The Son of Fear escrita por Leila Edna Mattza


Capítulo 2
The power of fear


Notas iniciais do capítulo

Como eu consegui os 5 reviews que eu queria, eu vou postar. Foi mais rápido do que eu pensei que seria, sabe?
Boa leitura!



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PERCY

A turma se reuniu nos degraus da frente do museu, de onde podíamos assistir ao trânsito de pedestres pela Quinta Avenida.

Grover e eu nos sentamos na beirada do chafariz, longe dos outros. Não faria muita diferença se tivéssemos nos sentado mais perto. Todos iriam se afastar de mim, então optamos por ficar longe e prevenidos.

– Detenção? – Perguntou Grover.

– Não. – Disse eu, indiferente. – Não do Brunner. Eu só gostaria que ele às vezes me desse um tempo. Quer dizer, não sou um gênio.

Grover não disse nada por um tempo. Quando falou, foi:

– Posso comer sua maçã?

Sorri um pouco pela pergunta boba. Não estava com muito apetite, então a entreguei a ele.

Então pensei: Estou me esquecendo de algo... Apertei os olhos para me lembrar. Quando me lembrei, olhei para Nancy Bobofit e sorri diabolicamente. Ainda tinha que me vingar dela.

Grover pegou meu olhar e imediatamente ficou nervoso.

– Ah, não, Percy. – Ele murmurou. – Não faça nada, por favor. Você só vai se meter em encrenca.

– Relaxa, G-man. – Sorri, pegando um pedaço de meu sanduíche intocado. – Ninguém vai saber que fui eu, apenas ela. – Meu sorriso se esticou. – Ela, e alguns pequenos e adoráveis insetinhos.

Joguei o pedaço de sanduíche em Nancy. Ela se virou, com raiva. Olhou em meus olhos por apenas um segundo antes de cair no chão e começar a gritar. Todos pareciam assustados por seu ataque repentino, mas não podiam ver a névoa vermelha fraca em volta da cabeça dela.

Mas eu causei aquilo, com mais um daqueles meus poderes estranhos. Então, eu via o que ela via. Via montanhas de insetos de todos os tipos saindo de todos os lugares, avançando para Nancy, enquanto ela apenas gritava de medo.

Eu sorri divertido, aquilo era um medo ridículo. Tratei de apagar o sorriso quando o Sr. Brunner avançou, de onde estava comendo aipo enquanto lia um romance, com a Sra. Dodds. Coloquei em meu rosto o mesmo olhar assustado dos outros alunos, mas o Sr. Brunner olhou da Nancy enlouquecida para mim, como se pudesse adivinhar que eu fizera aquilo.

– Percy. – Ele disse, franzindo a testa. – Venha comigo, por favor.

Ele foi voltando para o museu, e eu o segui, tenso. Como ele sabia? Eu tinha certeza que ele sabia que era exatamente eu o causador do ataque de medo de Nancy Bobofit. Mas como?

Eu segui o professor até que ele parou na frente de um grande friso de mármore com os deuses gregos. Virou-se para mim de braços cruzados.

– Percy, por que você fez isso com a pobre Srta. Bobofit?

– Mas eu não fiz nada com ela! – Eu disse, cruzando os braços e tentado parecer indignado com a acusação.

– Você está mentindo. – Ele insistiu, e respirou fundo. – Percy, eu já o observo há algum tempo. Sei sobre sua capacidade de infligir medo às pessoas. Só quero saber por que você fez aquilo.

Eu o encarei de olhos arregalados. Ele realmente sabia! E talvez soubesse por que eu poderia infligir o medo... Talvez pudesse me dizer qual é o meu problema, o que tem de errado comigo...

Endireitei-me. Não podia me dar falsas esperanças. Como um professor de latim poderia me dizer o significado de algo que ele nunca havia experimentado? Comecei a ficar com raiva. Ele provavelmente estava só caçoando de mim.

– Como pode saber? – Eu rosnei, com raiva. – Eu só estava com raiva.

– É mesmo? – Ele ergueu uma sobrancelha. – Você parecia bastante satisfeito.

Tentei não sorrir, me lembrando de que estava com raiva dele.

– Essa não é a questão. – Virei-me para sair. – O senhor só queria me perguntar isso?

Sr. Brunner não respondeu, e eu comecei a andar. Só tinha dado três passos quando ele me chamou.

– Percy, há mais uma coisa que eu queria falar com você.

Voltei-me novamente para ele. Ele parecia determinado, mas ao mesmo tempo, preocupado. Cruzei os braços e o encarei, esperando. Ele me encarava de volta, olhando diretamente nos meus olhos.

Franzi a testa. Lembrei-me de que, um dia, me olhara no espelho, para os meus olhos. Uma suave névoa branca estava em frente a eles, e eles pareciam tremeluzir em castanho por um momento. Mas quando pisquei, a névoa não estava mais lá. Eu tinha consciência de que, quando estava com raiva, ou usava meu poder estranho, meus olhos brilhavam num vermelho brilhante, porque já me vira no reflexo de uma janela logo depois de um ataque de raiva. Mas sempre que o Sr. Brunner me encarava, eu tinha certeza que ele não tinha medo deles.

– Percy. – O Sr. Brunner começou com cuidado. – A razão pela qual fiz a pergunta sobre a vida real, durante a aula... É porque você deve saber sobre as grandes forças que estão em ação na sua vida. Os deuses, as forças que você chama de deuses gregos, estão muito vivos.

Meus ombros caíram. E eu pensando que era sério. Eu nunca pensei que o Sr. Brunner algum dia iria caçoar de mim, mas, pelo jeito, é bem possível. Nem sei porque estou surpreso. Talvez porque ninguém nunca havia se atrevido a isso.

– Bem. – Eu disse, suspirando. – Podia ter me dito que era só uma brincadeira.

– Não é brincadeira, Percy. – Disse o Sr. Brunner, sério. – Estou falando a verdade.

– São mitos. – Eu disse, indiferente. – Mitos para explicar os relâmpagos, as estações e tudo o mais.

– Percy. – O Sr. Brunner parecia determinado. – Você pode escolher entre acreditar ou não, mas o fato é que imortal significa imortal. Pode imaginar isso por um momento, não morrer nunca? Existir, assim como você é, para toda a eternidade?

Eu estava prestes a responder, assim sem pensar, que parecia um negócio muito bom, mas o tom de voz do meu professor de latim me fez hesitar.

– Quer dizer, as pessoas acreditando em você ou não? – Eu disse, incerto.

– Exatamente. – Concordou Brunner. – Se você fosse um deus, gostaria de ser chamado de mito, de uma velha história para explicar relâmpagos? E se eu contasse a você, Perseus Jackson, que um dia as pessoas vão chamar você de mito, criado apenas para explicar como menininhos podem sobreviver à perda de suas mães?

Meu coração disparou. Brunner estava tentando me deixar com raiva. Senti meus olhos arderem de raiva, e eu pude ver uma névoa vermelha se aproximando de meu professor. Ninguém tinha o direito de falar da minha mãe.

Tentei me controlar. Mamãe não estava morta, mas também não estava bem. Eu não precisava de ninguém para me lembrar disso.

Respirei fundo.

– Eu não gostaria disso. – Falei de dentes cerrados. – Mas não acredito em deuses.

– Bem. – Brunner sorriu um pouco. – Talvez isso seja bom. Antes que algum deles o incinere. Você provavelmente não vai criar boa fama no Olimpo.

– O Monte Olimpo. – Lembrei. – Você está me dizendo que realmente existe um palácio ali?

– Bem, agora há o Monte Olimpo na Grécia. E há o lar dos deuses, o ponto de convergência dos deuses poderes, que de fato costumava ser no Monte Olimpo. Ainda é chamado de Monte Olimpo, por respeito às tradições, mas o palácio muda de lugar, Percy, assim como os deuses.

– Você quer dizer que os deuses gregos estão aqui? Tipo, nos Estados Unidos?

– Bem, certamente. Os deuses mudam com o coração do Ocidente.

– O quê?

– Vamos, Percy. O que vocês chamam de Civilização Ocidental. Você acha que é apenas um conceito abstrato? Não, é uma força viva. Uma consciência coletiva que ardeu brilhantemente por milhares de anos. Os deuses são parte dela. Você pode até dizer que eles são sua fonte ou, pelo menos, que estão ligados tão intimamente a ela que possivelmente não vão deixar de existir, a não ser que toda a civilização ocidental seja destruída. A chama começou na Grécia. Então, como você bem sabe... ou espero que saiba já que foi aprovado no meu curso... o coração da chama se mudou para Roma, e assim fizeram os deuses. Ah, com nomes diferentes talvez: Júpiter em vez de Zeus, Vênus em vez de Afrodite, e assim por diante; mas as mesmas forças, os mesmos deuses.

– E então eles morreram.

– Morreram? Não. O Ocidente morreu? Os deuses simplesmente de mudaram, para a Alemanha, para a França, para a Espanha, por algum tempo. Aonde quer que a chama brilhasse mais, lá estavam os deuses. Eles passaram vários séculos na Inglaterra. Tudo o que você precisa é olhar para a arquitetura. As pessoas não esquecem os deuses. Em todos os lugares onde reinaram, nos últimos três mil anos, você pode vê-los em pinturas em estátuas, nos prédios mais importantes. E sim, Percy, é claro que agora eles estão nos Estados Unidos. Olhe para o símbolo do país, a águia de Zeus. Olhe para a estátua de Prometeu no Rockefeller Center, para as fachadas dos edifícios governamentais em Washington. Eu o desafio a encontrar qualquer cidade americana onde os olimpianos não estejam proeminentemente expostos em vários locais. Goste ou não, os Estados Unidos são agora o coração da chama. São a grande potência do Ocidente. E, portanto, o Olimpo é aqui. E nós estamos aqui.

Houve um silêncio intenso. Tentei organizar aquilo em minha mente. Era convincente o suficiente, mas havia mais.

– E onde você se encaixa nisso? – Perguntei. – E eu?

– Meu nome não é Sr. Brunner. – O não-mais-Sr. Brunner disse. – Lamento pseudônimo. Você pode me chamar de Quíron.

– Quíron? – Ergui ambas as sobrancelhas. – Tipo... o Quíron? O grande treinador de heróis?

– Eu mesmo. – Ele sorriu.

– Mas você está numa cadeira de rodas!

– Isto é um disfarce. Sou realmente o centauro Quíron. Mas eu não acho que deveria sair andando por New York como um homem metade cavalo, não é?

Mordi o lábio inferior.

– Hã... Desculpe perguntar, mas como se pode esconder pernas de cavalo em uma cadeira de rodas?

Quíron franziu a testa, pensativo.

– Você vai ter que esperar um pouco para esta explicação. No momento, você vai ter que vir comigo.

– Espere! Tempo! – Fiz sinal de tempo com as mãos. – Para onde você quer me levar? Você ainda não disse o que eu tenho a ver com isso tudo.

– Ah, sim. – Quíron sorriu, parecendo tenso. – Bem, como você deve se lembrar, os deuses desciam a terra, de vez em quando. Eles se apaixonavam por mortais e tinham filhos com eles. Essas crianças eram chamadas semideuses, sendo meio deuses, meio mortais. É aí que você entra.

– Então... – Eu estava um pouco surpreso. – Você quer dizer que eu... sou um semideus?

– Sim.

– Mas então... quem é meu pai?

– Eu não sei. – Quíron olhou para meus olhos, parecendo preocupado. – Mas a julgar por suas habilidades... Bem, esperemos que eu esteja errado.

Enquanto voltávamos para fora do museu, ficávamos num silêncio intenso. Acho que era demais para mim num dia. Mas é claro que não foi o suficiente. Porque, quando Quíron olhou para mim, eu soube que havia algo errado.

– Percy. – Ele falou suavemente, como se tentasse acalmar um animal. – Sinto dizer isso, mas... Você deve falar com sua mãe.

Minha respiração engatou. Eu estava prestes a discutir, mas não o fiz. Estava cansado demais para isso, e talvez ele estivesse certo.

Suspirei. Era hora de visitar a mamãe.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Ficou legal? Revelações no próximo capítulo!... Que já está pronto. MUAHAHAHA, eu sou má. Quero mais 7 comentários, está bem? Aí eu posto. 7 reviews OK?
Beijos!