Big Girls Don't Cry (Hiatus) escrita por Izzyff


Capítulo 13
Piper - Nada sob controle.


Notas iniciais do capítulo

Leiam até o fim, é importante.

No momento em que eu escrevi isso eu estava na casa da minha avó no interior de Goiás. Vocês sabem, aquelas cidadezinhas em que você só coloca o pé porque tem algum parente querido nela (ou porque seus pais te obrigam, mas no meu caso é porque eu amo o povo daqui) então, quando você fica sem internet, te vem várias ideias na cabecinha, e eu pensei no que eu vou fazer nos próximos capítulos bem direitinho. Na faculdade, segundo os Estados Unidos, depois que você termina seus 12 anos de estudo, vc vai pro College, onde você faz dois anos de matéria básica e depois entra na University, ou direto na University e tem as matérias lá, que foi o que eu fiz com elas. Então, prestem atenção! A primeira fase da fanfic acaba em alguns capítulos, onde vou terminar de resolver todos os conflitos delas, e fazê-las se estabelecerem na cidade sem mais problemas como o que elas tem. Isso vai acontecer no decorrer da primeira fase, e terminar em dois anos, quando elas já estiverem com 20. E aí eu vou avançar no tempo até um pouco depois da formação, quando elas estão experientes e empregadas, com 23 anos. Entre o intervalo desse tempo, eu vou postar alguns capítulos especiais do passado delas, e de visitas que fizeram aos parentes no decorrer dos anos que ficaram fora. Estamos entendidos? Uau, isso deve ter ficado grande. Enfim, é isso. Boa leitura, amo vocês.
Aaah! E se vocês estão sem perguntando o que vai acontecer na segunda fase da fanfic...... SURPRESA! Só lendo pra saber u.u. Agora sério, Boa leitura, amo vocês.



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Minha noite não poderia ter sido melhor. Eu me diverti tanto, dancei, bebi e beijei tanto. Não poderia ter sido melhor, é, até a chegada da minha querida amiga loira de olhos cinzentos, Annabeth. Ela acabou com a minha diversão. Bom, é melhor eu explicar com mais detalhes desde o início da festa.

Quando eu cheguei com as meninas, sequer dirigi uma palavra. Eu bem queria ter dito que iríamos nos divertir juntas e tudo mais, porém Drew me puxou para dentro da festa e eu não consegui mais ver nada. Eu e Drew estávamos dançando com um garoto, até que ela me empurrou para o menino da outra sala que eu paquerava no intervalo da aula, Will Solace. Um cara lindo, com cabelos loiros e olhos azuis claro. É isso aí, eu tenho queda por loiros de olhos azuis. Ele era um fofo, apesar de eu perceber que não iríamos conversar muito. Foi mais ou menos assim:

“Oi, Piper”

“Oi, Will”

“Tudo bem?”

“Tudo ótimo. E você?”

“Ah, tudo ótimo também”

“Legal”

E ai no próximo segundo não teve mais papo nenhum. Meio que começou a tocar Safe and Sound do Capital Cities e nos deixamos guiar pela música. Estávamos muito ocupados tentando roubar a língua um do outro para falar. Até que tudo foi acontecendo. Primeiro a mão dele boba deslizando pros meus quadris e me pressionando contra uma parede, depois algumas mordidas no pescoço, alguns puxões na camisa e mais e mais beijos. Quando desviei meus olhos para o lado, vi Drew sorrindo e apontando para uma escadaria logo ao lado. Eu entendi o que ela queria dizer. No andar de cima do teatro ficavam várias salas onde os alunos guardavam seus materiais, e que naquele dia estavam servindo para ser o quarto das pegações. Num primeiro momento me senti um pouco atirada por estar sugerindo aquilo, mas apesar de Will ter quase me engolido, ele não iria oferecer nenhum convite formal. Bem, mulheres de atitude dão o primeiro passo.

–-- Hum, hã, Will – O afastei minimamente e ele me olhou de uma forma confusa. --- Então, talvez fosse melhor a gente subir.

–-- Subir...Hã? --- Ele ainda estava confuso.

–-- Você quer mesmo que eu explique?

–-- Não, não! É que... Uau. Que rápido.

–-- Rápido o que?

–-- Nada, nada.

Interpretei aquilo como um sim. Subimos aos tropeços enquanto me sentia cada vez mais despida e perto de não ser uma virgem de dezoito anos. Will era um cara legal, e se eu queria mesmo estar com Drew, se aquilo iria mesmo de alguma forma me ajudar a conseguir mais do afeto dela, bom, eu faria. Não era nada demais, afinal.

Depois de interrompermos vários casais, finalmente encontramos um lugar vazio. A sala do zelador. Super romântico. Comecei a beijá-lo com mais força, desabotoando os botões de sua camisa pouco a pouco enquanto seus lábios se desviavam dos meus em direção ao pescoço. Passei a mão por seu abdome antes do jogar a camisa no chão e ambos demos uma risada.

E foi aí que os problemas começaram a acontecer.

Do nada me veio uma cena á cabeça. Uma cena que não combinava nada com o momento. Eu e Jason sorrindo um para o outro enquanto ele me beijava na beirada do lago que ficava perto do colégio, as coisas que ele me dizia enquanto estávamos juntos, e os olhares que lançávamos um para o outro, coisas típicas de dois adolescentes perdidamente apaixonados. Me veio á mente a maneira como ele segurava minha mão e juntava nossas testas, me veio á mente seus lábios, que eu desejava beijar a todos os momentos, e o pior, imaginar o seu toque fez com que eu repelisse o de Will. Eu o empurrei com força para trás, e então percebi o que havia feito.

–-- Ai meu Deus, perdão, eu... Eu só. --- E foi aí que a situação ficou ainda mais bizarra. De repente o meu coração ficou apertado. --- Eu não sei mais, não sei mais o que fazer, quem eu devo ser... Eu não sei mais.

Will parecia ainda mais confuso do que antes, porém quando ele abriu a boca para falar algumas coisa, eu o abracei e comecei a chorar. Eu chorei nos braços de um garoto que eu nem conhecia direito. Eu nunca me senti tão fora de mim mesma. Porém, por mais incrível que fosse, Will não me empurrou para trás e começou a me xingar, ele me abraçou de volta. Certo, aquilo foi incrivelmente estranho, Não é muito comum duas pessoas pararem de se beijarem para chorarem ou algo do tipo, mas por que eu estava reclamando mesmo? Tantas coisas estranhas vinham acontecendo na minha vida que aquilo só ocuparia mais um lugar na lista. Quando eu estava mais calma, nos sentamos em cima de dois panos esfarrapados e aparentemente sujos.

–-- É, você pode me explicar o que aconteceu aqui? --- Ele perguntou, depois que ficamos quase dois minutos em silêncio.

–-- É complicado explicar tudo.

–-- Faça um esforço.

–-- Eu... --- Decidi se prosseguia ou não, mas acabei abrindo a boca e despejando milhões de palavras sem fim. --- Eu nunca pensei que me mudar fosse tão complicado, eu sinto que estou perdendo tudo. Eu vim com minhas amigas porque eu quero ser atriz, eu deixei meus pais, meu namorado e segui em frente. Eu pensei que seria fácil, mas agora eu nem sei direito como agir. Estamos todas nos distanciando, eu me sinto uma deslocada e mesmo que eu tenha tentado te usar pra esquecer o Jason...

–-- Essa doeu.

–-- ... Eu ainda amo ele, e não consigo prosseguir.

Respirei fundo. Aquilo não parecia exatamente a coisa mais equilibrada a se fazer. Você sabe, confiar num estranho toda a sua vida. Principalmente num estranho parcialmente vestido, mas acredite, as vezes seu desespero te faz agir por impulso, e você está tão cansada que não calcula mais nada. Abaixei a cabeça esperando um grito ou algo do tipo, mas escutei uma risada, mesmo que mínima, encarei Will completamente confusa.

–-- Uau. A sua vida é uma bagunça.

–-- Você nem faz ideia. --- Suspirei --- Por que você não ficou com raiva?

–-- Eu deveria? Piper, eu converso com você porque te acho uma garota legal, apesar da companhia da Drew do seu lado. Eu posso ter perdido uma transa, mas eu posso ter ganhado uma amiga.

Acabei rindo.

–-- Isso quer dizer que vamos conversar mais vezes?

–-- Claro, aproveite e me conte mais sobre quão bagunçada sua rotina é.

–-- Só se você me contar mais sobre a sua.

–-- Você vai adorar a história do pai bonitão que tem mais namoradas que dias do ano, e te envergonha na frente de todos da família.

Ficamos mais um tempo conversando e então eu finalmente saí. Eu estava me sentindo alegre. Quer dizer, eu ainda era uma virgem de 18 anos, mas havia ganhado um amigo legal, então até que a noite estava valendo a pena. Will havia me contado sobre seu pai, sua família e todos os irmãos --- que se fossem parecidos com ele como ele dizia, minha nossa!--- e depois ele me disse algo legal.

“Eu prefiro a Piper assim: divertida e bem humorada.”

Pensei sobre aquilo um tempo. Na hora eu me senti ofendida e lhe dei um tapa, mas agora parando para pensar, não parecia exatamente uma ofensa. Se ele estava sendo sincero, as minhas mudanças não estavam sendo melhores? Pensei que só as meninas não me apoiavam porque estavam acostumadas com minha antiga personalidade, e ainda assim mais alguém preferia a minha versão antiga. Eu só queria conseguir minha carreira, e agora eu parecia só uma adolescente com crise de personalidade. Eu odeio esse sentimento. Odeio ser a inútil, a fraca, a Piper que não sabe o que quer. Quando foi que me tornei assim tão insegura?

Todo aquele nervosismo e todo aquele pensamento me deixou tonta, porém fui parada por uma Drew bastante animada, que me segurou pelos pulsos e sorriu maliciosamente.

–-- E aí? Como foi? --- Ela perguntou.

–-- Não foi. Não fizemos nada. --- Respondi.

–-- Como assim “não fizemos nada”? --- Ela me soltou, bem menos feliz.

–-- Eu, hã, eu não quis.

Naquela hora eu achei que ela fosse me bater.

–-- Você é uma frouxa mesmo. --- Ela disse, zangada. --- Uma frouxa inútil e feia.

Eu já estava cansada demais, e por mais que sempre fosse paciente com Drew, a minha paciência naquela noite estava fraca. Completamente esgotada. Minha cabeça explodia com pensamentos.

–-- Terminou?

–-- Não. Esqueci de dizer que você não serve pra nada.

E aquela foi a gota d’água. Talvez tenha sido um impulso, mas eu abri minha mão e a levantei, fazendo um movimento rápido para baixo e um grande estalo contra o rosto de Drew.

–-- Parece que ainda sirvo pra dar tapas em vadias.

–-- Sua...

Não a esperei terminar, apenas segui em frente. Drew sempre me ofendera, desde o primeiro dia, e eu nunca revidei. De alguma forma toda a raiva e confusão, todos aqueles sentimentos, eles me levaram a agir contra ela. E eu não estava arrependida, mesmo que soubesse que agora tudo ficaria ainda pior. Se antes Drew me tratava mal, agora conviver com ela seria quase impossível. Pensei que ela era a única amiga sendo verdadeira comigo, mas perceber como Will me tratara me levou a perceber que ele era mais amigo que ela. E nós nem nos conhecíamos a muito tempo. Fui até o bar e escolhi a bebida mais forte. Logo após terminar, meu corpo reagiu mal e senti tonturas, fazendo com que tremesse da cabeça aos pés. Atropelei todos no meu caminho e segui até o banheiro, caindo de joelhos diante do vaso e vomitando.

Não foi uma cena bonita. As vezes, quando nosso corpo não se alimenta, apenas bebe, você vomita apenas líquido e mais nada. Eu cheguei a um ponto terrível. O líquido voltava rasgando minha garganta e o gosto invadia minha boca como uma explosão. Devo ter vomitado por um minuto inteiro, e depois quando tentei me levantar, não consegui. Minhas forças estavam esgotadas. Comecei a chorar.

–-- Ajuda. --- Murmurei sem forças entre o intervalo de um vômito e outro.

–-- Piper! --- Escutei uma voz gritar.

Alguém correu em meu socorro e tentou me levantar, porém nesse instante vomitei o restante da bebida que havia tomado e pendi todo meu peso para trás, porém não caí. A pessoa que havia me segurado não havia me soltado um só minuto.

–-- Quem...

–-- Eu, Piper. --- Respondeu a voz, dessa vez mais nítida em minha cabeça. --- Annabeth.

–-- Você... Você viu, não viu? --- Falei, retomando aos poucos a força, mesmo que ainda sentisse uma enorme vontade de morrer.

–-- Vi, e vamos resolver isso. --- A voz de Annabeth era preocupada e rígida --- Isso precisa acabar, Piper.


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Notas finais do capítulo

Esperando seus comentários, coisas fofas! *o*