POV Jace

Entrei eu uma casa que aparentava estar vazia, arrombei a porta e levei Alec para o sofá da sala, ele estava mancando e se apoiava em mim.

Ele tentou erguer a calça para ver a ferida, fracassando no ato.

–Tire as calças Alec. –Disse.

–O que?!

–Você quer morrer? Tira logo a droga da calça. Como se eu nunca tivesse te visto de cueca... –Falei para ele que me respondeu com uma careta, mas mesmo assim tirou a calça preta de couro.

Vasculhei a casa e peguei um pano para limpar a área do corte. Sua perna estava vermelha e as veias estavam saltadas no meio havia um pequeno buraco onde a flecha provavelmente atingiu. Limpei o corte e fiz um Iratze.

–Bela cueca, aonde você pretendia ir com ela? –Apontei para sua cueca azul com glitter. –Sou seu Parabatai e você nem me conta que esta trabalhando em um strippclub!

–Pare de olhar! E, além disso, conviva semanas com Magnus para ver o que suas roupas vão virar.

–Uhmmm então você trabalha para o Magnus strippclub, não é? Não precisa falar mais nada! Quanto você esta cobrando?

–Por que você está tão interessado em meus preços? –Alec disse vestindo a calça novamente.

–Então admite ser um stripperhunter?

–Pornhunter. –Ele disse me fazendo rir. –Mas se quiser um horário comigo vai ter que entrar na lista... –Ele falou, ficamos escutando por um tempo apenas o barulho da batalha.

–Obrigado. –Falei olhando para ele.

–Pelo que?

–Por tudo Alec, você foi e é meu irmão, me deu apoio em todos os momentos da minha vida! Ninguém além de você conseguiria me fazer rir em um momento desses. Você fez tudo por mim, mesmo sabendo que eu não merecia. Sem você eu não seria nada. Você é a melhor coisa na minha vida! –Eu disse e abracei-o.

–Você sabe o quão importante é para mim? –Ele disse. –Desde pequeno nunca fui à pessoa mais simpática, mas você nunca se importou e sempre esteve ao meu lado, você é a melhor parte de mim. –Ele falou. –Não se preocupe, Clary vai ficar bem, ela é forte.

–São poucas as pessoas que fizeram com que eu me sentisse amado e importante você e Clary são as principais, perder qualquer um dos dois seria como perder a mim mesmo.

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POV Izzy

–Vampiro idiota, achou que conseguiria me controlar. –Simon, ou o que restou de Simon falou. –Como você está feio sem mim Jonathan.

–Você continua um idiota. –Ele falou.

–Vocês são tão ingênuos, pensando que conseguiriam me ganhar. –Ele disse rindo. –Vocês deveriam saber que essa guerra já tem um vencedor, e não são vocês.

Tentei caminhar em direção a ele, mas minha perna ardia muito. Por um segundo pude ver os olhos de Simon novamente, ainda tinha esperança, Simon não desistiria tão facilmente.

–Simon! Eu sei que está ai, você é nossa única chance, eu te amo! –Gritei para ele.

–Lightwoods são tão irritantes... Garotinha ingênua ele não es... –A parte má de Simon falou, mas não completou, ele se curvou como se tivesse levado um chute na barriga. –Mas que porra é essa? –Ele falou colocando os braços no seu corpo.

–Izzy! –Simon, o real Simon, gritou para mim. –Eu também te amo. –Ele pegou o isqueiro que ainda segurava. Simon podia ser resistente ao sol, mas não ao fogo. Ele acendeu e tacou fogo em si.

Em questão de segundos os demônios começaram a desaparecer. Jenna e Jonathan vieram em minha direção um apoiado no outro.

–Você esta bem Isabelle? –Jenna pediu me ajudando.

–Minha perna esta doendo. –Falei e ela pegou sua estela, rasgou minha calça e curou a grande ferida de minha perna, depois a de meu braço.

Jonathan fez as próprias runas depois às de Jenna. Olhei para o resto da batalha, havia inúmeros corpos no chão e os outros que ainda estavam de pé se esforçavam para se manter assim, alguns faziam suas runas outros já iam para o hospital.

O caos acabou, é claro que sempre terá demônios com os quais lutaremos, mas estamos vivos, passamos por isso.

Na verdade, eu estou viva, Simon se foi e deixou um vazio em meu corpo, mas não seria capaz de chorar na frente de qualquer pessoa.

Maia veio em minha direção e me abraçou, ela já tinha lagrimas nos olhos. Eu não podia negar, meus olhos ardiam tentando evitar as lágrimas. Mas a realidade me atingiu como um soco, Simon se fora.

Sai correndo, qualquer lugar me lembraria de Simon, mas quanto mais sozinha eu estivesse, melhor.

Corri pelas ruas de Idris, mais do que devia já que minhas pernas não estavam nas melhores condições. Corri até me perder, um lugar em que nem mesmo eu sabia onde estava, uma colina que dava visão para toda a cidade. Chutei a árvore e arranquei alguns galhos dela, eu sei que a natureza não tem nada haver com minha raiva e tristeza, mas foda-se.

Deitei na grama e senti suas pontas tocando em meu corpo dormente. Tentava não pensar em Simon, mas não consigo nem quero esquecê-lo. Pegei minha estela e fiz a runa de luto. Senti a dor, não da runa, mas sim a minha, a dor no meu coração, a dor de perder o único homem que realmente amei, a dor de perder Simon.

Depois de alguns minutos escuto passos, mas não me dou nem o trabalho de saber quem é.

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POV Jace

Alec estava fazendo piadas para tirar minha preocupação, e sim, estava funcionando.

–Ei escute isso. –Ele falou.

–Não estou escutando nada.

–Isso mesmo! Acabou Jace! –Ele se levantou e me abraçou.

–Mas como isso? Quem será que ganhou?

–Quem você acha Jace? Em todo caso vamos dar uma olhada.

Alec me puxava escada abaixo, ele atalhou por alguns becos e conseguimos ver os caçadores se curando, abraçando, comemorando, chorando, havia vários corpos caídos no chão. Uma figura com cabelos pretos familiares passou meio correndo meio mancando por nós e entrou no beco ao lado.

–É Isabelle! Vamos. –Alec disse me puxando.

Depois de corrermos por diversas ruas saímos de Alicante e começamos a subir uma colina que mais parecia uma montanha.

Chegamos ao topo e nos deparamos com uma Isabelle chorosa e sensível deitada na grama fofa da colina, percebi a runa que estava em seu braço. Izzy havia perdido alguém.

Sentamos-nos ao seu lado.

–Simon ele, ele se sacrificou por nós... Eu o perdi... –Ela disse em meio aos soluços, eu e Alec a abraçamos como quando éramos crianças e ela ficava braba quando perdia depois ela ficou forte, fisicamente e mentalmente, só a vi desabando desse jeito quando Max morreu. As lagrimas rolavam de seu rosto como cascatas. Não me aguentei e comecei a chorar também, logo nós três estávamos chorando. Ficamos até tarde lá, observando Idris se reconstruir aos poucos. Tijolo por Tijolo, nunca mais seria a mesma, todos perderam pessoas importantes, sempre passaremos por momentos difíceis e temos que aprender a suporta-los.

Só saímos de lá quando todos nós estávamos parcialmente bem o suficiente para encarar a dor e a destruição.