A Vingança de Hera escrita por Cherry Pitch


Capítulo 7
A Mensagem de Afrodite


Notas iniciais do capítulo

Genteyyyyy, volteii!! =)
Em primeiro lugar, ESQUEÇAM A DEMÉTER QUE EU COLOQUEI COMO DEUSA DA VINGANÇA NOS CAPÍTULOS ANTERIORES! EU SOU UMA LOUCA, ESQUECIDA, COM SONO (Morfeu, você me paga!) E QUE COMEU MUITA FDL!!
Fiquei muito animada com os comentários de vocês, e eu realmente fiquei muito triste em colocar a história tanto em hiatus... É porque meu computador pegou vírus e apagou os capítulos que eu tinha salvo, aí eu comecei a usar o Wattpad e acabou que esqueci de postar... :(
Bom, eu vou colocar uma data para postar a história, então (assim espero) toda segunda terá um capítulo de AVH (adoooorooo colocar siglas *-*).
Enfim, vamos logo a esse capítulo porque já demorou demais!



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Senti as minhas bochechas esquentarem, e eu percebi que eu estava igual um dos vestidos de festa de Afrodite, só que sem todos aqueles paetês e quilos de purpurina. Tudo que eu tinha planejado perfeitamente tinha desaparecido da minha mente, ou parecia ruim. A calça skinny que eu tinha escolhido parecia curta e apertada demais, a blusa marcava muito meus seios (na hora que eu escolhi, isso parecia bom, mas agora...), a bolsa parecia ser grande demais, e eu estava cambaleando com aqueles saltos.

Reclamei com Nêmesis sobre o tamanho do salto, e o fato de eu estar cambaleando, mas ela disse apenas que eu não estava cambaleando pelo tamanho do salto, mas por outra coisa. Fingi que não entendi a indireta dela.

Cabeça erguida, ombros largos, não fique parada olhando para... Nossa, como o cabelo dele estava bonito hoje... E... Céus. Eu não vi aqueles bíceps. Eu não vi aqueles músculos por debaixo da camisa. Por favor, Hera: Não. Fique. Olhando. Os. Músculos. Dele!

Respirei fundo e andei em direção a ele. Tentei dar um sorriso casual, mas isso foi tão impossível quanto Deméter parar de mandar cereal para Perséfone e Hades no Mundo Inferior.

Eu ia abraçá-lo e dar um beijo em seu rosto, quando ele estendeu a mão para apertar a minha, e como eu fui impulsiva demais ele sem querer tocou nos meus seios. Eu senti e me afastei um pouco, e vi que ele estava com o rosto mais vermelho que o meu, se é que isso é possível. Sentamos na mesa escolhida (uma mesa em um dos sofás do canto da lanchonete) e Benjamin ficou se desculpado milhares de vezes.

— Benjamin, se você não parar de pedir desculpas, eu não vou perdoar você, ok?

Tentei fazer uma cara de ameaçadora, mas eu acho que eu fiz uma expressão que estava localizada na linha fina entre sexy e tarada.

Ele parou de falar imediatamente, e ficou ainda mais vermelho. Resolvi quebrar o gelo, apesar de também estar mais envergonhada do que nunca.

— E... como foi o trabalho hoje?

O rosto dele se iluminou, junto com os seus olhos. Céus, eu poderia passar séculos olhando para os olhos brilhantes e empolgados dele!

— Foi um dia muito bom! Os alunos nunca prestaram muita atenção nas aulas sobre mitologia, eles usavam esse tempo para dormir, mexer no celular escondido, pensando que eu não estava vendo... Resolvi usar táticas para eles prestarem atenção. Falar sobre músicas que poderiam se encaixar nas histórias dos deuses, que descreviam as situações, falar expressões e gírias que eles normalmente usam, mas sem parecer forçar a barra, coisas assim. Eles prestaram bastante atenção, e alguns fizeram até algumas analogias bem legais sobre os deuses. - Ele deu um riso de canto de boca. Por que ele começou a falar tanto?! Agora eu não ia conseguir parar de olhar para a boca dele! - Um dos alunos resolveu escrever histórias que ele mesmo inventou sobre heróis em acampamentos de filhos de deuses, sobre a vida pessoal dos deuses, vingança entre eles, mas num estilo mais moderno. Adorei a ideia dele, e resolvi usar essa ideia para produzir um trabalho em sala. O que você acha?

— Acho uma ideia maravilhosa! - Agradeci muito o meu cérebro pelo fato de eu ter prestado atenção na ideia. Até que eu tive outra ideia maravilhosa. - Sempre fui encantada por mitologia. Quando eu era mais jovem, eu lia livros sobre mitologia grega, e também adorava fazer trabalhos assim, contando a história dos deuses numa linguagem mais prática, que todos pudessem entender... - Parei de falar. Eu teria que pensar em algo para ligar a minha ideia a isso. - Se eu não estiver parecendo intrometida demais... será que eu poderia ir numa aula da turma e a gente dá aula em conjunto?

Percebi que ele estava surpreso. Seus olhos se arregalaram, mas estavam brilhando muito ao mesmo tempo. Ele tinha gostado da ideia.

— Dar uma aula... comigo? - Seu tom de voz parecia incrivelmente fascinado. Imagine quando ele souber que a própria Hera (euzinha) deu aula em conjunto com ele... E sobre mitologia! - Seria um prazer! Mas você parece meio... Tímida. Você se sente bem falando numa turma? E você já teve experiência como professora?

Pensei em uma resposta viável. Ah, sim! Eu iria falar alguma coisa relacionada a Quíron... Já sei!

— Ah, sim, me sinto bem falando em público. Às vezes eu fico desse jeito envergonhada, mas não é sempre. E faz muito tempo, eu dei algumas aulas com o sr. Brunner. Acho que não foi na Academia Yancy, mas não tenho certeza.

— Ah, sim! Então, se você se sente bem em público e já teve experiência na sala de aula... Tudo bem, por mim. - Seus olhos ainda estavam brilhando. - Ainda tenho que pedir autorização na diretoria, mas... Você tem certeza de que quer fazer isso?

— Com certeza! - Droga, respondi rápido demais. Era óbvio que eu tinha certeza, mas ele ainda não sabia disso, nem do plano, nem de que eu estava me apaixonando por ele. Ou já tinha me apaixonado. Sei lá! - Vou procurar Quíron depois e ver se consigo dar uma aula tão bem quanto nos velhos tempos...

Ele riu. Quando ele ria, ele ficava com covinhas lindas ao lado dos lábios (aqueles lábios nos quais eu estava completamente viciada em observar e imaginar coisas que eu não vou nem pensar, senão vou me desconcentrar), e a sua covinha no meio do queixo se esticava, e o sorriso dele era tão maravilhoso... E ainda vinha acompanhado daquele brilho nos olhos que tanto me fascinava.

Um garçom chegou e perguntou se queríamos alguma coisa. Respondi que queria um sanduíche com ovos e bacon e um milkshake de caramelo. Benjamin ergueu uma sobrancelha e pediu a mesma coisa, apenas trocando o caramelo do milkshake para chocolate.

— Por que ergueu a sobrancelha para mim, Benjamin? - Perguntei. Foi a minha vez de erguer a sobrancelha.

— Em primeiro lugar, é Ben para os conhecidos. Em segundo lugar, ergui a sobrancelha porque seu corpo não é de alguém que toma milkshake com frequência.

Ele tinha chegado no meu ponto fraco. Eu bebia milkshake todos os dias, mas os deuses não engordavam (a não ser que essa fosse a vontade deles) e não podiam ter a saúde prejudicada, porque deuses não morrem, se estiverem com algum machucado, podem mudar a aparência da pele, e, a não ser que sejam machucados com alguma arma feita por meio de magia, não podiam ser feridos.

Mas resolvi falar algo mais simples.

— Só em ocasiões especiais…

Ele sorriu. Será que ele havia mesmo sorrido só por saber que apenas o encontro com ele era uma ocasião especial?

— Por que você tá rindo?! - perguntei, com cara de irritada.

Ele pegou um guardanapo num pote em cima da mesa e falou:

—Está sujo bem aqui. - Ele começou a limpar o canto do lado direito da minha boca, e depois foi passando perto do lábio inferior, e assim foi, passando para as maçãs de meu rosto, meu nariz, minha testa, e todos os lugares do mo meu rosto.

—Está tão sujo assim?

Ele sorriu.

—Não - Seus olhos estavam brilhando. -, não está. - Ele continuou passando o papel em meu rosto, até que disse: - É bom ficar passando isso em seu rosto. Assim consigo ver como você está incrivelmente fantástica nesse momento.

Fiquei vermelha imediatamente, e ele também, depois que percebeu que tinha falado aquilo em voz alta.

Olhei para baixo e fiquei encarando minhas coxas por alguns minutos, e Ben ficou fazendo movimentos com os dedos por debaixo da mesa e olhando para estes também. Paramos de olhar para debaixo da mesa quando os nossos pedidos chegaram. Os ovos pareciam bons, mas estava difícil me concentrar neles depois que Ben tivesse me chamado de incrivelmente fantástica.

Ben ficou me observando comer um pedaço de ovo com pão até que perguntou:

—Você disse que gostaria de dar uma aula comigo… Em que dia você estava pensando em ir?

—Bom, você já contou histórias dos doze deuses do Olimpo, não?

Ele parou para pensar um pouco, até que respondeu.

—Não. Quer dizer, já dei, mas não para essa turma. Já dei em outros anos, ou em outros colégios.

—Bom, se você não se importar, eu gostaria de montar uma aula para contar histórias sobre os doze deuses. Sei muitas, algumas com informações que o sr. Brunner me forneceu, e outras que aprendi em livros, com contadores de histórias, entre outros. Conheço cada história que muito poucas pessoas sabem…

Os olhos de Ben transmitiam curiosidade, mas eu não poderia contar a ele a verdade. Bom, pelo menos não agora.

—E… como você sabe dessas histórias?

Encolhi os ombros.

—Contatos.

Ele gargalhou tão alto que alguns clientes do lugar olharam para ele, ou espantados ou nervosos porque a gargalhada alta atrapalhou a conversa deles. Foi nesse momento que vi Nêmesis sentada numa mesa do outro lado do restaurante fazendo um sinal de positivo com as mãos, e com um sorriso irônico no rosto. Só não revirei os olhos para que Ben não olhasse naquela direção.

Hera virou a cabeça rápido. Mas viu Nêmesis balançar seus cabelos pretos que batiam no encosto da cadeira.

—Mary, Mary e seus contatos…

Senti o celular vibrar no bolso do meu jeans. Estava curiosa para saber qual era a atualização, mas eu não queria ignorar Ben desse jeito, olhando a tela do celular por debaixo da mesa. Por isso, avisei a ele que ia ao banheiro. Entrei e tirei o celular do bolso de trás e olhei.

Mensagem de Afrodite.

Coisa boa não era. Abri a mensagem e li o seguinte:

“Hera, Hera… Senti um amooor aqui! A minha Hera está apaixonada, é isso mesmo?! Ah, e a minha bola de cristal me diz aqui que é um mortal… Ai, ai, quando Zeus souber disso…”

Não. Não. Não, não e não!

Mandei uma mensagem para Nêmesis.

“Banheiro feminino. AGORA.”

Alguns segundos depois ela apareceu, com uma expressão preocupada. Ela sabia que eu só deixaria Ben sozinho lá para ir ao banheiro olhar o celular e ainda por cima chamar ela se fosse alguma coisa importante.

—O que foi? - ela perguntou.

—Espere um instante. - Conferi se todas as portas de cabines do banheiro estavam destrancadas. Eu não ia correr o risco de alguém na cabine ouvir o que falávamos. Já bastava a protagonista burra de filmes juvenis não fazer isso, mas eu era uma deusa que tinha milênios de anos de idade, eu não fazia burrices desse gênero. - Pronto, não tem ninguém aqui. Eu recebi a seguinte mensagem de Afrodite, agora mesmo.

Entreguei o meu celular para que Nêmesis olhasse a mensagem. Ela arregalou os olhos.

—Ela não disse isso. - Assenti para Nêmesis. - Aquela vadia vagabunda!

—Tirou as palavras da minha boca. - Fechei os olhos, e depois encarei Nêmesis. - O que faremos? Se ela contar para ele sobre o plano, estamos ferradas, pois ele só pode descobrir quando você já estiver grávida e quando Ben estiver seguro. Se fosse algum mortal ou semideus normal, ia ser fácil, era só apagar a memória, ou algo assim. Mas Afrodite é uma deusa, não podemos apagar a memória dela. Bom, pelo menos não seria um feitiço simples.

Nêmesis concordou.

—Temos que pensar nisso. Mas acho que Afrodite não vai contar para ele logo de cara. Antes eu tenho certeza que ela vai tentar subornar você, ameaçar contar se você não fizer algo para ela.

—Sim… Afrodite pode parecer burra e estúpida, mas ela não é. Por isso que temos que tomar muito cuidado com ela. Mas nós fomos burras, também. Afrodite sabe de qualquer pessoa que esteja se apaixonando, ou já esteja apaixonado..

—É. Nós não pensamos nisso. Estou desapontada por ter esquecido algo assim, fundamental para o plano…

—Bom, agora o jeito é você aceitar isso. Fazer tudo o que ela pedir para que ela não conte nada a ele.

—É… Vou voltar para a mesa, terminar o encontro e pensar nisso… É que eu realmente estou gostando de Ben, sabe…

—Percebi! - Ela riu. - Volta pra mesa e aproveita o bofe, amiga!

Ri. Pode deixar, Nêmesis. Eu vou aproveitar...


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado do capítulo! Faz tanto tempo que não posto que estava com medo de ter perdido a magia nos dedos... kkkkkkk
Mas o bom é que eu deixei um final bem fácil no outro capítulo, consegui criar um outro bem rápido pra vocês!
Espero que gostem =)



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