Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude


Capítulo 22
Vinte e dois


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, eu sei. Vocês querem me matar, mas não me matem assim eu posso continuar a estoria. Demorei muitos seculos para atualizar e quando fui postar o Nyah! estava com problemas como vocês lembram. Quando voltou adivinham só, perdi meu pendrive que continha o capitulo. Tive que refazê-lo todo outra vez. Não lembro de algumas coisas que coloquei,então acho que este ficou uma merda. Mas espero a opinião de vocês. Não se preocupem, desta vez salvarei no note e até no meu cartão de memoria, caso haja alguma problema novamente.
Gente, amei os comentários de vocês do capitulo anterior. Vocês bateram recordes de maravilhas, sério. Não posso deixar de dar as boas vindas a Senhorita Waters Langdon, Isa Barros, The lost Malfoy, Hunter of Shadows, bibilopes, Sophia w, Iza, Conjunto Getsmani, Jey Evans Black, Lola e Kity. Caramba, foram muitas desta vez.
Esse capitulo é calminho, mas o próximo está repleto de confusões. Já está pronto e só postarei dependendo de comentários. Beijos, boa leitura.



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Tinha esquecido como é acordar nos braços de alguém. Sentir-me segura com alguém. E sei que esse alguém é simplesmente fascinante para mim. Aconcheguei-me mais aos seus braços, sentindo sua respiração em meus cabelos. Seu peito estava grudado as minhas costas e seus braços me seguravam com firmeza.

Fechei os olhos percebendo o que tinha feito ao perceber o que houve. Um erro gravíssimo. O que me deu ontem à noite? Não era para ter acontecido. De jeito maneira. Ele vai me tratar como todas as outras quando acordar, e se não o fizer vai se enjoar de mim rápido. Desde que o conheço nunca o vi em um relacionamento serio. Menos com aquela loura azeda da Morgana, que ele ainda tem uns encontros às escuras e nem posso chamar isto de relacionamento.

Sinto uma lágrima escorregar pela minha bochecha. Tinha que admitir a verdade. Ele não seria diferente comigo, o que aconteceu ontem foi apenas um desejo carnal do que houve no elevador. Nada além disto.

Como se houvesse uma razão súbita em minha mente, saio dos braços de John devagar para não acorda-lo. Saí da cama como vim ao mundo entrando no banheiro. Não conhecia a mulher refletida naquele espelho. Minha pele estava branca de preocupação e desespero. Entro no Box para tomar um banho rápido. Aproveito para lavar os cabelos.

Banho-me o mais rápido possível. Visto um short e uma camiseta qualquer que havia trazido. Penteio os cabelos devagar com receio de que isto acorde John. Abro a porta devagar não adiantando de nada. Mordo o lábio inferior quando ouço sua voz. Por que ele tinha que ser tão sexy?

— Não me diga que está tentando fugir?

— Por que acha isto? – tento desconversar.

— Você fez muito cuidado para não fazer barulho. Inclusive reduziu o chuveiro.

Tá, esqueci que ele era um detetive. Continuava segurando a maçaneta. Juntava coragem para encara-lo depois da noite inesquecível que tivemos ontem. Sinto a tensão e o medo tomar conta do meu corpo. Não sei como enfrentar esta situação. Tenho que explicar a ele que o que fizemos foi um ato inadmissível.

— Apenas não queria te acordar. – minto.

— Claire!

Sua voz soa lentamente e replicante. Mordo o lábio inferior e viro-me devagar. Encontro seus olhos em pura preocupação e desespero. Por que ele estava assim? Que eu saiba não passo de mais uma transa para ele. Não é? Ele não pode ser contrario a minha opinião.

John se levanta me dando mais uma visão de seu corpo esculpido. Por que ele fazia isso comigo? É muito difícil pensar em alguma coisa coerente com ele me atrapalhando deste jeito. Esperava que eu caísse aos seus braços e o agarrasse em um beijo desesperado? Creio que não. Sou muito inteligente para correr este risco.

Ele coloca sua cueca Box que estava no chão. Isso resolveu um pouco, apesar de mostrar seu peitoral irresistível. É só evitar olhar mais a baixo, sempre em seus olhos. O que vai ser difícil, já que a esmeralda de seus olhos irão me desaprovar quando eu abrir a boca. Respirei fundo ante de encara-lo novamente.

— Não devíamos ter feito o que fizemos. – disparei.

— Não me diga que se arrependeu?

Engulo em seco ao ouvir a decepção em suas palavras. Isso é inaceitável. Eu que deveria estar com medo e histérica, contudo estou aqui frente a frente a você tentando aliviar o problema. O silencio cai sobre nós enquanto penso no que responder. A dificuldade de dizer apenas sim é maior que qualquer coisa que já tenha sofrido. Por que não é verdade. Não me arrependo do que houve, apenas estou com medo e não quero assumir. Simples assim.

— John, entenda, você é meu chefe. Temos apenas uma relação de “negócios”.

— Por que acha que a nossa noite foi apenas um negócio?

Ele se aproxima devagar e eu automaticamente dou uns passos para trás encolhendo-me. Se ele me tocasse eu sei que me renderia e seria em questão de segundos. Sinto a madeira dura da porta em minhas costas. Fico desesperada pelo momento sem saída. Não ouço nada mais além dos meus batimentos cardíacos. Respirava rapidamente.

— Não podemos fazer isso novamente.

As palavras quase não saem da minha boca. Seus olhos procuram os meus avidamente. Ele parece inconformado pela minha decisão. Lastimar é a última coisa que quero fazer agora.

— Claire, você não entende. Eu...

— John, por favor, não complique mais para mim.

— Sei que você está confusa, mas não é bem como você pensa.

— E como é então? – disparo. – Você dirá que foi diferente? Mas não foi, John. Para você sempre será uma transa qualquer.

Por um momento fico com um pouco de medo de seu olhar aterrorizado. Percebo que minhas palavras o feriram amargamente, o que me fez querer auto depredar-me impiedosamente. Pensei que para ele isto não seria nada. Absolutamente nada.

Ele respira fundo e ajeita seu corpo ficando com as costas ereta. Não consigo esconder o pavor em minhas reações quando ele apenas acena com a cabeça e vai para o banheiro batendo a porta com força. O barulho estrondoso me fez escorregar para o chão aos poucos.

É difícil para mim. Por estar confusa eu preciso de tempo. Tempo para pensar. Para raciocinar o que fazer daqui em diante, calcular os meus passos e principalmente o que fazer diante de John pelo resto da minha vida. Se depois do beijo no elevador não fomos os mesmos um com o outro, imagine agora depois de nossa noite.

Saio do quarto descendo as escadas rapidamente. A família Smith tomava café na cozinha pelo barulho de conversas. Aproveitei a deixa e saio da casa correndo. Precisava de ar fresco. De arredores diferentes e abertos. Precisava de um lugar bem longe de John. Não tenho confiança sobre eu mesma quando estiver perto dele. Eu não sei como meu corpo irá reagir diante dele.

Sento-me na escada de frente para a casa. A rua estava calma, contudo tinha algum movimento. As pessoas devem estar aproveitando seu domingo de uma forma maravilhosa e eu aqui me lamentando de uma coisa que não consigo me arrepender. Sorrio da minha situação. Há uma semana recebi uma ligação de John solicitando meu serviço e eu queria vê-lo morto. Agora, morto é uma das ultimas situações que quero que ele esteja. Se me dissessem isto naquela época eu teria rido horrores.

Oh meu Deus, me diga se existe uma pessoa mais atrapalhada, mais confusa, mais entusiasmada, mais preguiçosa, mais esquisita, mais animada, mais perdida, mais alegre e mais apaixonada do que eu? Acho que não.

Merda. Não posso estar apaixonada. Recuso-me a isto.

— Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não... – bato em cada lado de meu rosto sacudindo a cabeça.

— Se continuar assim vai ficar toda vermelha e isso seria uma pena.

Walter senta-se ao meu lado. Minhas bochechas ficam vermelhas, mas não pelas tapas que acabara de levar e sim por ser flagrada em um momento de desespero pelo pai do meu problema. Escondo o rosto em minhas mãos para tentar esconder o constrangimento.

— Não precisa ficar assim. Pela cara de John na cozinha sei que vocês brigaram. Mas no caso dele está descontando nos talheres.

— Desculpe.

Não sei por que disse isso. Walter não tinha nada a ver com o que acontecia comigo e John. Entretanto, era do seu filho que se tratava a conversa, não de alguma pessoa qualquer. Fico um pouco receosa de como me portar e o que falar na presença deste senhor tão simpático.

— John tem um temperamento difícil, mas você sabe lidar com ele. É a única pessoa fora da família a fazer isto. – sua mão aperta meu ombro gentilmente. – Fico feliz que ele tenha você Claire. De uma forma ou de outra.

Sorrio para ele.

— Vou te contar uma coisa, Claire. Estou com medo. – fico surpresa com a sua confissão repentina. - Com medo que John se torne um velho detetive solitário. Sem ter feito uma família própria para amar. Vejo meus outros filhos felizes com suas famílias feitas e queria que John sentisse essa felicidade. – ele sorri um pouco triste, porém tinha esperança no brilho de seus olhos. - Sabe, teve uma época em que eu achei que você e o John iam se casar. A época voltou. Principalmente quando vi vocês na minha festa ontem.

Mordo o lábio inferior. Estava confusa. Meu coração ritmicamente começa a bater depressa. Ele queria que eu me cassasse com John? Não pode ser. E logo agora que John deve estar desejando a minha morte macabramente.

— Eu não sei como responder a isto.

— Não é a mim que você deve uma resposta.

Abro a boca para dizer que não iria rolar. John deve me odiar a partir daquela nossa conversa nada agradável desta manhã. Ouço a porta atrás de nós sendo aberta e nos viramos para ver um John carrancudo. Abaixo a cabeça evitando encará-lo por causa do constrangimento iminente.

— Claire. Arrume suas coisas, precisamos voltar para casa.

— Mas já, filho? - Walter se levanta para falar com o filho. – Pensei que ficariam mais tempo conosco.

— Recebi uma ligação importante, pai. – John se explica.

Ele deve estar tentando se livrar de mim. Quando chegarmos a Los Angeles ele irá me demitir e eu terei que voltar para a Austrália, procurar um emprego e viver uma vida com os meus pais até a morte.

— Vamos Claire, precisamos voltar para casa.

Levanto-me lentamente. Fico receosa que ele veja o meu desconforto em estar perto dele. Encará-lo tão cedo não era o que queria neste momento. Vejo John sério. Walter me dá um sorriso encorajador. Parece que ele sabe o que se passa entre seu filho e eu.

— Está bem. Vou subir e arrumar minhas coisas.

Passo por John para entrar na casa e sinto a tensão que irradia do seu corpo. Corro escada acima e preparo minhas coisas segurando as lágrimas. Ele me odeia. Irá me demitir assim que chegarmos a Los Angeles e terei que procurar emprego em uma agência de advocacia qualquer. Estou ferrada.

Despedimo-nos da família Smith. Disseram que eu seria bem vinda a qualquer momento, entretanto alguma coisa dentro de mim me dizia que isso não iria acontecer novamente. Meu coração doía com as verdades deste pensamento. Pegamos o jatinho do pai de John e o embarque foi feito em um silêncio angustiante.

Estava sentada em uma das últimas cadeiras e John em uma das primeiras. Apenas conseguia ver o seu braço apoiado no encosto da poltrona. Talvez este fosse nosso último dia juntos e ele resolve ficar com raiva de mim. Minha vida será uma merda daqui em diante.

Cruzo as mãos e abaixo a cabeça. Esse era meu fim. Depois de cinco longas horas sentada olhando apenas para a janela, me deu um embrulho no estomago quando pousamos. Eu teria que enfrenta-lo. Ele se levanta pega sua mochila e vem até a minha poltrona. Não ouso levantar a cabeça enquanto ele pega a minha mala acima de onde estava. Do jeito que o meu estava batendo com apenas a sua aproximação, era bem capaz que o puxa-se pelo colarinho e o beija-se de uma forma avassaladora.

Claire no que você está pensando. Não pode imaginar nele desta forma. Digo para a minha mente enquanto ela fantasiava a cena. Ele pega a mala e a arrasta junto consigo. Não acredito que vai me torturar até quando chegarmos a casa. Isso é humilhante para mim e divertido para ele.

— Se não percebeu, você tem que sair do avião.

John me repreende parado na porta do jatinho. Confirmo com a cabeça como se dissesse que eu já sabia. Levanto e o sigo para fora em direção ao aeroporto. Quando saímos da entrada do aeroporto vejo Volkswagen prata de Ryan nos esperando. Puxo a camisa de John para receber respostas.

— Liguei para eles pedindo carona.

Foi tudo que disse. Ryan o ajuda a pôr a minha mala no porta-malas. Demitri senta-se comigo no banco traseiro. Acho que ele já tinha uma noção do que estava acontecendo e percebeu que não queríamos ficar juntos um do outro. Ninguém soltou um ruído durante o trajeto para casa. Entro em casa rápido e John só faz menção de jogar sua mochila no sofá e sair porta a fora.

— Que merda! Para onde ele vai agora? – resmungo me jogando no sofá.

Demitri fecha a porta depois que Ryan foi atrás de John. Terei que repensar meus planos daqui pra frente. De  pensar numa maneira elegante de me demitir sem ser desagradável. Mas não existe essa. Qualquer demissão sempre é desagradável. E principalmente do cara com quem você teve a melhor transa de sua vida.

— Desembucha vai? – ele se senta ao meu lado. – O que aconteceu entre vocês?

— Eu e o John... – procuro achar um modo de falar isso, porém sei que não há outro.

— Você e o John... – ele faz um gesto com a mão para que eu continuasse.

— Nós...

— Vocês...

— Transamos. – concluo.

— Oh... – ele pensa na situação como se não tivesse entendido. – Oh meu deus. – Exclama notando agora o que acabara de dizer. – Oh meu Deus.

— Para com isso. – reclamo. – Você está me deixando nervosa.

— Desculpe. É que... – ele sorrir com alegria. – Finalmente.

— Oh não. Por favor, não Demitri.

Ele não podia estar falando sério.

— Não me leve a mal. Você é minha melhor amiga há anos e Deus sabe que só quero o seu bem. É que vocês dois...

— Nós dois nada. - repreendo.

— Vocês dois sim. Acha que ninguém percebe a tensão sexual entre você e ele? Você tem que ser mais decidida, Claire. Se joga, mulher. - ele dá uma risadinha. - Pelo menos você vai ter orgasmos.

Escutamos um toque de celular e Demitri retira o seu do bolso, atendendo-o.

— Está bem. – ele responde para alguém do outro lado da linha. – Estou indo.

Demitri desliga e levanta-se rapidamente.

— Preciso ir à editora. Aquela mulher já está enchendo meu saco com o atraso do manuscrito. Quer vir?

— Não. Vou tomar um banho e dormir um pouco. Quero estar relaxada para enfrentar o problema mais tarde.

— Atá. Grande problema - ironizou. - Depois terminamos nossa conversa. Boa sorte.

Ele me dá um beijo na testa e sai fechando a porta. Tomo um banho rápido e me jogo na cama. Acordo com barulhos na cozinha. Meu Deus, alguém está aqui. Não, John deve ter voltado. Olho a hora no criado mudo. Já são onze horas da noite. Dormir muito.

Levanto da cama e sigo pelo corredor em direção à cozinha. Chegando perto ouço vozes. Pareciam estar discutindo aos sussurros. Surpreendo-me ao ver os quatros suspeitos. Ryan, Demitri, Gregory e Keenus escondendo alguma coisa atrás do balcão da minha cozinha. Vou tomar cuidado a quem dou copias das chaves da minha casa. Mas que droga. Deve ter escrito na minha testa ACEITO CONFUSÃO GRATUITAMENTE.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá gente, quero comentários, favoritamentos. Seria injusto pedir recomendações?