Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 23
Delusion


Notas iniciais do capítulo

Imaginem a seguinte cena: Eu estava aqui de boas, vendo Os Simpsons e bebendo um copo de coca-cola pra me manter acordada (eu ando dormindo quase o dia inteiro, por causa dos remédios que eu tô tomando pra uma infecção de ouvido), daí eu decido responder os reviews do capítulo passado. Então eu pego meu notebook, coloco no site do Nyah e me deparo com MUITOS reviews e... tã tã tã tã... UMA RE-CO-MEN-DA-ÇÃO! Na minha história! A minha humilde história que surgiu numa tarde entediante, enquanto eu comia umas torradas sem gosto - lembro desse dia até hoje, porque foi nesse mesmo dia que eu terminei de ler Cidade das Almas Perdidas.
Seus lindos, eu estou tão feliz! Obrigada à Le Fray, que escreveu essa linda recomendação, de verdade, eu fiquei emocionada enquanto lia, quase gritei aqui no quarto. E ainda tem esses reviews lindos dizendo que o capítulo foi perfeito. Vocês abalaram minhas emoções, precisei até de um tempo pra parar de sorrir (na verdade, ainda tô sorrindo um pouco). Enfim, obrigada a todos os meus leitores, até mesmo os fantasminhas, que pelo menos acompanham a história. Não sei se já disse isso, mas amo todos vocês.

Então, depois desse momento de felicidade, eu resolvi vir postar o capítulo. Eu não havia escrito ainda, então me perdoem se estiver ruim, mal elaborado ou algo assim.

Boa leitura, lindões.



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Existe algo infernal no colégio chamado Baile de Inverno, e existem aqueles azarados que são obrigados a contribuir com esse baile, por conta de notas baixas em certa matéria.

Eu pertenço ao grupo dos azarados, você pode imaginar. Minhas notas em Educação Física se resumem à D e E, e o treinador River não deixou isso barato para mim. Qual é, ele não reparou que eu não estava com ânimo para participar do Comitê de Baile?

Precisaria estar presente durante o final de semana para ajudar na arrumação, e teria de comparecer no baile, mesmo que não tivesse acompanhante. Grande Inferno.

— Senhorita Fray, pode responder minha pergunta?

Pisquei. Mal havia reparado que estava no meio da aula de História dos Estados Unidos. Senti meu rosto corar, porque não estivera prestando atenção em nada do que aquele professor carrancudo estivera falando.

Olhei para Simon, procurando por ajuda, mas ele não olhava para mim. Havia sido assim nos últimos dias, e eu já estava começando a me lamentar. Ele era meu melhor amigo, será que não poderia esquecer nosso pequeno desentendimento apenas por um momento e me ajudar um pouco a aturar aquela situação?

— Desculpe, pode repetir a pergunta? - falei, e tentei não ligar para as risadinhas atrás de mim.

O professor revirou os olhos, anotou alguma coisa em seu caderno idiota e direcionou a pergunta para outra pessoa. Ótimo... Mais uma matéria em que eu iria me ferrar.

Tentei prestar atenção até o final da aula, mas foi difícil. Quando o sinal tocou, joguei meus livros dentro da bolsa e comecei a me apressar para fora. Fazia três dias que eu não via Jace, e os médicos haviam parado de dar sedativos para ele. Jace estaria sóbrio, enfim, e eu poderia pedir todas as desculpas necessárias a ele. Isabelle estaria na frente do colégio para me levar ao hospital, e eu estava ansiosa para encontrá-la logo.

Porém, enquanto eu corria pelos corredores, alguém me segurou pelo cotovelo. Me virei, pronta para soltar um "Me largue, seu idiota", mas me deparei com os grande olhos escuros de Simon. Ele parecia indeciso, e engoliu em seco antes de falar:

— Clary, precisamos conversar.

Suspirei. Ele tinha razão, é claro, mas eu estava com pressa agora.

— Eu sei disso, Simon, mas estou atrasada...

— Por favor, Clary, são só poucos minutos.

Depois de hesitar alguns segundos, suspirei. Balancei a cabeça afirmativamente e segui com ele até o canto do corredor.

— Não sei exatamente por que, mas preciso pedir desculpas - ele falou. - Tenho agido mal nos últimos dias, e... Eu não sei. Você é minha melhor amiga, Clary, desde que me entendo por gente, não podemos nos afastar apenas por bobagens. Nós dois sabemos que... Bem, nós sabemos que isso nunca daria certo, então não vale a pena ficar se chateando.

Sorri fracamente para ele. Simon tinha razão, e eu concordava com ele. Tínhamos uma amizade longa demais para jogar no lixo apenas por bobagens. Ok, aquela situação não era exatamente uma bobagem, mas...

— Tem razão, Lewis - falei. - Vamos parar de agir como crianças, ótimo. Agora tenho que ir, estou realmente atrasada para ir visitar Jace no hospital.

— É, Isabelle me ligou antes de ontem para falar sobre isso. Te vejo amanhã.

— Te vejo amanhã.

Virei-me e corri para fora, descendo a escadaria com a máxima velocidade que conseguia sem tropeçar sobre meus próprios pés. O carro preto de Isabelle estava parado no acostamento, e ela estava apoiada contra o capô, lançando olhares mortais para os idiotas que assobiavam para ela.

Quando cheguei, ela sorriu para mim.

— Aí está a senhorita Cabelo de Cenoura - ela disse, levantando as sobrancelhas.

— Oi pra você também - revirei os olhos enquanto me apressava para o banco do carona.

Eu não ligava para apelidos de mal gosto quando vinha de alguém que eu gostava, porque sabia que era apenas uma brincadeira. Simon vivia me chamando de Tomate, Ferrugem ou, assim como Isabelle, Cabelo de Cenoura. Ser ruiva é uma missão difícil.

— Então, quais são as novidades na sua vida superemocionante? - Izzy perguntou enquanto passava rapidamente pelas ruas.

— Preciso ajudar na organização do Baile de Inverno se não quiser ficar reprovada na Educação Física - bufei. - E meu professor de História provavelmente vai puxar meu pé pelo resto do semestre.

— Baile? Eu sempre quis ir num baile, mas Hodge não organiza muitos deles - ela riu.

— Bailes são uma perda de tempo, Izzy. E, hey, talvez Simon convide você.

Ela desviou os olhos da estrada e olhou para mim. Um sentimento estranho para alguém como Isabelle queimava atrás de seus olhos: nervosismo.

— Você acha?

Assenti e ela sorriu, satisfeita. Fizemos o resto do caminho até o hospital em silêncio. Não era muito longe, e as ruas estavam quase sem carros (o que é bastante incomum).

Quando chegamos, Isabelle estacionou na ampa garagem subterrânea do hospital. A mãe dela ainda não havia chegado, pois ira buscar Max em sua escola, que ficava no centro. Era uma escola para mini-gênios ricos, assim como Max era.

— Tem certeza que eles permitirão que duas menores de idade entrem sozinhas? - perguntei, enquanto pegávamos o elevador para o térreo.

— Jace está consciente, então as visitas estão abertas para qualquer familiar - ela disse, e então me lançou um olhar esquisito. - E você é irmã dele, lembra?

Dei de ombros. Eu não sabia como, mas o doutor havia mesmo acreditado na minha mentira, e até me chamara de "senhorita Herondale" quando eu estava saindo do hospital.

Chegamos ao térreo e fomos diretamente à recepção. A mulher que nos atendeu parecia entediada.

— Viemos visitar Jonathan Cristopher Herondale - falou Isabelle, tamborilando os dedos finos no balcão.

— Quarto 17 - ela informou, sem levantar os olhos para nós. Informação desnecessária, já que eu e Isabelle já sabíamos em que quarto ele estava.

Fomos novamente para o elevador.

— Estranho ela não ter-nos feito assinar nada ou pelo menos ter olhado na nossa cara pra conferir se não éramos assassinas - comentei, enquanto um solavanco leve sacudia o elevador e as portas de metal se abriam.

— Ela deve ter reconhecido minha voz - Isabelle encolheu os ombros. - Eu venho reclamando muito na recepção nos últimos dias, insistindo em visitar Jace, mas eles nunca permitem.

Nós chegamos ao quarto 17. Hesitei um pouco antes de tocar a maçaneta. Eu não fazia ideia do que seria entre mim e Jace agora. Será que ele se lembrava do, anh, pequeno acontecimento no dia do acidente? Eu estava dividida quanto a isso. Uma parte de mim queria que ele se lembrasse, mas a outra, mais indecisa, queria que ele houvesse esquecido, embora eu não soubesse por que queria isso.

Quando entramos, Jace estava assistindo um programa qualquer na pequena televisão pendurada na parede. Ele desviou os olhos para nós e se ajeitou na cama imediatamente. O olhar que lançou para mim não foi exatamente amigável, fazendo um peso indescritível e imaginário ser colocado sobre o meu peito.

— Olá, Jace - falou Isabelle, aparentando desconforto, depois de alguns segundos de silêncio.

— Oi, Izzy - ele respondeu.

Abri e fechei a boca. Senti meu rosto queimar. Aquilo era mais embaraçoso do que eu pensava. Torci para que Maryse e Max chegassem logo. Depois de mais alguns momentos de silêncio, Isabelle disse:

— Preciso pegar um pouco de café lá embaixo, não como nada desde essa manhã. Já volto.

Ela se virou para sair, e eu tive vontade de segurá-la ali, mas a parte de mim que queria estar com Jace falou mais alto, e eu apenas observei enquanto ela deixava o quarto. Depois de me certificar de que ela já estava longe, comecei a me aproximar de Jace, que me olhava com um olhar estranho.

— Jace... Eu sinto muito - murmurei. - Isso meio que foi culpa minha.

Ele levantou uma sobrancelha.

— Como assim culpa sua? - ele perguntou. - Clary, você acha que eu te culpo pelo o que aconteceu? Pelo amor de Deus, eu nunca faria isso.

Abaixei os olhos, levemente mais aliviada, mas a culpa ainda estava lá.

— Mas você não parece muito contente - murmurei.

Jace mordeu o lábio e suspirou.

— Eu estava pensando no que você disse - falou. - Acho que tem razão. Não há sentido em tentarmos forçar alguma coisa se você está confusa. Acho melhor... Acho melhor darmos um tempo nisso. Se você não está segura em relação à nós, acho que não posso garantir a mim mesmo que podemos dar certo, realmente.

Meus olhos queimaram, e um nó se apertou tão fortemente na minha garganta que era doloroso. Solucei involuntariamente e rezei para que ele não houvesse escutado. Uma sensação de desespero tomou conta do meu estômago.

— Jace... - comecei.

— Você não concorda comigo? - ele interrompeu, num tom que soava esperançoso.

Encarei seus olhos dourados. Ele parecia triste, mas decidido. Uma pequena pontada de raiva me atingiu e eu suspirei.

— Se é isso que você acha - falei, num tom de voz milagrosamente firme. - Também não quero forçar você a nada, Jace.

A porta se abriu, e lá estava Isabelle novamente. Ela segurava dois copos de café. Ao perceber as expressões no meu rosto e no de Jace, parou subitamente.

— Eu deveria ter batido, não é? - perguntou.

— Não - respondi, antes que Jace pudesse dizer algo. - Na verdade, eu já estava de saída. Lembrei que tenho uma coisa para fazer.

— Mas eu trouxe esse café para você, e nós combinamos de comer pizza...

— Tenho muita lição de casa. Talvez possamos sair outro dia. Vejo você depois, Izzy - falei, enquanto fechava a porta.

Comecei a avançar para a porta, sem olhar mais para Jace. Eu sabia que olhar para ele lembraria o quanto eu sentiria sua falta, e não queria sentir nada além de decepção agora.


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Notas finais do capítulo

Eu disse para vocês não se animarem.
Vocês querem me bater de novo? Bem. Só queria dizer que eu não me daria o trabalho de ler uma história sem emoção, seria totalmente sem-graça. Boas histórias não são feitas só de felicidade, e até mesmo em TMI as personagens sofrem muito com suas paixões, até mesmo Isabelle, a inabalável.
Aliás, queria lembrar a vocês que bailes de inverno são ótimos para lindas reconciliações *le assobio inocente* Ah, e a nossa lobisomem preferida também vai aparecer no tal baile *u*
E, pessoal, é com uma tristeza inigualável que eu comunico a vocês que a fanfic provavelmente está em seus momentos finais. Pois é, isso me deixa muito triste. Mas eu estava pensando em escrever outra fic com o mesmo título, mas baseado em Sizzy. O que vocês acham? Mandem a opinião de vocês sobre isso nos reviews, ok? Beijões e, mais uma vez, obrigada pelos reviews e pela recomendação. Amo todos vocês.