POV ANNABETH

Era uma sala, uma sala escura, eu não conseguia enxergar nada. Saí andando lentamente, tateando até que achei a parede e me apoiei nela.

–Quem apagou a luz? - eu fiz a pergunta mais idiota que eu poderia ter feito, mas também a única que me veio à cabeça. Continuei sem enxergar nada, até que vejo uma pequena bola de luz, e sigo até ela, quando tento tocá-la ela sai flutuando e vai para atrás de algo, ou melhor de alguém. Graças a pequena bola de luz, pude reconhecer uma menina de costas, longos cabelos pretos, lisos na raiz e ondulados nas pontas que iam até quase a sua cintura, não posso descrever sua roupa, a bola não iluminava tanto assim.

–am.. Olá? Oie? - eu perguntei desconfiada, a menina continuou de costas e não falou nada. Eu segui andando, fui chegando perto, perto, mais perto até que a toquei, pensei que novamente ela iria ignorar, como eu estava errada.

Quando eu a toquei imediatamente ela virou, de repente a sala se encheu de luz, uma luz que vinha dela, era tão forte que tive de desviar o olhar, pus meu braço pra proteger o rosto e fechei os olhos. Quando voltei a abri-los tudo estava escuro novamente, a menina tinha desaparecido. E então escutei uma voz distante que dizia:

“ela vai voltar, ela vai voltar, depois de todos esses anos, ela vai voltar, ela vai voltar, ela vai voltar” e a voz foi se distanciando mais e mais, por extinto tentei seguir ela mas não consegui, não conseguia ver para onde eu estava indo, “ela vai voltar, ela vai voltar, ela vai voltar...

–ELA VAI VOLTAR!! – Acordei com o som da minha própria voz. Ah meus deuses, aquilo não passou de um sonho. Olhei ao redor, e ao meu lado estava deitado o menino mais lindo que eu já vi na vida, e que dormia pra caramba, porque nem com o meu grito ele acordou, nossa.

Levantei-me, procurei na minha mochila e achei a blusa do acampamento e um short verde, sandálias e saí do chalé para me sentar na praia. O som do mar, os barulhos das ondas sempre me acalmavam, até porque quando seu namorado é filho do deus do mar, é normal gostar da praia. Quando eu saí do chalé, vi que ainda era de manhazinha, o sol ainda não estava forte, deveria ser umas 5:00hrs da manhã mais ou menos. Estendi uma toalha na areia e me sentei, a última coisa que eu queria fazer era me recordar do sonho/pesadelo que eu tive, mas os flashes do que eu tinha visto não paravam de voltar. Quem era aquela menina? onde eu estava? porque ela brilhava? de quem era aquela voz? “ela vai voltar”, o que isso quer dizer? a menina vai voltar? a voz vai voltar? EU vou voltar? Fiquei perdida nos meus próprios pensamentos, respirei fundo e disse pra mim mesma “É só um sonho”, mas na verdade, quando se é um meio-sangue nada é só um sonho. Abaixei a cabeça, até que dois braços me envolveram, fiquei feliz naquele momento, e tentei tirar os pensamentos da minha cabeça, o que não foi fácil.

–Que susto sabidinha! – e aquela voz fez com que toda tensão passasse.

POV PERCY

Eu acordei mergulhado em uma baba terrível “ECA!” eu pensei, até que me toquei que a baba era minha... “então tá né”. Me recordei da noite passada, e comecei a sorrir sozinho, sozinho? alguma coisa estava faltando, ou melhor, alguém. Annabeth não estava aqui, dei um pulo da cama e vesti a primeira roupa que eu achei, procurei no chalé e nada. Saí como um louco pela porta, e então vejo um certa loira sentada em uma toalha, observando o mar. Chego sorrateiramente por trás dela, e a envolvo em um abraço que ela retribui.

–Que susto sabidinha! – eu disse sentando ao seu lado, ela sorriu, mas parecia preocupada. –Tá tudo bem? - eu perguntei, então logo sua expressão clareou e ela sorriu.

–Está tudo ótimo, aliás, está tudo perfeito – ela disse, e eu percebi que ela não se referia apenas a hoje. – Você acordou cedo, pelo jeito que você estava dormindo, pensei que estivesse morto – Ela disse com uma delicadeza (para não dizer ao contrário) que só ela tem.

–Mal consegui dormir – eu disse beijando-a na bochecha.

–Toma, é pra você – eu disse, tirando do meu bolso e dando para ela um chaveiro. Era uma rosa branca, pintada de verde nas pontas das pétalas. Tinha uma pedrinha branca embaixo da rosa, e dela saiam várias bolinhas azuis.

–Percy, é lindo! – ela disse se pendurando em meu pescoço – mas o que quer dizer¿ a rosa com essa bolinhas? - ela perguntou

–Na hora certa você vai saber – eu disse, um tanto que filosófico, ela me lançou um olhar desconfiado.

–ok... Então é melhor irmos, Quíron não vai gostar nada se descobrir que não passamos a noite no acampamento – ela disse, tirando a areia dos shorts e se levantando, eu devo ter feito uma cara de pidão, porque ela sorriu se ajoelhou e me beijou. –Vamos, temos de ir.

–ok, ok, vou colocar a roupa do acampamento, venho já – eu disse cabisbaixo, ela se levantou junto comigo, mas enquanto eu ia pro chalé ela dobrou a toalha e voltou a fitar o horizonte. Coloquei a blusa do acampamento, bermuda preta e tênis, peguei a minha mochila e a de annabeth, “nossa” pensei quando vi a bagunça que tínhamos feito, “tomara que o Paul chegue aqui antes que a minha mãe”.

Saí do chalé, e lá estava ela me esperando com um sorriso estampado do rosto. Fechei a porta, e deixei a chave embaixo do tapete, onde ela sempre ficava.

–Nossa que eficiência cabeça de alga – Annabeth disse, olhando pra mochila dela que eu havia trazido.

–pois é, quando se tem uma loira chata e abusada como namorada, você tem de dar o seu melhor. – eu disse, ela fez cara de entojo, depois começou a rir e colocou os braços no meu pescoço, eu apoiei os meus na sua cintura .

–só você mesmo cabeça de alga, pra tentar me chatear num dia feliz como hoje – ela disse.

–Esse cara sou eu – eu falei abrindo os braços, então ela me beijou e tudo ao meu redor simplesmente deixou de fazer sentido, só o que tinha lógica era eu e annabeth bem ali, na praia juntos, mas ai ela interrompe o beijo, ah mais que droga.

–pera, como agente vai voltar para o acampamento? - ela perguntou, com uma expressão de dúvida naquele rosto lindo dela.

–Voando é claro – então eu assobiei, e um Pégaso negro pousou perto de onde estávamos, eu subi em Blackjack e estendi a mão para ela subir também, e assim ela fez, subiu e se segurou firme em mim.

–De novo não – Eu escutei ela sussurrar, então subimos. Voamos, e voamos, então de longe pude ver uma certa colina com um grande pinheiro. Aterrissamos na colina meio-sangue.

Obrigado blackjack! Eu disse, sabe tenho esse dom de falar com cavalos, sem precisar realmente falar, De nada chefe! Se precisar é só chamar! então ele voou, e eu não o vi mais.

–Voltamos! – annabeth disse.

–Voltamos, se bem que eu não queria ter saído de lá – eu disse, me virando pra annabeth e beijando-a.

–nem eu – Ela disse, entre os beijos.

–Olha que a agarração começou cedo – escutei uma voz atrás de mim, e como sempre fomos interrompidos, annabeth rapidamente parou o beijo, eu vi ela corada. Você deve estar se perguntando : “ei, quem interrompeu o beijo dessa vez? “ se você disse nico, você acertou! Eu realmente quero saber quantas vezes o nico vai atrapalhar meus beijos com Annabeth.

–Deixa eles Nico! – Bia, que estava ao seu lado o repreendeu, sabe, eu acabei de começar a gostar da bia.

–Mas, o quê que tem¿ tá cedo de mais pra pegação! –Nico falou indignado.

–Tá tudo bem Bia – Annabeth disse, eu olhei pra ela com um olhar do tipo “tá tudo bem nada!” ela me olhou com ferocidade, e eu fiquei com medo. Então ouvimos uns gritos, era Clarisse comemorando.

– o que aconteceu? - annabeth perguntou curiosa.

–Caça a bandeira, daqui a três dias – Bia respondeu calmamente e annabeth suspirou.

–Eu tenho que ir – Annabeth disse

–Nãão – eu falei, puxando ela devolta pelo pulso.

–eu tenho mesmo que ir, Atena contra Ares, se lembra? e aí, Hades está com agente¿ - ela perguntou ao nico.

–Mas é claro! – ele respondeu empunhando a espada.

–Deméter? - ela perguntou à bia

–bom, não sou a líder do meu chalé, mas tenho certeza que a kate vai querer seguir Atena – Bia disse com firmeza.

–Poseidon? - Annabeth perguntou, se dirigindo á mim.

–Pois é né, eu acho que dessa vez vou com ares só pra variar, afinal aquele lado é bem ma....AHHHH- Eu falei isso pra annabeth ser romântica e me beijar pra fazer eu parar de falar mas em vez disso ela deu um chute forte, bem forte na minha perna.

–Vamos tentar novamente... poseidon? - Ela perguntou em tom autoritário, enquanto eu estava abaixado segurando minha perna esmagada.

–Atena, Atena ,ok? - Eu disse.

–ok – ela falou e saiu correndo pra casa grande, enquanto isso nico TENTOU beijar bia.

–Está cedo demais para pegação – Bia disse irônica, e saiu andando, eu definitivamente gostava mais da bia agora.

–Mas, bia... – Nico saiu atrás dela, que casal maluco.

Agora eu tinha aula de montaria em pégasos, estava um pouco (muito) cedo mas mesmo assim me dirigi aos estábulos. Esse vai ser um longo dia.