Epitáfio escrita por Ana Carol M


Capítulo 5
Capítulo 5




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Fui caminhando em direção a ele e no momento que seus olhos cruzaram com os meus ficaram pateticamente hipnotizados. Quando chegamos perto o suficiente um do outro segui meu instinto e com força agarrei o pulso dele gravando minhas unhas. No momento do toque senti uma energia viva tão grande passando do corpo dele para o meu que achei que fosse explodir. Eu não me preocupava mais em sentir dor, ou qualquer outro sentimento. Tudo o que importava era saciar minha fome, meu desejo, minha vontade de matar.

– Alicia, Não! – gritou Thomas.

Mas eu não queria ouvir, só voltei a ter controle quando Thomas afastou o homem de mim. Ele já estava pálido, sua boca era roxa e o brilho ofuscante que antes havia a sua volta estava fraco.

– Jorge veja como ele está – pediu Thomas que me agarrava com força pelos ombros. Eu o encarei.

– Você lembra que falei que o que temos é muito parecido com uma maldição?

Sacudi a cabeça dizendo que sim.

– Nós sugamos a energia vital dos humanos e em determinados momentos a alma. Somos demônios, você tem que aprender a se controlar. É por isso que geralmente não há espécie criada por um de nós e um humano, nós os matamos sem ao menos querer.

– HÁ MAIS ALGUMA COISA IMPORTANTE QUE EU DEVERIA SABER? QUE VOCÊ SIMPLESMENTE SE ESQUECEU DE ME CONTAR? – gritei histérica.

– Sim – disse ele triste – há caçadores, eles caçam a nós.

– COMO ASSIM? – eu tentava me controlar, mas a energia do homem ainda estava percorrendo o meu corpo o que de certa forma me deixava vulnerável.

– Há um tipo de pessoas como nós, eles sugam a nossa energia vital e a nossa alma, eles se autodeclaram salvadores, pois tecnicamente salvam a humanidade de nós. É a cadeia alimentar. Não somos o topo.

– E como eles são?

Jorge ajudou o homem a se recompor e o levou até um carro prata. Deixando-o lá para que quando se sentisse melhor voltasse para casa. Eles me levaram de volta ao casebre e lá me mostraram a foto de uns homens e mulheres e um animal. Os primeiro eram apáticos e seus rostos eram mais sem emoção que os nossos. O segundo era um animal tão pequeno que no inicio achei que fosse uma mosca, mas na verdade era um bicho mais estranho, ele tinha microdentes afiadíssimos.

– Estes – apontou Thomas – são os caçadores, eles possuem esses símbolos nas mãos. – O símbolo eram duas espadas trançadas dentro de um pentagrama. - E este é o que nos picam quando humanos. Geralmente eles passam despercebidos.

– Você não vai perguntar se o homem vai ficar bem? – ele me perguntou depois de alguns minutos.

Engoli em seco, porque eu simplesmente não me importava. Mas perguntei mesmo assim – Ele vai ficar bem?

– Sim – respondeu Jorge – ele vai achar que desmaiou e vai direto para casa, ele tem medo de hospital.

– Como você sabe? – Thomas perguntou.

– Ele ficou me implorando para não levá-lo para um – Jorge riu e começou a organizar o casebre.

– Logo você vai aprender mais sobre isso tudo Alicia – Thomas tentou me tranquilizar. Mas achei que para o trabalho de ser guia ele não havia se empenhado o suficiente. Eu deveria ter saído daquele cemitério sabendo pelo menos o básico. Mas ele era tão bom que não consegui ficar brava. – Você não pode contar isso pra ninguém, que você sugou um humano. Vamos voltar para a instituição ok?

Acenei com a cabeça.


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