Big Girls Don't Cry (Hiatus) escrita por Izzyff


Capítulo 14
Annabeth - Pausas são necessárias.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Antes de tudo, perdoem se tiver algum erro ortográfico. Eu espero não ter demorado muito, já que agora eu voltei com meu vício em Naruto e estou escrevendo uma fanfic KibaIno {Se alguém quiser olhar a fanfic, está nas minhas histórias, 30 dias}. Eu queria agradecer muito a todos vocês que acompanham e leem a fic, ok? Valeu! Eu espero que gostem do capítulo, eu comecei sem muita vontade, mas amei escrever ele. Além disso, eu vou poder ter mais tempo pra me dedicar as minhas fanfics logo. Acho que minhas aulas só vão até o dia 24 ou 28 desse mês. Beijos e boa leitura



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Assim que consegui fazer Piper comer pelo menos um pouco, encontrei um garoto que dizia ser seu amigo. Fiquei em dúvida quanto ao tipo de amizade, mas não era hora pra discutir sobre isso. O tal garoto, que disse se chamar Will, nos levou até o apartamento, onde me deparei com Reyna acordada e Thalia deitada na cama, como se estivesse doente a dias. A aparência dela era quase tão ruim quanto a de Piper, e eu percebi que aquela seria uma noite bem longa. Mais longa do que eu imaginei. Will não teve a oportunidade de ir embora, porque o caso de Thalia e Piper estava pior do que eu e Reyna imaginávamos, e não conseguimos deixá-las lá, não sabíamos o que fazer. Thalia com certeza havia bebido muito, muito mesmo, e agora estava sofrendo as consequências de ter passado tanto dos limites, e Piper parecia ter problemas ainda piores. Ambas foram atendidas no hospital, e após muitos exames, ficaram internadas por algum tempo.

Me sentei no corredor, esgotada e com a cabeça apoiada nas mãos. Queria chorar, estava cansada de tantos problemas o tempo todo, e agora, tinha duas amigas hospitalizadas. Aquilo não parecia a realização de sonho, parecia um pesadelo onde estávamos morrendo pouco a pouco. Eu não sabia qual seria a próxima armadilha. Reyna sentou-se ao meu lado, bem mais controlada do que eu jamais conseguiria com tudo aquilo, porém suas olheiras e a face abatida demonstravam que também estava abalada. Me apoiei nos ombros dela e soltei um suspiro.

–-- Como elas estão? --- Perguntei, com a voz cansada.

–-- Thalia bebeu muito e teve alguns problemas estomacais, ela vai ficar bem logo. --- Reyna respondeu tentando ser positiva. --- Possivelmente ela será liberada amanhã, vai tomar algumas vitaminas e só.

–-- Piper?

–-- Início de bulimia e anorexia. Ela estava com a garganta inflamada, desidratada, com o rosto dolorido, um pouco inchada, e perdeu peso de forma errada. Porém, eu perguntei ao médico, e ela teve sorte. Não criou problemas no coração, além disso é só início, o tratamento é mais fácil apesar de todos os sintomas.

–-- O que vamos ter que fazer? Como ninguém percebeu nada disso? --- Falei, num tom indignado.

–-- Estávamos ocupadas demais com nossos próprios problemas pra perceber os dela. Somos tudo o que ela tem, Annabeth. Vamos ter que fazê-la ir na psicoterapia e tomar os remédios por algum tempo.

Eu queria chorar. Eu queria muito chorar, mas eu não iria. Thalia estava abalada com o fim de seu namoro, e Piper era quem precisaria mesmo de ajuda. Reyna não iria chorar tão facilmente, e eu também não iria. Não naquele momento, e não com duas amigas precisando de mim. Acenei com a cabeça e me calei.

Como Reyna havia dito, Thalia foi liberada no dia seguinte e tivemos que explicar tudo o que acontecera com Piper, que agora parecia bem melhor na maca do hospital. Não demorou muito para ela ser liberada, mas tivemos que fazer ela parar de frequentar as aulas de teatro. Aquele ambiente estava fazendo mal pra ela, assim como as pessoas que estavam lá. Piper não iria admitir nunca tudo o que estava sentindo, toda a insegurança que ela havia adquirido, mas agora conseguíamos ver que ela estava confusa. Piper sempre foi bonita, sempre tinha atenção, mas a nossa cidade natal é bem menor que New York, e ela se sentiu inferior vendo que existiam tantas garotas como ela. Não consegui perceber como ela havia se tornado frágil como tudo aquilo. Não consegui ajudar minha melhor amiga, e isso era, sem dúvidas, horrível.

Nos primeiros dias, foi um inferno ter que aturar o mau humor de Piper e o de Thalia. Piper por não querer tomar os remédios na hora, e Thalia por não suportar o humor de Piper. Foi assim por um bom tempo.

–-- Piper, está na hora do remédio. --- Reyna disse, calma.

–-- Eu não vou tomar aquela porcaria. Tem gosto de ferro. --- Piper dizia.

–-- Se não fosse sua estupidez, você não estaria tomando remédios. --- Thalia provocava.

–-- Se não fosse a sua estupidez, Luke ainda estaria com você. --- Piper respondia novamente.

E eu? O que eu podia fazer? Simplesmente precisava de um ar, e sempre que eu queria isso era obrigada a sair de casa e me preocupar com Reyna sozinha com duas garotas cheias de problemas. Eu não tive paz desde que cheguei naquele lugar, e agora eu me perguntava se era realmente a melhor escolha continuar tão longe de tudo e todos. Talvez tudo aquilo fosse bobagem. Talvez não estivéssemos calculando direito o que fazíamos na hora.

Tive que trabalhar sozinha no Mc Donald’s e acabei ganhando o cargo de gerente. O que ajudou muito, já que os remédios pra Piper não estavam sendo baratos. Ela reclamava que queria voltar a trabalhar, mas ficar assim tão perto de comida não parecia uma boa ideia. Acabamos deixando ela em casa, ajudando Reyna com o pequeno John. Thalia acabou pegando o turno da tarde no Mc Donalds um tempo depois. Elas acabaram trocando de emprego.

Depois de duas semanas, tudo ficou um pouco mais fácil de lidar, e Piper já estava mais branda e com seu velho bom humor de volta. Ela ainda parecia abatida, como se agora estivesse se dando conta da besteira que havia feito, e tomava os remédios devidamente. As sessões que ela fazia em grupo pra ajudar na auto estima estavam fazendo resultado. Ainda bem que mesmo fazendo uma besteira, ela estava conseguindo consertar mais rápido do que a maioria das garotas conseguiam. Me senti mais aliviada.

Eu estava lendo um livro, quando escutei meu celular tocar. Era Bianca me chamando para passar algumas horas na casa dela.

–-- Quem é? --- Piper perguntou.

–-- Bianca. Ela está me chamando pra ir na casa dela, mas eu não tenho muita certeza.

–-- Por minha causa, não é?

–-- Não, Piper. Eu não...

–-- Eu não sou uma criança. --- Piper me interrompeu. --- Annie, eu fiz uma besteira e agora eu estou pagando por ela. Mas você não precisa pagar por ela também.

Soltei um suspiro e olhei para Thalia no quarto, tocando guitarra enquanto escrevia algumas composições no caderno, e para Reyna que observava de longe. Liguei para Bianca, que não demorou muito a atender.

–-- Bia? Eu tô indo. Deixe um pouco de comida pra mim. --- Desliguei o telefone, e Piper me olhou com aprovação.

Peguei o meu casaco e saí de casa. Talvez ela estivesse certa, e eu estivesse tomando as dores de todo mundo. Mas eu não consigo não pensar em tudo o que aconteceu desde então. De como eu deixei meu pai sozinho, de como eu magoei Percy e escolhi uma vida que só estava acabando comigo, de como eu deixei de me preocupar com todas elas, exatamente por estar me preocupando demais. Deveria relaxar um pouco, talvez fosse bom.

Assim que bati na porta, fui recebida por um forte abraço de Bianca, que alegou estar morrendo de saudades de conversar comigo. Eu retribui o abraço, porque eu estava precisando de um fazia dias. Hazel e Frank não estavam lá, haviam resolvido passar um tempo em casal, então nos sentamos eu, Bianca e Nico e comemos uma pizza, enquanto Bianca tentava contar piadas --- Se o objetivo era nos fazer rir com a falta de graça delas, comigo funcionou --- e depois Nico foi jogar vídeo game na sala e eu acabei contando tudo o que estava acontecendo pra Bianca. Ela era uma boa ouvinte.

–-- Nossa, deve estar sendo difícil suportar tudo isso na sua casa. --- Ela disse,fazendo uma careta. --- Teve uma época aqui em casa, em que as coisas também saíram do controle.

–-- Sério?

–-- Muito. Nico e Hazel já me deram muito trabalho.

–-- Nico e... Hazel? --- Eu estranhei.

Naquele momento, Nico se virou e olhou para a cozinha e semicerrou os olhos, como se estivesse me perguntando “Então o fato de eu ter dado trabalho não te surpreende, mas o fato da Hazel ter dado trabalho parece impossível?”. Tive que me desculpar, ele apenas revirou os olhos e voltou sua atenção para o video game.

–-- Nico ficou um pouco rebelde depois da morte da nossa mãe, e Hazel estava passando por uma fase difícil, ela sentia como se não se encaixasse nesse mundo. Nessa época, eu estava começando a criar responsabilidade, e controlar os dois foi quase impossível. Hazel e Nico saíam durante a noite e eu não sabia o que fazer. Eu estava me preocupando demais com eles.

–-- E o que aconteceu? Quer dizer, você ainda parece tão responsável e tudo mais, e eles não dão mais problema, eu acho.

–-- As vezes, quando estamos passando por mudanças, é normal que algumas coisas saiam dos eixos. E as pessoas reagem de formas diferentes, você não acha? Algumas com a raiva, --- Ela apontou para Nico, sem que ele notasse. --- outros com tristeza e a revolta. Mas isso passa. Eu tive que dar puxões de orelhas várias vezes nos meus irmãos, e eles finalmente criaram juízo, com o tempo eles se acostumaram com as mudanças. Vocês estão na fase em que as coisas saem dos eixos, e está se preocupando como eu me preocupava. Só, tome cuidado. Fique de olho nelas, mas não esqueça da sua própria vida.

Eu realmente não sabia que Bianca era tão boa com discursos motivadores, mas ela realmente parecia ter dom para a coisa, seus alunos tinham sorte. Bianca resolveu subir e tomar um banho, e eu acabei ficando sozinha com Nico, num completo silêncio, até que ele resolveu falar algo, e isso me surpreendeu muito.

–-- Bianca adora fazer esse tipo de coisa. Falar e falar, e esperar que isso motive as pessoas. --- Ele disse, sem tirar a atenção do jogo.

–-- Ela é muito boa nisso.

–-- Eu sei. --- Ele finalmente me olhou. --- Quer jogar?

–-- Claro, por que não? --- Dei de ombros e peguei o outro controle.

Bianca apareceu um pouco depois e se sentou conosco no sofá, bem humorada como sempre estava. Acabamos revezando as vezes de cada jogador. Eu não me divertia assim fazia tempo, e passar um tempo com os Di Angelo foi realmente bom, até Nico com aquele jeito fechado conseguiu falar um pouco mais. Tirando o fato de que eu perdi várias vezes, foi bem legal.


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Notas finais do capítulo

ESPERANDO O AMOR DE VOCÊS NOS COMENTÁRIOS.