Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 17
You're Perfect to Me


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, me desculpem a demora. É que eu fiquei enrolando pra caramba pra escrever esse capítulo, embora eu não saiba por que... Enfim, sinto muito. Não respondi todos os reviews porque eles são muitos e eu fiquei confusa '-'

Aliás... Chegamos aos 100 reviews! Cês são demais, gente, muito obrigada :3 Isso realmente significa muito pra mim, de verdade. Continuem perfeitos assim u.u E, fantasminhas queridos, apareçam também! Mandem reviews, recomendações, o que seja! (Falando nisso, leitores lindos, uma recomendação seria legal *u* Tá, parei de ser apelativa)

Podem ler agora c: Espero que gostem



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Não haveria mais acampamento. Pelo menos foi isso que Jace e eu concluímos depois de sermos deixados plantados como idiotas no meio de uma sala escura e fria durante vários minutos.

— Eu estou confuso – Jace repetiu, pela décima vez.

— Acha que é o único? – fiz uma careta para ele. – Vamos, precisar ir atrás deles.

Jace deu de ombros e se levantou. Nós caminhamos pelos corredores, e estávamos indo na direção dos quartos quando encontramos Isabelle no meio do caminho com uma expressão totalmente incomum para ela que eu nem sequer consegui reconhecer.

— O que... – Jace começou, mas foi interrompido por Isabelle.

— Nada – ela respondeu rapidamente, colocando uma mecha de seu cabelo negro atrás da orelha. – Acho que devíamos pegar nossas coisas e ir para o quarto, podemos continuar amanhã.

— Isabelle, o que eu fiz de errado? – perguntei, sentindo a culpa se apertar em meu estômago novamente. – Eu não quis... Eu só...

Izzy balançou a cabeça.

— Você não fez nada, Clary – ela tentou forçar um tom divertido. – Alec é um grande... idiota, é isso.

Como se essa desculpa colasse, eu queria dizer, mas apenas desviei os olhos, me sentindo envergonhada. Jace – desde quando ele era tão lerdo? – franziu o cenho e bufou.

— Isso não é novidade – falou.

Isabelle revirou os olhos e gesticulou para o alto, como se dissesse “Meu Deus, o que eu fiz para merecer isso?”. Eu tinha que concordar um pouco com ela.

— Apenas finja que isso não aconteceu por enquanto – ela falou. – Estou falando sério, ok? Vamos pegar nossas coisas.

Nós juntamos as coisas o melhor que pudemos, e estávamos prontos para ir para nossos quartos. Isabelle parecia totalmente distante, ela piscava várias vezes e ficava encarando o nada.

Ficamos em silêncio até acabarmos.

— Foi bom enquanto durou – Isabelle disse, enquanto saíamos.

— Se você diz – Jace bufou. – Eu vou arrancar a verdade do Alec amanhã.

— Na verdade, já passou de meia-noite, então tecnicamente já “estamos no amanhã” – a voz de Isabelle parecia mais vaga do que altiva. – Você vai arrancar a verdade do Alec mais tarde. E, aliás, eu não faria isso se fosse você.

— Primeiro: cale a boca – Jace levantou um dedo. – Segundo: Você não está nem perto de ser tão incrível quanto eu.

Revirei os olhos, assim como Izzy fez. Eu não sabia o que dizer, eu apenas fiquei quieta. Ainda me sentia culpada ou algo do gênero, não sabia direito. Ainda ficava me perguntando o que eu havia feito de errado.

Avançamos pelo corredor mal iluminado, Isabelle na frente com uma expressão profundamente pensativa que fazia suas sobrancelhas elegantes se enrugarem e seus lábios finos se apertarem numa linha fina.

— Deus queira que eu nunca esteja perto o suficiente da pessoa que você é – fiquei feliz ao perceber o tom irritado e provocativo de volta à voz de Izzy. – Chegamos ao meu quarto. Até mais, Clary. Vá para o Inferno, Jace.

Ela entrou em seu quarto, arrastando sua mochila atrás de si. Eu e Jace nos entreolhamos por um tempo, até que ele deu de ombros e – eu esqueci como respirar nesse momento – me deu um beijo na testa de forma sonolenta.

— Te vejo no almoço – ele falou, sorrindo de lado. – Duvido que algum de nós esteja acordado antes das onze.

Retribuí o sorriso, mesmo que meu rosto estivesse queimando. Jace se virou para a porta de seu quarto e entrou.

Fiquei em pé sozinha no corredor por um tempo, pensando naquele beijo na testa. Não consegui pensar por muito tempo, porque, sem que eu percebesse, minhas pernas me levaram para meu quarto.

Joguei as poucas coisas que eu havia levado para o “acampamento” num canto do quarto e afundei na cama. Dormi poucos minutos depois, e sonhei com – que coisa esquisita – unicórnios vomitando arco-íris bem na minha cara.

***

Meus olhos amanheceram inchados pela noite mal dormida. Na verdade, não seria uma noite mal dormida se minha mãe não houvesse aparecido na minha porta às oito e meia com uma cara assustada.

— O que foi, mãe? – eu grunhi, sonolenta, quando finalmente consegui enxergar direito. – É um incêndio?

Jocelyn revirou os olhos e balançou a cabeça.

— Pensei que você estivesse na outra sala com os filhos dos Lightwood e Jace – ela falou, soando meio hesitante.

Me arrastei para uma posição sentada e ajeitei meu cabelo em um coque ligeiramente mais arrumado que aquela bagunça toda em que ele estivera. Encarei minha mãe.

— E o que você pretendia fazer no meu quarto se achou que eu não estava aqui? – perguntei, forçando um tom acusatório pela minha garganta estranhamente doída.

Minha mãe engoliu em seco, desviou o olhar e então suspirou. Ela entrou no quarto, fechando a porta atrás de si, e se sentou na cama aos meus pés.

— Vi você saindo com Jace na outra noite – ela disse, provocando um arrepio no meu estômago. – Eu não... Clarissa, não gosto dessa proximidade entre vocês.

— Isso não justifica nada – bufei. – Além do mais, você não tem que gostar ou não da proximidade entre mim e qualquer pessoa, a menos que o indivíduo seja fugitivo ou um assassino em série. Jace não é nenhuma dessas coisas, e ele é um cara mais do que legal, tá bem?

Jocelyn abriu e fechou a boca. Ela parecia mais pálida hoje, mas talvez fosse só por conta da luz prateada que vinha da lâmpada pendurada no teto daquele quarto de hóspedes sem graça.

— Você ainda é minha filha, eu tenho o direito de me preocupar com tudo o que acontece a você – ela protestou.

— Eu não tenho mais doze anos, você sabe – falei, usando meu melhor tom sarcástico, embora a frase não fosse exatamente desse tipo. – Não pode mais querer me proteger de tudo o que acha “perigoso”.

Cruzei os braços, mesmo que isso me deixasse parecendo uma criancinha teimosa que faz um escândalo sempre que não consegue o que quer.

— Clary, não é isso – ela insistiu. – Eu apenas estou dizendo que... Bem, Jace é exatamente o tipo de garoto que pouco se importa com o que as pessoas sentem por ele. Estou com medo de que ele te machuque, te magoe.

Balancei a cabeça.

— De qualquer maneira, isso não vai influenciar no que eu penso dele. Pode sair agora, mãe? Eu quero dormir.

— Não. Primeiro me diga o que está fazendo aqui, porque achei que vocês iriam...

— Não deu muito certo, mãe – interrompi, meio que rispidamente. – Pode ir agora. Adeus.

Me deitei novamente e fechei os olhos. Não vi a reação dela, apenas escutei a porta se fechando alguns segundos depois.

Não consegui dormir novamente, apenas fiquei pensando em várias coisas ao mesmo tempo, até que já eram nove e meia e eu resolvi me levantar. Tomei um banho quente e escovei os dentes. Coloquei uma roupa qualquer, porque não estava com ânimo para prestar atenção em nada disso.

Desci para a cozinha, já que não era mais hora para o café da manhã. Fiquei me perguntando se aquela casa tinha empregados. Peguei uma torrada amanteigada no armário, uma fatia de queijo e um copo de suco de maracujá, e depois saí de lá rapidamente, temendo ser pega – mesmo que aquilo não fosse exatamente errado.

Enquanto ia em direção ao meu quarto, encontrei com a pessoa que menos queria: Alec. Ele parou de andar quando me viu e me encarou, com uma expressão fria.

— Bom dia, Alec – murmurei, depois de engolir em seco.

— Nem tão bom – ele bufou, cruzando os braços.

Hesitei por um momento.

— Olha, eu sinto muito por ontem – falei. – Embora eu não saiba o que eu fiz de errado, eu... eu... Me desculpe.

Alec continuou me encarando, e eu apenas o encarei de novo um pouco apreensiva. Depois de algum tempo, ele suspirou e largou os braços ao lado do corpo.

— Tem razão, você não fez nada de errado – ele falou, quase baixo demais para que eu ouvisse. – Não tem pelo o que se desculpar. Vejo você depois.

Ele passou por mim e virou em outro corredor. Quando voltei a olhar para frente, percebi que havia alguém nos observando o tempo inteiro. Jace, parecendo mais bagunçado do que nunca e segurando um emaranhado de papéis.

— Isso sim foi estranho – ele sorriu. – Alec é a pessoa mais orgulhosa que eu conheço, nunca admitiria que estava errado ou algo assim.

Encolhi os ombros.

— Acho que todo mundo tem sua primeira vez pra tudo – falei.

Jace levantou uma sobrancelha, declarando que ele havia analisado todo o sentido da frase.

— É, acho que sim, não é? – ele disse, estreitando os olhos.

— Não foi isso que eu quis dizer – revirei os olhos. – Cale a boca.

Ele riu.

— Tudo bem – falou, dando de ombros. – Então... Belo café da manhã – ele apontou para a torrada, a fatia de queijo e o copo de suco.

— Foi de improviso – respondi. – Minha mãe me acordou às oito, eu não consegui dormir de novo, fiquei com fome e então fui procurar algo pra comer.

— Por que ela te acordou? Por acaso avisou a ela que não estava mais no acampamento?

Hesitei, olhando para meus sapatos, e suspirei.

— Na verdade, não – falei. – Eu não sei direito, acho que ela entrou para bisbilhotar minhas coisas ou algo assim.

— E por que ela faria isso?

Pisquei. Eu não estava com vontade de mentir para Jace, mas seria meio embaraçoso se eu contasse. Mas ainda assim...

— Algo a ver com o fato de que ela não gosta de você e acha que eu deveria me afastar – murmurei.

Jace pareceu surpreso, mas só um pouquinho. Talvez a mãe de nenhuma garota achasse que ele fosse um bom negócio, talvez ele até estivesse acostumado. Na verdade, eu também estava acostumada com a insistência de Jocelyn em achar que todas as decisões que eu tomo são erradas. Eu também não deveria estar tão surpresa, e não estaria se não achasse que Jace era a pessoa mais perfeita do mundo, e que todos deveriam achar isso, assim como eu acho.

— E você, hum, concorda com ela? – ele perguntou, num tom hesitante que fez meu coração pular uma batida.

— Definitivamente não – falei, rápido demais.

Cocei minha nuca e tentei falar de um jeito menos convicto, para não deixá-lo mais cheio de si do que normalmente:

— Não, eu não concordo. Minha mãe gosta de pensar que sabe de tudo, gosta de que todos façam o que ela acha certo.

Jace esboçou um pequeno sorriso.

— Legal saber disso – falou. – Eu tenho que ir agora, esqueci que tinha de entregar esse trabalho sobre A Guerra dos Cem Anos para Hodge. Sabe, eu escolhi esse tema, porque gostaria de ter conhecido Joana D’Arc e gosto de escrever sobre as coisas que ela fez.

Dei uma risada baixa e rápida.

— Está apaixonado por Joana D’Arc? – perguntei. – Curioso.

— Não, não estou apaixonado por Joana D’Arc – ele sorriu. – Essa posição de auto privilégio está reservado para outra garota tão espetacular quanto ela.

Senti meu rosto corar.

— E eu conheço essa outra garota? – perguntei, sem saber onde parar o olhar.

— É, você conhece ela muito bem, sabe – ele eu de ombros. – Foi legal conversar com você, tenho que ir agora antes que Hodge desista de receber meu trabalho.

Ele desapareceu rapidamente, parecendo mais apressado do que antes. Eu suspirei, sem conseguir pensar direito, e voltei para o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu tava meio que sem ideias pro capítulo. Mandem reviews :3

Galerinha, vocês gostam de histórias originais? Se sim, eu vim aqui humildemente para que vocês leiam minha nova fic, que se chama "Sagae - A Lenda das Bruxas". Aqui está o link: fanfiction.com.br/historia/464407/Sagae_-_A_Lenda_das_Bruxas/ Mandem reviews lá :v