Desventura Divina: A Jornada de Ouro escrita por Lady Meow


Capítulo 5
A deusa da sabedoria nos dá conselhos


Notas iniciais do capítulo

Hello Sweeties
Tudo bem?
Eu iria deixar para postar e escrever esse capitulo daqui a muito tempo, mas o review de uma das novas leitoras me motivou a escrever e postar esse capitulo antes. Agradeçam a ela :3



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RONNIE

Estávamos dentro de um ônibus que nos levaria para próximo da livraria. Já estávamos em Washington e não iria contar tudo o que havia acontecido para nós chegarmos até ali, pois seria um capitulo inteiro gasto só para isso, era melhor deixar as palavras para contar coisas mais importantes.

– Ronnie, sem querer ser curiosa de mais, mas qual é essa tal maldição da sua família que eu mencionei durante aquela conversa? Que tipo de maldição? – Disse Valentine, tirando os fones de ouvindo.

– Bom, essa maldição atormenta minha família há muitos séculos. Começou com o casamento de Emily Casttle e Cornelius Del Francisco, quando eles decidirem criar uma nova família. Ele era meu tatatatatatatatatataravô, um inventor nato e famoso, até a ambição e seu orgulho ultrapassarem o limite máximo e causar dor e sofrimento em algumas pessoas. Digamos que todos os herdeiros dele – até mesmo eu – temos sério problemas com nosso orgulho e nossa cede de ambição, nossa maldição começa com isso: a família Vega era famosa em toda a Espanha e o mundo por seus grandes inventores ao longo dos séculos. Mas todos eles que pertenciam a parte dos inventores morreram de forma trágica ou sofreram acidentes inexplicáveis: suas próprias criações se voltaram contra seus criadores. – Fiz uma pausa – Somente alguns raros conseguiram se livrar dela, como minha tia adotiva Rosella que decidiu abrir mão do legado – desastroso – dos Vega para uma vida de luxo à custa de um milionário americano. A maldição ainda existe e continua com os últimos herdeiros de Cornelius Vega. Ou seja, eu e a minha mãe. Mas, acredito que ela antes de desaparecer tenha se livrado dessa maldição idiota, já que suas cicatrizes nas mãos já haviam cicatrizado. Ao contrário de mim – Tirei as luvas de couro, revelando varias cicatrizes espalhadas pela mão ainda recentes em carne viva, mesmo que tenham aparecido vários anos atrás. Valentine pareceu impressionada ao vê-las – Horríveis não? É uma de lembrarmos sempre de nossa maldição caso sobrevivermos. Tenho várias outras espalhadas pelo corpo. Acho que ganhei minha primeira quando eu tinha dois anos. – Coloquei as luvas de volta – Seja como for, essa maldição vai morrer comigo. Pode apostar.

– Acho que chegamos. – Disse ela se levantando. Descemos em um ponto de uma rua movimentada. Ventava bastante, uma ou duas folhas de jornal foram jogados pelo vento contra mim. Por sorte estávamos em frente ao prédio da Livraria Atenas.

Era uma espécie de mansão, com paredes pintadas de marrom e vários detalhes arquitetônicos nas fachadas das janelas. Lindo até para quem não gostava de arquitetura como eu. Fazia sentido. Livraria Atenas -> cidade grega que recebeu esse nome em homenagem a deusa Atena -> deusa da sabedoria e da arquitetura. O nome da livraria denunciava tudo.

– Vamos nessa! – Eu disse arrumando minha blusa. Valentine ajeitou a boina. Acho que causar boa impressão era um passo importante.

Empurramos os portões pesados de carvalho e entramos em uma espécie de hall. Encostada na parede havia uma mesa e atrás dela um homem de terno, um tipo de mordomo ou coisa parecida.

– O que desejam senhoras? – Perguntou ele saindo de trás da bancada. Estendeu as mãos para nós e as apertamos.

– Hm... Precisamos de certo livro. – Falei.

– Mas antes, se quiserem dar seus casacos...

– Ah, claro – Deixei minha blusa e Valentine a sua jaqueta com o serviçal que as pendurou no porta casacos

– Sigam-me, madames – Disse ele, nos guiando por uma série de corredores.

– Madames? Acho que eu estou começando a gostar – Ela sussurrou. Eu assenti.

Paramos em frente de outro par de portas duplas. O senhor que deveria ter cerca de 60 anos fez um sinal para que esperássemos e entrou. Depois de ouvirmos um “mande-as entrar”, ele apareceu de volta nos chamando para dentro. Meu coração pareceu querer sair da boca quando vi o interior daquela sala.

Paredes de tamanho infinito cercavam a sala de formato oval. Elas pareciam não ter fim. Subiam até não conseguir ver mais. Mas do lado de fora do casarão não havia um telhado?

No meio da sala havia uma única mesa de madeira (igual as bibliotecárias usavam). Uma mulher lia um livro atrás dela. Ela tinha cabelos escuros e os olhos cinza. Graças a sua aura poderosa, deduzi que ela era uma deusa.

Entramos na sala fazendo algumas reverencias, pois achei que fosse certo. Ela acenou para as duas cadeiras em frente à mesa. Obedecemos em silencio.

– Lady Atena. – Começou Valentine – Nós precisamos de...

A deusa fez um sinal com a mão para que ela parasse. Largou o livro em cima da mesa e passou as mãos nos olhos, demonstrando cansaço. Quando vi de perto seus olhos cor de tempestade, eles estavam um pouco inchados... Ela havia chorado?

– Não precisa contar tudo, querida. Eu já sei. Vocês precisam de algumas paginas daquele livro não é?

– Sim, mas... – E então me lembrei de que ela era uma deusa.

– Nós precisamos tirar cópias de algumas páginas desse livro. E achamos que teria um exemplar dele aqui...

– Ah, sim. Temos um desse aqui. Esperem aqui, vou busca-lo. – Disse Atena se levantando

– Tão simples assim? Vamos ganhar o livro assim tão fácil? Sem passar por nenhum teste ou nada do tipo? – Eu disse.

– Acho que um teste agora seria desnecessário. Se fosse para serem testadas, isso já teria acontecido há algum tempo, quando vocês decidiram completar a Jornada de Ouro e morrer para salvar o acampamento. E apesar da pequena relutância que vocês tiveram – Essa parte foi especialmente dirigida a mim – Acabaram passando por um teste de coragem, bravura e até mesmo sabedoria.

– Então não vamos ter enfrentar nenhum monstro ou coisa parecida? – Concluiu Valentine

– Agora não. Mas a jornada não é apenas uma forma de mostrar que são fortes e que não têm medo de se sacrificar por uma causa melhor, é mais do que isso. É uma forma de dizer que estão preparadas tanto fisicamente quanto psicologicamente para enfrentar qualquer coisa. De ultrapassar todos os limites que vocês achavam que existiam. Tentar abandonar o medo.

– Minha mãe dizia que não podemos abandonar o medo, apenas o contorna-lo e fazer com que fique a nosso favor – Interrompeu Valentine.

– Talvez isso. – Ela empurrou a cadeira em direção à mesa e limpou a barra de sua blusa cinza. - Vocês entenderam o que eu quis dizer sobre o verdadeiro significado da jornada?

– Sim – respondemos em coro.

– Eu sabia que sim. – Atena abriu uma gaveta da mesa e tirou dela uma pasta de papel, nos entregando em seguida. Era as paginas do livro que precisávamos – Era isso que queriam não?

– Mas como você... – Eu disse surpresa.

– Não é uma atitude muito inteligente você revelar seus segredos, Veronica – E então tomou um ar mais sério. – Lembre-se do que eu disse sobre como serão seus próximos dias. – A deusa chamou o mordomo – Por que o senhor não as leva para a estação mais próxima?

– Sim senhora, vou pegar o carro. Sigam-me novamente, meninas. – Saímos. Quando me virei, ela não tinha mais a aparência de uma mortal comum, tinha quase 3 metros e vestia uma armadura. Estava se transformando em uma espécie de luz muito forte. Foi sorte a porta ter fechado antes, pois estaria cega caso visse a transformação por inteiro.

Saímos de dentro da biblioteca/mansão, o clima e o tempo ainda eram os mesmos. O criado tirou um carro de uma das vagas do estacionamento. Era bonito e simples, ao mesmo tempo luxuoso e sofisticado. Sua cor, para variar, era cinza.

– Entrem – Ele abriu a porta do banco de atrás e nós entramos. Logo o carro já começava a rodar pelas ruas da cidade.

– Esquecemos de perguntar, mas qual é o seu nome? Você não me é estranho – Valentine Perguntou

– Jaques Roux. E você deve ser Valentine Laurent? Filha de Annemarie Laurent? Achei que nunca mais veria uma de vocês! Sinto muito pelo que aconteceu com ela... – Respondeu ele

Lancei aquele olhar de: “quem é esse ai?” para Valentine. Ela entendeu.

– Ronnie, esse é Jaques, ele era motorista particular do dono da agencia de viagens em que minha mãe trabalhava na França. – Apresentou.

– Prazer em conhecê-la. – O carro parou. Estávamos parados em frente à estação de trem. – Chegamos.

Dei um abraço em Jaques antes de embarcar, dessa vez, deixei a pasta com as paginas bem protegidas. Escolhemos o ultimo vagão novamente, esse tinha algumas mesas. Aproveitamos que estávamos sozinhas e trancamos a porta que dava acesso a esse vagão pelos outros.

Colocamos as folhas na mesa, uma caneta, marca texto e alguns outros papéis que achamos nas mochilas e montamos uma espécie de mesa de estudos. Precisamos saber por onde e como começar a jornada.

– Para começo da conversa, acho que temos que encontrar alguma coisa! – Disse Valentine

– Encontrei uma parte eu fala sobre isso – Peguei uma das folhas cujos alguns trechos estavam grifados e comecei – Segundo os mitos, para completar a Jornada de Ouro, devia-se encontrar as adagas de diamante e da maneira mais sábia para matar o gigante de pedra que guardava as ruinas da cidade destruída com elas – no nosso caso, um acampamento –. Mas, o paradeiro das adagas até hoje é um mistério, já que ninguém jamais completou a Jornada de Ouro.

– Mas, por onde a gente começa? Como vamos encontrar essas adagas?

– Eu tenho uma pequena dica sobre isso. – Nico apareceu do nada em cima da mesa, espalhando algumas folhas pelo chão. Será que aquele cara não poderia aparecer nos lugares de uma forma menos fantasmagórica? – Ouvi boatos no Mundo Inferior que essas adagas estão guardadas em uma espécie de baú que só pode ser aberto por uma espécie de chave, cujo paradeiro só pode ser mostrado se encher um Vaso Estelar com a água do rio Lete. Quem disse que um cara morto não seria útil?

– Esta bom, Sr. Sei-de-Tudo. Você venceu e provou que pode ser útil mesmo estando morto. Só não tem premio. – Eu disse. Não suportava quando ele tentava ser o melhor em tudo. Nico di Angelo deveria ser sinônimo de Irritante.

– Isso foi uma espécie de elogio no estilo Ronnie Vega? – Ele inclinou o corpo até estar cara a cara comigo.

– Não esqueça que um elogio no estilo de Ronnie Vega é uma maneira disfarçada de querer dizer que estou procurando uma maneira de te mandar de volta para o submundo. Problema? – Respondi recostando na cadeira e colocando meus pés sobre a mesa.

Nico iria me responder, mas Valentine entrou no meio.

– E eu estou procurando uma maneira de fazer vocês dois começarem a agir como adultos e não como duas crianças birrentas que não se gostam! Ronnie tira os pés de cima da mesa e Nico, sai de cima dela. Agora. – Ela revirou os olhos – Desse jeito vamos perder todo o nosso trabalho de pesquisa. Mas como vamos pegar esse vaso estelar e um pouco de água desse tal de Rio Lete?

Bom, sei que isso pode parecer estanho, mas eu realmente gostava de implicar com ele. Era uma maneira de me afastar da estranha sensação de que o conhecia de algum lugar, que começou a me perseguir desde que vi ele nesses últimos dias. Mas onde eu tinha visto? Belisquei meu braço por de baixo da mesa para fazer minha atenção se voltar pra conversa.

– O Rio Lete fica no Mundo Inferior, eu não posso trazer nada de lá e somente filhos de Hades podem ir para ir e retornar de lá com vida. – Ele olhou para mim, deveria estar pensando em me mandar para lá, só que sem retorno ou vida. – E é necessário capturar uma estrela e a fazer virar um vaso.

Pegar um pouco de água de um rio no submundo era fácil comparado a pegar uma estrela e transforma-la em um vaso. Como é que a gente pega uma estrela?

– E existe um jeito de eu ir para lá? – Perguntou ela.

– Existem algumas passagens, mas elas ficam muito fora de mão para nós. A melhor forma é a viagem pelas sombras. – Respondeu ele.

– E você vai comigo, não vai?

– Infelizmente eu não posso. Todos por lá estão ficando irritados com as minhas vindas para cá. Não vou voltar lá por muito, muito tempo. Eles não confiam em minha, acreditam que eu estou usando o que escuto para aprimorar os planos de nossa inimiga. Eles nunca confiam em pessoas como nós, irmã.

“Eu não confio em você mesmo”. Pensei. Meus pensamentos ficaram mais fortes que a minha vontade de parar com essa implicância idiota que eu havia adotado. Aff.

– Então vou ter que ir sozinha? Mas eu nunca fiz viagens longas como essa e ainda tem a grande probabilidade de eu errar... – Ela se desesperou.

– Não é tão difícil assim, Tine. Basta se concentrar no lugar onde você quer ir e puuf. Já estará no destino escolhido. Eu sei que você consegue. – Nico deu umas batidinhas no ombro dela, um forma de encoraja-la.

– Espera ai, e você? Onde vai ficar? – Perguntei para ele.

– Com você. Vamos pegar uma estrela e fazer ela virar um jarro. – Percebam que eu disse “Onde” e não “Com”.

– Sério mesmo? – Eu mereço. Argh! – Eu e você? Juntos? Deixem eu ir com você Tine, por favor! – Implorei.

– Por mais que eu não queira isso, você tem que continuar viva para completar a jornada, esqueceu? – Ele disse.

– Estraga prazeres! – Resmunguei.

– Já param de flertar um com outro desse jeito estranho? – Disse Valentine se afastando – Tudo bem, eu vou, mas se eu ficar presa e não voltar, a culpa vai será toda sua ouviu, Nico? E como eu encontro vocês quando voltar?

– Certo. Você só precisa pensar em algum de nós e desejar ir para o lugar em que estamos – Ele respondeu. Ela fechou os olhos e começou a se concentrar. O barulho entre nós foi diminuindo, ou melhor, caindo, com a temperatura. Como havia ficado frio. As luzes se apagaram.

De repente, sombras começaram a rodeá-la até que desaparecesse. A temperatura e as luzes voltaram em seguida.

– E então, aonde vamos “pegar” essa estrela?

– Espero que você não tenha medo de altura ou... de brinquedos.

– Como? – Para variar, ele ignorou minha pergunta.

– Arrume essas coisas. Nossa parada é a próxima.

Eu e o garoto fantasma que eu odiava iriamos encontrar uma estrela. Só não sabia como.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor, Divulguem a fic, falem para seus amigos que gostem de fanfics de PJO, anunciem em um avião ou sei lá. Sem comentários, mais o próximo capitulo vai demorar para sair.
Tchaau Sweeties ;)



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