Destinados escrita por Lucy Myh


Capítulo 25
Capítulo Extra 1


Notas iniciais do capítulo

OBSERVAÇÃO NAS NOTAS FINAIS SOBRE: Por que, afinal, a autora louca não escreveu um capítulo, mas sim um capítulo extra? [Eu quero o Edward de volta! :X]RECOMENDO A LEITURA DE TODAS AS NOTAS FINAIS, elas podem conter informações importantes e valiosas para o estabelecimento de uma boa comunicação entre autora e leitores. Obrigada. E boa leitura para vocês, porque esse capítulo foi longo de escrever...



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CAPÍTULO EXTRA 1

E CHEGA O DIA EM QUE O PASSADO RESSUCITA E VOCÊ SE PERGUNTA QUE TIPO DE DROGA COLOCARAM NA SUA COMIDA

Jacob Black POV

Podia sentir a terra fofa sob minhas patas e a grama sendo amassada. Havia muito tempo, eu vivia boa parte da vida assim, na forma de um grande e peludo lobo castanho-avermelhado. Afinal, não havia mais motivos para tentar manter uma vida normal.

Tivemos que abandonar nossas vidas normais cedo, pois não envelhecíamos, ao contrário das pessoas com quem convivíamos, que, é claro, envelheceram e, eventualmente, morreram. Algumas, como Rachel, Claire e Kim, ainda vivem e outros, como os filhos e netos de Sam, Paul, Jared e Quil, nasceram e cresceram, mas ainda assim, a solidão nos açoitava freqüente e continuamente.

Era complicado agora e todo o bando sofria junto. A freqüente visita dos nossos inimigos – seja somente de passagem ou para fazer uma boquinha – também não nos ajudava. Forks parecia ter se tornado ponto turístico para os frios e proteger nosso povo e os outros inocentes nunca nos permitiu descansar nosso espírito lobo.

Emily foi a primeira a partir, mas não seria a última. Não houve acréscimos ao bando, mesmo porque não deixávamos os frios permanecerem o suficiente para despertar o lobo nas gerações futuras. Eles eram mortos antes disso. As crianças já não eram mais crianças e a terceira geração já tomava La Push. Agora, como nunca antes, sentíamos o peso que nossa herança exercia sobre nós.

É verdade que todos sofremos com a morte de Bella, é verdade que eu piorava a situação para eles sem conseguir controlar meus pensamentos. Mas ainda assim, a minha dor por perder a mulher da minha vida, quando ela decidiu que não deveria mais existir por causa de um sanguessuga desprezível e idiota, era uma agulha comparada a uma cama de pregos afiadíssimos que é a dor de Sam por perder Emily.

A verdade mesmo é que nunca tínhamos pensado que fôssemos capazes de continuar vivendo, mesmo que por alguns poucos anos, depois da morte da nossa alma gêmea. O fato é que Sam ainda era o alfa e, por mais que tentasse esconder somente para si, a dor estava lá, nos cutucando sempre que éramos obrigados a ficar tempo demais como lobos.

Não faz muito tempo que Emily morreu e, na época, alguns sanguessugas idiotas rondavam próximo ao nosso território, sem ao certo saber o que nós poderíamos fazer a eles. O fato é que não podíamos perder a atenção e o foco do nosso objetivo de defender as pessoas inocentes desse tipo de praga. E Emily disse para Sam que o nosso povo precisava dele e fez com que ele prometesse que quando não houvesse mais perigo para esses inocentes, ela estaria esperando por ele no lugar para onde todas as almas boas vão depois de passarem por esse mundo. E Sam não discutiu.

Eu poderia assumir o comando do bando perfeitamente bem, mas para mim, essa perspectiva ainda era desanimadora. Mesmo sendo um descendente direto de Ephraim Black, não me acostumaria a mandar nas pessoas e obrigá-las a fazer algo que não desejassem.

E então, quando finalmente exterminamos aquela praga, descobrimos ser mais complicado e difícil domar nosso espírito lobo para que adormecesse até que pudéssemos dormir em paz. E mais uma vez, o peso de Sam caiu sobre todo o bando. Ter o imprinting tão cedo na vida de um novo – pelo menos na época – lobisomem, se mostrou, pela primeira vez, um agravante. Ser novo demais significa ter um longo e árduo caminho pela frente para domar o espírito lobo. E perceber que você não consegue domá-lo rápido e eficientemente o bastante para acompanhar a sua alma gêmea para a outra vida era desanimador. Além disso, a constante presença de inimigos retardava o processo. A natureza nos chamava para a luta, nos impedia de parar de lutar e a juventude só fazia atiçar essa nossa natureza.

Pelo menos Leah está menos amarga e áspera. Talvez ela não entendesse a dimensão do imprinting, talvez ela não percebesse o que implicaria a morte de Emily. Talvez ela não quisesse sentir uma dor muito mais profunda que o ressentimento dela. E então ela parou de criar mais intrigas e deixou de criar uma atmosfera tensa. Já havia dor demais e uma perspectiva de um futuro ainda mais desgastante para o bando.

Mas quando Sam começa, enfim, a conseguir controlar seu espírito e trazer alguma esperança para os outros, tudo muda. Os Cullens voltam, a fêmea daquele passado sombrio retorna e, mais uma vez, a natureza nos chama. Mais uma vez, os Cullen nos condenam à nossa existência.

Eles haviam nos condenado a essa vida de transformações, a essa vida que se mostrava solitária, onde só existia a nossa família. Eles haviam condenado Bella a uma vida curta e a uma morte trágica. Todos eles eram desprezíveis. Todos eram monstros. Eles podiam não matar as pessoas para se alimentarem, mas eram monstros o suficiente para matar uma pessoa especial, uma pessoa que diziam fazer parte da família deles.

E ele era o pior monstro do mundo porque ele teve coragem suficiente para iludir ela e depois abandoná-la despedaçada no meio da floresta. Eu podia ver o quanto ela estava destruída e, ainda assim, a lembrança dele foi forte o bastante para não permitir que eu a salvasse e, graças a ele, ela não existia mais.

Eles deviam ser destruídos, desmembrados e queimados nas chamas do inferno. Por tudo o que fizeram a Bella, eles deviam pagar. Mas Sam não permitiu. ‘Eles não quebraram o pacto’, é o que ele diz. Que o pacto fosse para o inferno! Se não fosse por Sam, se não fosse pelo comando alfa, eu já teria destruído aquele sanguessuga nojento.

E talvez quem estivesse morto fosse você. Seth se intrometeu. Eles não deixariam você matar um deles sem passar por cima de todos. Você os viu na virada do ano novo e os conhece melhor do que eu.

Não se mete, Seth.

Seth, Embry e eu estávamos encarregados de patrulhar nesse turno. Eu fiquei encarregado da costa, Seth ficou com o perímetro leste e Embry com o sul. Todos os outros estavam fazendo alguma coisa com suas famílias, somente eles sabiam sobre nós. Leah, mesmo que não tivesse formado uma família por, obviamente, não poder, devia estar ajudando Sam. Emily pediu isso.

Veja pelo lado positivo, Jake. Outra voz se animou. Pelo menos a ruiva a gente pode matar.

Até você, Embry? Dá pra vocês pararem de se meter no que não lhe dizem respeito?

Não. Os dois responderam ao mesmo tempo.

Decidi ignorá-los. Tínhamos um trabalho a fazer.

Há muito tempo não corríamos a região para proteger nosso território de um inimigo específico – algo mais que a costumeira descrição de pele fria como gelo, olhos vermelhos feito sangue e efeito de globo de discoteca ao sol, algo mais específico, como cabelos de fogo –, embora nunca tivéssemos um longo período de descanso dessa vida de caça e proteção. Não que reclamássemos os incontáveis sanguessugas que passaram por aqui – ou pelo menos tentaram, pois quase todos foram mortos –, essa era a única parte boa de toda essa história de lobisomens.

Havia algo de errado com aquela fêmea de cabelos cor de fogo. Diferente de qualquer outro sanguessuga que já caçamos, ela sempre escapava e sempre retornava. Há anos, ela atormentou a nossa tranqüilidade e a de Bella também. Sempre nos provocando e aterrorizando ela.

Mas depois da morte de Bella, ela desapareceu. Então, o que, afinal de contas, ela está fazendo retornando aqui? Se ela queria vingança, por que não escolheu se vingar em outro lugar, um lugar onde as chances dela seriam maiores?

Não sei. Seth, mais uma vez se intrometeu.

Apertei o passo, me concentrando na missão.

Enquanto avançava por entre as árvores, pude ouvir o riso e o grito de jovens misturados ao som das ondas do mar. Diminuí a velocidade. Adolescentes.

Eles deviam estar nas piscinas naturais pelo que meus ouvidos puderam captar. Foi então que eu ouvi uma voz muito familiar que há muito tempo eu não ouvia e que me fez parar.

“Gabi! Me espera! Gabi!”Não, não poderia ser, balancei minha cabeça negativamente. Pessoas diferentes podem ter a mesma voz, certo?

Acho que sim. Era a voz de Embry. Bom, pelo menos a voz da minha mãe era igual a da Mariah Carey.

Não exagera. Ela não era não. Era Seth.

Continuei a patrulha, porém, avançava mais lentamente.

A voz ficava cada vez mais próxima. Não pude conter a curiosidade, eu tinha que ver quem era a dona da voz.

Cara, não. Você não vai fazer isso.

Ele vai sim, Seth. Quem sabe não é a vez dele de arranjar uma companheira, hein? Ele tá precisando...

Desviei-me um pouco do trajeto que deveria percorrer, andando silenciosamente. Os gritos pararam ao mesmo tempo em que um arfar começou. Agucei a audição e pude escutar o pulsar das veias e a batida do coração. Me escondi na vegetação e, numa brecha, finalmente a vi.

Era uma garota com os cabelos escuros e avermelhados, ela estava de costas para mim e se apoiava nas próprias pernas. E foi com choque que a vi olhar para os lados, mostrando o perfil do seu rosto pálido, mas ao mesmo tempo corado pelo esforço físico.

O quê...?

Mas... Ãh?

Pude sentir que Seth e Embry estavam tão perplexos quanto eu, tanto que todos nós abandonamos a patrulha.

Você tá sonhando, Jake? Seth me perguntou, confuso.

Não estou não.

A garota se endireitou, observando tudo ao seu redor.

Analisei-a atentamente. Ela era idêntica à Bella. Exceto o cabelo, mas isso não importava. Percebi o seu olhar um tanto perdido e desesperado pela floresta. Queria tanto dizer que ela estava bem, segura.

Não! Não faça isso, Jake! Embry me alertou.

Paralisei imediatamente, me dando conta de que estava prestes a sair da vegetação.

Você é um lobo agora, ela pode ficar assustada. Seth continuou.

Hesitei, mas não prossegui, eles estavam certos. Bella não ficaria assustada, mas essa garota...

Ela não sabe de nós. Embry completou.

Ela não é Bella. Seria impossível!

E se eu me transformasse?

Tão perto assim? Embry perguntou incrédulo com a possibilidade idiota que passou por minha cabeça.

E vestindo só uma bermuda? Seth se juntou a ele.

Ela vai achar que você é um tarado, no mínimo.

Ou um serial killer.

Revirei os olhos. Certo, péssima idéia.

Vi a garota cair de costas, soltando um gemido de dor e novamente tive que me segurar para não me transformar e perguntar se ela estava bem. Depois de mais uma olhada para o ambiente ao seu redor, ela começou a correr e a segui. Ela estava perdida, poderia acontecer alguma coisa com ela. Só a observaria até estar a salvo.

Boa desculpa, Jake.

Cala a boca, Seth.

Enquanto eles riam da minha cara, eu acompanhava a garota, tomando cuidado para que ela não me visse. Ela estava assustada e caiu várias vezes. Em todas elas, tive que me segurar para não ir lá ajudá-la e fazer aquela careta de dor sair do seu rosto. Ela era tão desajeitada quanto Bella e a cada passo que dava, eu sentia uma esperança crescendo dentro de mim.

Nessa parte da floresta começavam a aparecer os perigos naturais, troncos soltos e caídos, galhos baixos, terreno instável. Um perigo para essa garota. Eu estava mais longe e mais a frente dela, para tentar desobstruir o caminho e direcioná-la para fora da floresta, mas ainda conseguia vê-la passar por entre a vegetação. E foi então que vi algo inesperado acontecer e disparei em sua direção.

Vi ela cair como em queda livre e, logo a frente, um galho, baixo o suficiente para ela bater a cabeça, grande o suficiente para causar um grande estrago.

Senti Seth e Embry congelarem, sem saber o que eu deveria fazer.

Não me importei que ela estivesse olhando diretamente para mim agora. Não me importei que ela me visse correr em sua direção e visse me transformar num enorme lobo castanho-avermelhado. Só o que me importava era seu rosto exausto. Só no que pensava era impedir que aquela cena se desenrolasse diante de mim, mas não consegui, não tive tempo.

Ela já estava inconsciente quando consegui chegar a ela. Havia um filete de sangue escorrendo por um corte não tão profundo em sua testa. Suspirei aliviado e, ao mesmo tempo, culpado. O estrago não era grande, mas não consegui evitá-lo.

Transformei-me novamente para poder me comunicar com Seth e Embry. Precisava cuidar do corte dela antes que fique pior do que está.

Pode ir, eu cubro a sua parte.

Eu te ajudo.

Obrigado.

De volta a forma humana, mas devidamente vestido agora, peguei a garota em meus braços e corri para a casa de Rachel, a minha casa.

Adentrei a casa, alvoroçado, com a garota nos braços. Paul já tinha saído e Rachel chegava assustada da cozinha.

“O que houve?”

“Encontrei essa garota na floresta.” Segui para meu antigo quarto, que agora pertencia à minha irmã. “Depois eu explico.”

Ela foi à cozinha e depois entrou no quarto, trazendo uma bacia com água, toalhas, ataduras, esparadrapos e um anti-séptico.

Enquanto ela cuidava do corte na testa da garota, eu limpava os cortes e arranhões que ela tinha pelos braços e mãos. Foi assim que percebi uma marca estranha na mão dela, uma cicatriz em forma de meia-lua que estava um pouco mais fria – agora quase que imperceptível para um humano normal notar – que o resto da sua pele. E enquanto um sentimento estranho de confusão e esperança se revirava em meu estômago, minha mente me transportou para uma época passada distante.

“O que é isso?” Perguntei a Bella, examinando a mão direita que ela afagava. “É a sua cicatriz engraçada, a fria.” Olhei-a mais de perto, percebendo o estranho formato de meia-lua, como uma... mordida! Ofeguei diante tal possibilidade. Como era possível? Mas e se... e se fosse mesmo... Bella não deveria...?

“Sim, é o que você está pensando” ela disse. “James me mordeu.”

Como? O quê? Bella foi mordida? Mas como ela está viva? Por que o coração dela ainda bate? Como...?

“Mas se ele mordeu você...? Você não devia ser...?” disse baixinho.

“Edward me salvou duas vezes”, ela sussurrou. “Ele sugou o veneno... sabe como é, como se faz com uma cascavel.”

Ela era, idêntica. A cicatriz estava na mesma mão, na mesma posição. E seria muito, mas muito improvável que tivesse acontecido a mesma coisa com ela.

“Pode me contar como encontrou a garota agora, Jake?” Rachel me despertou. Observei a garota deitada na cama, ainda estava inconsciente, mas estava mais limpa e com um curativo no corte da cabeça.

Saí com a minha irmã do quarto e lhe contei tudo o que tinha acontecido.

“Acha que pode ser a Bella? Isabella Swan?” ela me perguntou insegura.

“Eu tenho quase certeza, Rachel.” Afirmei. “É a mesma aparência.”

“O que pode não significar nada.” Ela tentava mostrar racionalidade.

“Mas ela possui a mesma cicatriz de Bella, uma cicatriz feita por uma mordida de um sanguessuga.” Vi seus olhos arregalarem.

“Bella foi mordida?” perguntou assustada.

Lembrei-me que não tinha contado esse fato para ela. Então expliquei o que Bella tinha me contado anos atrás, tranqüilizando-a.

“Não sei o que pensar, Jake. É... impressionante demais. Sobrenatural demais.” Rachel parecia confusa.

“Nós também somos.” Afirmei me referindo ao bando.

“É mesmo.” Ela sorriu, suspirou cansada logo em seguida. “Vou preparar um chá. Para a dor de cabeça que ela deverá sentir quando acordar.” E saiu para a cozinha.

Voltei para o quarto a tempo de ver a garota se sentando e colocando a mão na cabeça. Parecia ainda estar atordoada e exibia uma careta de dor.

“Você está bem?” perguntei.

Depois de alguns segundos, ela murmurou um “sim” e, ao me encarar, arregalou um pouco os olhos. Será que ela havia se assustado? Será que ela havia se lembrado? Mas será que havia algo para ela se lembrar?

“Olá, querida.” Rachel apareceu, chamando a atenção da garota. “Quer chá?”

Após um momento de hesitação, ela estendeu o braço, pegando a xícara que Rachel lhe oferecia.

“Eu sou Rachel, Rachel Black.” Minha irmã se apresentou.

“E eu sou Jacob, Jacob Black.” Eu fiz o mesmo.

“Eu sou Marie Claire Fly, mas podem me chamar de Luna.” Pude ver sinceridade em seus olhos, ela confiava em nós. “Hmm... Como... como eu vim parar aqui?”

Pergunta crítica. Não deveria contar todos os detalhes, certo? Ela não acreditaria.

“Eu estava caminhando pela floresta,” comecei um pouco nervoso, “até que ouvi um barulho diferente e alto e decidi ver o que era. Achei você com caída no chão com um corte superficial na testa, então te trouxe para casa.” Espero que ela não pergunte mais detalhes, não queria ter que mentir mais para ela.

“Ah... Obrigada.” Ela me agradeceu e não pude evitar sorrir.

Depois disso, passamos horas conversando. Queria descobrir tudo, se tinha os mesmos gostos de Bella, as mesmas manias. Percebi que era tão fácil de entendê-la como era com Bella.

Era muito fácil e agradável conversar com ela. A conversa fluía livremente, sem esforço e sem que o assunto acabasse. Era tão fácil conversar com ela que me peguei perguntando sobre a cicatriz.

“Como você ganhou essa cicatriz?”

“Cicatriz? Que cicatriz?” Ela perguntou confusa.

“Essa que você tem na mão.” Eu respondi segurando sua mão direita na minha e contornando a cicatriz com um dedo.

“Ah... Isso...” ela demonstrou compreensão. “Bem, ela não é uma cicatriz. É uma marca de nascença. É por isso que meus pais me chamam de Luna. Ela parece uma lua.”

Sorri para ela e ela me retribuiu. Continuamos a conversa, mas a possibilidade de Luna ser Bella aumentava dentro de mim, dando-me mais esperança.

Pude perceber que ela gostava da minha companhia e não pude evitar me perguntar se agora que ela não conhecia Edward como Bella o conheceu, se agora que ele não pode atrapalhar o curso natural das coisas, ela ficaria comigo e escolheria a mim e não a ele. Assim como teria sido se Bella nunca tivesse conhecido Edward, como teria sido se ela tivesse me conhecido primeiro.

O tempo passou rápido. E logo já estava levando-a para First Beach onde os amigos esperavam por ela. Ela estava empolgada por andar numa motocicleta, tal como Bella.

“Jake, como você me levou daqui para a sua casa, a pé e tão rápido?” Ela perguntou, logo quando desceu da moto, pegando-me de surpresa.

“Ah, é que...” pensei rápido numa desculpa. “Meu carro estava na estrada. Eu te levei até ele e de lá te levei até em casa.”

“Ah...” ela pareceu aceitar a história, mas ainda assim me perguntou confusa “mas por que então você não me trouxe de carro?”

“Prefiro moto, carros são apertados.” O que era verdade. Sorri para ela.

“Luna? Luna!” Ouvi uma amiga a chamando e correndo na nossa direção. Luna foi de encontro a sua amiga e eu a segui.

“Oi, Gabi.” Ela sorriu.

“Onde você se meteu, garota?” A tal Gabi perguntou. “Quase tive um treco aqui! O que aconteceu com você?” Ela apontou para o curativo na testa da amiga.

“Desculpe. Eu me perdi na floresta, acabei caindo e batendo a cabeça, mas Jacob me encontrou e me ajudou.”

“Olá.” Estendi a mão para a garota. Ela retribuiu o meu cumprimento e depois se virou para Luna com uma sobrancelha erguida.

“E demorou tanto assim?” A expressão questionadora, quase assassina.

“É que nós conversamos um pouco.” Ela corou, me fazendo lembrar de Bella.

“Bom, eu vou indo.” Achei melhor me despedir. “Até mais, Luna. Até mais, Gabi.”

“Tchau.” Disseram juntas.

Montei na motocicleta e acelerei para casa. A essa hora todos já deviam saber do ocorrido e eu devia uma explicação pelo sumiço.

Ao avistar a pequena casa vermelha, pude perceber que todo o bando se encontrava lá, me esperando.

Rachel serviu a comida e, enquanto devorávamos inúmeros bolinhos e omeletes, eu contava cada detalhe do ocorrido e cada semelhança sobre as duas, expondo-lhes o que eu achava sobre uma ser a outra e tentando convencê-los de que eu estava certo.

Mas a decisão final de Sam foi: “Você pode se aproximar dela se ela quiser, mas não deve contar nosso segredo. Mesmo que você esteja certo e ela seja Bella, ela ainda é uma estranha.”


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