Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 7
Anxiety


Notas iniciais do capítulo

Olhem quem arrumou um tempo para postar o capítulo no meio de todas essas provas o/ EU.
Enfim, aí está, e mesmo que não seja o que vocês esperavam, eu espero que gostem c: Boa leitura, o próximo capítulo deve vir na sexta, porque amanhã tenho que estudar para duas provas e ler o livro de Literatura também (dia cheio demais pro meu gosto).
Boa leitura ^^



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— Agora você resolveu ligar para mim?

Pude ouvir o suspiro de Simon do outro lado da linha, mas não me importei. Era ele quem era idiota sem motivos e eu que levava a culpa? Não, eu não iria me desculpar.

— Clary, quantas vezes eu vou ter que pedir desculpas? – ele insistiu.

— Trinte e sete – falei.

— Tudo bem então. Desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe. Está bom assim?

Não pude evitar sorrir.

— Ok, eu te desculpo por ser tão boboca – falei, tossindo um pouco por conta da fumaça que entrava pela janela. Poluição idiota.

— Obrigado. Então, que tal irmos a algum lugar na semana que vem?

Mordi o lábio inferior. Droga. Como eu poderia contar para Simon sem que ele desse piti de novo? Bem, talvez ser direta e seca desse certo.

— Não vai dar, vou passar a semana que vem inteira na casa dos Lightwood – falei rápido demais.

— Que droga de nome é esse?

— É o sobrenome de... Isabelle e Alec Lightwood.

Houveram alguns segundos de silêncio do outro lado da linha. Eu estava com medo de que eu ficasse brigada com Simon de novo. Era quinta-feira, penúltimo dia de aula. Eu estaria “viajando” no domingo. Mal conseguia conter o nó no estômago.

— Você está brincando, certo? – ele perguntou, rindo nervosamente.

Pigarreei, tentando explicar de um jeito mais... suave, eu acho.

— Simon, é só uma pequena semana de Natal – murmurei.

— Com Jace, aquele cara que você quase não conhece. Afinal, sua mãe por acaso sabe que você vai para lá?

Cerrei os punhos. Ele era ótimo em me deixar com raiva nos momentos mais inoportunos.

— Simon, para a sua informação, é minha mãe que quer ir até lá. Ela conhece uns tais Maryse e Robert Lightwood, os pais de Alec e Isabelle. E lembra? Você achou a Isabelle uma gata, por acaso você não tocou nesse assunto!

Houveram alguns segundos de silêncio em que eu fiquei encarando a janela do meu quarto, olhando para o prédio do outro lado da rua. Como Simon podia ser tão idiota?

— Tá, tanto faz. Como sua mãe conhece esses caras?

— Tenho cara de quem sabe? Eu não faço a mínima ideia. Não tô nem aí.

— É verdade, para ficar um tempo perto daquele cara você iria até mesmo se ele fosse o filho de um terrorista procurado, não é, Clary?

Revirei os olhos. Desde quando meu melhor amigo ficava agindo daquele jeito?

— Quem olha de fora acha até que você está meio com ciúmes – brinquei, saindo do quarto e caminhando até a cozinha.

Minha mãe estava indo visitar um cliente para acertar detalhes de uma encomenda para o final do ano que renderia a ela renda extra, e Luke havia dito que o movimento na livraria dele estava muito intenso, então eu estava sozinha em casa. Eu convidaria Simon, mas não estava com vontade de me irritar nem um pouco.

Falando em Simon, ele havia ficado meio mudo do outro lado da linha.

— Simon – chamei, impacientemente. – Seu gato comeu sua língua?

— Você sabe que ele seria capaz de fazer isso, provavelmente – ele comentou, aparentemente nervoso.

Franzi a testa, mas dei de ombros. A noite estava se aproximando. Era melhor eu estudar para a prova do próximo dia.

— Tenho que desligar – falei. – Vou dar uma olhada na matéria de Biologia. Vai para o colégio amanhã?

— Vou.

— Por que faltou antes de ontem?

— Rebecca teve um problema na faculdade e minha mãe dirigiu às pressas até lá, então eu tive que ir junto.

— Beckie está bem?

Rebecca era a irmã de Simon, a irmã mais velha. Ela havia ido para a faculdade algum tempinho atrás.

— Sim, era só uma infecção intestinal meio grave, mas ela já melhorou, eu acho. Tive que vir embora para as provas.

— Ah, tá. Bem, te vejo amanhã. Tchau.

— Tchau, Clary.

Desliguei o telefone e fui até a geladeira. Abri uma das portas e peguei o pote de sorvete de creme. Tudo o que eu precisava agora. O próximo dia, sexta-feira, estava começando a me assustar. Primeiro a prova de Biologia, da qual eu tinha um medo terrível, depois... bem, depois havia Jace.

Fui para o quarto antes de minha mãe chegar. Enfiei as pernas debaixo dos cobertores grossos e peguei meu livro de Biologia, observando cuidadosamente cada parágrafo patético. Quando já eram quase onze da noite, resolvi dormir.

***

—Bom recesso de Natal – disse a Sra. Dianna, sorrindo com seus dentes quadrados.

Também sorri e me levantei, correndo para fora da sala com o único objetivo de encontrar Simon. Eu precisava me distrair. Naquela manhã, havia recebido uma mensagem de Jace que dizia “Me encontre em frente a sua casa às seis”. Mal podia conter o frio no meu estômago.

Simon estava apoiado contra seu armário, parecendo estar me esperando.

— Olá, Fray – ele disse, ajeitando seus óculos no rosto. – Como foi sua prova de Biologia?

— Acho que fui bem – assegurei. – E a sua?

— Você me chama de nerd e depois duvida dos meus dons? Me poupa.

Revirei os olhos e o empurrei para frente, na direção da saída.

— Cale a boca – disse. – O que vai fazer hoje?

— Eu, nada, mas você...

— Não vamos começar com isso de novo, ok?

— Tá, tudo bem.

Nós saímos. Tinha neve caindo desde a madrugada anterior, então (como havíamos esquecido totalmente dos guarda-chuvas, como sempre) nós tivemos que nos apressar até em casa. As ruas estavam escorregadias, as calçadas com pequenas pilhas de neve espalhadas por toda a sua extensão, e isso apenas porque o Caminhão da Neve passaria apenas na próxima segunda-feira.

Apertei o suéter de lã em volta dos meus ombros e estremeci de frio. Quando falava, uma espécie de fumaça branca saía da boca.

— Tudo bem, escute isso – Simon disse, sem olhar para mim. – Amanhã eu vou na sua casa e nós vemos todos os filmes do X-Men, como uma despedida de Natal.

Dei de ombros.

— Boa ideia.

Nós chegamos rapidamente até minha casa. Os carros evitavam passar pelas ruas estreitas em dias de neve, então podíamos trafegar sem muito medo de sermos brutalmente atropelados. Resumindo, foi mais fácil chegar em casa.

— Te vejo amanhã, Fray – disse Simon, se virando para ir embora.

— Até amanhã, Lewis – disse.

Abri a porta de casa e me apressei para cima. Em dias de prova, saíamos logo depois do almoço, então eram apenas meio-dia quando eu cheguei em casa. Minha mãe estava sentada no sofá, pintando um quadro com seu clássico jeito delicado de segurar o pincel, aparentemente reproduzindo a foto de uma mulher delicada com cabelos castanhos e lisos que se apoiava em seu colo.

— Oi, mãe. – Falei. – Quem é dessa vez?

Ela olhou para mim e sorriu. Ela estava muito feliz ultimamente.

— Uma garota chamada Marcie Williams – ela contou. – Quer dizer, ela se chamou Marcie Williams no passado, agora é só uma foto colocada sobre a lareira, porque ela foi assassinada em uma boate em 2003.

Me sentei ao lado dela e apreciei a pintura. Como sempre, minha mãe havia traçado primeiro o contorno dos ombros finos da tal Marcie, como ela fazia sempre com as reproduções que fazia. Olhei para a foto. Marcie tinha olhos bicolores, o da esquerda era verde-claro e o da direita castanho.

— Os olhos dela eram legais. – Comentei.

— É algum tipo de doença.

— Uma doença super demais.

— Não diga que uma pessoa morta tinha uma doença super demais, é alguma espécie de falta de educação, Clarissa Adele Fray.

Revirei os olhos.

— Vou sair às seis, ok?

— Pra onde, com quem e quando deseja voltar?

Suspirei. Como eu poderia dizer aquilo para ela? “Então, mãe, você está me levando para passar uma semana na casa do cara com quem eu quero muito ficar, entende?”.

— Eu resolvi tentar comunicação com algum ser daquela casa dos Lightwood que praticamente não me olha como se eu fosse um pedaço de carne morta e fedorenta – falei, sem fazer muito esforço para mentir. – Deve saber que tem um tal Jace morando com eles, e que Isabelle e o irmão dela não gostam muito de mim, então...

— Ah, claro. Fico feliz que pelo menos tenha alguém para conversar durante o Natal, mas... Eu não gosto muito deste Jace.

— Como assim?

— Nada, eu só não gosto.

— Bem, mas eu sou adolescente, não posso passar uma semana num lugar em que ninguém sequer deseja dirigir a palavra à mim, certo?

Ela riu e assentiu, voltando a atenção para seu trabalho novamente. Me levantei e fui até o quarto. Devo ter passado a tarde inteira lá, pensando em algo legal para dizer a Jace. Quando eram quase seis da noite, corri até o banheiro, tomei um banho quente e coloquei minha melhor roupa de frio: uma blusa cor de vinho com mangas longas, calça jeans escura e grossa, um colete de lã que escondia minha “falta de busto” e meus tênis verdes. Tudo bem, eu confesso que não tenho roupas legais. O fato é que todo o resto tinha manchas de tinta ou cheiro de tinta. Eu não podia arriscar.

Assim que cheguei na sala, vi Luke e minha mãe jantando. Passei por eles dando um rápido “boa noite” e saí. Desci as escadas em disparada, assim como o meu coração batia. Por que eu estava tão ansiosa, droga? Quer dizer, eu não vou querer parecer como aquelas garotas idiotas que fingem não estarem caidinhas por um cara, que fingem que ele nem sequer causa impacto sobre elas. Bem, eu odeio ser o tipo de pessoa “normal”. Mesmo assim, não significa que eu daria mole para Jace, também não sou esse tipo de garota, não.

Na verdade, eu definitivamente não sou de nenhum tipo que alguém possa imaginar, acho.

Quando saí, a primeira coisa que vi foi o cabelo dourado de Jace, e depois o sorriso dele, que me fez sorrir também.

— Olá, Clary Fray – ele disse.

— Então, onde nós vamos? – perguntei, feliz por estar frio e que isso disfarçaria minhas bochechas coradas.

Ele sorriu mais e olhou para o outro lado da rua com um ar meio sonhador.

— Bem, digamos que é surpresa – ele disse, envolvendo um braço em meus ombros e me empurrando gentilmente para frente, na direção da tal surpresa.


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Notas finais do capítulo

Desculpem, kk, ficou meio grandinho. Mesmo assim espero que tenham gostado! Mandem reviews, porque eu estou amando os que vocês estão mandando. Sério, eu estou amando mesmo. Só Raziel sabe como eles me deixam feliz xD