Silêncio Vermelho escrita por Ella NH


Capítulo 3
Capítulo 2: O azul da dor


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, quero primeiramente me desculpar pela demora, mas, como alguns devem saber o Nyah! Entrou em manutenção e logo em seguida o site estava migrando de servidor, em outras palavras, era impossível acessar a minha conta e, por consequência, eu não pude postar a estória. Eu posto nos dois sites ao mesmo tempo (o Nyah! e o Anime Spirit) e não achei justo com os meus leitores, postar em um, mas não postar em outro, por isso também não postei no Anime Spirit. Peço minhas sinceras desculpas, mas dessa vez, a culpa da demora, não foi minha. Peço o entendimento de cada um de vocês.
Mudando de assunto, eu achei esse capítulo bem interessante. Tenho feito várias pesquisas com o intuito de dar a vocês o melhor e penso que essa estória promete. Está ficando cada vez melhor. Conto com o apoio de cada um dos meus leitores!
Um grande beijo e Boa leitura!



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Capítulo 2: O azul da dor

O tempo por um período foi o meu melhor amigo, mas como deve saber, excelentíssimo, a felicidade não é eterna e o que havia começado de maneira tão inocente havia crescido em grandes proporções.

Eu já não poderia mais viver sem aquele sorriso em minha vida. O sol não mais brilhava sem o brilho daquele olhar e não existiam nuvens no céu quando seus deslumbrantes fios de sol banhavam a minha presença. Não existia mais tristeza com a sua presença nem alegria na sua ausência. O mundo simplesmente parava de existir sem ele e sem ele a não havia nada pra mim.

Sim. Era um amor tolo. Era um amor puro. Era um amor proibido.
Como deve imaginar logo fui descoberta na minha indecência. Apaixonar-me por alguém tão inferior a mim. Minha família aboliu. Meu coração se partiu e ele...

Deixou-me!

Uma menina agora em seu pleno desabrochar, 13 anos de idade, corria apressada pelos aposentos do castelo. Cada passo que dava era como se seu sorriso aumentasse milímetros. A forte emoção desabrochava cada vez mais forte a cada metro que alcançava. Seu olhar adquiria um brilho maior a cada mínima investida do seu pequeno corpo pra frente. A esperança a muito escondida ressurgia em cada mínimo pedaço do ser daquela pequena dama que corria pelos corredores do castelo.

Uma grande porta de cedro revestido de marfim se erguia ao final do extenso corredor. Os umbrais eram ricamente detalhados, como que feitos a mão, e o seu esplendor só era superado pela visão do cômodo interno. O quarto de uma verdadeira princesa.
Dentro do recinto uma pequena menina de cabelos castanhos estava deitada embaixo de grossos e pesados cobertores, sua aparência doente se retratava nas bolsas roxas embaixo dos olhos, a pele pálida, a testa que estava coberta por um pano úmido e suave, as mãos esquálidas e os olhos tristes. Assim se encontrava lady Hanabi, que mesmo tendo estado muitíssimo pior ainda se encontrava terrivelmente debilitada. A menina com agora sete anos de idade, que mal aproveitara da vida, que mal aproveitara sua juventude. Ao lado dela estava a fabulosa lady Tsunade e junto dessa o menino que a acompanhava.

Lady Hinata se encontrava admirando o jovem ao longe como fazia a quase cinco anos, apoiada na grande porta que se abria majestosa. Seus olhos admiravam como hipnotizados o ser de cabelos dourados que ajudava a médica em seu árduo trabalho de salvar a vida da pequena lady. Por um momento lady Hinata não se importava em ser pega em sua tolice, não se importava se o tratamento da médica estava ou não funcionando, o que aquelas pessoas estavam fazendo, se seu pai daria atenção a ela ou a irmã naquele momento... Nada daquilo de fato importava, porque naquele momento pedaços de céu azul encontraram se com os pratas de lua. Era como se um choque enervante acordasse todo o corpo da menina, mas esse não lhe causava dor, esse era carregado de paz, de serenidade, de carinho, de amor. Aquele breve momento poderia ser considerado o melhor da vida da menina, esse era o momento em que o objeto de seu desejo estava totalmente dedicado a ela.

Sua mente fantasiava agora sonhos coloridos, podia agora enxergar o menino vestido como um verdadeiro nobre, um príncipe, correndo pelo jardim do castelo em direção a ela, derrotando o grande dragão de pele vermelha que habitava a entrada do castelo, fogo saia por suas narinas dilatas, os olhos tão perolados quanto o de lady Hinata estavam arregalados em plena fúria, mas o pequeno príncipe não se abateu, ergueu a espada com coragem e encarou a pequena lady na torre o gritando desesperada. O grande dragão avançou para o príncipe no exato momento em que os olhos azuis e pérola se encontraram, mas o pequeno príncipe se defendeu com dificuldade, e logo contra-atacou o dragão ferindo o na cabeça e o deixando desacordado. Logo ele adentrou o castelo e ao chegar a torre pegou a menina em seus braços para retirá-la dali e leva-la para seu castelo onde seriam felizes para sempre... Olhos safira e pérola unidos num olhar apaixonado, onde os sentimentos davam um brilho escorrido magnífico á ambos os olhares.

Olhos safira...

Olhos azuis brilhantes...

Olhos...

—A senhorita está bem? Senhorita? Senhorita? — Uma voz começava a soar pelos ouvidos de Lady Hinata enquanto acordava de seu belo sonho. A voz mesmo suave e infantil, era claramente masculina, com um leve toque de rouquidão, mas ao mesmo tempo era macia, calorosa, confortável. Lady Hinata poderia escutá-la pelo resto da vida que jamais iria se cansar de escutá-la. Era um som magnífico como o som da água correndo pelos afluentes do rio, tranquilo, inspirador, reconfortante.

Lady Hinata abriu os olhos ainda nadando nos sentimentos e emoções que a tomavam e logo pode observar o objeto de sua afeição. Os olhos azuis, não mais derretidos a fitavam com preocupação, ela também podia sentir as mãos fortes segurando em seus braços e logo corou.

Lady Hinata pode observar a preocupação se intensificar na face de anjo do menino, e logo sentir o afago desse em seu rosto. De repente a proximidade foi demais para ela, que ao sentir o toque preocupado em si começou a perder os sentidos e logo desmaiou nos braços de seu amado.

Mais uma vez lady Hinata estava presa no castelo. Dessa vez batia desesperada na pesada e ricamente detalhada porta de ouro e marfim gritando por socorro. Passos pesados ecoavam pelos corredores e a menina se encolheu de medo. O longo e pesado vestido azul noturno esvoaçava enquanto a menina corria e se contraía no chão frio e duro no canto mais longínquo de seu quarto. O medo a fazia tremer, olhos arregalados se evidenciavam na face jovem e refinada e suas mãos apertavam fortemente o adornado do vestido. Será que era mias um monstro? Será que seu príncipe iria a salvar? O medo era forte, mas de repente o barulho de passos pararam. Ela ouviu a porta sendo destravada, seu corpo encolheu ainda mais, o coração batia forte aterrorizado, o suor já escorria pela testa e logo a porta foi bruscamente aberta.

A criatura mais feia que lady Hinata já viu na vida adentrou o recinto com olhos pérola furiosos, a coluna proeminentemente arqueada, as verrugas espalhadas pelo rosto, a pele que parecia coberta por uma gosma espeça que pingava no chão limpo, pés grandes e achatados como patas de elefantes, mãos grandes em braços pequenos, roupas maltrapilhas com um odor forte se desprendendo... o terror da menina era quase tangível, o grito desesperado não pode ser evitado.
Subitamente o belo príncipe de Hinata também adentrou o recinto e, em piedade, acertou a nuca do ogro que logo estava desacordado, suas mãos e braços tomaram a menina para si e a carregando de modo cavalheiresco a retirou do quarto antes que aquele monstro voltasse a assustá-los. Os olhos azuis a encaravam reconfortantes e naquele momento lady Hinata soube que ela estaria bem, que tudo estria bem.

Por um momento ela fechou os olhos, mas assim que abriu os olhos azuis não estavam mais lá, e sim os olhos pérola que pertenciam a cada vilão de seus sonhos. Olhos frios e assustadores. Olhos que a deixavam aterrorizada muito mais que qualquer aparência que seus monstros pudessem tomar, aqueles olhos pertenciam a lorde Hiashi, o príncipe Hyuuga.

—Hinata? Podes me contar porque desmaiaste? Sabes a vergonha que me fez passar? — O príncipe perguntou com a voz controlada, mas Lady Hinata pode detectar a fúria escondida por traz de sua aparente frieza.

—E-e-eu... Desculpe-me meu pai. Desculpe-me! — A menina implorava com os olhos úmidos por lágrimas que lutavam para cair e que corajosamente ela impedia que escorressem livremente por seu rosto.

—Como ousa? Como podes me pedir perdão? Eu posso nesse momento ter perdido o acordo que faria nosso condado prosperar muitíssimo, simplesmente por um desmaio seu, e ainda mais desmaiar no colo daquele plebeu, daquele ser inferior! — A raiva era misturada a repugnância nos olhos de lorde Hiashi. No início de seu discurso, Hinata não conseguiu mais segurar as lágrimas, mas ao ouvir seu pai tratar seu amado com algo inferior, como um inseto, fez a raiva de lady Hinata aflorar e pela primeira vez em sua vida, a jovem de cabelos de noite elevou sua voz para contrariar o seu pai.

—Eu já lhe implorei perdão meu pai, e compreendo se não quiser me conceder, mas não posso me calar perante ti enquanto se dirigi as pessoas, a quem se refere com tanto nojo, como se fossem insetos, esquecendo-se que essas pessoas também fazem parte do grupo seleto que tens que cuidar e zelar. Eu não posso me calar perante ti, enquanto ousas insultar ao rapaz que me ajudou, que foi o primeiro a demonstrar preocupação para comigo, diferente de vós que jamais olhou para mim com algo que não seja raiva, frieza e decepção. — A voz suave e tilintante soou decidida, forte, inflexível. A voz de uma verdadeira duquesa, mas lorde Hyuuga não se importava, ele apenas enxergou a afronta.

Um tapa estalado soou pelo quarto ecoando pelos longos corredores mortos pelo silencio fúnebre que imperavam naquele condado.

—Como ousa levantar a voz para mim menina atrevida? Como ousa contestar a voz de um lorde? Como ousa defender um simples plebeu em lugar de um nobre, de seu próprio pai? Como ousa preferi-lo? — O lorde Hiashi gritou exasperado em repugnância maior do que a anterior.

Lady Hinata estava caída ao chão com a mão na face e lágrimas aos olhos, a dor em seu rosto não era nada para sua determinação. Os olhos inflexíveis demonstravam poder e presença de espírito. Os olhos pérola calorosos agora estavam inflamados.

—Eu ouso defender um inocente. EU ouso ser justa! — Lady Hinata continuou em seu atrevimento, se aproveitando da súbita coragem que corria por seu corpo, da força que acabara de ganhar para defender aquele que amava incondicionalmente.

Lorde Hiashi por um momento adotou a pose fria e logo passou a analisar a postura de sua filha. Com o olhar indiferente observou o rosto e a postura da menina que nunca antes o ousou desrespeitá-lo e agora procurava se opor as suas palavras. O lorde se atreveu a andar ao redor da jovem caída e esquadrinhar cada sentimento de sua pose em busca de respostas. Por um minuto a determinação de lady Hinata se abalou e a fúria de antes deu lugar ao nervosismo e logo o lorde compreendeu.

A boca se escancarou e o ar foi puxado bruscamente pelas narinas dilatadas, sem dizer uma palavra o lorde deu as costas a filha e se pôs a andar furiosamente pelo corredor.

Lady Hinata ficou em insegura por poucos minutos, mas logo levantou-se e se pôs a correr atrás de seu pai e tudo que borrava os olhos da jovem era um desespero sem tamanho, porque se ela queria que seu príncipe a salvasse, ela teria que salvar seu príncipe.

O medo que habitava seus olhos cresceu enquanto via seu pai olhar ameaçadoramente para seu amado. Lady Hinata nunca fora conhecida por sua coragem e sim e por sua beleza sem igual e por sua aparente fragilidade, então naquele momento ela surpreendeu a todos ao se colocar na frente de seu do rapaz de cabelos dourados que mantinha o olhar confuso e amedrontado fixo no lorde a sua frente que o encarava raivoso.

—Por favor meu pai. Aqui não! — A sua voz chorosa saia com uma pitada de determinação. A ira do lorde aumentou ao saber que a filha não mediria esforços para proteger aquele ser inferior pois sabia que a filha caíra de amores por ele. Estava prestes a contradize-la ou dar outro tabefe em sua face até que notou a atenção que estavam chamando para si. Estavam cercados por empregados e membros da corte todos encarando curiosamente a cena em sua frente, e aquilo pareceu despertar o lorde que com um gesto de mão convidou a filha e o jovem a seguir-lhe.

O escritório de Lorde Hiashi era lindamente detalhado. O brasão da família estava desenhado em alto-relevo em puro ouro em diversos cantos da sala, os móveis feitos do mais puro cedro eram dispostos na sala de maneira elegante e refinada. O olhar de assombro e admiração do loiro encantaram a jovem e por um momento ela esqueceu-se de seus problemas e sorriu ao poder admirar a face do rapaz.

Lady Tsunade adentrou a sala repentinamente quebrando o encanto aos olhos de Hinata, e logo a realidade inundou sua mente. o que seria deles agora?

—Lorde Hyuuga, estou muitíssimo curiosa para saber por que fui convidada tão subitamente a comparecer em vossa presença. — Lady Tsunade interrogou de maneira insolente o homem a sua frente.
Lady Hinata admirou a coragem da mulher.

—Peço desculpas Cara lady, mas acontece que eu tenho um grave problema em minhas mãos. — Ele expôs de maneira fria a senhora loira que agora encarava atentamente o lorde a sua frente.

—E que problema seria esse? — Lady Tsunade foi direta e objetiva surpreendendo a jovem morena de cabelos de noite.

—Minha filha se apaixonou por seu pupilo. — Lorde Hiashi foi mais direto ainda. Hinata corou furiosamente e fechou os olhos para não ter que sentir os olhares em si, mas a vergonha foi muito grande e mesmo tentando se segurar para não desmaiar, ela não suportou principalmente porque ela pode sentir o olhar surpreso de seu amado em si.

De alguma forma ela sabia que seu pai iria fazer de tudo para afastá-lo de si, e que aquela poderia ser a ultima vez que veria os olhos de azul céu e os cabelos de sol.

E ela estava certa. Naquele dia seu anjo de cabelos dourados havia partido.


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Notas finais do capítulo

E então... Valeu a pena a demora?
Bom... Eu queria ter postado o terceiro ainda hoje, mas eu estou atolada de trabalho na faculdade e inclusive estou atrasada com alguns... Como eu vou passar o dia no PC digitando, poderei responder os comentários ainda e hoje, e caso não seja respondido hoje, com alguma sorte, no sábado á noite ou no domingo.
Um beijão meus queridos e ate mais!!!!