Aos domingos Edward trabalhava apenas a noite, passava o domingo todo em casa, Alice já estava preparando o café quando ele acordou, trazendo Rose no colo, todos com preguiça ainda, mal conversaram e logo se jogaram no sofá da sala.
Rose nunca perguntou pela mãe, afinal, nem se lembrava dela, Tânia foi embora no aniversario de um ano de Rose, ninguém sabe para onde ou com quem, Tânia morava com Edward a mais de dez anos quando foi embora, nunca mandou um sinal de vida e muito menos perguntou pela filha.
Alice aproveitou o momento “soneca” dos dois e foi arrumar o quarto, achou a presilha de Bella e achou melhor guardar, para ela, era obvio que a dondoca não se lembraria mais de sua sobrinha, depois de tudo organizado, foi ao mercado próximo e trouxe um jornal, Edward não sabia, mas Alice estava procurando um emprego, ela achava que estava na hora de Rose ir a uma escolinha, ela mal conhecia crianças, apenas a do parquinho publico próximo a casa deles, pelo menos trabalhando, Alice diminuiria a carga de Edward e ajudaria na escolinha de Rose.
Edward resolveu fazer sua famosa macarronada, se divertiram muito durante o almoço e a tarde, Edward iria para a rua a noite, por isso aproveitou o máximo do tempo com a filha.
 

*.*.*

Bella acordou cedo e correu como sempre, seu Charles a aguardava para subir os degraus como todos os dias, domingo não era um bom dia para ela, hoje iria visitar Grace, segundo o medico, sua mãe estava tendo surtos e não era mais abstinência, teria que enfrentar isso sozinha, Kaleb se prontificou a ir, mas ela não queria deixar sua amiga sem o namorado em pleno domingo.
Após uma conversa de duas horas com os médicos, descobriu que sua mãe estava tendo crises de pânico e até falta de lucidez, por isso seria mais demorado o tratamento dela, era a melhor clinica da costa oeste, tratava os famosos, mas parecia que sua mãe era um caso perdido, o medico informou que no momento, ela estava medicada e se quisesse poderia vê-la.
Bella se arrependeu depois que viu a mãe sentada embaixo de uma arvore se balançando sozinha, Bella se ajoelhou em frente a mãe, tentou conversar, falou varias coisas, mas Grace não reagiu, ela levantou para partir, Grace segurou sua mão e a beijou, voltando a posição anterior, Bella foi embora chorando pelo caos que sua mãe estava.
A mansão estava vazia, Bella não entendia porque ainda vivia ali, sozinha e com todo aquele espaço fechado, Susi era a única pessoa que vivia com ela, os demais empregados eram terceirizados, mas não tinha coragem de se desfazer da casa do pai, sentou no meio do amplo sofá e chorou.
Susi ouviu Bella chegar, sabia como era difícil visitar Grace, ainda mais internada e com aquelas roupas, Grace não era mais a linda mulher que vivia naquela casa, com seus lindos e sedosos cabelos sempre bem alinhados e roupas finas, mesmo quando voltava da rua, Grace ainda parecia uma mulher elegante, apenas seu rosto e seus cabelos denunciavam que estava fora de si, mas suas roupas e seus sapatos de salto continuavam limpos.
Susi sempre desconfiou que Grace tivesse alguém, um amante que com certeza seria o traficante, ela era achada sempre no mesmo local e pelo estado que chegava era impossível ela ter ficado naquele beco.
Susi deixou seus pensamentos de lado e preparou um chá para Bella, não queria desamparar sua menina nesse momento, tinha certeza de duas coisas, Bella precisava sair daquela mansão e deixar a mãe internada sem visitá-la, mas quem era ela para dizer isso a Bella? Sabia que a menina tinha uma luta interna para se livrar dos seus medos. Depois do chá, Bella dormiu no sofá, Susi fez o máximo de silencio possível, ela queria ligar para Naira, mas sabia que sua menina precisava de sossego agora.
Após dormir por horas, Bella acordou e contou para Susi o que estava acontecendo, mas não chorou dessa vez, precisava ser forte, decidiu que precisava da ajuda de Susi nesse momento, depois de um ano iria desfazer das coisas do pai, manteria apenas coisas de valor, daria as roupas embora, Susi pediu pra ela pensar novamente, mas Bella se negou, era agora ou nunca.
Dispostas, as duas abriram as portas dos armários e começaram a tirar as pilhas de roupas, verificaram os bolsos, Bella travou ao ver a coleção de gravatas e abotoaduras, decidiu guardá-las, era a paixão do seu pai, Susi aproveitou a distração e começou a ensacar logo as coisas, antes que Bella mudasse de ideia, sutilmente perguntou sobre as coisas de Grace, ela estava internada há dois meses e Bella ainda tinha esperança que ela voltasse, decidiu esperar, talvez reformar o quarto para sua mãe não sofrer ali, sabia que Grace adorava a cor salmão nas paredes, mas seu pai sempre quis branco, talvez uma pintura fizesse bem para o quarto.
Depois de tudo guardado, Bella resolveu que mandaria as roupas para uma entidade, eram ternos caros, poderiam valer alguma coisa, Susi pediria no dia seguinte para o segurança colocar no carro, Bella resolveu também que venderia o carro da mãe e do pai, deixaria apenas um de uso da casa, que o segurança usava para levar Susi as compras e o dela.
Susi aproveitou a animação de Bella e perguntou sobre a mansão, poderia alugar e quando Grace se curasse, elas voltariam para lá, Bella pareceu pensar e conversaria com seu padrinho para ter uma ideia do que era melhor.
Já estava anoitecendo, Bella resolveu levar Susi para jantar, animadas as duas foram se arrumar e saíram, rumo ao restaurante japonês.
Ao passar pelo semáforo que havia visto Edward, Bella notou que ele estava lá, mas ela estava muito longe dele, contou para Susi e seguiram, sem ter a chance de vê-lo de perto, Susi sorriu animada aproveitando o escuro do carro, feliz por ver que sua menina estava balançada.
Segunda começou agitada, Susi já havia tirado as coisas do antigo patrão, não queria que Bella desistisse e assim que ela se despediu da governanta, Susi correu ligar para Carlisle, contou para o padrinho de Bella o que havia acontecido e a atitude dela sobre as coisas do pai, Carlisle ficou pensativo e disse a Susi que incentivaria Bella a vender ou alugar a mansão.
Quando chegou ao escritório central da rede, Jasper já a aguardava para a reunião, tudo correu bem no final de semana e logo chegariam os relatórios, em seguida Carlisle entrou e beijou os dois, Bella aproveitou e contou o que havia feito, com um simples sinal,Carlisle pediu ajuda para Jasper.
-Bella, acho que você está certa, alugue a mansão e vá viver num canto seu, sei o quanto ama aquela casa, mas recomece sua vida, as chances de Grace são pequenas, quem sabe tirar umas férias e viajar um pouco? Nai adoraria que vocês viajassem juntas.
-Vou pensar padrinho, vou falar com Nai, ver se tem apartamentos para vender no prédio dela.
Os dois homens saíram da sala, animados com os pensamentos de Bella, Jasper logo ligou pra irmã contando a ideia de Bella, Nai almoçaria com a amiga e já levaria o contato do apartamento a venda, todos estavam felizes com a atitude dela.
Durante o almoço, Bella contou sobre Edward e Rose, Nai ficou animada com a historia, claro que Edward não era o homem que ela desejava para a amiga, mas pelo pouco que contou sobre ele, parecia um bom homem, na cabeça de Naira já havia um plano de conhecer de perto o tal lavador.
No começo da parte Nai resolveu lavar seu carro, iria dar uma boa olhada em Edward e quem sabe fazer algumas perguntas, assim que chegou, não sabia quem era, mas lembrou dos olhos azuis que Bella tanto disse, perguntou a um homem alto e moreno se Edward estava, desconfiado o homem apontou para Edward que terminava um carro vermelho, o homem avisou que ia chamá-lo, assim que ele terminasse, Nai agradeceu e aguardou.
Edward estranhou o fato de ter alguém o esperando, reparou no carro branco reluzente, mas não deu importância, não era o carro preto que ele tanto queria rever, assim que terminou seguiu até Nai, se desculpou por não poder cumprimentá-la, pois estava com as mãos sujas, Nai sorriu e não deu importância.
-Minha amiga deixou o carro com você no sábado e ficou fantástico, mais bonito impossível, por isso me recomendou que eu trouxesse e pedisse por você.
-Sua amiga?
-Bella, ela lhe elogiou bastante e a sua filha também, espero que você a deixe ligar para Bella, ela realmente ficaria feliz, ela anda com problemas sabe e ficou encantada com sua filha.
-Ah, sim, claro, ligaremos para ela. A senhorita pode deixar o carro agora ou quer agendar?
-Deixarei agora se for possível.
Edward pegou a chave e levou o carro, foi impossível não reparar o perfume gostoso que havia no carro, sempre havia um perfume chique em um carro como esse, ficou limpando o carro, já limpo por sinal,de Naira e ficou pensando em Bella, não imaginava que a moça rica e requintada fosse lembrar dele e de Rose.
Ficou pensando em uma maneira de falar com Bella sem ser inconveniente, quem sabe mandar flores agradecendo-a por ter enviado uma cliente nova? Seria legal, Edward sorriu da sua ideia brilhante, mas não sabia como conseguir o endereço, claro que poderia procurar na lista, mas em qual hotel Bella trabalharia?
Quando terminou, avisou Naira, seu carro parecia um espelho, agradeceu Edward e foi ao caixa pagar, deixando uma gorjeta na caixa de funcionários e um em especial para Edward, ameaçando o caixa caso ele não recebesse o dinheiro, assim que voltou ao carro Edward lhe entregou a chave, era a chance de conseguir o contato de Bella.
-Será que a senhorita poderia me dar o telefone ou endereço da Bella? Minha filha ficou com o cartão e não sei onde está.
-Sim claro, olha eu tenho o do meu pai, mas eles trabalham no mesmo escritório e esse telefone é da secretaria, ela passa a ligação.
Edward agradeceu e guardou o cartão com cuidado dessa vez, assim que Nai saiu, o caixa o chamou e entregou a gorjeta, não era bem uma gorjeta, era a chance de comprar varias coisas para Rose e Alice, Nai deixou muito mais do que custava a lavagem do carro.
Nai contou para Kaleb o que fez e quem era Edward, claro que seu namorado odiou a ideia, não sabia se Edward era uma pessoa confiável, poderia ser um lobo em pele de cordeiro, Nai riu, disse que ele tinha uma vibração boa, mas Kaleb não gostou da ideia e disse que descobriria mais sobre ele, sua amiga estava frágil nesse momento e não poderia deixar um aproveitador perceber isso.