Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 20
Don't Worry About Me


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, me desculpem pela demora, eu ia postar no domingo mas fiquei doente de repente :v Acabei de chegar do hospital com a maldita notícia de que eu estou com dengue pela segunda vez. Então culpem o mosquito, não a mim.

Boa leitura :3



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Meu colégio era o único que havia terminado o recesso antes do Ano Novo, o que era uma droga. Por conta disso, as ruas estavam parcialmente vazias enquanto eu caminhava até o colégio. Simon não havia aparecido, e eu estava tentando não levar isso em consideração, porque havia mesmo dias em que ele não me acompanhava até o colégio, e eu sabia que isso não tinha nada a ver com as coisas que estiveram acontecendo recentemente.

Minhas mãos estavam cobertas por luvas. Aquele dia estava muito mais frio que o anterior, e era irritante, porque eu pareço uma criança quando uso luvas. Mas não poderia arriscar congelar os dedos porque eu precisava deles para desenhar.

Cheguei ao colégio no mesmo momento em que Simon chegava. Ele remexia em seu celular – oh, que surpresa – enquanto andava, e só não atropelava as pessoas porque elas desviavam do trator humano/ zumbi que ele era. Sério, Simon era tão alto e tinha ombros tão largos que durante o verão eu procurava a sombra dele em vez da de uma árvore para fugir do sol escaldante.

— Simon – chamei, quando ele estava prestes a passar direto pelo colégio.

Ele se virou, meio assustado, e olhou em volta como se só houvesse reparado agora que não vivia no mundo virtual do seu celular. Pessoas desse tipo – que vivem para gastarem suas vidas com um mundo virtual que praticamente não lhes garantirá nada de útil – geralmente me irritavam, mas eu já estava mais do que acostumada com Simon. Era até engraçado, na verdade.

— Como foi ontem? – perguntei, tentando desesperadamente soar casual.

Ele deu de ombros, como se não ligasse para aquilo, mas seus olhos escuros se desviaram muito rapidamente para parecer verdadeiro. Não tive mais tempo para fazer perguntas, pois o sinal tocou. Guardei o interrogatório numa das gavetas de “COISAS PARA FAZER” do meu cérebro e segui para a minha primeira aula depois de me despedir de Simon.

Você por acaso já reparou o quanto Inglês é chato? Aposto que já. Foi por isso que eu me sentei no fundo da sala e coloquei meus fones de ouvido – modestamente, é claro. Eu não corria muito risco, já que o Sr. Smith era míope e havia esquecido seus óculos de fundo de garrafa.

Durante o intervalo, eu me sentei na mesa em que sempre sentava, no canto oeste do enorme refeitório da escola, junto com Simon e os amigos retardados dele.

Eu estava ansiosa para enchê-lo de perguntas, mas Erick estava falando algo sobre os heróis da Marvel, então eu nem precisava me dar o trabalho de tentar competir com isso. Apenas comi minha pizza com gosto de papel e voltei para a aula seguinte.

***

— Ainda acho que o Capitão América é melhor – Simon bufou, enquanto contava sobre sua discussão na hora do almoço com Erick.

Revirei os olhos.

— Está vendo a minha cara? – questionei. – É a cara de quem não está ligando se o Capitão América é melhor que o Homem de Ferro.

— Ele NÃO é.

Tanto faz.

Simon franziu a testa para mim. Ele estava me acompanhando até em casa, e estávamos de fato sozinhos agora, mas fazer milhões de perguntas sobre a noite anterior agora me parecia uma coisa idiota. Não é como se você pudesse dizer para um cara que não gostava dele daquele jeito (bem, ou quase isso) e depois tivesse o direito de ficar com ciúmes dele com outra garota.

— O que você tem, Clary? – Ele perguntou. – Está esquisita.

— Devo ter me esquecido de pentear o cabelo – tentei não olhar para ele, mas sim para o guarda que estava discutindo com um mendigo mais a frente na rua. – Faço isso às vezes.

— Sabe que não é disso que eu estou falando. Você está agindo assim desde ontem à noite. O que você tem?

Suspirei. Eu não poderia simplesmente dizer aquilo para Simon. “Nada, é só um pouco de dor de cabeça que insiste em não passar. Aliás, você poderia, por favor, parar de ver Isabelle? A proximidade de vocês me deixa confusa e desconfortável. Que tal um sorvete agora?”.

— Nada, só um pouco de dor de cabeça que insiste em não passar – falei, mas parei por aí. – Então, como foi ontem com a Izzy?

Ele hesitou por um momento, desacelerando o passo quase imperceptivelmente. Mas então ele sorriu abertamente e corou.

— Ela me beijou – exclamou, ainda sorrindo.

Não consegui evitar parar bem no meio da calçada. As pessoas resmungavam quando quase esbarravam em mim na sua corrida apressada de sempre, mas eu não ligava para eles. Isabelle havia beijado Simon, mas por que diabos eu me incomodava tanto? Quero dizer, eu tinha o Jace agora (pelo menos eu achava que tinha, não estava muito certa disso e era embaraçoso pensar no assunto), era bom Simon ter a Izzy.

— Legal – comentei, voltando a andar novamente.

— Eu sei – Simon concordou. – Cara, ela parece, sei lá, uma deusa grega. Garotas como ela não deveriam nem olhar para mim, não é? Ela é a garota mais linda que eu já vi e eu sou o nerd geek que usa óculos e é guitarrista de uma banda fracassada.

Fiz uma careta por conta de vários fatos perturbadores contidos naquelas frases. Primeiro, Simon me chamou de Cara; segundo, eu sabia que todos nós parecíamos monstros horríveis comparados à Isabelle, ele não precisava me lembrar; e, terceiro, ele insistia em dizer que era o cara mais idiota do mundo, e às vezes era mesmo, mas não sempre; e quarto, pela primeira vez ele havia admitido que sua banda era ruim, o que não poderia ser nada bom.

— Eu não me animaria muito se fosse você – tentei não soar tensa, mas foi praticamente inútil.

Simon se virou para mim com o rosto tenso.

— O que quer dizer com isso?

— Simon, Izzy é o tipo de garota que adora a vida. Ela adora experimentar coisas e tudo mais, e ela é até legal por isso, mas... Você sabe...

Ele piscou para mim, ainda meio tenso, e depois suspirou.

— Isso não importa – concluiu.

— Não?

— Eu sei que pra você não.

— O que?!

— Por que você se importaria? – Nós havíamos parado de caminhar novamente. – Você está feliz agora, com Jace. Não precisa se importar comigo.

Pisquei, meio atordoada.

— Você é meu melhor amigo, Simon, eu me importo com você.

— Disse a garota que nem se incomodou em saber se os nazistas haviam invadido a minha casa no Natal!

— Do que diabos você está falando? – Eu havia elevado a voz agora, estava quase gritando no meio da rua.

— EU NÃO SEI – ele gritou de volta.

Revirei os olhos.

— Tenho que ir, Simon – bufei para ele.

Me apressei em andar, e ele me acompanhou.

— Eu ainda vou te levar para casa – falou, sua voz inexpressiva.

Cerrei os olhos, irritada. Eu não gostava de brigar com Simon. Eu sempre parecia irracional quando fazia isso – Simon tinha razão em tudo na maioria das vezes.

— Eu não vou para casa – olhei para ele.

— Clary...

— Vou para o Java Jones – falei, ignorando-o. – Vou me encontrar com Jace. Te vejo amanhã.

Segui andando, mas Simon ficou para trás, olhando-me como se tivesse visão de raio-laser e estivesse me fritando aos poucos.


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Notas finais do capítulo

Hey, pessoal, alguém aí gosta de Guns N' Roses? :3 Eu vou no show deles em março *u*

Beijos, mandem reviews.