A Vingança de Hera escrita por Cherry Pitch


Capítulo 6
Finalmente... O Encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu queria dedicar esse cap para todos que continuam acompanhando a fanfic depois desses dois anos. Amo vcs! s2



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Deméter chegou com a fumaça verde. Raios, ela não podia pelo menos CHEGAR normalmente, não? Toda vez que eu visse Deméter teria que aguentar aquela fumaça verde que me dá enxaquecas depois?!

Tudo bem. Coloquei as mãos na cabeça e me levantei do chafariz. 

— Hera, você precisa de roupas normais, e não de deusa. Vamos comprar alguns jeans bonitos, camisetas meio justas que ficam boas em você, bolsas, sapatos... - ela deu uma pausa e depois sussurrou em meu ouvido: - Lingeries... Você deve precisar...

Dei um tapa (leve, claro. Ela era a deusa da vingança, eu não queria que ela tivesse motivos para me mostrar o porquê de ela merecer esse título) no braço dela. Ela riu. 

— Bom, vamos lá comprar as coisas. - disse ela. - Precisamos ir rápido. - Ela olhou o horário no celular. - Meio-dia, já. Faremos umas comprinhas e depois vamos almoçar. Aí fazemos mais comprinhas e depois voltamos para preparar você para o seu primeiro encontro planejado com Benjamin.

Endireitei meus ombros e sorri. Estava confiante sobre esse encontro. Estalei os dedos e uma bolsa apareceu em meu ombro. Verifiquei ali dentro se a magia tinha dado certo e os cartões de crédito, débito, das respectivas lojas, livro, cheques estavam todos ali. Estavam. Quando olhei tudo, falei para Deméter que já podíamos ir. Torci para que Zeus tivesse um pouco de vergonha na cara e não fosse perguntar aonde eu estava indo dessa vez. 

Que bom que eu estava certa.

Estávamos no elevador ouvindo uma das músicas chiclete que Apolo tinha colocado na cabeça de algum artista e saí do elevador rapidamente, antes que meus ouvidos começassem a sangrar, e Deméter saiu tão rápido quanto eu.

— Hera... - disse ela.

— O que?

— Como esse cara virou o deus da música?

— Sei lá... - respondi. - Não lembro direito dessa época. Mas o mais provável é que ele foi escolhido, porque nosso gosto musical naquela época era uma bosta.

Ela assentiu. A resposta provavelmente tinha agradado. Eu estava me contorcendo para não rir, e vi que Deméter também. Quando nós nos olhamos, foi impossível conter a gargalhada. Rimos até virarmos na rua seguinte e virmos uma loja que tinha jeans, jaquetas e camisetas maravilhosas.

Olhei para Deméter e nós duas balançamos a cabeça positivamente. Naquela loja nós levaríamos uma sacola, no mínimo.

Já vi que quando saíssemos dali iríamos direto almoçar.

Peguei várias calças jeans de todos os tipos (skinny, marrom, vermelha, laranja, verde, azul, cigarrete...), camisetas de manga, tomara-que-caia, saias coloridas, blusas com alças finas, tops... Céus, eu faria a festa com o meu cartão de crédito ilimitado.

Suspirei. 

Eu iria experimentar aquelas roupas primeiro e depois iria ver os vestidos. Ah, os vestidos... 

Quando olhei para a mão de Deméter, tinham muitas roupas. Quase o dobro de tudo que eu peguei. Eu nem sabia que era possível alguém carregar mais roupas do que eu estava carregando, mas Deméter provou que era possível. 

Arregalei os olhos e avisei em qual cabine eu iria me vestir. Deméter esticou o pescoço por cima da pilha de roupas e fez um sinal de "ok" com a mão, porque as roupas cobriam a boca dela. 

Entrei na cabine e joguei as roupas num pufe que tinha dentro da cabine. Vesti roupa por roupa, analisando como eu parecia no espelho. Achei várias roupas perfeitas. Quando acabei o que tinha pego, chamei a vendedora e ela disse que ia recolocar as roupas no lugar e ficar observando para que ninguém pegue a cabine. 

Saí e resolvi pegar vestidos, casacos e echarpes para levar para dentro da cabine. Quando acabei de experimentar, peguei as que gostei (agora a pilha estava quase do mesmo tamanho que a de Deméter) e deixei as que não gostei com a outra vendedora, e as que gostei, levei para o caixa. Ajudei a vendedora a colocar todas aquelas roupas nas sacolas e sentei na cadeira com as bolsas do lado, esperando Deméter. Quando ela saiu, estava com uma pilha ainda maior de roupas e ainda voltou para pegar outras que gostou também. E ainda me pediu pra pegar as que não queria na cabine. 

Peguei as roupas e dei para a vendedora guardar nos devidos lugares. 

Saímos e Deméter exclamou:

— Eu PRECISO comer! - disse Deméter. - Experimentar roupas dá trabalho! Tá pensando o quê?! Quer ir naquele restaurante novo aqui perto?

— Tudo bem. - respondi. - Se você quiser... 

— Eu quero. Vamos.

—---------------

Depois de almoçar, voltei para o Olimpo, e Deméter foi embora. Tirei as roupas das sacolas e arrumei no  meu armário. Eu já tinha decidido que iria me encontrar com Benjamin com uma calça jeans, uma blusa justa com alças finas e uma echarpe vermelha, além de um sapato alto vermelho. 

Agora, depois de comprar as roupas, eu me prepararia emocionalmente para o encontro. Eu ainda teria que esperar um tempo para engravidar, é claro. Além do fato de Benjamin não parecer do tipo que vai para a cama com alguém que ele conheceu em menos de uma semana, eu ainda teria que descobrir uma maneira de disfarçar a barriga, quando engravidasse. 

Eu ainda teria que perguntar a Deméter sobre isso (isso é o modo de disfarçar a barriga de grávida). Zeus ainda tinha essa facilidade de não precisar ter a barriga de bebê, pois quem carregava o semideus era a mulher. 

Mas eu pararia de falar daquilo. Eu tinha que viver o momento, e eu pararia de pensar em Zeus. Eu já tinha passado séculos sofrendo por causa de Zeus, e dos diversos filhos dele espalhados através do mundo. 

Agora eu iria fazer a mesma coisa. Eu iria viver a minha vida, sem me importar com Zeus. 

Levantei da cama e pendurei as roupas que eu iria usar. 

Eu precisava me distrair de alguma forma, então resolvi chamar Atena e pedir um daqueles romances modernos que ela tanto lê. Ela me deu um chamado Diário de uma Princesa, e eu fiquei tão viciada que quando passei um pouco da metade do livro já estava no horário de me arrumar. 

Estalei os dedos e fiz a banheira ficar cheia de água quente. Entrei e terminei o banho em uns trinta, quarenta minutos. Quando saí, me vesti rápido, porque já faltavam vinte minutos para chegar no lugar marcado. Acabei de me arrumar e resolvi descer do prédio com magia, porque além de não querer ouvir a música horrível que Apolo coloca no elevador, eu não queria dar satisfações para Zeus sobre as roupas novas, maquiagem, jóias, saltos e o fato de estar saindo à noite. Estalei os dedos e em questão de segundos já estava parada na calçada do Empire State Building. 

Fui andando, já que já tinha habilidade em andar de saltos altos, e fui até o café onde eu e Benjamin nos encontramos pela primeira vez. 

Quando cheguei lá, eu o vi. 

Benjamin. 

Tão bonito... 

Eu nunca pensei que eu fosse me envolver realmente com o escolhido. Mas meu coração palpitou quando o vi. Ele estava tão bonito, tão elegante, com um porte bonito... E conquistou meu coração. 

Gostava de mitologia, era professor (gosto de professores), era bonito, se vestia bem e tinha um bom porte. Conversava bem, parecia ser bem romântico... 

Sorri. 

Ele merecia cada centavo gasto com roupas. Cada sorriso. Cada minuto gasto para ajeitar o batom vermelho em meus lábios. Ele merecia tudo aquilo. Quando olhei para ele eu vi. 

Vi que ele seria muito importante pra mim. 

E que eu não poderia deixar que Zeus descobrisse sobre ele. 

Eu tinha medo. Medo por Benjamin. Medo que Zeus o torturasse, o matasse e pedisse que Hades o torturasse até na vida após a morte. 

Eu precisava protegê-lo desse destino horroroso. 

Eu teria que rezar muito para que Zeus não estivesse nos observado.

Olhei para o chão e sorri, tímida. 

Ele sorriu também. 

E veio na minha direção.

E eu me preparei.

Mas meu coração já estava preparado para se apaixonar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo! =)



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