Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns
Annie
– Esperando por nós? – Perguntei, dando um passo a frente.
Temi que a mulher me achasse atrevida demais, mas ela simplesmente abriu um sorriso e disse:
– Sim, minha querida. – Sua voz era suave e meiga. Ela desviou sua atenção de mim e olhou para os demais semideuses. – Vamos, me acompanhem. Vocês parecem um pouco abatidos.
Olhei para trás e vi que todos estavam tão confusos quanto eu. Dei de ombros e comecei a seguir a simpática mulher.
Tudo a nossa volta se resumia em natureza: plantações por todos os lados, animais pastando, arbustos cheios de flores e várias outras coisas que por algum motivo me fizeram gostar daquele lugar. O céu estava do mais límpido azul, sem nenhuma nuvem. Já havia ido a algumas fazendas, mas nenhuma era tão linda e tão bem cuidada como aquela.
Caminhamos mais um pouco até chegar a uma casinha de madeira simples e linda.
– Por favor, tirem os sapatos e os deixem aqui na entrada. Não queremos que o chão fique sujo, não é? – Disse a dona da fazenda enquanto retirava as próprias sandálias e entrava na casa.
Retirei meus sapatos e aguardei que todos fizessem o mesmo. Fiz um sinal com a cabeça para que Alastor fosse o primeiro a entrar, eu estava morrendo de vergonha.
A casa por dentro era ainda mais bonita do que por fora. Não havia um pingo de tecnologia, parecia que o tempo havia passado no mundo inteiro... menos ali. Entramos e nos deparamos com uma pequena sala de estar, tinha alguns sofás e vários vasos com flores. No canto da sala havia uma enorme lareira e eu desejei que estivesse fazendo frio, apenas para poder sentir o calor de suas chamas. Alguns quadros estavam pendurados nas paredes e uma mesinha de centro estava cheia de revistas.
– Sentem-se. Vou buscar algo para comerem! – A mulher parecia estranhamente feliz com a nossa chegada. Como ela podia estar nos esperando? Quem era ela?
– Gente, isso aqui é tão... ultrapassado! Cadê a cor? O brilho? O luxo? Lara, sou a favor de voltarmos para a sua mansão. – Disse Lua enquanto caminhava pela sala passando a mão em tudo.
– Não há como voltarmos para minha casa. Meus pais a deixaram agora que não estou mais lá. Vai ser melhor pra eles já que o meu cheiro vai ficar lá pra sempre.
Estava prestes a abrir a boca para falar quando ouvimos o barulho de algo se partindo. Olhei para Lua e vi sua expressão preocupada. Ela estava em frente a uma estante cheia de porcelanas e aos seus pés havia um pires quebrado.
– Parabéns Lua! – Disse Alastor ironicamente.
A mulher de vestido verde voltou correndo da cozinha com uma cesta de maçãs.
– Ah! Que pena! – Disse, aproximando-se dos cacos. – Foi um presente de Atena.
– U-um presente de quem? – Perguntou Adam.
– Atena, meu querido! Não se preocupe com isso agora. Vamos, peguem estas maçãs, vocês parecem com fome e eu as colhi hoje de manhã.
Peguei uma maçã e a mordi, o sabor era incrível. Sem dúvidas a melhor que eu já havia colocado na boca.
– Como sabia que vínhamos? – Perguntou Dianna com a boca cheia.
– Os deuses estão prestando atenção em vocês, querida. Alguns os apoiam, outros os consideram uma ameaça. Eu os apoio! – Respondeu alegremente.
– Mas quem é a senhora?
– Ora! Deméter! Quem mais eu poderia ser?
Então era por isso. Como não me lembrei de Deméter? Plantações impecáveis, frutas deliciosas, deuses...
– É um prazer conhece-la. – Disse Adam.
– Ah, meus queridos, o prazer é todo meu! Sabe que eu sempre gostei de semideuses? Não os vejo como uma ameaça como os outros. Vocês são bem corajosos! Atravessar o país procurando outros como vocês para ensina-los a se defender!
– Quíron me enviou nessa missão.
– Sim, sim. Foi ele que me avisou da possível chegada de vocês. Desde então os aguardo e também presto atenção em vocês, sabia que chegariam hoje.
– Acontece que agora estamos sem ter pra onde ir. – Disse eu.
– Não, não estão. Grayer e Collin venham aqui! – Gritou pela janela.
Não estávamos entendendo nada. Alguns instantes depois, dois garotos fortes e sujos de terra apareceram.
– Esses, - disse a deusa – são meus filhos. Os trouxe para a fazenda, assim poderão me ajudar com a plantação. Collin, pode me trazer aquele jornal mortal?
– Sim, mãe. – Respondeu. Tinha cabelos encaracolados e escuros como os da mãe.
O garoto entrou por um corredor e segundos depois voltou com um jornal nas mãos.
– Aqui, vejam. – Disse Deméter após folhear um pouco. – Vocês vão para a Flórida!
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