Destinados escrita por Lucy Myh


Capítulo 24
Capítulo 23. PERDIDA


Notas iniciais do capítulo

FELIZ NATAL PRA VOCÊS!!! [Eu sei que é véspera ainda, mas amanhã não vai dar, então...]

Leiam as notas finais, por favor



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CAPÍTULO 23 – PERDIDA

Tentei pensar somente nas coisas boas dessas piscinas enquanto meus pés me guiavam pela trilha para aquele lugar. Concentrei-me na beleza dos corais e nas diferentes formas e cores dos peixinhos e da vida presa naquelas águas. Eu não ia cair na água, não ia. Eu acho. Pense nas cores, Luna. Não pense no quanto a água deve estar gelada. Lembre-se do quanto você gostava de ver os peixinhos nadando. Isso, cores, corais, peixinhos e... Ai!

Ai, ai, ai... Minhas palmas das mãos estão sujas de terra, minha calça jeans também.

“Você está bem?” Gabi estava um passo a minha frente, os olhos arregalados de susto logo se acalmaram, voltando ao tamanho normal, ao mesmo tempo em que ela se esforçava para reprimir o riso.

Fiz uma careta. Típico de mim, eu sei. Cair já era tão comum para mim que seria capaz de afirmar que criei uma resistência à dor. Sacudi a cabeça afirmativamente.

Levantei-me com cuidado do chão, tirando o resto de terra e grama da minha mão. Analisei o estrago. Ufa, ainda bem que não machucou nada. Acho melhor eu me concentrar nas raízes das árvores por enquanto.

Fiquei grande parte do tempo observando o chão, analisando o terreno para me certificar de que não iria tropeçar numa raiz, escorregar no mato, cair novamente ou algo do tipo. Tanta atenção para evitar um acidente me fez ficar um pouco atrás do grupo. Gabi continuava perto de mim, acho que para me dar apoio caso eu caia de novo. Ou talvez para evitar ficar muito perto de Peter e Sara, não tenho certeza. O resto da caminhada foi silenciosa, pelo menos para nós duas, não que me incomodasse, mas era um pouco estranho ver Gabi quieta demais, presa em seus pensamentos, normalmente ela diria eles em voz alta.

Estava começando a me sentir cansada, parecia que as piscinas naturais não chegavam nunca! E todas essas árvores que cobriam o céu, deixando somente uma luminosidade verde chegar a nós só fazia aumentar essa tortura. Eu queria aproveitar o máximo de sol e vitamina D hoje, pois a previsão do tempo já disse que o milagre acaba ainda essa noite – ou seja, volta o pesado cobertor cinzento sobre o céu da região –. Foi então que o solo começou a se transformar em pedras e a luz quente do sol iluminou a paisagem. Finalmente tínhamos chegado.

A maré ainda estava baixa, mas já apresentava sinais de que subiria logo. Podia ouvir algumas ondas quebrando nos recifes, querendo invadir as piscinas. O pessoal já tinha se espalhado, explorando a beleza do lugar.

Fui me aproximando cuidadosamente da maior piscina, me equilibrando para não escorregar. Encontrei uma pedra grande que parecia estável o suficiente para não me derrubar, sentei nela e, pela primeira vez em anos, eu novamente me fascinei com a biodiversidade daquelas águas.

A luz do sol dava mais cor às anêmonas fixas nas pedras e nos corais, os peixinhos nadavam de um lado para o outro como numa brincadeira de pega-pega. Algas dançavam lá no fundo enquanto uma brisa soprava em meus cabelos. O sol já estava alto no céu e percebi que o nível da água estava quase alcançando meus pés. Era hora de mudar de lugar.

Levantei-me com mais confiança, decidindo voltar para mais perto da margem da floresta. Olhava atentamente para o chão, observando as rachaduras, os vãos e as pequenas elevações. Então, algo – tão comum para mim – aconteceu.

Estava muito próxima da borda de uma piscina, a água refletia a luz do sol na minha cara, a pedra que eu julgava ser segura para pisar não o era. Inevitavelmente, meu pé deslizou pela rocha e senti meu corpo inclinar.

Naqueles mínimos segundos, flashes voavam pela minha cabeça. O peixinho dourado que me fez aproximar demais da água, o frio que me apunhalava com facadas, a água translúcida sobre a minha cabeça, o ar faltando. Todas aquelas lembranças ruins passaram por minha mente. Mas então, tornaram se cada vez mais agonizantes.

A água começou a escurecer, tão negra como a noite, tão agitada como numa tempestade. Era jogada de um lado para o outro, não conseguia subir, não tinha fôlego. A garganta seca ardia como se tivesse gasto todo o meu fôlego dando um último grito.

Abri os olhos assustada, a respiração rápida e descompassada, pequenas gotas de suor brotavam na minha testa. Levei mais tempo que o normal até perceber um par de mãos quentes me segurando pelo antebraço ao invés do frio cortante da água.

Minha cabeça doía. Estava confusa, só me lembrava das primeiras imagens, da vez que me afoguei aqui quando era criança, mas a água não era escura, nem turbulenta. Mas foi tão real, tão... estranho... Ai...

Meus pulmões ardiam, ainda não tinha recuperado o fôlego que não sei como perdi. Era tão vívido, como eu já tivesse vivido aquela situação, mas não, não podia ser. Foquei em recuperar o ar que me escapava e me deparei com uma Gabi – que me salvara de um belo banho frio – estática.

Recuperei meu equilíbrio e pensei em agradecê-la, mas algo em sua expressão me impediu de fazê-lo de imediato.

“Gabi, você está bem?” perguntei preocupada. Ela estava rígida, o maxilar trincado e os olhos úmidos demais, observando algo além de mim.

Ela não me respondeu, nem poderia, não parecia estar me ouvindo, sequer parecia estar percebendo que ainda segurava meu braço. Segui a direção do seu olhar, virando meu rosto a tempo para ver Peter e Sara se beijando. Mas não era qualquer beijo, era aquele beijo, daqueles de cinema que toda garota já sonhou em receber. Exatamente aquele que eu sabia que Gabi há tempos desejava.

Voltei minha atenção a ela, seus olhos presos à imagem daquele beijo ameaçavam transbordar lágrimas e eu sabia que, em breve, ela não conseguiria contê-las.

De repente, ela soltou meu braço e partiu em disparada de volta à trilha para a praia. Corri atrás dela. Não sei ao certo qual a sensação de ver a pessoa que ama feliz com outra, mas com certeza deve ser horrível. Gabi devia estar muito mal.

Ela corria rápido demais, tão rápido como o diabo fugindo da cruz. Me esforcei para alcançá-la, mas meus privilegiados pés se rebelavam contra mim, derrubando-me repetidas vezes. Gritava seu nome, pedia para que me esperasse, mas ela não me ouvia, só corria cada vez mais para longe.

O ar começou a me faltar novamente devido ao esforço da corrida. Parei um instante, apoiando-me com as mãos nos joelhos, para recobrar o fôlego e as forças que me seriam necessárias para seguir minha amiga. Minha cabeça voltou a latejar dificultando a minha recuperação, observei mais atenta ao meu redor, só havia muito mato, verde e árvores, mas nada de trilha. Onde foi parar a trilha?

Endireitei meu corpo, ficando ereta. Para cada lado que eu olhava, não havia trilha. O caminho aberto por entre as árvores pelo qual viemos às piscinas naturais havia desaparecido diante meus olhos. Eu estava perdida.

A ansiedade e o medo começavam a se manifestar em meu corpo. Aquela situação me era extremamente familiar. Um arrepio subiu minha espinha ao absorver as informações sobre o ambiente.

A luz verde remontava um cenário ainda recente em minha memória. O sonho dessa noite foi real demais e assustador demais para ser meramente ignorado. Não conseguia ouvir as ondas do mar quebrando na costa, nem os sussurros que me incentivavam a correr, a floresta era de um silêncio total, mas ainda assim, me sentia como no sonho.

Sentia que não estava sozinha naquela floresta e logo a imagem do lobo avermelhado do sonho invadiu minha mente. Era só um sonho, por mais que tenha sido real, lobos daquele tamanho não existem. Percebi a vegetação se agitar ao longe e cada vez mais não conseguia acreditar em mim mesma.

Dei alguns passos para trás, na direção oposta aos movimentos na vegetação, hesitante e receosa ao pensar que pudesse ser algum animal selvagem. Estava tão apavorada com a possibilidade de ser atacada que não prestava atenção no caminho que meus pés faziam e, como sempre, o azar estava comigo, esperando um mínimo descuido para me derrubar. E conseguiu.

Meus pés foram parados por uma grande raiz que se elevava um pouco do chão, mas meu corpo continuou o trajeto, me fazendo tombar para trás. Tentei me apoiar com as mãos, mas foi inevitável a dor. Dessa vez, minhas mãos não saíram ilesas, as palmas estavam arranhadas e sujas.

Eu precisava sair logo dali ou corria o risco de ficar louca. Levantei-me rapidamente, voltando a analisar a paisagem ao meu redor, era tudo muito igual. Por onde ir? Onde era a praia? Onde estava a trilha?

A sensação de olhos me perfurando me fez iniciar uma corrida para onde julgava ser a direção correta para voltar à praia. Pequenos feixes de raios de sol penetravam a densa camada de folhas das copas das árvores, indicando, por sua inclinação, para onde precisava ir.

A cada passo rápido que dava – o mais rápido que eu conseguia – sentia que estava sendo seguida. Eu estava ficando paranóica. Corri o mais rápido que meus pés me permitiam, olhando para os lados, confirmando que nada estava me perseguindo, mas mesmo assim, não diminuía a minha velocidade, pelo contrário, acelerava mais e mais, pois, mesmo que meus olhos negassem, minha intuição me dizia que eu não estava só.

O desespero crescia dentro de mim, a mata verde não tinha fim e tudo naquela floresta parecia querer me assustar e derrubar. Raízes surgiam da terra, folhas caíam, arbustos se mexiam. Meus pés se atrapalhavam para desviar de todos os obstáculos, meus olhos vagavam para os lados e para o chão, podia jurar que meus ouvidos escutavam pegadas abafadas.

Fui várias vezes a baixo, puxada pela gravidade, e em todas, me forçava a me reerguer e seguir correndo. A dor de cabeça me atrapalhava na corrida, flashes estranhos atormentavam minha mente. Imagens desconexas me confundiam, o mar negro me puxando para o fundo, lobos gigantescos numa clareira, olhos vermelhos, pelos vermelhos, pessoas com os rostos apagados, vozes distorcidas. A cada imagem ou som que invadia minha mente, uma dor latente pressionava meu cérebro e minha sanidade.

Queria poder parar aquilo, era demais para mim. Não conseguia impedir e parecia que minha cabeça iria explodir. Minhas pernas corriam automaticamente como se pudessem transportar meu corpo para longe, como se, dessa forma, eu pudesse fugir dessa dor e das imagens. Eu só queria que parasse. Eu precisava descansar.

Pela primeira vez na vida, fiquei aliviada com minha má sorte. Meus tropeçaram numa grande raiz, arremessando meu corpo para frente. Meu rosto, que observava meu lado direito se virou para o caminho que meu corpo seguia, a tempo de ver minha mente me pregando uma peça durante os últimos segundos da queda. O enorme lobo de pelo avermelhado e olhos negros incrivelmente humanos – que eu reconheci como sendo do meu sonho – corria ao meu encontro, tremendo e se erguendo nas duas patas traseiras. Os pelos sumiam, dando espaço a uma pele igualmente avermelhada, músculos grandes e bem definidos, o cabelo negro e curto e um par de olhos surpresos e confusos. Era um homem.

No instante seguinte, um galho um pouco grande surgia na parte inferior da minha visão, se aproximando cada vez mais do meu rosto. Fechei os olhos por reflexo, sentindo uma dor de cabeça alucinante me puxando para a escuridão da inconsciência. Desliguei meus sentidos do mundo, esquecendo que qualquer animal poderia se aproximar de mim e, de bom grado, deixei que a inconsciência me levasse. Não havia mais dor.

 

Estava tudo escuro e silencioso. Eu gritava por alguém, mas só conseguia ouvir o eco da minha voz. Era um sonho, disso eu tinha certeza, mas não sabia onde eu estava. Era como se eu tivesse me perdido por entre as dobras do meu cérebro e aberto uma caixa desconhecida que antes estava lacrada.

Um barulho abafado chegou aos meus ouvidos. Apurei a audição e me concentrei nele. Aos poucos, o som de ondas se quebrando foi aumentando, era uma praia. Por um instante pensei que estivesse sonhando com a manhã de hoje, até que uma voz me fez descartar essa possibilidade.

Quer ir até a praia comigo?”, mesmo com o som abafado, reconheci ser a minha própria voz, mas o tom era estranho, parecia que eu estava tentando seduzir alguém.

Aos poucos, uma paisagem foi surgindo na escuridão. Pude confirmar que era a mesma First Beach, com pedrinhas multicoloridas e um quebra-mar de troncos, mas, diferente de hoje, uma fileira de nuvens cerravam o céu e a temperatura estava mais fria.

Gosta de histórias de terror?”, era uma outra voz, um tanto familiar, masculina, mas muito jovem. Procurei o dono da voz e encontrei um garoto de uns 15 anos, com uma sobrancelha erguida, cabelos pretos, brilhantes e compridos, presos num rabo-de-cavalo e uma pela castanho-avermelhada, muito parecido com uma versão infantil do homem que minha mente inventou segundos antes da minha última queda.

Pisquei os olhos e logo o cenário mudou.

Eu estava numa campina com a relva alta. Sentia o pânico dentro de mim e logo a cena estava completa, cinco lobos enormes numa formação em V, como gansos voando para o sul. O castanho-avermelhado, o mais próximo a mim, virou a cabeça na minha direção e me fitou por uma fração de segundo com um olhar escuro, quase preto, profundo e inteligente demais para um animal selvagem.

E então tudo desapareceu, dando origem a outra cena. Quatro rapazes grandes e seminus saíam da floresta. As expressões curiosas e cautelosas logo se tornaram furiosas. Um deles avançou na minha direção e um corpo se pôs à minha frente. O garoto furioso tremia violentamente dos pés à cabeça até que caiu para frente, explodindo num lobo de pelo prateado-escuro em posição de ataque, os olhos coléricos me focalizando.

No mesmo segundo, uma versão maior e mais musculosa do garoto da cena da praia atravessava correndo a estrada, um longo tremor passando por sua coluna e explodindo da mesma forma que o outro antes que os pés ou patas chegassem ao chão no último pulo.

Só o que pude ouvir foram os rosnados daqueles lobos antes de um avançar no outro e tudo voltar a desaparecer.

Percebi os sentidos voltarem, aos poucos, ao meu controle. Eu estava deitada, conseguia sentir um colchão sob mim. Cautelosamente, abri meus olhos. Estava numa cama de casal que ocupava quase todo o quarto minúsculo. Me sentei, sentindo minha cabeça ainda latejar. Ao levar minha mão a ela, senti um curativo no canto direito superior da testa.

“Você está bem?” Uma voz masculina, um pouco rouca, perguntou.

Eu ainda estava atordoada com o que tinha acontecido. Demorei um pouco para encarar o dono da voz depois de murmurar um “sim”. Quando o focalizei na minha visão, tive um choque. Era o mesmo homem que eu imaginei que se transformava em um lobo de pelo castanho-avermelhado, mas com um brilho estranho no olhar e uns 25 anos de idade. Não podia ser, podia? Eu estou ficando louca.

Me recuperei rapidamente quando uma senhora que deveria ter mais de 80 anos adentrou o quarto com uma xícara na mão.

“Olá, querida.” Ela me cumprimentou. “Quer chá?” E me estendeu a xícara.

Eu sei que não devia aceitar nada vindo de estranhos, mas não pude recusar. Eu estava com sede e, além disso, essas pessoas me passavam uma sensação de confiança, então não teria problema nenhum aceitar algo delas, certo? Até mesmo porque se quisessem me dar um ‘boa noite Cinderela’ não precisariam do chá, eu já estava apagada mesmo.

“Eu sou Rachel, Rachel Black” Ela se apresentou.

“E eu sou Jacob, Jacob Black” O homem disse.

“Eu sou Marie Claire Fly, mas podem me chamar de Luna.” Por mais irresponsável que se possa parecer, eu dei meu nome verdadeiro porque, de alguma forma, eu sabia que nada de ruim poderia acontecer vindo deles. “Hmm... Como... como eu vim parar aqui?”

“Eu estava caminhando pela floresta,” o tal Jacob começou, parecendo um pouco nervoso, “até que ouvi um barulho diferente e alto e decidi ver o que era. Achei você com caída no chão com um corte superficial na testa, então te trouxe para casa.”

“Ah... Obrigada.” Agradeci a ele, que me deu um sorriso incrivelmente branco e acolhedor.

Era fácil conversar com Jacob – ou Jake, como ele me pediu para chamá-lo –. Ele não parecia ter 25 anos, às vezes parecia uma criança, outras, parecia ser da terceira idade e por mais estranho que possa parecer – por ele ser mais velho e quase um estranho –, fiquei horas conversando com ele. Parecia que nos conhecíamos há décadas e logo nos tornamos grandes amigos, praticamente amigos de infância.

Ele me fazia muitas perguntas, como se quisesse saber tudo sobre mim. Uma hora, ele até perguntou da minha marca de nascença que eu tenho na mão, que ele viu quando limpou meus ferimentos. Não que isso seja estranho, afinal, ela é intrigante, mas o modo como ele se referiu a ela, chamando-a de “cicatriz”, era diferente do jeito que todos me perguntavam dela. Quer dizer, todos me perguntam “O que é isso?” ou “O que é essa marca?”, mas ninguém nunca me perguntou “Como você ganhou essa cicatriz?”, bom, ninguém antes de Jacob.

“Quer um lanche, Luna?” Rachel apareceu na sala, onde estávamos. “Deve estar com fome depois de horas conversando.”

“Não, obrigada.” Agradeci a ela. “Que horas são?” Perguntei mais para mim mesma, vasculhando o cômodo com os olhos, em busca de um relógio.

“São quatro e meia.” Jacob respondeu, observando um relógio pendurado na parede às minhas costas.

“Quatro e meia?” Minha voz se elevou algumas oitavas. Como o tempo passou tão rápido assim? Preciso voltar para praia antes que meus amigos pensem que eu virei comidinha de lobo mau. “Acho melhor eu ir, meus amigos devem estar preocupados comigo.”

“Eu te levo.” Ele se ofereceu. “Anda de moto?” Perguntou se levantando do sofá.

“Claro.” Respondi com um sorriso.

Saímos da pequena casa, andando em direção a um galpão. Parecia velho, um pouco abandonado. Jacob entrou lá e saiu com uma moto preta, meio velhinha, mas parecia bem conservada. Bom, pelo menos parecia que funcionava.

Montamos na motocicleta, usando capacetes, é claro, e fomos à First Beach.

Ao chegarmos lá, uma coisa estranha me incomodou.

“Jake, como você me levou daqui para a sua casa, a pé e tão rápido?”

Ele estacou. “Ah, é que... meu carro estava na estrada. Eu te levei até ele e de lá te levei até em casa.”

“Ah... mas por que então você não me trouxe de carro?” Perguntei confusa.

“Prefiro moto, carros são apertados.” O sorriso dele foi simples e divertido.

“Luna?” Ouvi meu nome sendo chamado ao longe. “Luna!” Era Gabi. Ela veio correndo em minha direção e eu apertei o passo na direção dela.

“Oi, Gabi.” Sorri.

“Onde você se meteu, garota?” Ela me perguntou preocupada e aliviada. “Quase tive um treco aqui!” Seu tom de voz era quase desesperado. “O que aconteceu com você?” Ela apontou para o curativo na minha testa.

“Desculpe.” Corei. “Eu me perdi na floresta, acabei caindo e batendo a cabeça, mas Jacob me encontrou e me ajudou.”

“Olá.” Ele estendeu a mão para minha amiga. Ela retribuiu o cumprimento e depois se virou para mim, com uma sobrancelha erguida.

“E demorou tanto assim?” A expressão questionadora, quase assassina.

“É que nós conversamos um pouco.” Corei novamente.

“Bom, eu vou indo.” Jacob se despediu. “Até mais, Luna. Até mais, Gabi.”

“Tchau.” Dissemos juntas.

E ele se foi em sua moto.

“Agora me conta tudo!” Gabi estava empolgada. “O que aconteceu entre vocês dois?”

“Eu, hein. Não aconteceu nada demais. Ele só me ajudou.” Tentei acabar com as possibilidades que deviam estar surgindo na cabeça dela.

“Ah, sei. E aquele olhar dele em cima de você não é nada demais?”

“Que olhar?” Questionei, confusa. “Você está imaginando coisas.”

“Não me diga que você não reparou que ele está fascinado por você.” Ela me olhava incrédula.

“Não inventa.” Revirei os olhos. “Vamos logo, vamos voltar para junto da turma.” Tratei de encerrar aquela conversa por aí. “O que eu perdi?”

“Nada de importante.” Ela respondeu, um pouco menos animada, eu diria.

As nuvens já cobriam grande parte do céu, então decidimos levantar acampamento e ir embora.

Cheguei em casa exausta. Jantei, tomei um banho, coloquei o pijama e caí na cama, logo sendo puxada para a inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Bom, não sei se vocês vão gostar do capítulo, não saiu como eu queria e podem concordar, o título está horrível. Mas eu fiz de coração, ok? Ele não foi revisado, então qualquer erro, me avise que eu conserto.

A surpresinha era o Jake de volta na vida de Luna. E alguns flashbacks, é claro. O que acharam?

O próximo é um extra. E depois voltamos para a ‘semana de sol’ do Edward.

Tenho duas fics novas no site: "Descobertas" [one-shot. Twilight. UA. Humanos e Crianças.] e "Consequências" [one-shot. Harry Potter. James/Lily.]

Se estiverem interessados [por favor estejam ] leiam e comentem, ok?

Bjo.

Lucy Myh.



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