Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 8
Never Trust a Duck


Notas iniciais do capítulo

PESSOAL, DESCULPA A DEMORA.
Sei que eu demorei :| Mas me desculpem... e eu só estava com falta de imaginação... e um pouco de falta de interesse também. Mas não é falta de interesse na fic, falta de interesse em TUDO, entendem? Faz maior tempão que eu nem sequer saio do quarto porque fico só lendo, dormindo e comendo, isso é praticamente o que eu venho fazendo nos últimos dias. Mas agora, mesmo que eu não queira sair do quarto ainda, eu vou atualizar as fics.
Mesmo assim, acho que o capítulo está bom: fofinho e com Jace em todas as cenas, o que nos leva à perfeição - bem, talvez não a perfeição, mas... AH, leiam aí c:



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Taki's. Esse era o nome do - segundo Jace - melhor restaurante de todas as dimensões. Bem, eu tinha que concordar que tinha um ótimo café, pelo menos.

— Você não pode estar falando sério! - falou Jace, um momento depois que eu contei onde iria passar o meu "glorioso" Natal. - Você é mesmo filha de Jocelyn Fray? Bem, eu deveria ter previsto... Mesmo cabelo ruivo, mesmos olhos verdes...

— Mesmo sobrenome - brinquei. - Você pode ser inteligente às vezes, mas você escorregou nessa, Jace.

— Bem, é que geralmente, quando eu estou com você, estou distraído demais pra pensar usando minha total e magnífica inteligência que eu herdei da família Herondale.

Eu estava agradecida pelo sarcasmo dele naquele momento, se ele só houvesse dito "Bem, é que geralmente, quando eu estou com você, estou distraído demais pra pensar direito", eu teria que arranjar uma resposta tão fofa quanto aquilo. Mas ele acrescentou "usando minha total e magnífica inteligência que eu herdei da família Herondale", então eu me limitei a bufar para ele.

— O que está achando do restaurante? Bem melhor que aquele em que você e seu amigo com uma leve cara de rato vão - ele falou, depois de um tempo.

— O nome dele é Simon, Jace. Simon Lewis, e ele é um ótimo amigo... E não tem cara de rato.

— Na verdade ele daria um bom rato - ele continuou.

— Talvez - não pude evitar sorrir, por algum motivo que eu não sabia exatamente.

Nós ficamos em silêncio por um momento, até que a garçonete finalmente chegou. Ela tinha lindos olhos azuis que direcionaram-se diretamente para Jace, acompanhados de um sorriso de perfeitos dentes brancos. Acho que eu devo confessar que tive vontade de chutar ela para fora dali.

— Olá, Jace - ela falou. - Onde estão Alec e Isabelle?

— E por que isso seria importante? - Jace perguntou, sem olhar para a garota diretamente, o que me fez reprimir um sorriso. Ah, qual é, aquilo era engraçado. - Bem, o que você vai querer, Clary?

A garota pareceu reparar pela primeira vez em mim. Ela se virou para me encarar e seu sorriso perfeito se desfez, dando lugar a um estranho brilho em seus olhos azul-claríssimo.

Eu suspirei e olhei mais uma vez para o cardápio.

— Faz tempo que eu não como burritos, e hoje é a Sexta-Feira Mexicana - falei -, então me traga um burrito desses do número 4 com pedaços de bacon e um copo médio de refrigerante de limão.

Ela anotou impacientemente e se virou para Jace, que falou com desinteresse com ela. Depois que a garota se foi, Jace se virou para mim e sorriu.

— Ela acha que ainda temos uma chance - ele falou.

Pisquei por um momento.

— Não sei se eu entendi direito, Jace.

Ele riu e olhou de esguelha para a lanchonete de olhos lindamente azuis.

— Nós já saímos uma vez e ela acha que eu caio de amores por ela do mesmo jeito que ela faz por mim, mas ela é muito... sei lá, ela gosta de manipular as pessoas, parece com as fadas dos mitos, se você reparar bem.

Por um momento eu apenas fiquei lá encarando ele. O que eu poderia dizer?

— Fadas não são legais? - perguntei, já me sentindo idiota.

Para a minha surpresa, ele respondeu com certa seriedade:

— Não se você reparar direito.

— Ah, tanto faz, elas não existem mesmo... Mas são legais de desenhar.

— Você gosta muito de desenhar, não é mesmo?

— Gosto da arte em geral - eu senti minhas bochechas corarem. - Do que você gosta, Jace... Ei, espera, você me disse agora que seu sobrenome era Herondale.

Ele sorriu.

— É, eu falei.

— Mas no dia em que eu te conheci você se chamava Jace Wayland.

Jace suspirou, ainda sorrindo. Por que ele tinha sempre que estar olhando diretamente nos meus olhos?

— É uma história complicada, no mínimo.

— Bem, temos algum tempo, não é?

No mesmo momento em que eu acabei de dizer isso, um prato com um burrito aterrissou bruscamente na mesa a minha frente, quase arrancando fora meus dedos. Eu olhei para cima, encarando os olhos azuis da garota que eu não tinha nenhuma vontade de saber o nome. Ela parecia meio com raiva de me ver ali.

— Seu pedido, senhorita – ela falou, depois colocou o refrigerante de limão ao lado do prato e serviu Jace. - Aqui está, Jace - falou com uma voz mais agradável.

Ela ficou lá por mais algum momento, mas tanto eu quanto Jace a ignoramos, então ela saiu. Eu iria pedir para Jace me explicar todo o negócio com o sobrenome dele, mas deixei aquilo para lá, afinal eu precisava pensar em algum assunto para conversar com ele na casa dos Lightwood.

Nós ficamos em silêncio por um momento, mas, depois de algum tempo, Jace disse:

— Sabia que as suas sardas aqui - ele tocou minha bochecha com um dedo longo e fino - formam o padrão de uma espada?

Primeiro eu apenas franzi as sobrancelhas, mas depois estava rindo, e Jace também.

— Minhas sardas são muito especiais, você sabe - comentei, imitando um tom casual.

— Raramente sardas ficam legais nos rostos das pessoas, eu acho, mas nos seus elas são tão perfeitas a ponto de me lembrarem espadas.

— Parabenize a minha mãe por ter uma filha como eu.

— Me lembre de fazer isso quando ela for passar o Natal lá em casa.

Eu encolhi os ombros por um momento. Esse pensamento ainda me deixava com medo. A tal Isabelle não me parecia muito amigável, na verdade, parecia totalmente o contrário disso. Ela tinha olhos escuros ameaçadores e era - como a maioria das pessoas com mais de doze anos - muito maior do que eu.

Confesso que houve uma noite em que eu fiquei imaginando a seguinte cena quando eu fosse para a casa Lightwood: eu, acordando no meio da noite num pesadelo, saindo para fazer algo para comer, encontrar Jace e passar o resto da noite tendo o tipo de conversa agradável com ele que eu estava tendo agora, mas tomando chocolate quente em vez de estar comendo burritos.

Seria o tipo de madrugada praticamente perfeita, embora eu não goste de admitir isso.

— Mal posso esperar - falei, quase esquecendo de que estava ali com Jace naquele exato momento.

— Você já conheceu Isabelle, certo? Bem, ela é muito terrível, e Alec é sonâmbulo, uma vez ela quase esfaqueou a mãe dele enquanto ela dormia, sorte que Robert acordou a tempo.

Eu devo ter realmente arregalado os olhos, porque ele riu alto e depois disse:

— Eu estava brincando, Alec e Izzy são legais. Pelo menos para mim eles são.

Balancei a cabeça para ele, tentando esconder meu rosto corado entre meu cabelo vermelho abaixando a cabeça para encarar o meu prato.

— Que tal irmos ao Central Park depois daqui? - Jace perguntou depois de um momento.

— Me parece uma boa coisa.

— Apenas me garanta uma coisa.

Franzi as sobrancelhas e encolhi os ombros.

— O que? - perguntei.

— Lá não tem patos, tem? - ele perguntou, como se fosse uma coisa muito importante.

Não pude evitar rir durante alguns minutos, mas Jace permaneceu sério, como se não entendesse o por que eu estava fazendo aquilo. Depois de algum tempo me recuperando, eu falei:

— Você estava... falando sério?

— Sim - ele respondeu. - Por que não estaria? Patos são malignos! Eles estão esperando o momento certo para matar todos nós e dominarem o mundo. Nunca confie num pato

Eu ri um pouco novamente e balancei a cabeça. Depois de algum tempo revirei os olhos para Jace e terminei o meu burrito. Quando eu coloquei a mão no bolso para pegar o dinheiro, Jace me interrompeu e disse:

— Com o meu perfeito senso de cavalheirismo, eu sei que devo pagar e vou fazer isso.

— Já ouviu falar de feminismo? - perguntei.

— Se eu já ouvi falar? Eu convivi durante muito tempo com Isabelle Lightwood, ela é o feminismo em pessoa!

Eu sorri.

— Mesmo assim ainda acho que devo pagar o meu jantar.

— Isso não importa, eu pago.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele chamou uma garçonete - não a com os lindos olhos azuis, mas uma com um cabelo loiro escorrido e olhos escuros -, pediu a conta e pagou, dizendo que ela poderia ficar om o troco.

— Vamos para o Central Park - ele estendeu a mão para mim e eu a segurei. Estava muito quente ao toque.

Nós andamos juntos até o lado de fora.

***

Jace estava apontando para mim todas as constelações visíveis da onde estávamos sentados.

— Ursa Maior - ele apontou por fim, a última das constelações. - E aquele punhado de estrelas ali - ele apontou outra, que não deveria ser uma constelação oficial - parece com o padrão de espadas que as suas sardas bonitas formam.

Eu sorri.

— Você ama mesmo espadas - falei.

— E as suas sardas também, principalmente colocadas no seu rosto bonito.

Eu senti novamente meu rosto corar, e agradeci a escuridão leve. Jace estava sentado ao meu lado no banco, um braço apoiado nos meus ombros. Eu estava até mesmo hesitando em me mexer, com medo de estragar aquele "clima" perfeito que estava ai. Não sei se poderia chamar aquilo de clima, mas era uma ótima coisa para se estar participando, enfim.

— Você também tem um rosto bonito - falei, meio que sem ideia de como continuar a conversa. - E, por favor, não diga "Eu sei disso".

— Mas eu sei...

— Você é convencido demais, Jace Wayland... Ou Jace Herondale?

— Também há a opção Jace Lightwood.

— Eu não posso lidar com tantos sobrenomes assim, cara.

— Você pode escolher o que você mais gosta.

— Ah, tudo bem, eu prefiro Herondale.

— Então pode usar esse, embora não sejam todas as pessoas que usem.

Eu continuaria a conversa super interessante sobre sobrenomes, mas nesse momento eu virei para encarar os olhos de Jace, e simplesmente não consegui falar mais nada. Estavam tão dourados naquela escuridão iluminada somente por postes de luz que eu me sentia quase hipnotizada por eles.

Embora eu não saiba como, um momento depois eu estava mais próxima de Jace, nossos narizes se tocando levemente enquanto nós encarávamos um os olhos do outro. E, depois, não só nossos narizes narizes estavam se tocando, mas nossos lábios também. Os dele eram tão macios que a ideia de desgrudar dele me parecia loucura. Foi um beijo calmo, afinal estávamos em local público e havia algumas pessoas ali, mesmo que já estivesse de noite.

Mesmo assim, acho que eu teria o beijado por muito mais tempo se não fosse uma estranha dor na panturrilha. Eu me afastei de Jace, o rosto inteiro queimando, para olhar para baixo e ver o motivo da minha dor.

Vai soar totalmente esquisito, mas havia um filhote de pato (logo um pato, veja) mordendo minha perna. Eu o afastei com um movimento da perna, e ele se afastou com sons de reclamação na direção do lago no meio do Central Park. Eu fiquei encarando. Como aquilo era possível? Será que o pato havia se sentido ofendido porque eu estava beijando um cara em público.

Eu me virei para Jace. Ele estava com um sorriso, mas parecia meio assustado, também encarando a ave enquanto ela se afastava.

— Eu disse - Jace falou, e depois se virou para mim. - Nunca confie num pato.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vocês perceberam lá no começo o negócio do Simon e do rato, porque, se vocês são mesmo Caçadores de Sombras, irão entender u.u Na verdade, vocês tem que ser um verdadeiro Caçador de Sombras pra entender o capítulo em geral... mas, se não fossem, não estariam lendo a história, então... Enfim, espero que tenham gostado :)
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