O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 24
Capitulo 24 - A maldita blusa


Notas iniciais do capítulo

Olá *-*
Bem, tia Naty está muito sem tempo, então só digo que o meu atraso não foi por preguiça, mas sim por falta de criatividade! E, tipo, não gosto de postar qualquer coisa, sabem? :3
Bem, quero agradecer as divas que comentaram! Lindas *----* Não tivemos nenhuma recomendação, o que não me surpreendeu por causa daquele monte de ameaças de more e tudo mais rsrsrsrsrsrs' Enfim, neste capitulo vocês vão ver que não é o fim do mundo, Okay? Okay!
Bem, aproveitem *-* Ah, não se esqueçam de ler as notas finais, assunto importante!



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Pov’s Annabeth

Nunca imaginei que sentiria tanta falta do meu apartamentozinho mais ou menos! Sinto falta de tudo: da bagunça, do barulho dos vizinhos, das músicas ruins da Rachel, e até de ter que arrumar meu quarto e lavar a minha roupa. Sei que esses desejos não são comuns para uma adolescente com hormônios a flor da pele, mas eu daria qualquer coisa pra estar no meu apartamento.

Mas eu tenho que admitir: meus pais são incríveis.

Meu pai acabou se mostrando muito engraçado. Sendo um historiador, ele me conta tudo o que sabe sobre a antiguidade. É sempre bom estar um passo a frente sobre as novas descobertas. Mas meu pai meio que atua durante suas explicações. E, claro, sempre fazendo piadas.

Minha mãe eu fazemos varias coisas de mulheres juntas: fazemos unha, cabelo, maquiagem, tudo. A gente acaba fofocando sobre tudo. Ela me fala das nojentas que tenham no trabalho dela, e eu acabo fazendo das nojentas da escola. É sempre meio superficial, mas não deixa de ser divertido.

E tem a Héstia. Minha mãe a colocou como minha ajudante pessoal então ela acaba fazendo tudo pra mim. Eu sempre tento mandá-la deixar que eu faça, mas ela sempre nega. O máximo que faço aqui é ajudar Héstia a arrumar a minha cama. Mas nós acabamos nos divertindo juntas, já que ela sempre está presente nos momentos com a minha mãe.

É, a vida está boa pra minha preguiça (embora eu ainda quisesse fazer minhas coisas por mim mesma), mas a saudade está me sufocando. E olha que hoje é domingo, ou seja, tem apenas quatro dias que eu estou aqui.

Bem, não fui à escola nem na quinta nem na sexta-feira, então não vejo ninguém há quatro dias também. Recebo varias mensagens de varias pessoas durante o dia todo. Rachel me manda de cinco em cinco minutos do tipo “Como é aí?”, “Está gostando?”. Thalia me manda mensagens de morte. Luke me manda “cri-cri-cri” três vezes ao dia. Leo me manda toda hora um “Preciso falar com você”, ou seja, me liga ― pobre. Nenhuma dessas mensagens eu respondo. E tem o Nico, que liga todo minuto, a qual sempre ignoro e não atendo. Mas as piores são a do Percy...

Bem, eu diria que essas são as piores não pelo que ele diz. São as piores por serem as mensagens dele. Toda vez que ele me manda, fico imaginando seus olhos suplicantes, sua expressão suave e sua voz calma me perguntando se eu estou bem e isso me faz ter vontade de roubar o carro do meu pai e ir pro meu apartamento.

Mas eu não posso. É por ele mesmo que estou aqui.

Alguma coisa aconteceu comigo nesses dias que fiquei longe dele. De fato, sinto saudades de tudo. Mas a saudade que sinto dele é totalmente arrasadora. Às vezes fico parada só pensando nos nossos momentos bizarros que passamos juntos. Foram tão esquisitos e tão intensos que nem parecem ser reais.

Amanha vou ver todo mundo na escola, e fico imaginando o que vou dizer a respeito do meu sumiço repentino. E, bem, digamos que eu realmente tenho motivos pra não entender.

― Sabia que você está muito pensativa aí nessa janela? — era Héstia. Parada na porta do meu quarto.

― Oi, Héstia. ― digo, sem olhar pra trás ― Eu estava só... Pensando.

― Bom... ― ela caminhou até o meu lado na janela, que cabia nós duas e mais gente ― Então no que você estava pensando? Seus amigos? Escola?

― É, acho que é isso. Não falo com eles há dias. Eles ficam me ligando o tempo todo, mas eu nunca atendo ou retorno. Sei lá, é que... Mesmo estando com saudades, nunca sei o que dizer.

― Bem, que tal dizer o que lhe vier primeiro a cabeça? Acho que é logico. Se não quer falar por telefone, então espere até amanha. Tem aula, certo? E, aliás, são só seus amigos. Vão entender por que você não os atendeu.

― É, tem razão ― sorri.

― Ah, esses adolescentes e seus dramas ― Héstia sorriu, balançando a cabeça, saindo da janela e andando até um canto ― Annabeth, esta mala que você trouxe está fazia?

― Acho que sim.

― Vou conferir.

Fiquei olhando enquanto ela colocava a mala em cima da minha cama impecavelmente arrumada e abria. Até que ela puxou uma peça cinza escura a qual eu havia esquecido.

― Uau! ― Héstia a pôs sobre o nariz ― Perfume de homem. Hum. ― ela cheirou novamente ― E é bom! De quem é?

― Héstia... Não. Jogue aqui ― indiquei a mão a ela.

Acho que vou pegar minha certidão de nascimento agora mesmo, rabiscar meu nome antigo e nomear-me “Idiota Chase”. Como pude ter me esquecido disso, em? Será que não percebi que não deveria tudo estar escondido?

― E você disse que não tinha um garoto! Quer parar de me enganar desse jeito, Annabeth? Francamente! — Héstia sorria — Vai, me fala de quem é.

— É... — ai meus Zeus do céu, o que eu falo, o que eu falo, o que eu falo? — É... De um amigo meu.

Héstia me olhou sarcasticamente e com suas sobrancelhas finas arqueadas. Dou razão pra ela. Essa desculpa é mais antiga que o Coliseu de Roma.

— Sério? — ela disse.

— Sim, sim. — tentei controlar minha voz que tremia. — É... É do Luke. Lembra-se do Luke? Aquele loiro que namora a Thalia? Lembra-se dele? Pois é, é dele. Ele me emprestou e eu me esqueci de devolver. Vou devolver amanha. É.

Tomei-lhe a blusa de frio e coloquei-a involuntariamente sob o nariz, e o aroma daquele perfume invadiu minha mente.

Tudo bem que já deve estar meio logico nesse momento de quem é blusa de frio. É, é dele mesmo. O senhor Percy Jackson. E, não, eu não roubei como lembrança. Essa camiseta está comigo desde sábado noite ou domingo de madrugada, não sei. Bem, foi no dia em que Rachel desmaiou e foi para o hospital. Quando estávamos voltando para o apartamento ele me deu a blusa, por conta do frio. Depois disso, ele não a pediu de volta e eu também não a devolvi.

— Tá bem — Héstia ergueu as mãos em sinal de rendição. — É do Luke. Então acho melhor você devolver pra ele amanhã, não é?

— É... — tentei não soar tão nervosa — Vou devolver.

— Ótimo — Héstia bateu uma palma — Agora é hora de dormir.

— Ah, Héstia! — passei a camiseta pelos ombros — Está cedo!

— É, mas amanha você tem aula. — Héstia começou a tirar a colcha da minha cama — Anda, vamos lá! Sua mãe deixa você dormir a hora que você quer, mas eu não. Anda! Já escovou os dentes? Arrumou o material da escola?

— Héstia! Eu não sou mais uma criança! — mas me direcionei a cama e deitei-me lá. Héstia me cobriu.

— Boa noite, Annie — ela beijou-me a testa.

— Boa noite.

Héstia apagou a luz, saiu do quarto e fechou a porta. Vire-me para o lado oposto da porta, e tirei a camiseta dos meus ombros. A abracei, imaginando que era Percy quem estava ali. Minha saudade por ele parecia aumentar a cada segundo. Imaginei o que ele estaria fazendo agora.

Pov’s Percy

Nunca pensei que sentiria tanta falta de alguém do jeito que estou sentindo da Annabeth. Esses, com certeza, foram os quatro dias mais angustiantes da minha vida.

E estando aqui sozinho com a Rachel não ajuda muito.

Todos os dias ela pede pra mim dormir com ela. Simplesmente dormir, sem nenhuma segunda intenção. Eu vou, mas sempre que ela dorme, eu vou pro meu quarto. Fico pensando na vida, nos meus pais em Washington, na Annabeth...

Agora, nesse momento, eu estou aqui, do lado da Rachel. Ela dorme, respirando de leve, e fico imaginando o que eu estou fazendo com ela. Não é justo que eu esteja namorando com ela, mas pensando em outra pessoa. Não é com ela, e nem comigo. Eu tenho o direito de ser feliz. E se ficar com a Rachel não me permitir a felicidade, então eu tenho que terminar. Só que não consigo. Não sei se é por pena, ou por saber que a Annabeth nunca me perdoaria por isso. Ah, eu estou totalmente encrencado!

Tento desprender a Rachel suavemente do meu braço, com sucesso, e me direciono ao meu quarto. Pego o meu celular em cima da cama e olho vendo se chegou alguma mensagem. Nada. Annabeth insiste em não dar as caras. Mas isso não é só comigo. Pelo o que eu sei, ela não mantém contato com ninguém, nem mesmo com Rachel ou até o Nico — particularmente fiquei feliz com essa parte.

Preciso saber como ela está. Se ela foi mesmo pra lá, e os pais dela foram tão ruins quanto Rachel me disse, eles devem estar privando ela até de ligar pros amigos. Ah, meu Deus, só pode ser isso! Annabeth não deixaria de ligar pra Rachel por nada nesse mundo. Ah, não... Annabeth...

Pov’s Annabeth

Na manhã seguinte, Héstia me acordou com uma travesseirada.

— Hora da escola, mocinha, vamos acordar.

Hera sabe mesmo se livrar do sono de uma pessoa a essa hora da manha. Mas eu não me levantei. Virei do lado contrário ao que ela estava e coloquei a camiseta de Percy que estava ao meu lado embaixo das cobertas pra Héstia não perceber que eu dormi com ela.

— Annabeth, sem gracinhas. Levante, porque você vai demorar pra chegar a sua escola hoje, esqueceu? Você pediu o seu pai que não te tirasse de lá, e agora tem que ir. Vamos, levante.

Héstia falava sério agora.

— Vamos, Annabeth — Héstia me sacudia — Você precisa ir falar com seus amigos hoje. Não está com saudades deles? Devia ir vê-los, sabia? Eles devem estar até preocupados com você. Devem achar que você foi abduzida por alienígenas para um experimento com o cérebro humano, ou até morta mesmo.

Isso fez com eu me sentasse.

— Abduzida por alienígenas para um experimento com o cérebro humano? — questionei — Isso foi estranho.

— É, eu sei — Héstia deu de ombros — Mas, Annabeth, do que você tem medo? Tem alguma pessoa lá que você não quer ver?

Acertou na mosca!, pensei.

— Não, não é isso. — levantei-me, mas me certifiquei que a blusa de frio estivesse bem escondida sob minha coberta — É, sabe como é, Héstia. Os adolescentes, seus surtos com a preguiça, e coisas do tipo. Mas, esquece, já me animei, eu vou à escola, tá bem?

— Tá. — Héstia não parecia convencida. — Vá tomar seu banho e dessa pra tomar café.

— Sim, chefa! — fiz sinal de sentido, provocando uma gargalhada em Héstia e me dirigi ao banheiro.

Mais uma vez, eu penso que deveria trocar o meu nome. Porque, tipo, vai ser idiota lá na China, Japão, Alemanha, Nepal, que seja. Eu tinha que ter me lembrado que Héstia acabaria fazendo a minha cama, sabe? Mas eu não lembrei.

Quando voltei ao banheiro, enrolada em um roupão azul claro, Héstia havia arrumado minha cama, e sorria pra mim, com uma peça de roupa cinza na mão.

— Sim, do Luke. — ela disse, irônica e sarcástica — O que Thalia pensaria ao saber disso, em? Você, Annabeth Chase, dormindo com a blusa do namorado dela. Mas que coisa embaraçosa, em Annabeth?

— É... — cadê aquelas ideias malucas à lá Roberta Pardo quando você precisa de uma? — Eu coloquei aí pra não esquecer. É, é, foi isso. É que, tipo, eu tinha que lembrar de devolver hoje, sabe?

— Certo. Então porque você não liga pra ele e diz pra ela não ir com outra camiseta de frio, pra não ficar com duas. Sei lá, avisar é sempre bom. — Héstia me olhava maliciosamente.

Nesse ponto, eu cansei. Era lógico que ela não acreditaria em nada do que eu dissesse. Héstia me conhecia bem demais pra isso.

— Tá bem, Héstia, tá bem! — sentei-me na cama — Não é do Luke.

— Estava na cara, né? — ela sentou-se ao meu lado — De quem é então? Pelo jeito que você ficou nervosa, deve ser de alguém especial.

— Com certeza não é de alguém especial — eu disse, rindo por dentro da minha própria mentira. Se tinha uma coisa que eu sabia de verdade, era que Percy era realmente especial pra mim — É de um amigo. Que você não conhece.

— Só um amigo? Tem certeza?

— Tá, então digamos que, se é mesmo apenas um amigo que eu não conheço, porque não disse logo quem era esse amigo, ao invés de dizer que era o Luke?

Héstia, você realmente me pegou nessa.

— Sei lá. Faço as coisas por impulso — dei de ombros, disfarçando o meu nervosismo a se dissipar — Tipo, eu queria dizer alguém que você conhecesse. E, aí, não teria que explicar quem era o novato.

— Está vendo no que a preguiça te leva, Annabeth? — Héstia levantou-se — Mas coloque então logo na sua mochila, pra você devolver pra ele, então. Ele é da escola, certo?

— Okay, eu coloco lá pra você. Acabe logo de se arrumar, tá bem?

— Está bem, Héstia — sorri forçadamente.

Quando Héstia estava se virando pra colocar a maldita blusa de frio na bolsa, a porta do meu quarto se abre. Minha mãe, ainda de camisola e cabelos trançados, entra com um grande sorriso no rosto.

— Bom dia, minha filha! — ela diz — Está atrasada pro café.

Nesse meio tempo, Héstia já tinha escondido a blusa atrás das costas, sem muito progresso. Aliás, os olhos que Héstia arregalava denunciaria qualquer coisa. Minha mãe, muito esperta, logo percebeu isso, é claro.

— O que está escondendo aí, Héstia? — ela apontou acusatoriamente para as costas de Héstia.

— Ahn? Escondendo? — Héstia perguntou, a voz trêmula.

— É, aí atrás. — minha mãe disse — O que é isso?

— É... Uma peça de roupa, Sra. Atena.

— É? Deixe-me ver.

Héstia olhou pra mim pedindo ajuda. Eu ergui as sobrancelhas com cara de “mostre logo” e foi o que Héstia fez. Minha mãe pegou blusa.

— Hum. — ela avaliou a blusa com cuidado. — É de garoto. De quem é?

Sabe aqueles momentos em que a gente se entrega com uma facilidade absoluta? Pois é, foi isso o que eu e Héstia fizemos. Nós duas respondemos ao mesmo tempo:

— Minha — eu disse. Mas Héstia disse: — De um amigo dela.

Minha mãe ergueu as sobrancelhas e fez cara de confusa. Então, eu e Héstia embaraçamos ainda mais as coisas. Dissemos ao mesmo tempo.

— De um amigo meu./ É dela.

Minha mãe sorriu como se não acreditasse.

— Bom, decidam-se. — ela disse.

Héstia já ia começar a explicar quando eu a interrompi.

— O que nós tentamos dizer, mãe, é que essa camiseta era de um amigo meu. O Leo, lembra-se do Leo, aquele magrinho? Pois é, ele me deu a camiseta um dia, porque disse que ficava grande demais, sabe? Então, tipo, era dele, mas agora é minha.

Se o Percy estivesse aqui, já teria detectado a minha mentira. Minha mãe não conhecia direito o meu lado mentiroso, mas sua expressão era de quem não estava acreditando em nada.

— Okay — ela deu de ombros, me entregando a blusa — Não entendi porque tanto nervosismo pra me falar isso, mas tudo bem. Ele te deu a pouco tempo, né? Ainda tem o perfume dele. Você devia lavar ela talvez. Sei lá, o perfume é bom, mas ainda é de homem.

Sorri forçadamente.

— Ata, eu vou colocar pra lavar.

— Deixe que eu coloco pra você — minha mãe me estendeu a mão.

— Não — disse, quase em pânico — Eu coloco mais tarde.

— Está bem — ela deu de ombros, já se direcionando a porta — Não se atrase, está bem?

— Okay, mamãe. Já vou descer.

Ela saiu do quarto. Eu e Héstia demos um suspiro de alívio.

— Olha — disse Héstia, apontando pra blusa — Eu não sei de quem é o dono disso, mas seja quem for, e digo isso por causa dessa sua decisão de mantê-lo anônimo pra todo mundo, se a blusa dele está causando tudo isso de confusão, eu não quero ver ele aqui pessoalmente.

Ri com isso. Héstia tinha total razão. Percy Jackson tinha esse poder magico de me meter em confusão mesmo não estando aqui.

— Bem, seja lá quem for, devolva logo — ela pegou a camiseta da minha mão e a jogou na minha mochila — Ah, e não pense quem eu não quero saber quem ele é.

Dei de ombros.

— Por mim. Não é ninguém muito importante — quanta mentira!

— Que seja. Se arrume logo, e dessa.

— Tá bem, tá bem.

Fui ao closet, vesti a minha roupa, arrumei o meu cabelo em um trança lateral e fui tomar café da manhã.

Meus pais conversavam sentados à mesa, tomando café. Minh mãe com o roupão do camisola e meu pai em roupas normais do dia a dia, o que mais uma vez me deixou feliz. Minha mãe passava manteiga em uma fatia de pão, enquanto meu pai lia o jornal e tomava café.

— Mas foi terrivelmente horrível, Frederick. — minha mãe dizia — Eu só queria que ele me ajudasse a derrubar os papéis que ele mesmo derrubou. Francamente, quem começou a transgredir a ética das coisas foi ele e não eu.

— Sim, Atena. — foi falando o meu pai — Mas digamos que você também fica um pouco irritada demais com certas coisas.

— O que disse? — minha mãe apontou a faca pra ele, cheia de manteiga, de brincadeira. — Está me chamando de estourada, Frederick?

— Eu? — meu pai se auto indicou, sarcástico — Claro que não, querida.

— Hã, sei — minha mãe voltou a passar a manteiga no pão — enfim, foi tudo culpa dele. Fico me perguntando como existem pessoas com esse grau mínimo de noção.

— É, pois é.

— Qual é a fofoca da vez, mãe? Quem foi a vítima que a senhora ganhou a briga de debate ético? — eu fui dizendo, dando a volta na mesa, beijando o rosto do meu pai e da minha mãe e em seguida sentando-me no meu lugar.

— Ah, foi um senhor que encontrei em uma cafeteria em Washington. — ela contou — Ele derrubou todas as pastas ao tentar fazer um número romântico pra esposa, eu acho. E se recusou terminantemente a me ajudar a recolher, dizendo que eu coloquei s coisas na frente dele. Francamente, né? E, neste momento, eu estourei e comecei a discursão. Ganhei, é claro — ela abriu um sorriso orgulhoso.

— E ele recolheu? — perguntei, bebendo um gole de suco de goiaba.

— Sim. Mas foi esposa dele que o obrigou. Muito simpática ela, sabe? E muito elegante. Ao contrario do marido que parecia um pescador que ficou no mar por dias com as mesmas roupas, saiu e nem ousou troca-las. Toda amassada, ela estava. E ainda se intitulou empresário — minha mãe torceu o nariz — Sei, grande empresário.

Eu e meu pai rimos com isso. Minha mãe não era barraqueira, longe disso. Ela só gostava de mostrar porque estava certa. Tipo, eu meio que herdei isso.

— Bem, e como era o nome? — questionei.

— Nem me lembro no momento. Pouco importa, não é?

— É.

— Bom, a conversa está excelente, mas nós precisamos ir, não é mesmo Annabeth? — disse o meu pai — Faltam dez minutos pra percorrer alguns quilômetros até sua escola. Se você tivesse me deixado te transferir, chegaríamos em menos de cinco minutos.

— Papai, sabe muito bem que eu não quero ficar longe da Rachel, não é? — eu disse, me levantando — Tchau mamãe. — Passei por ela e lhe dei outro beijo na bochecha.

— Tchau — ela disse, enquanto mordia uma torrada.

— Vamos pai.

***

— Tenha uma boa aula, filha — meu pai disse, enquanto eu abria a porta.

— Vou tentar, mas eu já estou atrasada — fechei a porta com uma batida muito forte — Opa, desculpa! Tchau, pai.

Sai correndo antes da resposta. Enquanto eu corria até a entrada, consegui ver de longe a minha velha estacionada. Então, pensei: já estou atrasada mesmo, o que custa ir dar uma olhada? Me direcionei até ela.

— Oi, minha linda — eu disse, enquanto passava a mão e dava uma volta completa, verificando se havia algum arranhão que não estava lá antes. — Tudo perfeito.

Depois disso, eu fui pra dentro. A inspetora não ficou feliz comigo perambulando a toa pela escola, e também não acreditou na minha história de horário livre. Ponto pra ela. Depois disso, ela me deu uma ocorrência verbal e mais nada. Aí eu pude continuar perambulando.

Depois de muito tempo, toca o sinal e todos são liberados para o intervalo. Trinta segundos depois, Leo, Luke, Silena, Jason, Piper, Hazel, Frank e Beckendorf me acham.

— Annie — Silena me enforca em um abraço — O que aconteceu? Porque sumiu?

— Calma, eu vou explicar — eu disse, ao conseguir respirar de novo.

— É bom mesmo, mamãe — disse Léo — A minha nave espacial já estava quase pronta pra ir salvar você dos extras terrestres que te abduziram.

— Desculpe, meu super herói. — eu sorri — Eu conto o que ouve.

— Então conte logo, coisa loira sem juízo, Gaia mumificada! — Thalia apareceu no meio daquele monte de gente ficando de frente pra mim.

— Calma, Thalia — eu não consegui parar de sorrir. Vê-los era tão bom — Foi o seguinte.

Contei a eles que agora estava morando com os meus pais. Disse que estava passando muito tempo com eles e que acabei esquecendo o meu celular na mala e não dava para escutar as chamadas. Ele suspiraram aliviados e me senti culpada por mentir. Mas depois começou a chuva de perguntas.

— Desde quando você está com eles?

— Porque quis ir morar lá?

— Eles são legais?

— Onde moram?

— Ei, eu também tenho uma pergunta: será que dá pra me dizer com todos os detalhes porque você NÃO ATENDE A DROGA DO TELEFONE?

Rachel abriu caminho pela turma e com uma cara quase tão mortal quando a da Thalia. Bem, quase. Então ela parou ao lado da mesma, e continuou me olhando assim.

— Não atendo ligações de estranhos — eu disse, quase sorrindo.

— Eu não costumo errar chamadas — ela estava quase rindo também.

— Pra tudo existe uma primeira vez — ergui as sobrancelhas.

— Espertinha — ela riu e me abraçou.

Foi quando consegui olhar atrás dela e ver quem estava lá. Seus olhos verdes brilhavam tanto que achei que cegariam todos ali. Ele não sorria, mas era obvio que estava se segurando muito pra isso. Percy me olhava fixamente.

Então, ao lado dele, surgiu Nico di Angelo. Os dois se viliaram e quando Rachel me soltou, Nico veio me abraçar. Eu o abracei de volta, mais não consegui tirar o olhar de Percy, que parecia estar tentando enfocar Nico com os olhos.

— Annabeth, eu já estava acreditando no Leo. — Nico disse, ao me soltar — Eu achei que você tinha sido abduzida por ETs.

— Há! — Leo bateu palmas — Ele já tinha até comprado passagens pra ir dar um passeio na minha nave espacial.

— É, mais ou menos.

Eu ri e tentei parecer casual.

— Bem, então esses ETs moram aqui em Nova York, comem comida de humanos, tem empregos de arquiteto e historiador, e são meus pais. Me desculpem, queridos, mas acho que eu também sou uma ET.

Eles riram. E, então, o sinal tocou.

— Hora da aula. — Luke anunciou.

— Avá — Thalia disse e passou o braço em torno dele.

Meus amigos foram de dissipando e indo em direção as suas salas. Eu fui me dirigindo até minha sala, sem me lembrar de que Percy estaria logo trás de mim, pois tínhamos o mesmo horário. Bem, ele realmente estava atrás de mim, mas não se aproximava e nem falava nada. Fomos pra sala e assistimos a aula.

***

Na hora do almoço, enquanto todos almoçavam, eu fui até o meu armário, colocar aquela maldita blusa de frio ali dentro. Foi completamente difícil esconde-la em todas as aulas.

Quando eu já ia voltar para o refeitório, ouço barulho de porta se abrindo e sou puxada pra dentro de um armário de zelador.

O lugar era completamente empoeirado e cheio de caixas de papelão, vassouras, e produtos de limpeza. Cheirava a desinfetante e mofo. Mas o cheiro ficou muito melhor quando senti um corpo se chocar contra o meu.

Ele me abraçou apertado e eu descobri na hora quem era. Me enrosquei em seu pescoço, passando a mão por seus cabelos e sentindo seu perfume. Eu não queria sair daquele abraço. Queria ficar ali pra sempre.

— Senti sua falta — ele me disse. — Não parei de pensar em você um segundo.

Eu também, eu queria dizer.

Então, finalmente nos separamos. Ele olhava pra mim com certa expectativa.

— Desculpe por isso — ele disse — Só achei que tinha direito.

— Tudo bem — eu disse.

Seguiu-se um silencio constrangedor. Imaginei qualquer tipo de coisa pra falar, mas o que saiu foi.

— Rachel este seguindo dieta direito?

— Ah — Percy riu. — Porque não estou surpreso que você tenha perguntado isso?

— É meio que muito previsível — sorri.

— Ela está bem. Eu a vejo tomando todos os remédios e comendo nas horas certas. El teve uma consulta com a psicóloga na sexta a noite. Ela não me disse nada, é claro.

— Então está tudo bem?

— Creio que sim.

— Ufa! — suspirei, muito aliviada.

Depois disso sentei-me encostada na parede, os joelhos erguidos. Percy sentou-se ao meu lado, como eu esperava.

— Então... — ele foi dizendo — Seus pais a tratam bem?

— Meus pais são totalmente incríveis, Percy. — eu fui logo dizendo — Você não precisa se preocupar com eles. Muito menos comigo.

— Tá, eu sei. Mas é que... — ele hesitava.

— O que? — virei-me pra ele.

Ele suspirou.

— Olha, Annabeth, eu espero que você entenda que... Se você acha que se afastando de mim vai conseguir o que você quer, está totalmente enganada. Tudo o que está conseguindo é o contrário do que você quer.

Eu suspirei. Foi quando percebi que nada do que eu fizesse agora o afastaria de mim. O estrago já estava feito. Para ambos.

— Vou continuar tentando. — decidi — Sou teimosa demais pra desistir fácil.

Ele começou a balançar a cabeça de um lado para o outro. Depois, um sorriso foi se formando devagar em seu rosto. E, dali, surgiu um riso. Uma pequena gargalhada.

— O que foi? — perguntei.

— Não disse nada. — Ele olhou pra frente, ainda rindo.

— Quer falar logo?

— É que... Bem. Talvez queira saber que sua teimosia só me encanta mais. Se quiser mesmo que eu deixe de gostar de você, vai ter que nascer de novo.

Olhei pra ele, revirando os olhos, enquanto ele erguia as sobrancelhas mostrando seu sorriso e seu olhar sarcástico. Naquele momento, eu morri de vontade de beija-lo.

— Olha, Percy — eu disse, com toda a minha paciência — Eu quero que fique claro uma coisa: não fique atrás de mim em momento nenhum, Okay? Se você continuar com isso, eu peço ao meu pai pra me transferir.

— Annabeth...

— Não vou falar de novo.

Assim, com um aperto enorme no meu coração, eu me levantei e saí do armário do zelador. Lutei fortemente contra lágrimas que saíam. Andei sem rumo, até que esbarrei em uma pessoa.

— Annabeth, o que foi? — Era Thalia.

— Nada — disse eu, limpando os olhos.

— Nada o caramba! — disse Thalia — Me fala.

Apesar da ordem, sua voz era super preocupada.

Tudo isso estava me consumindo por dentro. Eu precisava conversar com alguém a respeito disso. Se fosse outra coisa, eu iria de cara falar com a Rachel. Mas ela era um dos problemas. Então, o alguém mais indicado era Thalia. Além disso, nós estávamos recomeçando, certo?

— Venha comigo até a casa dos meus pais no final da aula — eu disse — Aí eu te conto tudo.


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Notas finais do capítulo

Bem, não me batam, eu corro! kkkk' Bem, não ficaram sem se ver, tá bem? Tá bem? u.u

Bem, gente, o que eu queria falar é o seguinte: sua tia Naty está estudando pra uma prova muito importante no dia 30 de novembro. “E pra que é esse prova, Naty?” Bem, essa prova é pra ingressar em uma escola técnica que trabalha junto com o Ensino Médio. “Idae, Naty?” E daí que a Naty precisa muito passar nessa prova pra ser alguém na vida! “E o que isso tem a ver com a gente, Naty?” É que, é o seguinte: a tia Naty pode chegar a atrasar as fics porque estará muito ocupada estudando pra essa prova que vai cobrar matérias do 6º ao 9º ano, então vai ficar muito puxado. “Mas você já não atrasava, coisa tonta?” É, mas agora eu tenho um motivo. E, tipo, eu não quero abandonar a fic! Nem essa e nem minhas outras duas! Mas vou fazer de tudo pra postar pelo menos duas vezes ao mês! Tá bem? Então, tipo, vai ser pouquíssimo tempo, porque, depois que eu fazer a prova, já vou estar de férias! E, se eu passar, as aulas só começam em abril! Tipo, VOU TER UM TEMPÃO PRA POSTAR REGULARMENTE PRA VOCÊS *-* Bem, era isso! Ah, pessoal que lê a minha "Loucuras na Adolescencia", sim, o recado é igualzinho, Okay? kkk' Fiquei com preguiça e fiz Ctrl+C e Ctrl+V hihihih'

Alguém aí já leu o Sangue do Olimpo? EU NÃO, MUNDO CRUEL! Sem mais spoilers do que eu já sei, Please! kkk' Eu comprei terça passada e ainda não chegou pra mim ler... Sabe o que é quase entrar em um colapso de ansiedade? Pois é, mais ou menos isso! u.u

Por hoje é só queridos e queridas! Não se esqueçam dos meus reviews, Okay? Beijos da Naty ♥