Sob o Brilho da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 10
Capítulo 10 - Desejos


Notas iniciais do capítulo

Eu sei cuidar dela, garoto! Nunca te disseram para não se meter em negócios de família?
Eu não estava de muito bom humor com Damon, então, sem me preocupar com o que Matt pensaria, eu soltei um comentário.
— Você não é da minha família, Damon Salvatore!
Damon esticou o braço, pegando minha mão e me puxando para longe de Matt. Ele me encostou junto ao casaco de couro negro, e eu não resisti. Com uma mão em minha cintura e a outra ajeitando meu cabelo atrás da orelha, Damon falou:
— De uma maneira ou de outra, anjinho lindo, um sangue como o meu corre nas suas veias.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/44019/chapter/10

Eu só sabia que precisava sair correndo daquele lugar. Sabia que precisava fugir. Fugir para longe de todos.

Virei de costas e corri para longe, o mais rápido que eu pude. Algumas quadras á frente, Matt parou o carro e desceu.

-           Ei, o que ouve com você?

            Eu apenas o abracei e desabei. Eu chorei tanto, tanto que a camiseta dele ficou toda molhada. Eu não podia explicar porque e não conseguia encontrar nada para falar, então, eu apenas chorei. Matt não perguntou nada, apenas me ajudou a entrar no carro e dirigiu até sua casa. Nós descemos e ele me levou até a cozinha. Eu me sentei em uma cadeira e deixei o rosto cair sobre meus braços cruzados. Algumas lágrimas depois, eu senti as mãos suaves de Matt, alisando meu cabelo. Ele beijou minha testa suavemente, dissipando um pouco da dor que eu sentia. Eu não conseguia entender porque ele tinha feito aquilo. É claro que ele não gostava de Lexi, mas matá-la? Isso era baixo até mesmo para Damon.

            Quando eu consegui ordenar meus pensamentos o suficiente para dizer algumas palavras e tentar parecer menos boba para Matt, eu levantei minha cabeça e sequei o rosto com as mãos.

-           Me desculpe – eu disse – eu sei que parece bobagem, mas...

            Matt me interrompeu, antes que eu conseguisse terminar a frase.

-           Não importa o que tenha sido, se te fez chorar, então, não pode ser bobagem.

Era tão fácil confiar nele, era tão bom e tão adorável estar com Matt. Eu olhei fundo em seus lindos olhos e decidi que ele merecia pelo menos o mínimo de entendimento sobre o que havia acontecido no grill.

-           Matt, eu não sei muita coisa á respeito do meu passado. Achei que hoje eu saberia, mas infelizmente, eu perdi a única oportunidade. Por isso estou tão triste.

Matt deslizou as mãos em meu rosto e encostou sua boca na minha. Seu toque era tão consolador, tão doce, que eu fechei meus olhos por alguns instantes, sentindo o toque dos seus lábios nos meus.

Eu poderia ter ficado mais tempo ali, junto dele, mas a campainha nos despertou.

Matt levantou-se a foi até a porta, quando voltou, ele nem precisava ter dito nada. Seu rosto me disse o que eu tinha mais medo de ouvir.

-           Seu primo quer te ver. Ele veio para levá-la.

Embora eu soubesse perfeitamente de quem estávamos falando, eu fiz a pergunta mesmo assim.

-           Qual primo?

-           Damon!

-           Matt, eu não quero falar com ele!

Eu soltei as palavras mais por pirraça do que por vontade, a presença de Damon era como um imã me atraindo para ele.

            -           Tem certeza?

            Eu fiquei analisando a pergunta por um instante – é claro que eu não tinha certeza! Eu não tinha nenhuma certeza do que eu estava dizendo. A verdade é que eu queria ir lá, queria que ele me desse uma explicação decente. Queria saber que ele não tinha feito aquilo apenas por maldade, mas no fundo, eu sabia que não poderia esperar nada menos de Damon.

            Matt me arrastou da minha confusão mental, repetindo a pergunta.

-           Ayllin, você tem certeza? Porque se quiser, eu posso ir e dizer a ele que não quer vê-lo.

Eu respirei fundo diante do inevitável.

-           Não, tudo bem. Eu vou falar com Damon, ele não é do tipo que aceita não como resposta.

Andei pela casa com Matt abraçando meus ombros. Meu rosto estava vermelho e meus olhos ainda marejados de lágrimas. Matt parou comigo, junto á porta e me perguntou mais uma vez se eu queria mesmo falar com Damon, me disse que poderia me levar para a pensão quando eu estivesse pronta. Antes que eu agradecesse, Damon nos interrompeu.

-           Eu sei cuidar dela, garoto! Nunca te disseram para não se meter em negócios de família?          

Eu não estava de muito bom humor com Damon, então, sem me preocupar com o que Matt pensaria, eu soltei um comentário.

-           Você não é da minha família, Damon Salvatore!

Damon esticou o braço, pegando minha mão e me puxando para longe de Matt. Ele me encostou junto ao casaco de couro negro, e eu não resisti. Com uma mão em minha cintura e a outra ajeitando meu cabelo atrás da orelha, Damon falou:

-           De uma maneira ou de outra, anjinho lindo, um sangue como o meu corre nas suas veias.

Matt não percebeu nada, ou se percebeu, fingiu não entender e se despediu de mim com um sorriso confortador. Eu queria saber a quem aquele garoto havia saído? Ele sem dúvida poderia ser um anjo – e um anjo bem melhor do que eu, diga-se de passagem.

            Eu entrei no conversível de Damon em silêncio. As lágrimas ainda descendo e formando um caminho brilhante pelo meu rosto e pescoço. Damon dirigiu também em silêncio até que saímos da estrada e paramos perto do antigo cemitério.

-           Olha Ayllin, eu sei que eu não sou santo, mas desta vez, eu realmente não consigo entender. Pode me explicar porque você está com tanta raiva de mim?

                        Eu não respondi, minhas bochechas estavam queimando de ódio. Além de tudo, aquele garoto imbecil ainda era irônico. Damon continuou.

-           Você nem conhecia a garota direito, além do mais, eu fiz o que você mandou, eu protegi Stefan. Você sabia que a delegada estava começando a unir as coisas?

                        Damon tentou se aproximar de mim, eu não permiti. Desci do carro antes que a mão dele tocasse minha pele, e andei até a beira do velho rio. Eu podia ouvir os passou lentos dele em minha direção, mas eu não queria me mover, eu nem mesmo sabia o que pensar. Por um lado talvez, Damon tivesse falando a verdade, mas em se tratando dele, sempre existia a possibilidade de ser apenas manipulação.

                        Ele caminhou a passos humanos até bem próximo de mim. Próximo o suficiente para que meu corpo registrasse o calor de Damon. Ele ergueu a mão e a colocou sobre meu ombro, tentando me virar de frente para ele, eu resisti, ele não insistiu. Deixou apenas a mão pousada sobre meu ombro.

-           Eu sei que você não confia em mim, mas eu tinha nenhuma outra razão para matar aquela garota. Eu só pensei que seria bom se ninguém suspeitasse de Stefan, ou de mim.

                        Sua voz era doce e sincera. Não havia vestígios do monstro que morava naquele garoto. Eu tentei entender a perspectiva de Damon, enquanto ele continuava a explicação.

-           Ayllin, eu ás vezes não te entendo! Desculpe mas eu não posso ler os seus pensamentos, embora quisesse muito. Por favor, Ayllin?

                        Sua voz era quase um sussurro em meu ouvido. O doce movimento do ar com as palavras que saiam da boca dele; quente e delicado. Faziam cócegas em minha pele. Eu soltei meu corpo contra o de Damon, ele passou as mãos por minha cintura e encostou o rosto no meu.

-           Eu não sei o que eu fiz, mas não queria te magoar. Eu sei que não foi certo matar Lexi, mas não me diga que não entende. Não me diga que ela era mais importante do que Stefan. Eu sei o quanto você o ama.

            Eu me virei de frente para ele, e deixei que meus olhos encontrassem os de Damon. Ele aproximou o rosto do meu e tocou meus lábios com os seus. Eu o queria tanto que chagava a doer. Foi um beijo tão triste, tão sofrido. Não era fácil para nenhum de nós o que estava acontecendo. Apesar de não ter sido planejado, nós não conseguíamos mais disfarçar, a verdade é que estávamos apaixonados.

-           Não é isso Damon! É só que...

            Eu continuei em silêncio, enquanto Damon passeava os lábios em meu rosto.

-           É só que o que, Ayllin, me diga.

-           Lexi sabia sobre o meu pai. Ela o conhecia. Ia me contar tudo depois da festa.

            Damon parou o carinho de repente. Suas mãos seguraram meu rosto entre elas. Eu não conseguia decifrar o que seu rosto dizia. Ele estava indecifrável. Aos poucos, algumas palavras saíram de seus lábios.

-           Eu não sabia.

            Culpa! Era culpa que ele sentia. Em algum lugar dentro de Damon, existia ainda algum vestígio do garoto que ele foi um dia. Em algum lugar, perdido dentro de muito sofrimento e ódio, existia um homem maravilhoso, pelo qual eu estava completamente apaixonada.

            Eu baixei meu rosto, encostando-o no peito de Damon. Ele me abraçou carinhosamente e beijou o alto da minha cabeça.

-           Você nunca se importou com seu pai, Ayllin, eu não entendo.

-           Ultimamente, nem eu tenho entendido, Damon. Tantas coisas mudaram em minha vida, tantos detalhes. Não sei o que pensar, mas de alguma maneira, eu me senti menos sozinha, quando pensei nele. Miguel me disse que as coisas nem sempre são o que parecem, eu só pensei que talvez... Ah, deixa para lá! Nada vai mudar o passado.

            Damon levantou meu rosto entre suas mãos. Pela primeira vez, desde que eu o conheci, seus olhos eras profundos e amáveis. De um verde tão intenso, tão suave, que eu poderia me afogar no fundo deles. Damon deixou um sorriso suave escapar em seus dentes brancos.

-           Eu vou descobrir tudo, não importa, eu prometo. Eu prometo Anjinho. Prometo que vou descobrir tudo.

           Meu coração transbordou com amor das palavras dele. Eu quase não conseguia creditar que tudo aqui tinha saído daqueles lábios. Os lábios quentes e sensuais de Damon, meu monstro. Eu deixei uma pequena lágrima escapar dos meus olhos.

-           Não, esqueça! Eu não me importo Damon. Não me importo com mais nada. Só o que importa é que você está aqui. Está aqui de verdade, pela primeira vez, sem nenhuma intenção, apenas você.

            Eu o abracei e fiquei na ponta dos pés, para que minha boca alcançasse o ouvido de Damon. Eu o acariciei com meus lábios, primeiro no pescoço, depois na orelha e enfim, eu falei.

            -           Não importa, eu só quero você.

                        Eu havia agido sem pensar, isso era um fato. Eu não medi o que meu carinho poderia fazer em Damon, mas logo eu descobri. Suas mãos seguraram firme minha cintura e Damon me apertou contra ele. Sua boca me beijava faminta e deslizava por toda a extensão de meu pescoço ombros. Eu não podia negar o que Damon produzia em meu corpo, não podia mentir que eu não o queria, que eu não o desejava. Damon não parou, e eu não pedi que parasse.

                        Ele me segurou em seus braços e caminhou pela floresta com a velocidade de vampiro que tinha. Não demorou nem um segundo, estávamos no quarto dele. Damon me deitou na cama e deitou seu corpo sobre o meu. A suave pressão de seu peso sobre meu corpo agitava todo o meu interior. Eu queria tanto ele, queria tanto Damon.

                        Ele soltou o zíper do meu vestido e o deslizou para baixo. A luz era fraca e mesmo sabendo que Damon enxergava bem sem luz, o fato de estarmos quase no escuro não me deixou ter vergonha de estar apenas de calcinha. Seus olhos acompanharam cada curva do meu corpo. Seus olhos eram to quentes, tão doces que eu sentia o calor deles sobre minha pele. Damon me beijou, colocando seu corpo forte ainda mais contra o meu.

-           Linda! Linda! Linda! Você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida. Eu te quero tanto Ayllin, eu quero você desde o primeiro dia que eu te vi. Desde aquele encontro estranho, no meio da floresta. Desde aquele dia, eu nunca mais consegui tirar o seu rosto da minha mente. Você é como uma maldição para mim.

                        Eu pensei em muitas coisas quentes e sensuais, coisas que eu realmente estava sentindo. Eu queria ser forte e quente e saber exatamente o que fazer, mas a verdade é que eu era uma boba! Boba e inexperiente. E mais que isso, quanto mais o desejo por Damon aumentava, mais o medo aumentava junto. Eu estava completamente apavora de pensar no que iria acontecer – Ok, eu sabia o que iria acontecer, eu sou um anjo, mas não sou de outro mundo! A única coisa que eu consegui deixar sair dos meus lábios foi:

            -           Eu estou com medo.

                        Damon parou os carinhos no mesmo instante. Olhos nos meus olhos e sorriu. Seus olhos eram ainda doces, embora a excitação os tivesse deixado um pouco mais escuros e sensuais. Ele me beijou delicadamente.

            -           Não quer fazer amor comigo?

                        Eu toquei minhas mãos na pele da barriga dele, e o segurei junto a mim. Damon soltou um gemido baixo.

            -           Eu quero Damon, quero muito. Mas eu nunca... nunca...

                        Ele me interrompeu.

            -           Você nunca fez isso.

            -           É!

-           Tudo bem. Nós temos a eternidade mesmo, eu posso esperar mais um pouco. Só quero te pedir uma coisa.

            -           O que quiser Damon.

-           Fica aqui comigo. Dorme aqui, na minha cama, eu prometo que não vou fazer nada, mas quero sentir a sua pele junto da minha. Quero dormir com seu cheiro no meu corpo.

             Eu deslize minha mão por sua barriga, indo em direção aos ombros e levanto a camisa dele comigo. Damon a tirou e me abraçou. O contato de sua pele quente sobre a frieza da minha, era eletrizante. Como uma erupção vulcânica.

             Damon estava ofegante, e obviamente fazendo muito esforço para se manter controlado – não que estivesse sendo fácil para mim, mas, vá lá, eu sou um anjo. Ou pelos menos, ainda sou!

            Ele me abraçou e me aconchegou em seu corpo, na cama quente e macia. Não existia nenhum espaço á ser preenchido entre mim e Damon, nossos corpos quase nus entrelaçados, nossas bocas se tocando, se conhecendo. Nada poderia ser melhor. Damon encostou a boca em minha orelha e sussurrou:

-           Minha!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!