Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns


Capítulo 17
Let it burn.




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LUCY

O barulho da explosão anunciou a morte de um. Nosso guardião infelizmente não teve chance e se foi.

Corremos para a borda do penhasco, e observamos o carro que pegava fogo destruído, onde, possivelmente, no meio das chamas, estaria as cinzas de Gump. Dianna correu na direção do urso humanoide e fincou sua lança no seu rosto, até o monstro virar pó.

Adam caiu de joelhos, boquiaberto. Seu ombro ainda sangrava, encharcando sua blusa azul-bebê de vermelho-escuro. Pelo jeito como ele reagia com a morte do sátiro, soube que eles eram próximos. Adam havia me contado que tinha sido um dos primeiros semideuses a se juntar ao ''grupo'' de Quíron, que no tempo só tinha Gump, Alastor e Dianna. A filha de Ares começou a caminhar de um lado para o outro, mexendo no cabelo, e chutando pedras. Alastor estava sem reação, com os olhos fixados no veículo destruído, quilômetros longe de nós.

Lara se virou na direção de Alastor e lhe abraçou. Ele olhou para mim com os olhos azuis penetrantes, e dei um sorriso torto, pois não soube o que fazer. Ele fechou os olhos e continuou abraçado com Lara.

Virei-me e me agachei ao lado de Adam, que agora tinha o rosto entre as mãos.

– Sinto muito. - Falei, passando a mão sobre suas costas.

– Tudo bem. - Ele levantou o rosto e respirou fundo. - Ele não era grande coisa, mas era amigo de todos. Eu não daria minha vida por alguém, mas Gump faria isso sem hesitar, por qualquer um de nós.

Eu não soube o que responder. Nunca tive de lidar com mortes, e não sabia como reagir a tudo isso. Me levantei e estendi a mão a Adam. Ele se virou e a segurou, e pude sentir sua pele fria encostando em meus dedos. Adam ficou de pé, e nos juntamos aos outros, que se abraçavam - exceto Dianna, que estava isolada, perto da entrada da loja dos ursos.

– Precisamos continuar. - Disse Alastor, finalmente. - Não podemos ficar aqui para sempre lamentando a morte de Gump. Nossa missão é achar mais semideuses, e é o que faremos.

– Só temos um carro, não irá caber nós todos. - Disse Connor.

– Vamos ter que caminhar até acharmos um lugar para passarmos a noite.

– E o carro? - Perguntou Lara. - Podemos nos dividir.

– Ou vamos juntos ou não vamos. - Alastor cruzou os braços e franziu a testa. Todos se entreolharam e finalmente assentiram.

O outro carro continuava queimando...

Ao pôr do sol, após andarmos vários quilômetros pela estrada deserta, nos deparamos com uma casa de campo, perto de uma bifurcação.

– Parece abandonada. - Comentou Lua, que foi acordada por Lara, logo após concordamos com o acordo de caminhar até achar um lugar. Ninguém estava conversando com ela. Evitamos ela a todo instante, pois durante a luta com Agrios e Oreios, ela estava dormindo no carro.

– Vocês não acham meio suspeito uma casa de campo no meio do nada? - Perguntei, tirando os cabelos castanhos-claro da minha testa.

– Lucy tem razão. - Concordou Alastor. - Mas devemos arriscar.

Em poucos minutos, chegamos em frente a casa. Havia uma comprida e alta cerca de madeira em volta da propriedade. Dianna não hesitou em destruir uma delas para abrir passagem a nós.

Entramos no terreno, e nos deparamos com uma vasta plantação de trigo. Uma mulher de cabelos longos, encaracolados e cor de terra estava ajoelhada sobre o solo, colhendo trigo e colocando-o em sua pequena cesta. Ela trajava um lindo vestido esverdeado que ia até seus pés. O vestido era enfeitado por várias flores coloridas que exalavam um perfume que chegava até nós.

Ela se levantou, segurando a cesta e nos fitou. Seus olhos cor-de-mel brilharam, e ela balançou a mão graciosamente.

– Que maravilha! - Disse ela, com sua voz suave. - Estive esperando vocês.


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