A Garota Gelo escrita por Lis Bloom


Capítulo 39
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Pela primeira vez consegui caprichar ainda mais nos detalhes (entre os dois, se é que me entendem u.u) caso não tenham gostado, apenas me avise!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/446892/chapter/39

_Eu sinto tanto, me perdoe! – Exclama Andrei, afundando o rosto ainda mais em meu pescoço, e me apertando ainda mais contra o seu corpo. – Eu fiquei tão cego diante dessa situação, com medo de te perder, e acabei que eu mesmo te afastei. – Ele soluçava a cada palavra, e eu não estava diferente.

_ Está tudo bem. – Sussurro em seu ouvido, ao mesmo tempo em que entrelaço meus dedos em seus cabelos compridos e macios, ele afasta seu rosto do meu, e me encara pelo o que pareceu anos, seus olhos brilhavam, e eu podia ver o meu reflexo triste e feliz nele.

_ Eu te amo tanto. – Diz ele depois de um tempo, aproximando os lábios dos meus.

E então naquele instante, tudo se passa pela minha cabeça, as fotos, meus amigos e Andrei me ignorando, o vídeo, a viagem, o cd, e Nicolas.

Durante o tempo que passamos juntos, tinha passado pela minha cabeça que o amor que eu sentia por Andrei estava se tornando um amor de irmão, mas eu não tinha tanta certeza disso, tudo estava tão confuso em minha cabeça, eu queria apenas me esconder em um canto e ficar lá para sempre, sem essa confusão toda.

Eu tinha certeza do meu amor por Andrei, um amor de homem e mulher, mas eu também não podia ignorar o fato de que havia nutrido um sentimento por Nicolas, um sentimento semelhante a que eu tinha por Andrei, mas como isso era possível? Por que comigo, meu Deus?

Empurro Andrei levemente, antes que ele capture os meus lábios, antes que seja tarde de mais para que eu resista.

_ Andrei, precisamos conversar. – Digo pegando em suas mãos e o levando até o pufe mais perto de nós.

Por um momento ele olha para os meus lábios, e logo em seguida para os meus olhos.

_ Não podemos ignorar que toda essa situação foi desgastante para ambos. – Inicio a conversa, ele permanece calado, apenas meneando a cabeça. – Você tem que reconhecer que não foi muito justo comigo, não quis me escutar, preferiu acreditar nas palavras dos outros em vez da minha, ouve um mal entendido naquelas fotos que eu poderia explicar, mas você preferiu que eu me afastasse aos poucos, e bem, foi o que eu fiz. Viajei, gravei o meu cd que por sinal ficou muito bom, talvez você curta.

_ Eu sempre amarei a sua voz. – Sussurra como resposta.

_ E sem qualquer tipo de vergonha, admito que conheci um cara incrível, ele é o vocalista da banda Carpe Diem, e se chama Nicolas, foi ele que me deu essa pulseira. – Digo levantando o pulso e mostrando, ele toca com a ponta dos dedos e dá um sorriso.

_ É a sua cara.

_ Sim!

_ Você está gostando dele?

_É complicado, mas pode se dizer que sim, eu estava confusa com tudo, pensei que realmente houvesse te perdido, devido a forma que me tratou, e estava cansada de ficar me remoendo por algo que um idiota havia provocado, antes de chegar aqui eu fui na casa dele e falei tudo que estava entalado em minha garganta.

_ Você foi na casa daquele cara? – Vocifera Andrei, se endireitando rapidamente.

_ Está tudo bem, tudo já está resolvido, mas continuando, depois que te vi aqui, depois que te abracei, todos os meus sentimentos vieram à tona, eu sempre te amei, e te amo, e nada irá mudar isso.

Eu estava dizendo a simples e pura verdade, como por um segundo eu pude pensar que o amor que eu sentia por Andrei era de irmão?É claro que não. E todos os momentos que havíamos passado juntos, sua declaração musical em minha festa, a decoração de rosas feita para mim, o pedido de namoro em público e aos meus pais, as brincadeiras que fazíamos entre nós dois, o beijos roubados. Não havia um momento em que eu não pensava nele, e sobre Nicolas, eu precisava pensar nisso depois, eu só queria ficar perto de Andrei agora, sentir o seu cheiro e os seus lábios nos meus.

_ Eu te amo tanto Mel. – Ouvir o meu nome daqueles lábios era uma tortura sem fim, não consigo mais esperar e o puxo contra mim, fazendo com que seu corpo caia sobre o meu, o pufe era confortável, e os seus beijos mais ainda.

Seus braços envolvem a minha cintura, enquanto minha mão percorrem seus cabelos macios e sedosos, sinto cada músculo de seu corpo junto ao meu.

_ Ei, seus lábios tem gosto de abacaxi. – Sussurra ele pertinho de minha orelha, ao mesmo tempo em que mordisca o lóbulo, fazendo com que arrepios percorram minha pele.

_ É a minha sobremesa favorita, não tinha como resistir. – Sussurro em resposta. – E, por favor, não mordisque a minha orelha, você sabe como eu fico. – Protesto, retornando novamente minha atenção para os seus lábios, que não se cansavam do meu pescoço.

Ele levanta o rosto, colando sua testa na minha.

_ É por esse motivo que o faço. – Diz ele com um sorriso pervertido nos lábios.

Quando ele desce os seus lábios para a minha clavícula, ouço um arranhar de gargantas.

_ Acho que não é uma boa hora e um local para isso, pessoas. – Diz Vinicius, fazendo uma careta de nojo.

_ Como se você não quisesse estar aqui com a Milena. – Revida Andrei, se recompondo rapidamente, e puxando a minha mão para que eu me levantasse.

_ Ok, você venceu. – Diz Vinicius colocando as mãos pra cima, como que se rendendo. – Vejo que vocês fizeram as pazes, e realmente ficamos felizes com isso, só desci aqui para dizer que estamos indo, e que amanhã é um novo dia.

_ Lispector Vinicius. – Falo dando uma gargalhada. – Também estou de saída, avisei a minha mãe que chegaria em casa até as 20h00min.

_ Você já vai? – Pergunta Andrei com uma carinha triste no rosto.

_ Eu tenho, amanhã teremos aula cedo, não se lembra?E falando em aula, você poderia me passar todo o conteúdo que eu perdi nesses dois dias?

_ Eu aconselharia você a pegar ou com a Milena ou com a Carol, porque esse daí ficou vegetando praticamente todo o tempo das aulas. – Intercede Vinicius.

_ Tenho que dar um jeito em você. – Falo com uma voz de brava, mas sem conseguir esconder o sorriso.

_ Você é o meu único remédio. – Responde ele me puxando pela cintura, e me dando um beijo molhado na bochecha.

_ Ok, chega de melação e vamos indo. – Fala Vinicius.

_ Eu acompanho vocês. – Profere Andrei me puxando pelas mãos.

Quando saímos da garagem, e fomos para a calçada em frente a sua casa, todos os meus amigos estavam conversando, incluindo a mãe de Andrei.

_ Vejo que tudo entrou nos eixos finalmente. – Diz ela com um sorriso enorme no rosto.

_ Eu estava errado sobre tudo mãe. – Andrei responde, apertando ainda mais minhas mãos, como se eu fosse capaz de fugir dele, como se isso fosse possível, o que eu queria era poder agarrar ele e ficarmos perdidos um no outro pelo tempo que fosse possível.

_ Eu sempre soube. – Fala ela de volta.

Olho para as minhas amigas que haviam parado de conversar, e que estavam me encarando, no segundo seguinte as duas estão correndo em minha direção, ao mesmo tempo em que não param de falar.

_ Você finalmente está de volta.

_ Me senti um lixo por não poder falar com você.

_ Aquele idiota tem que pagar por tudo o que nos fez passar.

_ Eu vi o seu vídeo na internet, você está um arraso.

_ Nesses poucos dias, tanta coisa aconteceu quando você esteve fora.

_ Estou me afogando com tantas palavras. – Finalmente consigo dizer, entre um espaço não dito entre as duas.

As duas me abraçam confortavelmente, dou um aceno para Pedro que estava logo atrás de Carol.

Ficamos conversando por alguns minutos ali, no meio da calçada, mas logo me despeço de todos, pois já passava do horário que eu havia previsto.

Andrei faz questão de me acompanhar até em casa, ele pega a minha bicicleta e começamos a caminhar juntos.

_ Posso te contar um segredo? – Pergunta ele depois de alguns minutos em silêncio.

_ Claro. – Respondo ainda observando as estrelas brilhantes no céu, apenas os brilhos que elas emanavam cobriam toda a escuridão existente.

_ Esse foi um dos piores e melhores dias da minha vida, e só para constar, amei o seu beijo de abacaxi.

Solto uma gargalhada como resposta e bato em seu braço.

_ Você tem problemas.

Conversamos algumas besteiras, até que chegamos em frente a minha casa, as luzes ainda estavam acesas, provavelmente os meus pais estariam no escritório, e a minha irmã vendo TV.

_ Bom, agora temos que nos despedir. – Falo com um leve sorriso.

_ Você tem certeza? Se quiser eu posso me esgueirar pelo canto da casa e subir até a janela do seu quarto, daí a gente passa a noite juntos e de manhazinha eu me arrasto infeliz da vida até o meu quarto para enfrentar o carma que é a escola.

_ Eu já disse que você é doente? – Respondo segurando a minha barriga de tanto rir. – Sonhar, mais um sonho impossível. – Cantarolo o provocando.

_ Tudo bem mocinha, sua hora irá chegar. – Antes que eu possa protestar em resposta, ele me puxa pela cintura, eu aposto que ela estava amando o toque de suas mãos, coloca uma mão em meu pescoço e a outra em meu quadril.

Seus lábios trilham um caminho, desde a minha clavícula até a ponta de meu nariz.

_ Você esqueceu dos meus lábios. – Protesto em sussurro.

_ Eu nunca me esqueceria.

E então sua boca está junto da minha, a ponta de sua língua encontra-se com a minha, aquela sensação é indescritível, seus lábios são doces e saborosos, ele explora ainda mais minha boca, sinto seu nariz roçando a minha pele.

Mordisco de leve seu lábio inferior.

_ Boa noite. – Falo me desvencilhando de seus lábios e correndo porta adentro, e logo ouço dizendo.

_ Não acredito que fez isso.

Dou uma risada em resposta e fecho a porta atrás de mim.

Amanhã seria um dia e tanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Terminei de escrever esse capítulo as 00:54, e estou caindo de sono, mas valeu a pena, tenho que aproveitar enquanto a minha criatividade resolve achar o caminho de casa, antes de fugir por alguns dias que parecem eternidade! Espero que tenham gostado, e não esqueçam de comentar!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota Gelo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.