Truly, Madly, Deeply escrita por Mrs Loki, amanda c


Capítulo 7
Chuva


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas :)



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"Feel it on my fingertips

Hear it on my window pane

Your love is coming down like

Rain"

– Madona

Minha cabeça parecia que iria explodir. A casa estava silenciosa e apenas minha respiração era ouvida.

Abri os olhos cautelosamente e logo os fechei me arrependendo de tal, pois as janelas estavam abertas fazendo a claridade do dia entrar no recinto.

Resmunguei e tampei o rosto com o travesseiro. O cheiro do perfume de ontem estava impregnado no tecido da fronha, me fazendo lembrar do que havia acontecido na festa de casamento.

– Val, você está bem? - ouvi a voz de Juliet, o que me provocou arrepios. Estava tão silencio e de repente ela brota do chão.

Apenas balancei a cabeça, mesmo com a mesma debaixo do travesseiro, que se movimentou junto comigo. Ouvi os passos dela se aproximarem de mim e cada barulho que ela fazia parecia marteladas em minha cabeça.

– Quer um remédio? - perguntou a dos olhos azuis alisando meu ombro.

– Não - resmunguei com o travesseiro sobre a boca, o que causou riso na minha amiga.

– Então se levante, lave o rosto e se troque, que a Gabi já está indo para o trabalho e daqui a pouco eu também - Juliet disse retirando sem prudencia o travesseiro de mim, me fazendo contorcer na cama e cobrir os olhos com as mãos, como se fosse um vampiro.

– Feche as cortinas, que eu faço isso - rugi sentindo minha cabeça latejar cada vez mais.

Como um passe de magica a luz que entrava no quarto fora barrada pelas cortinas e quando abri os olhos Juliet segurava o tecido da cortina com os olhos semi abertos.

– Anda logo.

Me levantei e arrastei meu corpo para o banheiro fazendo minha higiene pessoal.

Vesti um vestido cor de palha liso e por baixo coloquei uma meia calça preta. Prendi minha cintura com um cinto fino e preto, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo sentindo minha cabeça latejar a cada puxão em meu cabelo e nos pés coloquei uma bota amarronzada de cano baixo e sem salto.

Assim que desci para o primeiro andar apenas Juliet estava ali, tomando calmamente sua xícara de café preto. Me aproximei dela e fechei os olhos ao encostar-me na bancada de mármore.

– Tomou remédio? – perguntou engolindo o café.

– Não preciso – disse abrindo os olhos e pegando uma fruta de cima da mesa.

– Precisa sim, vá tomar seu remédio. Preciso ir, beijos – Juliet disse apanhando sua jaqueta de couro das costas da cadeira e saindo da cozinha.

Ignorei a fala da minha amiga e continuei mastigando lentamente a maça. Eu estava com uma enorme vontade de arrancar minha cabeça e joga-la na parede para ver se aquela maldita dor passava.

Quando finalmente terminei de comer fui caminhando até meu trabalho não demorando muito para chegar. O céu estava nebuloso, cheio de nuvens escuras e um vento gelado que eu não sabia de onde vinha.

Ao entrar na loja já haviam algumas pessoas ali tomando seus cafés. Vesti meu avental verde e fui para trás do balcão pegando os pedidos e começando a trabalhar. Conforme o dia foi se passando minha dor de cabeça foi sumindo.

Um grupo de garotas patricinhas estavam sentadas em uma das mesas redondas da Starbucks, elas riam fino e conversavam sem parar aos sussurros. Ao me avistar uma das garotas levantou a mão, como se estivesse em um restaurante e eu fui até ela de má vontade querendo arrancar meus pés no lugar de ir atende-las.

– Nos vê dois cafés com leite, um descafeinado e dois cappuccinos – disse a loira, que levantou a mão. Anotei todos os pedidos e fui entregar para um dos garotos que estavam atrás do balcão.

Assim que me virei para ver se mais alguém precisava de algo e vi novamente o grupo de meninas com as mãos levantadas.

Rosnei e revirei os olhos antes de caminhar até a mesa, tentando pregar meu melhor sorriso no rosto.

– Sim? – disse com os dentes grudados uns nos outros.

– Está suja essa mesa, limpe – disse a morena de olhos verdes.

Respirei fundo e retirei um pequeno pano de dentro do avental para limpar a mesa, que ao meu ver não tinha uma mancha ou sujeira.

– Nossos cafés estão prontos, vá pegar logo – disse a outra morena, só que essa tinha os olhos tão negros quanto os cabelos.

Rosnei e me afastei das cinco patricinhas indo pegar os cafés delas. Assim que os coloquei na bandeja voltei a me aproximar. Coloquei-os na mesa e fui me afastar, quando novamente uma das garotas me chamou.

– O café está gelado, querida – disse a loira que havia levantado o braço na primeira vez.

– Impossível – disse perdendo a paciência. Respirei e mordisquei o lábio para não começar a xinga-las.

– Se ela diz que está gelado, é porque está gelado – a morena de olhos pretos disse pegando o copo de descafeinado e erguendo o braço. Ela estava tão próxima de mim que ao fazer isso bateu o copo no meu peito, fazendo um pouco de café derramar sobre mim.

Rangi os dentes e peguei o copo voltando para o balcão pedindo para refazerem o descafeinado, pois “estava gelado”.

Depois de novamente entregar o copo para a mulher elas pagaram e saíram da Starbucks aos sussurros e risadinhas, que estava louca deixa-las sem dentes.

Fui até o banheiro e tentei limpar a mancha que havia ficado no meu peito. Aquela maldita sujou meu avental limpinho! Eu não conseguia acreditar.

– Valerie, pode ir almoçar, está liberada agora – ouvi a voz de Richard atrás da porta do banheiro.

Retirei o avental do pescoço e sai do banheiro com uma cara de poucos amigos, o que fez meu chefe me olhar com o cenho franzido.

– Até amanhã, Richard – disse entregando-lhe meu avental e saindo da cafeteria me despedindo dos meus amigos de trabalho.

Meus passos eram lentos e cansados, sentindo minha cabeça voltar a latejar aos poucos. Minha respiração estava pesada e eu sentia um peso estranho em meus ombros.

Olhei para o céu e senti uma gota pingar em meu nariz. Fechei os olhos e senti outras gotas pingarem em mim. Ótimo, era só o que faltava!

Com mais rapidez do que eu esperava as gotas de chuva começaram a cair com mais frequência e mais rápido, se tornando uma chuva fina e fria.

Voltei a andar ignorando a chuva e o fato de que meu cabelo e minha roupa estavam ficando encharcadas. Como se nada estivesse acontecendo meus passos ainda eram lentos e preguiçosos, querendo que aquela chuva leva-se com sigo tudo que mal que já havia acontecido.

Avistei um carro preto parar não muito longe de mim, mas continuei andando. Assim que me aproximei do carro o vidro preto desceu revelando os pares de olhos castanhos que eu não queria ver pelo resto da vida.

Suspirei pesadamente e vi Zach se debruçar sobre o banco do passageiro para poder falar comigo.

– Eu te dou uma carona. Está chovendo muito – Eu estava parada, observando ele e o carro, sentindo cada gota que encostava-se a meu corpo.

– Prefiro a chuva – disse voltando a andar, mas assim que eu dei meu primeiro passo Zach acelerou o carro ficando mais uma vez ao meu lado na rua.

– Qual é, entra logo. Você já esta muito molhada – continuou insistindo me fazendo bufar.

– Já estou molhada, não tem problema. E além do que ira molhar o seu carro – tentei ser simpática pensando nos pertences daquele garoto, para falar a verdade desejava que aquele carro explodisse.

– O banco é de couro, não ira fazer nenhum mal – ele disse e eu respirei fundo tirando uma mexa do meu cabelo que estava colada em minha testa – Entra logo, vai.

Dizendo isso ele abriu a porta do passageiro e eu entrei no carro me punindo mentalmente por aquilo.


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Notas finais do capítulo

O que acham que ira acontecer hein? kkk