Condenados escrita por Lilian Smith


Capítulo 16
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Sinto muito mesmo por ter demorado tanto tempo! Sabe aquele período em que você tem TUDO na sua cabeça, as cenas até dançam na sua frente mas NADA consegue ir pro papel? Então, basicamente eu estava passando por uma fase assim. Estou com esse capítulo a semanas na minha mente mas escrever que é bom eu não conseguia. Odeio bloqueio criativo. Sou a favor de exterminamos isso do mundo.
Minha aulas voltaram – Copa, bem que você podia ficar por aqui né? – então vou ficar sem tempo pra escrever muito mas vou tentar postar o próximo capítulo mais rápido- beeeeem mais rápido. Eu realmente sinto muito pessoal.
Espero que vocês gostem do capítulo, um super abraço em todos vocês e me desculpem!



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Após a ultima reunião entre os deuses, cerca de dois dias atrás, o Olimpo não estava passando por uma boa fase. Zeus estava mais irritado do que nunca e qualquer coisinha o tirava do serio por completo. Os outros deuses estavam ficando longe mais tempo do que costumavam para poder ficar longe daquela fúria toda. Hera era a única que permanecia.

Como esposa de Zeus, ela tinha o dever de tentar acalma-lo. Mas aquela missão estava se tornando cada vez mais complicada. A deusa do casamento e da família sentia-se cada vez mais irritada. Seu marido não tinha razão nenhuma para gritar com ela naquela altura do campeonato. A vontade dela de tentar fazer ele se acalmar estava se tornando a vontade de lhe dar um tapa na cara.

E não era como se ele tivesse motivo para ter se irritado tanto. Hera não conseguia compreender por que ele se surpreendeu com a reação de Poseidon. O Rei dos Deuses já estava vivo a um longo tempo. Será que todos esses milênios não foram suficientes para fazê-lo compreender os sentimentos das outras pessoas?

Bem, é claro que não. Hera tinha experiência própria com Zeus. Ele definitivamente não conseguia compreender os outros. Um grande defeito para alguém que era referencia para os outros deuses. Mas ainda sem essa capacidade, Zeus deveria saber que não poderia manter o menino do deus do mar, afastado para sempre. Não era como se ele pudesse apagar o garoto da memoria de Poseidon. Mais cedo ou mais tarde, Perseu Jackson surgiria de alguma forma.

A deusa ainda lembrava-se do dia em que o garoto simplesmente desapareceu do centro de observação de Zeus. Eles achavam que era uma falha no sistema operacional do Olimpo. Com a chegada da era moderna, os olimpianos começaram a se adaptar a algumas formas de tecnologia e passaram a usar o máximo de recursos possíveis. Então, quando o garoto sumiu do radar, eles culparam a tecnologia. Mas depois de mais de um dia, souberam que havia mais do que uma falha envolvido no sumiço dele.

Zeus até tentou procura-lo. Devia isso depois do que causou a ele. Mas depois de um ano sem noticia nenhuma. Nem uma fagulha dele surgindo em qualquer que seja o lugar, Zeus desistiu. Ele acreditou que Poseidon iria demorar muito mais tempo para notar o filho desaparecido e então já seria tarde. Até mesmo Hera chegou há acreditar um pouco nisso, apesar de no fundo de seus pensamentos, saber que não era verdade. E então começaram os assassinatos. Mortes cruéis e terríveis que abalaram os deuses cujos filhos foram vitimas.

Os semideuses podem não acreditar, mas os deuses sentem sim quando um filho morre. Afinal, é uma parte de você. Nas primeiras mortes, quando ninguém percebia que havia algo de muito errado envolvendo os assassinatos, fora Hera em consolou os outros deuses. Eles podiam ser adultos há muito tempo, mas ela era a referencia de mãe para eles. Foi Hera quem abraçou e conversou com os outros olimpianos. Foi ela a primeira a desconfiar de que aquilo não era apenas um infeliz acidente em massa. Ela que foi a única a entrar em contato com Hades para saber do destino pós-morte das crianças meio-sangues.

Ela que soube que não chegou alma alguma até o mundo inferior. E agora, um dia depois da reunião com os deuses, faltando apenas algumas horas para o final do prazo de Poseidon, era ela que buscava encontrar Hades, para saber novas informações.

Na primeira vez que foi atrás do deus dos mortos, eles selaram um acordo de sempre manterem um ao outros informados sobre o que estava acontecendo no Olimpo. Hera havia enviado uma carta a Perséfone explicando qual fora o motivo da reunião e como ela acabou. A deusa e seu marido responderam com um endereço de um hotel em São Francisco.

Hera desviou de um grupo de adolescentes que passaram correndo do seu lado. Fazia muito tempo desde a ultima vez que a deusa desceu para conviver com os mortais. Era estranho passar nos lugares sem receber uma reverencia, mas encantador ter a falsa sensação de que o destino dos deuses não estava em suas mãos. Às vezes Hera sentia uma profunda inveja dos mortais. Eles podiam ter suas próprias vidas. Viver por si mesmos. Não tinham deuses furiosos e orgulhos para controlar, buscando evitar que se destruíssem ou destruíssem o mundo.

A mulher cruzou as portas de ouro do hotel. Mesmo que sua atual aparência mortal fosse simples, muitas pessoas lá dentro se encantaram com ela. Hera ignorou a reação delas e se encaminhou para a recepção. A moça a recebeu com um olhar impressionado.

– No que posso ajudar senhorita? – Ela perguntou, soando extremamente educada.

– Tenho pessoas para encontrar no quarto, 678. – Hera falou, tentando soar o mais natural possível. Há muito tempo ela não conversava com mortais.

A moça pegou um interfone e começou a discar alguns números.

– Qual seu nome, por favor? – Ela questionou, enquanto colocava o fone no ouvido.

– Hera. Chamo-me Hera.

A recepcionista sorriu ao ouvir o nome.

– Como a deusa. – Ela falou, e Hera lhe respondeu com um sorriso tímido. É. Como a deusa. No instante seguinte ela começou a falar. – Bom dia, Senhora. Uma moça chamada Hera diz que os conhece e que deseja conversar com a senhora e seu marido. Posso permitir que ela suba ou vocês irão descer? – ela esperou um tempo curto e assentiu para si mesma. – Certo obrigada. – ela voltou o olhar para Hera. – Pode subir senhorita.

Hera assentiu e foi para o elevador. Ninguém estava subindo com ela e rapidamente ela chegou ao decimo andar do hotel. As portas do elevador se abriram para um gigantesco corredor de luxo, com luzes pendendo de um candelabro elegante. Hera buscou o quarto 678 e quando o encontrou não precisou bater na porta para pedir passagem. Perséfone foi mais rápida que ela.

A jovem deusa abriu a porta e demonstrou uma grande alegria ao ver Hera. As duas eram muito próximas e já não se viam há certo tempo. No tempo em que Perséfone tinha de ficar no mundo inferior ela só era autorizada a sair com Hades e quase nunca ele deixava seu reino. Aquela era a primeira vez em quase cinquenta anos que Hera o via fora do submundo.

– Olá, Hera! – Perséfone exclamou, arrastando a deusa para dentro. Ela estava parecendo uma adolescente, com os cabelos escuros e um vestido preto básico. Hera achava engraçado ver os deuses assumindo formas humanas. Nunca ficavam parecidos. Ela mesma estava completamente diferente de sua verdadeira aparência. – Como é bom rever você, mesmo que para um assunto desagradável.

– Digo o mesmo, Perséfone. – A deusa respondeu, com um sorriso verdadeiro em sua face. Hades esperava sentado no sofá assistindo ao noticiário. Hera olhou para a televisão e nem sequer se surpreendeu ao ver o conteúdo que passava.

“Mais uma morte cruel aconteceu, dessa vez, sendo as vitimas as crianças vitimas de câncer”. Como nos outros casos, ninguém viu o suposto assassino ou grupo de assassinos. Uma reunião com o próprio presidente está sendo organizada para ser discutido o assunto. A população está em pânico e já podemos dizer que isso virou uma ameaça nacional...

– Saudações, Hera. – Hades falou, erguendo-se do sofá e desligando a TV. – Não precisamos ouvir essas noticias correto?

– Que bom rever você, Hades. – a deusa respondeu, observando o irmão de cima a baixo. Ele estava igualzinho a um adolescente de dezesseis anos o que é bem impossível de se imaginar sem ver pessoalmente. – O que achou das ultimas noticias?

– Nenhuma novidade no que aconteceu. – Hades falou, convidando Hera para se sentar e chamando Perséfone para ficar ao seu lado, com um gesto. – Meu irmão foi bem idiota, mas ele sempre age dessa maneira correto? Não podemos mudar o que aconteceu.

– Não posso acreditar que ele se surpreendeu com a reação de Poseidon. – Perséfone comentou. – Não era uma atitude obvia?

– Ele nunca foi muito de compreender os outros... – Hera falou, soando magoada. – Mas tem razão Hades. Não podemos mudar o que aconteceu, seja ontem ou há alguns anos atrás. Temos um futuro incerto pela frente. Qual foi a razão desse encontro pessoalmente?

Hades e Perséfone trocaram um olhar significativo. A maioria dos outros deuses não conhecia a relação de amor entre os dois. Sempre imaginavam Hades como o vilão e quando o visitavam iam com essa intenção. Não dá para ser legal com alguém que te trata como a reencarnação de Cronos, certo?

– As mortes começaram a afetar o mundo inferior. – Hades falou. – Monstros estão escapando do Tártaro, Hera. Aos montes. Meu exercito não consegue detê-los e eles somem após cruzarem certo ponto. Alguém está entrando no meu reino e os ajudando a escapar, mas não conseguimos identificar.

– Isso definitivamente não é um bom sinal. – Hera murmurou, chocada com o que estava ouvindo. Mas se os monstros estavam saindo, por que nenhum rastro deles foi encontrado ainda? – Ninguém notou nada mais revelador?

– Não. – Perséfone respondeu. – Só existem boatos e um deles me apavora. Muitas das almas do Elísio estão falando de um antigo ritual grego, perdido nas nossas histórias. O sacrifício das almas.

Hera sentiu um arrepio cruzar seu corpo. Ela conhecia muito bem aquela história. Mas será que aquilo estava mesmo acontecendo?

– Só não compreendo como um ritual dessa magnitude possa estar acontecendo sem que ninguém veja. – Hades falou, soando extremamente cansado. – Não é um ritual fácil. Precisa de tempo e muito sangue. Como ninguém notou nada?

– E se está sendo feito, para quem ele está sendo realizado? – Hera questionou. – Quem vai se beneficiar com isso? Qual seu objetivo?

– E quem está realizando? – Perséfone falou. – Só pessoas poderosas podem retirar uma alma de um corpo e usa-lo como bem entender. Deuses menores talvez sejam capazes... Mas isso não me parece obras deles.

– Realmente não. – Hades falou. – Sinceramente, a ideia de quem é já me vem à cabeça há um tempo. Mas não parece certo. Como você disse apenas pessoas poderosas podem fazer isso.

– De quem você desconfia Hades? – Hera perguntou.

– Dos humanos é claro. – O deus respondeu. – Um ritual desses chamaria a atenção para qualquer deus que o realizasse. Mas os humanos sempre passam despercebidos por nós.

Hera não colocou muita fé no que ele disse. Mas tinha de concordar que parecia a resposta correta. Mas ainda existiam outros milhões de questionamentos.

Naquele exato momento, um raio cortou o céu, sendo seguido por um som ensurdecedor. Para os mortais, um trovão. Para os três deuses ali presentes, um grito de fúria. Algo de ruim estava acontecendo no Olimpo. Hera se ergueu. E os outros dois deuses fizeram o mesmo. Ela olhou para eles ansiosa e foi Perséfone quem falou primeiro.

– Vá. – Ela disse. – Algo me diz que nada de bom vai sair dessa reunião. Entre em contato conosco o mais rápido que puder.

– Certo. – Hera falou, deu um abraço em Perséfone e virou-se para encarar Hades. – Ainda temos muito que conversar irmão. Mandarei ajuda para você, boa sorte.

Hades acenou com a cabeça para ela. Hera ficou um pouco desapontada. Queria ganhar um abraço dele, mas sabia que isso era impossível. Desde a separação dos reinos, Hades permanecia distante dos deuses, um fato que sempre deixou Hera aterrorizada. Ela ainda lembrava-se do tempo em que estavam presos dentro de Cronos. De quando eram crianças e da época em que ela chorava de medo por estar ali. Era o irmão que cuidava dela. Por que aquilo estava tão distante agora?

Ela deixou esse pensamento para trás e saiu do quarto, sem esperar para que eles a levassem a porta. Hera começou a correr em direção ao elevador. Ela podia muito bem se tele transportar para o Olimpo, mas queria adiar aquela reunião o máximo que podia. Nada de bom ia sair daquele encontro com Poseidon, disso ela tinha certeza.

Quando chegou à rua, Hera olhou para a pista e viu uma criança brincando com sua mãe. A criança tinha olhos verdes cor de esmeralda. Parecido demais com Perseu Jackson. De súbito a deusa lembrou-se do menino que ela viu chorando ao pé de uma arvore, pequeno demais para estar tão triste. Uma dor cruzou seu peito ao relembrar o fato. E foi com os olhos verde mar do garoto brilhando de lágrimas em sua mente, que ela se dirigiu ao Olimpo, sem reparar que dois adolescentes a seguiam. Dois adolescentes que já deveriam ter morrido. Hera não tinha como imaginar, mas não chegaria ao Olimpo naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Esse cap não teve Percy :/ Mas no próximo vai ter, prometo! O que acharam dessa visão da tão odiada Hera? Ah, prometo que em breve vai vim a explicação mais detalhada sobre esses sacrificios - acho que o Quiron tem doutorado nesse assunto...Será que foi por isso que ele chamou as meninas?

Bem, mais uma vez peço desculpas. Agradeço desde já a todos que ainda estão esperando! Um abraço e até o próximo ep! - ok, eu estou super soando uma vlogueira do Youtube aqui.