Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 19
Jealousy


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, não vai dar pra eu responder os reviews, okay? Eu tô muito enrolada, tenho testes na última semana antes do Carnaval, três trabalhos pra fazer (além dos dois que eu já fiz hoje) e lição de casa em seis matérias. Eu vim postar esse capítulo, que eu escrevi durante um tempo vago de Geografia, rapidamente, já que eu preciso mesmo ir dormir cedo, porque tenho treino de handebol amanhã e não posso estar cansada. Viram? Eu realmente tenho uma vida corrida... Além, do mais, ainda quero terminar de ler Insurgente, mal posso esperar pra ler Convergente ._. E sim, eu já sei o que acontece no final.

Okay, podem ler agora.



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No dia 26, eu mal podia conter meu próprio descontentamento. Era hora de ir embora, e eu nem sequer entendia direito por que diabos eu sentia vontade de me agarrar à minha cama e nunca sair de lá. Quer dizer... Droga, eu odiava aquela casa, não é? Odiava aquele ar de filme de terror e o ar gelado que preenchia os corredores, certo?

Mas ainda assim eu tentava forçar aquela atitude de “Graças a Deus, eu não conseguia esperar para sair desse lugar”. Acho que não estava dando muito certo, mas ainda assim eu me esforçava ao máximo para fingir que era verídico.

Funguei enquanto colocava o meu novo conjunto de tintas não industrializadas na bolsa. Eu estava começando a ficar resfriada, e aquilo me irritava. Talvez fosse aquele inverno idiota, ou o fato de eu praticamente só andar descalça pelo piso frio daquele quarto, mas eu ainda achava a gripe uma falta de vergonha na cara do meu sistema imunológico. Quer dizer, se minhas células não conseguiam combater nem um resfriado idiota sequer, o que seria de mim se eu corresse o risco de pegar, sei lá, tétano?

— Quer ajuda?

Me virei. Era Jace, apoiado na moldura da porta aberta, os braços cruzados sobre o peito. Ele parecia arrumado, embora ainda fossem sete da manhã (é, eu fui obrigada a acordar cedo desse jeito).

— Claro – falei, sorrindo. Apontei para o quadro que ele havia me dado, que estava encostado cuidadosamente contra uma parede. – Talvez você possa me ajudar a colocar aquilo no carro?

Jace assentiu e começou a caminhar na direção do quadro. Ele o levantou como se fosse muito fácil. Eu havia tentado levantar aquilo várias e várias vezes, e falhei em todas elas. Era como tentar levantar um caminhão ou, sei lá, o céu.

Fechei o zíper da minha mala/ bolsa anormalmente grande e segui Jace até o lado de fora. Ele mal fazia força para carregar a réplica da Mona Lisa, e ainda andava muito mais rápido que eu.

— Então – Jace disse, quando eu consegui alcançá-lo. – Quando acha que vamos nos ver de novo?

Segurei um suspiro de surpresa e cuidei de desviar os olhos para os meus tênis verdes. Afastei uma mecha de cabelo do rosto antes de finalmente olhar para Jace. Por que ele ficava tão lindo de manhã?

— Podíamos nos encontrar no Java Jones qualquer dia desses – sugeri, sentindo meu rosto queimar levemente. – Acho que talvez eu passe por lá amanhã.

Eu meio que estava me fazendo de difícil. Ia ao Java Jones praticamente todos os dias depois do colégio com Simon. Claro que, agora, eu duvidava que isso aconteceria tão constantemente.

Oh, Deus. O que seria de mim e Simon agora?

— Tudo bem, eu vou estar lá às três – Jace sorriu para mim.

Assenti, alargando o sorriso. Nós ficamos o resto do caminho até o carro em silêncio, olhando para todos os lados, menos um para o outro. Aquilo não fazia parte do modo de agir que eu relacionava a Jace. Sempre que eu o imaginava, era com um sorriso meio cínico e sarcástico no rosto, braços cruzados, sobrancelhas levantadas e uma grande disposição de encarar todos à sua volta.

Ele não estava agindo assim.

Minha mãe, Maryse e Robert nos esperavam no carro dos Lightwood. Eles estavam conversando sobre algo, e sorriam um para o outro. Eu e Jace os ignoramos e tratamos de colocar minhas coisas no porta-malas. Acho que nenhum dos adultos sequer reparou que havíamos chegado.

— Eu tenho que ir agora – Jace bufou. – Preciso levar Alec para a inscrição na faculdade, ele não tem carteira de motorista.

Sorri involuntariamente.

— Alec vai para a faculdade?

Jace assentiu.

— Isso é legal – completei. – Te vejo amanhã, então.

— É, nos vemos amanhã.

E, antes que eu pudesse reagir de qualquer modo, ele segurou meus ombros e me beijou – na boca. No começo eu apenas arregalei os olhos e fiquei imóvel, temendo que minha mãe estivesse assistindo àquilo. Mas foi difícil permanecer me importando, apenas retribuí o beijo – que foi rápido demais. Jace se afastou, sorriu e depois caminhou para dentro da mansão como se nada houvesse acontecido.

Olhei em volta. Eu e Jace estivéramos escondidos na parte de trás do carro, e minha mãe ainda estava apoiada no capô, conversando animadamente com os Lightwood. Soltei um suspiro aliviado e corri para o banco traseiro do carro, remexendo em meu celular.

Havia uma nova mensagem da madrugada anterior, que eu nem havia percebido. Era da pessoa que eu menos esperava. Simon. A mensagem dizia:

Você vai voltar no domingo, né? Então, se você quiser ir, eu e os outros garotos da banda faremos uma apresentação no Java Jones às sete

Suspirei, totalmente aliviada. Só eu sei o quanto estava feliz por Simon não estar ressentido por... hum... pelo o que aconteceu. Digitei rapidamente uma mensagem:

Vou estar aí. Posso levar uma pessoa?

A resposta veio quase imediatamente:

Só se essa pessoa não for o Jace, ele é muito irritante, você sabe

Revirei os olhos. Eu sabia que ele provavelmente tinha razão. Jace poderia ser muito desagradável se você não prestasse bastante atenção ou ele não estivesse disposto a mostrar o seu melhor lado.

Não, não é o Jace, Lewis – respondi.

Então você pode, Fray

Quase imediatamente, digitei os números que mal conhecia, uma estranha ansiedade percorrendo meu estômago. Por que eu estava fazendo aqui se nem sequer era agradável para mim?

— Alô – grunhiu a voz sonolenta do outro lado.

— Sou eu, Izzy, a Clary – falei apressadamente. — Queria te perguntar se está a fim de ir no Java Jones hoje à noite.

***

Eu e Isabelle estávamos caminhando pela rua, na direção do Java Jones. Era desnecessário dizer o quanto eu me sentia uma extraterrestre ao lado de Izzy. Ela estava linda num vestido meio justo prateado e tênis cinza de cano médio (sério, ela ficava bonita até de tênis), os cabelos negros juntos no topo de sua cabeça em um coque propositalmente desarrumado. Ela usava um casaco de pele falsa para se proteger do frio – que havia diminuído significativamente nessa noite, por conta do sol que saíra durante a tarde.

Já eu estava vestida com uma longa blusa de mangas curtas com figuras variadas que eu mesma havia pintado com tinta de tecidos, calças jeans claras e um enorme casaco masculino verde. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo.

— Chegamos – anunciei, quando chegamos à porta do Java Jones. – Será que Simon já está aqui?

— Espero que sim – Isabelle permaneceu sem expressão. – Anda, vamos entrar logo.

Nós entramos. O lugar estava consideravelmente cheio. Simon e sua banda já estavam ajeitando as coisas no palco. Quando nos viu, Simon acenou brevemente para nós e sorriu, antes de voltar novamente a ajeitar o equipamento.

— Vamos sentar ali – apontei para um lugar no fundo. Nós seguimos até lá e nos sentamos. Rapidamente um garçom veio nos atender. – Vai pedir alguma coisa pra comer ou beber?

Isabelle pensou por um momento, tamborilando os dedos na mesa.

— Não, eu jantei antes de vir para cá – respondeu.

— Então tá. Eu quero um café com chantili – falei.

Assim que o garçom trouxe o café, a banda de Simon começou a tocar. Eu não prestei muita atenção, apenas fingi que estava – assim como Isabelle parecia estar fazendo também. Ela ficava remexendo nas pontas de seu cabelo diversas vezes, olhando em volta e suspirando.

— Quando eles acabam? – Ela me perguntou, depois de um tempo.

— Geralmente depois de umas cinco músicas – falei, bebendo o último gole já frio do meu café. – Mas está demorando mais hoje.

A música acabou assim que eu terminei a frase. Aquela já era a oitava música, e a última também. Eu e Izzy suspiramos aliviadas, mas disfarçadamente. Simon desceu rapidamente do palco e começou a caminhar rapidamente na nossa direção com um sorriso no rosto.

Sorri para ele também, mas fiquei me perguntando se aquele sorriso era para Isabelle.

Okay, acho que esse pensamento foi quase involuntário. Melhor deixar pra lá.

Simon se sentou na cadeira ao lado de Isabelle, mas eu tentei não ligar para isso. Talvez ele ainda estivesse ressentido comigo, e eu não poderia deixar de entendê-lo. Senti meu rosto corar enquanto olhava para eles.

— Vai para o colégio amanhã? – ele me perguntou.

— Sim – respondi. – E você?

— Vou. Becky foi embora ontem.

Isabelle franziu as sobrancelhas.

— Irmã do Simon – expliquei. – Então, Izzy, Alec conseguiu a tal vaga na faculdade?

— Sim – ela respondeu, sorrindo animadamente. – É perto de casa, então ele não vai precisar se mudar para lá nem nada.

Levantei as sobrancelhas e olhei em volta. Me senti excluída de repente quando Izzy e Simon começaram a conversar sobre algo em que eu não consegui me forçar a prestar atenção. Apenas fiquei imaginando o que seria dali em diante se eles continuassem tão... juntos assim. Bem, não que seja algo realmente da minha conta, mas ambos eram meus amigos. Eu deveria mesmo estar preocupada, certo?

Bem, estaria certo se eu não estivesse preocupada pelo motivo errado.

Sem querer, pensei em Jace. Por que eu estava tão relutante com aquela proximidade entre Simon e Isabelle, se praticamente não ligava para a opinião de Simon em relação à nossa proximidade? Eu era uma grande babaca.

Repentinamente senti minhas têmporas latejarem. Fiquei um tempo tentando massageá-las, a fim de aliviar a dor, mas foi inútil. Praticamente, apenas piorou tudo. Suspirei alto, interrompendo a conversa deles. Simon e Isabelle me encararam.

— Preciso ir embora – falei.

— Mas ainda não são nem nove horas – protestou Isabelle. – Qual é, não podemos ficar mais um pouco?

Gesticulei negativamente.

— Você pode ficar, Izzy – falei. – Simon pode te levar para casa depois, não pode, Simon? – Ele assentiu, franzindo as sobrancelhas. – Ótimo. Minha cabeça está prestes a explodir, preciso ir embora.

Eles concordaram alguns segundos depois, e isso meio que me decepcionou. O que eu esperava? Que eles insistissem infinitamente para que eu ficasse com eles até às nove? Que eles adivinhassem o que eu estava pensando?

Não. Isso não era sequer razoável. Mas nenhum dos meus pensamentos nesse momento era de fato razoável nem nada, eu apenas ficava imaginando Simon e Isabelle sozinhos no Java Jones, e ele a levando para casa depois.

Senti uma estranha vontade de voltar lá, mas eu já havia chegado em casa. O ar gelado fazia meu nariz e garganta queimarem, mas eu ignorei aquilo enquanto subia as escadas. Eu precisava de descanso e preparação se quisesse pensar racionalmente no meio de tudo aquilo.


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Notas finais do capítulo

Agora eu vou dormir, meus olhos já estão pesados. Mandem reviews, vou respondê-los e postar o próximo capítulo assim que eu puder :3