Destinados escrita por Lucy Myh


Capítulo 8
Capítulo 7. RECOMEÇO


Notas iniciais do capítulo

Comentem! ^^



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CAPÍTULO 7 – RECOMEÇO

Edward POV

“Ah, Edward.” Esme me abraçou. “Não fique assim. Você não merece sofrer desse jeito.”

“Não diga isso.” Minha voz estava fraca. “Você sabe que a culpa é minha.”

“Não. Não é. Não diga besteiras.” Alice se juntou a nós dois.

O que mais me doía, além de não ter Bella, era a minha família sofrendo por mim. Ver minha família com pena de mim. Era quase insuportável. E só de pensar que ainda ontem me comprometi a lembrar das boas lembranças de Bella e a trazer a felicidade para minha família, me sinto como se não conseguisse ser capaz de cumprir mais nada. Como as promessas que quebrei com Bella... Que tipo de homem sem palavra eu sou?

“Vamos, mano. Esquece isso.” Emmett tentou me animar. “Vamos caçar.”

Fazer a família feliz. Fazer com que Bella tenha orgulho de mim, esteja onde estiver. Era nisso que tentaria me empenhar.

“Vamos.” Disse por fim. E saímos rumo ao norte.

 

Alice nos guiava, falando onde as presas estavam e que caminhos devíamos ou não tomar. Afinal, não seria nada agradável encontrar algum humano perdido no meio da floresta ou se aventurando por trilhas enquanto nós estivéssemos completamente entregues aos nossos instintos mais assassinos. Nessas condições, é muito mais fácil acontecerem tragédias.

Assim que tínhamos razoável segurança, nos entregávamos aos nossos instintos e partíamos atrás de nossas presas. Dessa vez, encontramos um pequeno rebanho de cervos do qual nos alimentamos. Com a sede ainda presente, resolvemos nos aventurar mais para saciarmos nossa sede com algo mais agradável ao paladar: Predadores. Grandes predadores.

Era engraçado ver Alice, a baixinha magrinha, abater um grande predador. Mais engraçado ainda era ver Jasper tentar impedi-la, tentando protegê-la de tudo e de todos. Não que um urso possa machucá-la, nem que Alice não fosse ágil e letal, mas a preocupação dele existia e era real porque o amor dele existia e era real. Embora eles não demonstrassem a dimensão e profundidade desse amor em carícias explícitas, todo esse sentimento podia ser visto num simples olhar.

Diferente de Emmett e Rosalie, cujo amor era extravasado para qualquer um que esteja disposto a ver, com carícias explícitas e alguns móveis quebrados, quando não é o cômodo todo ou a casa que vem a baixo. São todos amores demonstrados de diferentes formas, mas eternos e verdadeiros.

Até antes de conhecer Bella, não me sentia incomodado em ser o único solteiro numa família com três casais. Embora não fosse plenamente feliz, eu era satisfeito com minha meia-vida, conformado. Mas depois dela, a palavra solidão passou a ter um peso maior e hoje, é tudo o que eu não quero mais ser: solitário.

Por que eu não consigo parar de pensar nela desse jeito? Eu tenho um compromisso agora. Um compromisso comigo mesmo. Deveria pensar em como Bella transformou minha vida, em como ela trouxe a luz para mim e não em como ela a levou de mim quando se foi para sempre.

Vamos nos concentrar na caçada, Edward. Você ainda tem sede, se concentre em saciá-la. E então senti o cheiro de um leão da montanha. Não era nem de perto comparável ao doce perfume que tanto me faz falta, mas era o necessário para calar o monstro de minhas entranhas. Seguindo ao encontro de minha presa, passei por um Emmett que brincava com a comida, com as roupas rasgadas e um urso irado a sua frente. Concentrei-me na pulsação do leão, o bater ritmado do coração do grande predador. Correndo a toda velocidade, me aproximava cada vez mais do meu alvo, a sensação de liberdade me tomando. Me impulsionando contra o grande animal, finquei meus dentes na sua jugular. Certeiro, resultado de mais de um século e meio de prática.

Com a sede aplacada, eu e meus irmãos nos reunimos de volta para casa, mas uma idéia tomou conta de mim. Ainda tinha uma última coisa para fazer antes de recomeçar em Forks.

Parei em frente à grande casa branca. Examinando as possibilidades. Se houvesse alguém morando na antiga casa de Bella, não poderia entrar em seu antigo quarto. Não poderia dar uma última olhada nele. Mas se não houvesse ninguém lá...

Pode ir, o pensamento de Alice me interrompeu. Não tem ninguém lá.

Sorri em agradecimento e ela me retribuiu.

Vou avisar todo mundo que você volta mais tarde.

Saí correndo, indo pela floresta. Para todos os efeitos, eu ainda tinha 15 anos. Não vejo a hora de poder dirigir novamente o meu antigo Volvo prata.

 

A casa era a mesma, embora meus olhos pudessem notar que uma nova pintura a recobria e que certamente ela havia sido reformada. Afinal, desde a última vez em que estive aqui, quando deixei um bilhete para que Charlie soubesse onde Bella estava e quando escondi as coisas, lembranças minhas, que eu queria que ficasse com ela, se passaram 76 anos.

Como de costume, subi a lateral da casa e entrei pela janela do seu antigo quarto. Não estava trancada. As paredes ainda eram azul-claras, a cama havia sido trocada e a escrivaninha também. O cheiro já não era mais da Bella. Muita coisa havia mudado, muito tempo havia passado. Mas o amor era o mesmo, se não maior.

A cadeira de balanço na qual eu me sentava para observar seu sono agitado, chamando por mim nos seus sonhos, não estava mais lá. Certamente deve ter sido corroída pelo tempo e pelos cupins. Deitei-me na cama, recordando os bons momentos e pensando em tudo, como sempre. Todas as noites que a observei, todas as noites que ela disse meu nome, as vezes que fiquei com ela, esperando ela dormir, cantarolando a sua canção de ninar e acariciando seus cabelos. Tudo isso me fazia falta, mas eu precisava superar.

Parece ridículo o que eu estou fazendo. Prolongar uma semi-vida por causa de uma simples e borrada visão, sem nenhuma garantia de ter minha vida de volta. Sim, porque Bella era a minha vida. Ficar à mercê de algo tão volátil como as visões de Alice é um ato desesperado, como se esperasse que os humanos pudessem andar tranquilamente sobre a superfície da água. Num instante, depois de uma simples decisão, todo o futuro poderia ser mudado e aquela visão desapareceria. Mas, por incrível que pareça, depois de todos esses anos, depois de todas as minhas escolhas, a visão não mudava nada.

Era a minha única esperança. Já não tenho mais alma, não poderia segui-la no paraíso e tudo o que eu mais quero é ficar com ela para sempre. Não cometeria o mesmo erro de abandoná-la, nem que, para isso, tenha que abdicar do certo e errado e transformá-la se ela pedisse. E de alguma forma eu sabia, que era Bella naquela visão. Pode não ser o mesmo corpo, pode não ser o mesmo nome, mas com certeza era a mesma alma porque só aquela alma poderia me trazer a paz e a felicidade. Talvez exista reencarnação, então. É nisso que quero e preciso acreditar para não cometer o mesmo erro de Romeu. Não vou estragar nosso futuro juntos, pois, de alguma forma eu sei, ele existe. Mas sei também que se eu me apegar demais à Bella do passado, posso destruir isso.

Me levantei. É hora de me despedir. Adiei muito isso. Procurei no chão a tábua solta e a retirei somente para confirmar que aquelas lembranças ainda estavam lá, do mesmo jeito que eu as tinha deixado. Estendi a mão, fazendo menção de pegá-las, mas hesitei. Por fim, desisti da idéia. Aquelas coisas eram de Bella, para ela. Eu não tinha o direito de tomá-las para mim. O lugar delas era sob aquele piso de madeira e é lá que eu deixaria. Algo me dizia que era isso o que ela queria e, ultimamente, tudo o que eu fazia era seguir esses instintos. Não os instintos de um predador assassino, mas os instintos de um coração apaixonado. Como se eu ainda tivesse um...

Deixei tudo exatamente do jeito que eu encontrei. E voltei para casa. Algo alertava meu coração para as mudanças que Forks me traria. A mim e a toda minha família.

 

Primeiro dia de aula. O mesmo inferno de sempre. Ainda mais solitário sem ela. Queria voltar a ser humano, assim poderia dormir ou talvez seguir ela por onde ela possa estar.

Como sempre, em todos os lugares onde recomeçamos, toda a atenção e curiosidade dos humanos são transferidas para nós. Toda a admiração, fascínio, inveja, desejo e medo são os sentimentos que recaem sobre nós. Os que por pressão, própria ou externa, tentam se aproximar são afastados ou ignorados.

Jasper já não tem tantos problemas com o controle, mas nem por isso descuidaríamos. Muito rápido, a mesma rotina de retorno às aulas começaram, os mesmos tipos de pensamentos a serem ignorados, as mesmas aulas.

Estranhamente, aquela visão de Alice começava a se transformar, tornando-se ainda mais inflexível, mas sem dar margem à possibilidade de se descobrir a identidade da presença feminina. Ainda não estava concreta, mas a cada dia, se solidificava mais, até que Alice deixou-a de lado, concentrando-se em Jasper.

Algo estava errado. Não havia mais motivos para tanta preocupação com ele, mas a insistência daquela baixinha em esquecer aquilo que ela usou como arma para me prender a esse mundo só fazia minhas suspeitas aumentarem. Mas parece que todos esses anos não serviram somente para Jasper manter o controle da sede, como também para Alice manter o controle da mente. Por mais que eu tentasse, não conseguia pegar nada de seus pensamentos e isso já estava me preocupando. O que pode estar acontecendo?


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Notas finais do capítulo

| Falando sério, não gostei muito desse capítulo. Ah, sei lá, caçada+quarto da Bella... bom, não sei, me digam vocês o que acharam... |
| Mas então, voltando... Esse capítulo tem umas coisas importantes para essa fic (tá bom, pra mim, eu confesso. Foi principalmente por uma coisa que foi citada nesse capítulo e que eu vou voltar a abordar alguns capítulos mais pra frente que eu decidi escrever a “Destinados”, é sério! Tinha uma coisa que eu nunca tinha visto antes, bom, nenhuma das fics que eu li tinha, e eu fiquei com vontade de ver uma fic que tivesse, então escrevi essa. É, ridículo, eu sei, mas é a verdade.) |
| Ok, deixando esses devaneios de lado, vamos focar num assunto: nos próximos capítulos, a presença de Edward será diminuída drasticamente, mas ele volta, é claro! Vamos conhecer um pouco da nova Bella agora. Tenham paciência, depois das apresentações vem o reencontro, ok? Eu só não prometo porque não sei se vou cumprir, mas eu pretendo, tá? |
| Comentem!! Dúvidas? Eu respondo nos comentários! Críticas? posso tentar melhorar. Mas só vou saber se vocês comentarem! ^^ |
| Propagandinha básica: Leiam “A Carta” e “A Resposta”. Leiam lá e comentem, ok? |
| Por hoje é isso. |
| Lucy Myh |



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