Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 16
Truth or Dare


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, me desculpem a demora, é que eu estou morrendo de cólica aqui e estou pensando seriamente em fazer uma cirurgia para arrancar meu útero fora. Enfim. Me desculpem, e como a maioria de vocês é menina, devem me entender, certo? Mas, tipo, se vocês são garotos, apenas agradeçam a Deus, ok?
Aliás, caramba, vocês viram a capa de CoHF? :v Eu pirei quando vi, é a mais perfeita de todas (admitam, é sim)...

Agora podem ler aí c: Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436104/chapter/16

Nós estávamos sentados em um pequeno círculo de quatro pessoas fazia algum tempo. Já eram quase quatro da manhã, e havíamos detonado todo o estoque de marshmellows.

Havia começado a chover do lado de fora, provocando um barulho chato sobre o telhado e na janela. Parecia como uma chuva de pequenos meteoritos ou algo do tipo. Talvez estivesse chovendo granizo – com todo aquele frio não era difícil duvidar.

— Está começando a ficar chato – Isabelle bufou, parecendo com sono. De repente ela arregalou os olhos e gesticulou rapidamente com a mão, como se houvesse se lembrado de alguma coisa. – Vamos jogar Verdade ou Consequência!

Isabelle e suas ideias, pensei.

— É, isso pode ser divertido – murmurou Alec, fazendo uma careta. – Mas não temos uma garrafa.

Isabelle abaixou os ombros por um momento, vasculhando a sala com os olhos. Ela encarou nossos “mantimentos” (pelas regras aquelas eram as únicas coisas que poderíamos consumir até que aquele acampamento improvisado acabasse) e então se esticou para pegar uma lanterna.

Levantei as sobrancelhas para ela.

— Você trouxe uma lanterna? – perguntei.

Ela assentiu.

— Claro, não podemos contar com a luz dos lustres aqui, seria contra as regras – ela falou, ligando e desligando a lanterna repetitivamente. – Vamos usar a lanterna como garrafa.

— Claro, porque uma lanterna se parece muito com uma garrafa – Jace murmurou.

Ele nem sequer parecia cansado. Parecia o mesmo o tipo de pessoas que virava noites acordado.

— Tem algo melhor? – Isabelle perguntou, depois de um bocejo. – Enfim, vamos começar. Aqui vão as regras: caso você escolha verdade, não pode, em nenhuma hipótese, mentir; se você escolher desafio e amarelar na hora, terá que voltar para o seu quarto e passar uma entediante noite longe do nosso acampamento. Concordam?

— É só isso? – Alec bufou.

— É, só – Isabelle não pareceu ter ligado para o tom sarcástico de Alec, ela apenas colocou a lanterna/ clone de garrafa no centro do nosso círculo humano mal feito. – Tudo bem. Vocês já sabem as regras, mas aqui vai: uma pessoa gira a garrafa e a pessoa para quem a boca da garrafa estiver virada...

— Mas é uma lanterna! – Jace gritou.

— VOCÊ ME ENTENDEU – Isabelle gritou.

Jace levantou as mãos.

— Tudo bem, tudo bem.

— Ótimo. Continuando... a pessoa para quem a boca da garrafa estiver virada tem que escolher verdade ou desafio, ok? Quem começa?

— Eu – Jace se apressou.

Ele girou a lanterna e a soltou, sorrindo. A lanterna girou durante bastante tempo, e parou apontado para Isabelle.

— Então você me faz uma pergunta? – Jace indagou, estreitando os olhos. – Estou um pouco confuso.

— Não – Isabelle parecia desanimada agora. – Você me faz uma pergunta ou desafio.

Jace riu, aparentemente feliz por aquilo.

— Ótimo – ele falou. – Verdade ou desafio, Izzy?

Isabelle pensou por um momento, parecendo quase derrotada.

Depois de alguns segundos, ela murmurou:

— Desafio.

Jace riu para ela, parecendo que havia acabado de ganhar um milhão de dólares de graça.

— Boa escolha - ele murmurou, esfregando o queixo. - Isabelle, eu te desafio a passar maquiagem no Hodge enquanto ele dorme.

O queixo de Isabelle caiu. Eu não consegui segurar a risada surpresa, mas estavam todos rindo - exceto Izzy -, então não me incomodei em parar. Depois de alguns segundos, Jace perguntou:

— Vai fazer isso ou não?

Isabelle soltou um gemido indignado e se levantou. Caminhou até sua mochila e pegou um pequeno estojo e maquiagem. Ela tinha mesmo levado aquilo para lá? Bem, não era assim tão surpreendente vindo de Isabelle, mas ainda assim...

— Vamos lá, então - ela disse, se encaminhando para a porta.

— Nada disso - Alec protestou. - Você vai sozinha, e queremos uma prova de que fez de verdade. Traga uma foto para nós.

— O que? - Isabelle bateu os pés.

— Hey, não queremos nos ferrar junto com você - Jace riu. - Se ele acordar, vai ser problema seu, entende?

Isabelle grunhiu, mas foi mesmo assim.

— Eu não pensei que ela iria de verdade - Jace murmurou. - Bem, vamos ver no que vai dar, não é?

— Isso foi meio cruel - falei, mesmo que estivesse rindo. - E, aliás, se pegarem ela, todos nós estaremos ferrados.

— Bem, isso é verdade - Alec concordou. - Mas Isabelle é mestre em passar maquiagem nas pessoas enquanto elas estão dormindo, não foi um desafio muito grande pra ela.

Ambos, Jace e Alec, fizeram uma careta, me levando a concluir que ela já houvesse feito aquilo com eles alguma vez. Tentei visualizar a imagem de Alec e Jace maquiados. Seria certamente hilário.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, até que a porta provocou um barulho e voou bruscamente aberta. Isabelle estava lá, a pele um pouco úmida de suor apesar do frio que estava fazendo. Ela engoliu em seco quando entrou na sala novamente. Parecia cansada e seus olhos estavam arregalados.

— Então, como foi? - Alec perguntou.

— Ele quase acordou duas vezes, e na terceira quase me pegou - ela arfou. - Aqui está a prova.

Ela estendeu seu celular com uma capa roxa e mostrou a foto para todos nós. Era Hodge, usando uma elegante sombra rosa-pink, batom vermelho e blush laranja. Era uma visão engraçada demais, e nós levamos algum tempo para pararmos de rir.

— Ótimo, agora eu giro.

Isabelle se sentou novamente em seu lugar e girou a lanterna. Droga. Droga. Droga. Droga. Estava apontando para mim. Apertei os olhos fechados por um momento e esperei pela pergunta de Isabelle:

— Clary, verdade ou desafio?

Pensei por um momento. Certamente eu não iria gostar de nenhum desafio de Izzy, mas também não era fã as perguntas. Quer dizer, estamos falando de Isabelle Lightwood, ela seria capaz de perguntar qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo. Mas, por outro lado, eu com certeza não iria aguentar nenhum de seus desafios.

— Verdade - respondi, já quase me sentindo arrependida.

Mesmo que não estivesse olhando para Isabelle, podia sentir o sorriso dela. Mordi o lábio fortemente, tentando evitar que minhas pernas involuntariamente se levantassem e corressem para fora daquela casa.

— Ótimo - a voz de Isabelle estava soando perigosamente lenta. - Hum, deixe-me pensar...

Estiquei as costas com a tensão e encarei Isabelle (que estava sorrindo, é claro). Ela rolou os olhos e apoiou um dedo contra o queixo, num sinal de puro raciocínio. Depois de um minuto completo, ela disparou rapidamente com um sorriso enorme no rosto:

— Quando, onde, com quem e como foi a sua primeira vez?

Eu pisquei, assustada, e senti meu rosto arder mais do que nunca. Ainda bem que estava escuro. Havia um nó de constrangimento se instalou na minha garganta e eu empurrei a resposta para fora dificilmente:

— Nunca, em lugar nenhum, com ninguém e de jeito nenhum - respondi, reparando no olhar curioso de Jace sobre mim.

Isabelle pareceu um pouco surpresa, mas sorriu de qualquer forma. Ela se inclinou ainda mais para frente.

— Eu disse que não podemos mentir, Fray - murmurou.

— Cale a boca, Isabelle - revirei os olhos, ainda tentando conter a queimação no meu rosto. Eu estava evitando olhar para Jace. - Eu sou a próxima.

Girei a lanterna o melhor que eu pude com as minhas mão ligeiramente trêmulas. Ela girou durante um longo tempo, até que parou apontando para Alec. Logo ele?, pensei. Eu não estava com a mínima vontade de fazer uma pergunta ou um desafio a Alec.

— Verdade ou desafio? - perguntei, tentando não soar desanimada.

Alec deu de ombros. Ele parecia tão animado quanto eu para aceitar qualquer tipo de desafio.

— Verdade - respondeu.

Pensei por um momento. O que eu poderia perguntar? Mal conhecia Alec, ele era um cara tão fechado, e parecia não gostar muito de mim. Droga, eu não tinha ideia do que perguntar para ele. Optei pela coisa mais idiota e clichê possível:

— Então, Alec, me diga... De que pessoa você realmente gosta? Quer dizer... Ah, você me entendeu.

Eu me senti idiota. Alec arregalou os olhos um pouco. Ele olhou para mim, depois para Jace e em seguida para Isabelle. Ele engoliu em seco e balançou a cabeça. Por um momento, eu pensei que ele fosse responder, mas então ele bufou e se levantou bruscamente, assustando a todos nós.

— Preciso ir embora - ele falou, correndo até a porta.

— Alec! - Isabelle gritou, se levantando também, para ir atrás dele.

Eu olhei para Jace.

— O que... O que eu fiz? - murmurei.

Jace encolheu os ombros.

— Eu não sei - respondeu. - Estava na esperança de que ele respondesse também, adoraria saber.

Olhei para a porta novamente. Isabelle e Alec já haviam sumido pelo corredor. Por que Alec havia saído daquele jeito? Quer dizer, não era uma pegunta tão complicada assim... Eu estava me sentindo culpada. O que diabos eu havia feito demais?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então... Vocês já sabem porque o Alec não respondeu... E me desculpem se esse capítulo foi totalmente sem graça.
Mesmo assim comentem u.u (ESTAMOS QUASE NOS CEM REVIEWS, SHADOWHUNTERS, AMO VOCÊS)