma pilha foi se formando. Ainda tinha um pouco de néctar e ambrosia. E minhas camisas do acampamento estavam ali também.

Comecei a organizar as coisas no guarda-roupa quando Charlie entrou no quarto e se jogou na cama que não tinha nada em cima. Ela ficou me olhando por um instante antes de começar a falar.

– Sabia que Hécate é neta de Nyx? E que o que nós sentimos por Nico e Leo já estava escrito numa profecia há anos? E que não podemos perder esses dois? E que nós somos muito poderosas, pois temos uma ligação tanto com a noite, quanto com o mar? E que eu descobri tudo isso ontem em uma carta que minha mãe deixou pra mim? - desabafou Charlie de uma única vez.

– Uau! Quanta informação! Como assim “estava escrito numa profecia há anos”? - Eu tinha me perdido nessa parte. Na verdade eu já não entendi direito a parte de que Hécate é neta de Nyx.

– Sabe, a profecia que os meninos recitaram pra gente lá no Central Park quando nos conhecemos? - acenei com a cabeça e ela continuou. - Então, minha mãe já tinha ouvido ela antes mesmo dos meninos. E na carta dizia que eu e Nico, você e Leo estávamos destinados um ao outro e que não devemos desistir nunca dos dois. - explicou Charlie.

– Isso quer dizer que o que Nico sente por você é verdadeiro graças a uma profecia? - tentei ignorar a parte que ela incluía eu e Leo nisso. - Que mesmo que ele não o queira, ele te ama?

– Exatamente o que eu entendi. Se está certo eu não sei, mas não tem outra explicação. Todo esse amor por uma profecia. Eu não consigo pensar em outra coisa. - disse Charlie. - Se ele me ama é apenas por uma droga de profecia!

– Então, é por isso que você estava tão insegura pra subir no iate?! - tentei associar e mudar de assunto. Não queria que ela me incluísse nessa história toda. Não queria pensar em Leo agora.

– A história é um pouco mais complicada que isso. Você sabia que a minha mãe seduz quem ela quiser no mar?! Então eu herdei esse “dom” dela. - ela fez aspas no ar e logo depois se jogou de costas no colchão. - Então quero manter distância do Nico até descermos em terra firme. Não gostaria de matá-lo num ataque de raiva. Ou de fazê-lo me amar. - enquanto Charlie dizia isso eu percebi que a cor nos olhos dela voltava ao roxo e se misturava com o bege e com o cinza.

– Tudo bem, então. Mas se estamos “destinados”, como você acabou de dizer, não acho que precisa se preocupar se você vai seduzi-lo ou não. - disse num tom irônico, só para aliviar o clima.

– Mas é esse o problema todo! - ela disse emburrada. - Não quero que ele me ame apenas por causa de uma profecia que dizia pra ele me amar! E muito menos quero seduzí-lo no mar!

– Eu acho que você já o conquistou. Dá pra ver nos olhos dele. E isso já tem um tempinho. Antes mesmo de qualquer contato com o mar.

– Você acha mesmo? - o tom de insegurança na voz de Charlie só confirmou o roxo bem intenso nos olhos dela.

E eu só pude rir.

– É claro! E eu já te disse que quem deve se preocupar com essas coisas sou eu. Poxa, eu gosto do cara mais... Qual é a palavra?

– Confuso?! Estranho?! É, concordo com você. - disse Charlie entrando em crise de riso. Eu peguei meu travesseiro e joguei-o nela.

– Ok. Já deu essa nossa conversa sobre garotos. Mas bem que você poderia conjurar um feitiço pra esse iate andar sozinho, ou sei lá. Eu não quero ficar presa numa cabine dirigindo isso aqui. - eu disse desanimada com a ideia.

– Eu não sei se tem algum, mas por que você não pede pro seu pai dirigi-lo? - disse ela em um tom meio sarcástico.

– Não vou pedir mais nada a Poseidon. Não quero que ele pense que dependo dele pra tudo. Nos últimos dias eu precisei de Poseidon mais do que na minha vida inteira.

– Talvez você esteja certa. - Ela correu para a mochila dela e começou a tirar alguns livros.

– Cara, você até parece uma biblioteca ambulante! - debochei.

– Cale a boca e vem cá me ajudar. O meu Chalé quase todo está aqui dentro.

– Como?! - mas daí eu me toquei. Nada que um feitiço não resolva, pensei comigo mesma. - Deixa pra lá.

Fui para o lado dela e ficamos procurando até que encontramos alguma coisa. Ela conjurou algumas palavras em latim que eu pessoalmente não saberia nem mesmo pronunciar alguma coisa parecida. E senti em cada célula do meu corpo alguma coisa acontecendo com o iate. E que os esforços de Leo na cabine já não eram mais necessários. O resto do dia eu e Charlie ficamos rindo da cara de Leo que não demorou muito para descobrir que não estava mais pilotando o iate. A tarde passou voando e a hora de dormir chegou. Teríamos muito tempo até chegarmos a Miami e mais ainda até voltarmos para o acampamento. A viagem ainda será longa.


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