Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 21
Fault


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal lindo, como vocês estão? Vim aqui fazer um pedido (ok, talvez eu seja uma pidona) pra vocês. Eu estou escrevendo uma outra fanfiction sobre TMI, e queria que vocês lessem. Não gira em torno dos Shadowhunters que estamos acostumados, como a Clary, Jace, Izzy e etc. Os personagens principais são os FILHOS deles :3 Não sei se foi uma ideia idiota, enfim, mas vocês poderiam ler e deixar a opinião? Aqui está o link: fanfiction.com.br/historia/479437/The_Big_Demon_-_Bronze_Light/

Agora, sobre esse capítulo: está tenso. Finalmente alguma emoção nessa bagaça! Espero que gostem e, por favor, NÃO ME ODEIEM. Sério, é bem capaz de vocês quererem me jogar no tártaro depois que lerem.



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Eu estava sentada numa das cadeiras estofadas do Java Jones, tentando engolir todo o meu chocolate quente antes que ele esfriasse no meio de todo aquele frio. Jace não havia chegado ainda, mas eu não ligava muito para isso. Eu havia saído trinta minutos mais cedo do colégio e, embora tenha gastado muito tempo parando no meio do caminho para discutir com Simon – péssima lembrança –, eu ainda havia chegado meio adiantada.

Minha mesa para dois ficava ao lado da mesa onde um grupinho de líderes de torcida de uma escola no centro estava sentado. Às vezes elas me lançavam olhares debochados e riam descaradamente, mas eu não ligava. Tudo o que eu queria era que elas estivessem ali quando Jace chegasse, para que pudessem fazer suas gracinhas e depois perceberem que elas eram idiotas demais para conseguirem chamar a atenção de um cara tão demais quanto Jace em tantos aspectos.

Ouvi o sino da porta tocar enquanto ela se abria e me virei para olhar. Jace estava entrando, olhando em volta com aquela expressão de “Podem me olhar, eu sei que é inevitável”. E, de fato, a maioria das pessoas estava olhando (até mesmo uns caras que eu conhecia do time de futebol do colégio, mas eu não sabia se era inveja ou outra coisa).

— Você está aí – ele disse, sorrindo para mim.

Ele se sentou ao meu lado, sendo que poderia ter sentado de frente para mim. Mas foi melhor. Depois de me certificar de que as líderes de torcida estavam olhando, sorri para ele também.

— Como foi o colégio?

— Tédio. Aula de Geografia é totalmente desnecessária, mas a escola parece não saber disso.

— Boa informação para se armazenar, mas não era isso que eu queria saber.

— E o que era, então?

— Tinha biscoitos na cantina?

Revirei os olhos. Em minha breve estadia na casa dos Lightwood, eu havia aprendido que Jace era viciado em cookies. Okay, eles são gostosos, mas não é pra tanto. Milk-shake de amora é muito melhor.

— Não, não havia biscoitos – respondi. – Só patos.

Ele estremeceu e fez uma careta.

— Essa escola é horrível.

Era engraçado conhecer um cara como o Jace e saber que ele tem medo de uma coisa tão idiota quando patos. Quer dizer, patos são fofos, eles não vão dominar o mundo nem nada. Bem, eu espero que não, pelo menos.

— Sabe o que eu ganhei por, hum... – Jace pensou por um tempo. – Não me comportar tão horrivelmente quanto antes?

Levantei as sobrancelhas.

— Ingressos pro basquete? – arrisquei, sem vontade de pensar muito.

— Uma moto.

— Que coisa engraçada. Eu ganho trinta dólares de mesada por mês por ser a filha que toda mãe poderia querer e você ganha uma moto por algumas semanas de bom comportamento. Como a vida é injusta!

Nós jogamos conversa fora por um tempo, até que de repente Jace afastou uma mecha de cabelo alaranjado do meu rosto e me beijou. Foi tão repentino que eu quase não tive reação.

Se você estiver se perguntando, sim, as líderes de torcida ainda estavam lá, e pareciam prestes a sacar seus pompons para me assassinar com uma das suas coreografias obscenas.

Sem pensar, eu me afastei dele. Desviei os olhos para minhas mãos e suspirei. Jace me encarou durante alguns segundos antes de perguntar:

— O que foi, Clary?

Abri e fechei a boca. Repeti a pergunta para mim mesma. O que foi, Clary? Eu não sabia o que era, ou pelo menos não queria admitir.

— Jace, preciso te contar uma coisa – murmurei.

Ele levantou uma sobrancelha.

— Você não está beijando outro cara, não é?

Revirei os olhos.

— Não. Lembra-se do meu amigo que estava no Java Jones comigo? Simon?

Sua expressão se tornou séria, quase fria. Ela assentiu. Fiquei quase arrependida de ter começado com o assunto, mas não poderia conviver com o fato de que eu estava, tecnicamente, mentindo para mim mesma, para Jace e para Simon também.

— Acho que gosto dele, Jace – falei.

— Como assim?

— Eu... Eu não sei... Eu quero estar com você, e quero que ele entenda isso, mas também me sinto confusa quando Simon decidi esquecer de mim. Quando estou com você, não consigo evitar me sentir culpada por ele, e isso me faz sentir culpada por você. Estou me sentindo horrível.

Ele ficou em silêncio durante um tempo, o que foi mais do que incômodo. Para a minha sorte, as garotas da mesa ao lado haviam ido embora. Não queria que elas ouvissem aquilo.

— Acho que eu deveria ir embora – Jace falou, suspirando.

— Jace...

— Clary, me ligue quando você tiver alguma ideia do que quer fazer da sua vida. Eu vou estar no mesmo lugar de sempre.

Ele se levantou, e caminhou com rapidez para fora. Observei pelas janelas de vidro transparente enquanto ele se distanciava, sem expressão no rosto.

Um nó se apertou na minha garganta e meus olhos queimaram, mas eu não iria chorar. Eu queria estar brava com ele, ou com Simon, mas não conseguia. Tudo era culpa minha, eu deveria ficar brava apenas comigo.

Suspirei. Fiquei durante um longo tempo no Java Jones, pedindo chocolate quente a cada trinta minutos apenas para não ser expulsa dali.

***

Eu estava chegando em casa, e várias gotas geladas de chuva caíam sobre a minha cabeça, mas eu não me importava. E daí que eu sentia como se fosse congelar? Merecia isso. Eu era uma pessoa horrível.

Quando era mais nova, sempre ficava me perguntando porque as garotas mais velhas sofriam tanto apenas por garotos bocós. Agora eu entendia, e sentia saudades daquele tempo em que o amor era só um problema distante e aparentemente desnecessário.

Agora eu estava brigada com o meu melhor amigo, com Jace – ao qual eu não sabia como denominar – e, provavelmente, com Isabelle também. Tudo o que eu faria agora era afundar na minha cama com um pote de sorvete.

— Chegou tarde em casa, Clary – minha mãe falou. – Meu Deus, você está encharcada! O que aconteceu?

Funguei. Provavelmente iria pegar uma pneumonia ou algo do tipo, com a sorte que eu tinha.

— Nada demais – murmurei, jogando minha mochila quase vazia sobre o chão.

— Eu preciso ter uma séria conversa com Jace...

— Jace não tem nada a ver com isso. Eu não estava com ele, estava sozinha. Vim na chuva porque quis.

Não fiquei mais tempo na sala para escutar a resposta dela. Pela primeira vez, reparei que não sentia nada. Tudo o que havia dentro de mim era um grande vazio.

Já no banheiro, tomei um longo banho quente e coloquei as roupas esfarrapadas que eu usava como pijamas (e não eram lá muito diferentes das que eu usava durante o dia).

Voltei para o meu quarto, já que estava sem fome. Tudo o que eu precisava era de uma boa noite de sono para fingir que eu não tinha nenhum problema.

Bem, eu teria se não fosse o irritante toque do meu celular indicando que eu tinha uma nova mensagem. Respirei fundo quando vi o nome Isabelle no identificador. Demorei alguns segundos para abrir a caixa de entrada e finalmente ler a mensagem.

Mas, diferente do que eu esperava, a mensagem dizia:

Clary, preciso que você venha ao hospital da cidade. É o Jace, ele... bem, ele sofreu um acidente. Por favor, venha logo.

Fiquei sentada no meio do quarto escuro durante um longo minuto, me perguntando se aquilo estava mesmo acontecendo. Pisquei longamente e saltei para fora da cama. Peguei meu sobretudo escuro que estivera pendurado atrás da porta e corri para fora.

— Clary, onde você vai? Está tarde... – era minha mãe, que estava na sala.

— Mãe, pode, por favor, me levar ao hospital? – perguntei, sentindo um nó se apertar violentamente na minha garganta.

— O que aconteceu? – ela arregalou os olhos.

— É difícil de explicar, mas é sobre o Jace – falei.

Ela assentiu, e descemos para a garagem do pequeno prédio de três andares. Enquanto minha mãe dirigia rapidamente, não pude evitar sentir um aperto de culpa em meu peito, embora eu não soubesse exatamente por que.


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Notas finais do capítulo

OKAY, FAÇAM UMA FILA PARA BATER NA CLARY, MAS ANTES MANDEM UM REVIEW u_u Ah, e não me matem, por favor.