Black Hole escrita por juliananv


Capítulo 8
Capítulo 8 Trapaças


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é narrado pela Alice.



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            Estava preocupada com a decisão de Edward de ir aos Volturi, não só por mim, afinal, sabia que em algum momento Aro tomaria conhecimento do meu dom, mas também porque Esme ficaria desolada; magoaria a todos nós perder Edward dessa maneira.


 


            Decidi que não ficaria mais sentada só vendo o nosso futuro ficar a cada dia mais sombrio. Edward não fazia idéia de que, ao abandonar Bella, não era só com o futuro deles que ele estava acabando, nossa família corria um sério perigo de não se recuperar das consequências daquela decisão. Quando Carlisle chegasse de sua viagem de caça iria ter de conversar seriamente com ele.


 


            Assim que Carlisle e Esme entraram pela sala, olhei para ele. Precisava conversar com meu pai sozinha.


 


            - Edward já voltou? – Perguntou Esme.


 


            - Não, e também não decidiu ainda quando volta. – Adiantei-me às próximas perguntas que minha mãe faria. - Não se preocupe, Esme, ele sempre volta. Quando ele decidir vir embora, vai nos comunicar. Edward está sofrendo muito, mas não sumiria de vez sem antes nos avisar; pode demorar alguns dias, mas vai acabar voltando. Ele sempre será um cavalheiro.


 


            Esme subiu, foi para o quarto se trocar. Aproveitei a chance para falar com Carlisle.


 


            - Carlisle, Edward esta tomando algumas decisões que me preocupam.


 


            - Eu sei, parte disso ele já conversou comigo, também estou seriamente preocupado com ele.


 


            - Precisamos conversar com Eleazar. Vamos? – Carlisle me olhava confuso.


 


            Encontramos Eleazar com Tânia e Carmem. Pedi a ele que nos acompanhasse; corremos para nos distanciarmos um pouco dos chalés, não queria que ninguém escutasse o que iríamos conversar.


 


            - O que está acontecendo, Alice? – Perguntou Eleazar. Expliquei para ele as idéias suicidas de meu irmão.


 


            - Como Edward não pretende mais viver depois que Bella morrer e não conseguiu convencer Jasper e Emmett em ajudá-lo, ele planeja ir até os Volturi. – Não revelei a eles que essa não era a primeira vez que Edward considerava isso, já que da primeira vez essa possibilidade não foi tão forte.


 


            - Ele não pode fazer isso! Aro não vai ficar nada satisfeito se souber o que temos aqui. Você sabe disso, Carlisle, já esteve com eles por tempo suficiente para saber do que ele é capaz.


 


            - Eu sei, Eleazar. Há tempos estamos evitando esse encontro, não quero que ele saiba dos dons de Edward e Alice. Tem certeza de que ele está cogitando isso, Alice? Edward sempre foi o mais responsável de nós...


 


            - Sei que é chocante, mas ele está decidido. Eu avisei a vocês que ele não seria mais o mesmo. Aquele antigo Edward, responsável, meticuloso, que planeja cada detalhe, ainda existe, só que está tão tomado pela dor que não consegue mais pensar direito. Sem Bella ele se sente perdido, enfia os pés pelas mãos.


 


            - O que me preocupa não é só Aro saber sobre vocês, mas o modo como vivemos aqui. Ele não vai gostar de saber que nossa família é tão grande e unida. Quando estava com eles, nunca encontrei tantos vampiros vivendo juntos de maneira tão harmônica. Eles adoram tanto o poder que podem se sentir intimidados por nós.


 


            - Não queremos ser como eles. – Disse Carlisle.


 


            - Claro que não, mas mesmo assim eles não vão ficar nada satisfeitos. Você sabe muito bem que em nossa espécie qualquer coisa é motivo para uma guerra. Carlisle, nós somos exceção!


 


            - Eles respeitam a lei e não estamos fazendo nada de errado.


 


            - Carlisle, nós já poderíamos ter sido punidos. A garota humana sabe demais.


 


            - Ele tem razão, Carlisle, vamos ter de conversar com Edward. Mas não fiquem tão apreensivos vocês dois. Essa possibilidade ainda não é tão forte, o mais provável é que ele volte para Forks. – Decidi que ia fazer de tudo para que meu irmão voltasse a ser feliz.


 


            Ficamos alerta esperando que Edward voltasse. Quatro dias depois ele apareceu. Carlisle e eu fomos ao chalé de Eleazar, por sorte as meninas não estavam. Eleazar chamou Edward para que pudéssemos conversar sem sermos interrompidos.


 


            Escutava apreensiva as tentativas de Eleazar e Carlisle em convencer Edward a mudar de idéia. Sempre que surgia uma brecha tentava argumentar com ele sobre voltar para Forks. Por fim, Edward perdeu a sua curta paciência e fugiu de nós.


 


            - E agora, o que vamos fazer? - Perguntou Eleazar. – Não podemos permitir que ele faça isso. Carlisle, sei que não é da minha conta, mas porque vocês não resolvem esse problema da maneira mas simples? Vamos transformar a garota!


 


            - Até que enfim alguém concorda comigo! Vamos, Carlisle? Se formos agora, quando Edward voltar Bella já vai ser uma vampira. Toda vez que ele sai assim tão nervoso demora dias para voltar. Edward ficará tão feliz quando chegar e encontrar Bella esperando por ele...


 


            - Não, Alice! Prometemos a ele, Bella é responsabilidade do Edward! Não vamos nos meter nisso. – Saco!


 


            - O que faremos então? – Perguntou Eleazar.


 


            - Alice, você vai vigiar Edward mais de perto, precisamos estar preparados caso ele venha a tomar qualquer decisão. Se alguma coisa acontecer a Bella, informe primeiro a mim.


 


            - Tudo bem, Carlisle. Tenho que ficar de olho em Bella também? Tenho medo de que alguma coisa escape.


 


            - Não. Quando algo importante acontecer vem sozinho, não?


 


            - Geralmente sim, ontem mesmo ela acordou aos gritos... Quando ela se descontrola muito, vem sozinho.


 


            - Como assim “acordou aos gritos”? Ela está muito ruim? – Contei a Carlisle sobre a minha visão.


 


            - Bella provavelmente está em depressão, isso não é nada bom... Vou ver o que posso fazer. – Carlisle também estava preocupado, sabia que Bella tinha nas mãos não só a sua vida e a existência de Edward, mas também o futuro de nossa família.


 


            Era madrugada de terça para quarta-feira, Jasper e eu estávamos deitados em nosso quarto no chalé de Denali. Todos aproveitavam o momento tranquilo, o chalé ficava mais leve quando Edward resolvia sumir e já fazia seis dias que ele estava fora.


 


            - Quando Edward vai chegar, Alice? - Perguntou Jasper.


 


            - Não sei, ele não decidiu. Está correndo pelo país.


 


            - Sei que é muito egoísmo da minha parte gostar quando ele sai um pouco, mas a presença dele está muito dolorosa e a cada dia fica pior. É como se ele fosse um oceano de agonia e que dia após dia recebesse mais cargas de dor. Não sei como ele está conseguindo suportar isso...


 


            - Nem eu. Mantenha distância dele, não quero que você sofra. - Queria ter certeza de quanto tempo aquilo ainda iria durar.


 


            - Tem certeza de que ele vai voltar atrás? Sinto que a determinação dele ainda está muito forte.


 


            - Claro que ele vai voltar! Só está sendo mais teimoso do que imaginei. Espero que quando decida voltar tenha o que encontrar lá. - Ainda estava preocupada com Bella; quando Edward resolvia sumir, podia vigiá-la mais à vontade; não gostava do que via.


 


            - Bella ainda está muito mal?


 


            - Tenta fingir para Charlie que está melhor, da mesma maneira que Edward faz conosco. Dois idiotas. - Estava irritada, precisava fazer alguma coisa. Decidi que iria ter alguns lapsos perto do Edward, quem sabe se ele visse o estado em que Bella estava, a coisa não acabava mais rápido. - Estou pensando em fazer uma festinha na semana que vem. Já estou cansada deste clima de luto, temos que voltar a nos divertir. Se Edward quer dificultar a existência dele, eu não vou compactuar com isso.


 


            - Não sei não, Alice, acho que os outro não vão querer. Especialmente Esme, você sabe como ela sempre tenta proteger Edward de tudo.


 


            - Ah, qual é? Faz tempo que não temos uma noite agradável! Precisamos aproveitar que a família de Tânia está aqui também. Já faz pelo menos uns três anos que não fazemos uma festa com eles. Está decido: amanhã eu falo com a Esme. Agora deixa eu te ajudar a melhorar este clima pesado que o Edward deixou em você.


 


            Cheguei mais perto do Jazz, mudei rapidamente o meu clima, mandava para ele ondas de desejo. Jasper agiu da maneira que eu previ: rasgou meu vestido. Comecei a rir.


 


            - Desculpe, esse era um dos seus preferidos? - Jasper falava ofegante entre um beijo e outro.


           


            Nem liguei para o vestido. Eu ficava tão feliz quando estava assim com ele, que nada no mundo importava. Ele sempre conseguia me tocar de uma maneira especial. Todas as vezes que nos amávamos era surpreendente, sempre melhor que a anterior, nunca conseguia entender como Jasper conseguia se superar tanto. Passamos o resto da noite e o começo da manhã juntos.


 


            Quando saímos do quarto, Esme e Carlisle estavam na cozinha sentados à mesa. Carlisle estava escrevendo um livro novo sobre doenças raras e Esme estava estudando a planta de uma casa do séc. XVIII que Carlisle havia comprado para ela. Rose e Emmett continuavam no quarto. Eles aproveitavam todos os segundos quando Edward estava fora.


 


            - Esme, estava pensando em fazer uma reuniãozinha aqui no chalé na semana que vem. Chamar a família da Tânia, nada muito grandioso...


 


            - Edward estará no chalé nesta noite? - Ultimamente tudo era decidido em função do Edward.


 


            - Vai. Entretanto ele não precisa participar se não estiver a fim, todos entenderão.


 


            - Alice, acho que não é um bom momento. Vamos respeitar a dor do seu irmão.


 


            - Não concordo com você, Esme - Carlisle também achava que já estava na hora da vida voltar ao normal. - Ele precisa ver que a vida continua. Quem sabe isso não o animaria um pouco?


 


            - Chega de luto! Se ele está assim é porque escolheu, nós não podemos passar o tempo todo de babá do Edward. Relaxe, Esme, isso vai acabar logo.


 


            - Alice tem razão. E o Edward não é burro, sabe que estamos tentando protegê-lo. Ele não gosta disso, vai acabar partindo. Vamos respeitar a dor dele, mas também vamos voltar ao normal. - Carlisle estava enganado, Edward iria partir. Isso ele já havia decidido.


 


            Edward voltou à noite e se enfurnou no seu quarto.


 


            Esperei que Rose e Emmett saíssem do quarto para contar a novidade. Todos estávamos mais animados, começamos os preparativos para a festa. Pensei em renovar a decoração da sala, mas Esme só permitiu que eu comprasse almofadas novas e que trocasse a cortina.


 


            Na manhã seguinte pegamos emprestado o carro da Kate e fomos, Rose e eu, para Anchorage. Havia algumas lojas interessantes por lá, claro que não se comparava a Milão, mas serviria. Compramos a cortina, almofadas, futons, tapetes, roupas de cama para todos os dormitórios, vestidos novos, roupas para os meninos e um lindo jogo de vasos de cristal Murano que encontrei em um antiquário.


 


            Voltamos para o chalé bem animadas. Esme adorou o jogo de vasos; embora tenha reclamado um pouco do excesso de coisas que eu comprei, por fim acabou gostando da nossa animação.


 


            Estava conseguindo o meu primeiro objetivo: fazer com que minha família voltasse a ser feliz. O meu segundo objetivo dependia da presença de Edward; precisava ter meu “lapso” na presença de todos. Assim, Edward não poderia se enfurecer tanto comigo. Também contava com a sorte, pois ele andava muito imprevisível, mudando de idéia a todo o momento.


 


            Estávamos todos reunidos na sala esperando pelos amigos. Só Edward permanecia enfurnado no seu quarto, feito um morcego siberiano pintado.


 


            Para que meu plano desse certo, precisava que ele aparecesse. Esme estava planejando pedir a Carlisle que fosse falar com Edward; tinha de ser paciente, caso contrário, todos iriam desconfiar de mim. Ouvi que a família de Tânia estava chegando. Esme se adiantou e foi abrir a porta da sala.


 


            - Olá, boa noite, Esme. - Carmem estava visivelmente alegre. - Vejo que a Alice redecorou o chalé. Ficou uma graça!


 


            - Você conhece minha filha, ela adora uma repaginada. – Esme revirava os olhos.


 


            Irina, Kate e Tânia entraram rindo e foram ver as novidades no chalé. Eleazar foi logo conversar com Carlisle, eles já se conheciam havia muitas décadas. Quando Carlisle passou um tempo com os Volturi na Itália, Eleazar fazia parte da guarda pessoal de Aro.


 


            - Alice, a combinação de cores que você usou na sala está fantástica! - Irina tentava ser simpática. - Deveríamos aproveitar o talento dela lá no nosso chalé também. O que você acha, Tânia? – Tânia tentava mostrar interesse. Na verdade estava preocupada que Edward não aparecesse.


 


            - Gentileza sua Irina, o chalé de vocês está uma graça. Rose, por que não mostra a Tânia aquela melodia que estava tocando outro dia?


 


            A reunião seguia como o planejado, todos estavam se divertindo. Jasper, Emmett, Carlisle e Eleazar estavam jogando gamão e xadrez, tudo ao mesmo tempo. Roseli e Tânia divertiam-se no piano. Carmem e Esme estudavam plantas antigas. Eu interagia com todos. Estava começando a ficar tensa; se Esme não pedisse logo para Carlisle que fosse falar com Edward, teria que pensar em alguma maneira de trazer aquele teimoso para baixo.


 


            Jasper começou a sentir a minha tensão, de vez em quando me olhava, eu disfarçadamente balançava a cabeça.


 


            - Será que Edward não vai descer? - Tânia estava planejando um novo ataque. Em qualquer outro dia ficaria irritada com a insistência dela, mas hoje minha vontade era de dar um grande beijo nela. Esme escutou e foi falar com Carlisle.


 


            - Eu acho que não, Tânia. Bem, talvez seja melhor assim. – Roseli claramente não queria a desagradável presença do nosso irmão.


 


            - Ele ainda está muito triste? Faz dias que não o vejo.


 


            - Não, esta pior. A cada dia ele se torna mais insuportável, você não perde nada em não encontrar com ele. - Deixei que as duas conversassem, estava interessada no progresso de Carlisle...


 


            Podia ouvir Edward respondendo aos pensamentos de Carlisle. Vi que ele estava em dúvida, principalmente pela presença de Tânia. Precisei garantir a Edward que ela não atacaria esta noite. Ele resolveu descer.


 


            Continuamos a nos divertir, nem parecia que ele estava ali. Edward se sentou no canto mais distante da sala e ficou quieto. Emmett bem que tentou trazê-lo de volta à vida; chamou-o para jogar uma partida de xadrez, o que era muito estranho, pois Emmett se recusava a deixar que Edward ou eu participássemos de qualquer tipo de jogo com ele. Edward não respondeu, Emmett olhou para Jasper e deu de ombros.


           


            - Deixe o Edward em paz, eu jogo com você novamente. - Jasper podia sentir a dor de Edward; compreendia-o melhor do que todos.


 


            Esme e Carlisle estavam planejando novamente a nossa partida. Resolvi participar.


 


            - Que tal se a gente for depois do natal? Poderíamos aproveitar a data e fazer um amigo secreto, seria divertido.


 


            - Gostei, Alice. Vamos, Carlisle! Fique só mais uma semana, será divertido! - Disse Irina.


 


            - Por mim tudo bem, mas só posso ficar mais uma semana. Prometi começar no hospital na primeira semana de janeiro. Tenho que ajeitar algumas coisas até lá.


 


            - Eu também não me importo. - Rose aparentemente também gostou da minha sugestão. - Emmett e eu planejamos viajar pela Europa durante um tempo e ainda não tínhamos decidido quando partir. - Rose na verdade insistiu com Emmett que precisava de umas longas férias longe de Edward.


 


            - E vocês, Jasper, Alice, já resolveram para onde vão? - Perguntou Eleazar. Não tinha certeza ainda, tudo dependia do rumo que Edward iria seguir.


 


            - Andei fazendo algumas pesquisas sobre o meu passado por aqui, agora preciso ir a alguns sanatórios antigos, para ver o que encontramos. Só não decidimos ainda por qual estado vamos começar.


 


             - E ele, já falou se vai com você, Carlisle? - Tânia perguntou. Automaticamente todos olhamos para Edward, ele nem notava que falávamos dele.


 


            - Ainda não, ele anda muito quieto. Raramente ouvimos a sua voz. Praticamente não fala. Se alguém pergunta alguma coisa, às vezes ele responde.


 


            - Ele sabe dos planos de vocês? - Tânia tinha esperanças de que Edward ficasse em Denali, achava que poderia consolá-lo de alguma maneira.


 


            - Não sei, a maior parte do tempo ele fica fora, e quando volta parece que nem os nossos pensamentos ele é capaz de ouvir. Esme acredita que ele deve ir conosco, eu não faço a menor idéia do que ele planeja fazer, se é que ele planeja alguma coisa. – Disse Carlisle.


 


            - O que você acha, Edward? - Esme teve de perguntar duas vezes antes que ele respondesse.


 


            Aproveitei a chance da momentânea atenção do Edward, chamei discretamente a atenção dele enquanto me recordava da visão que havia tido duas noite atrás, fingi que era uma visão do futuro. Torcia para que desse o resultado que eu queria. Todos ficaram tensos com os gritos de desespero de Edward, só Jasper me olhou desconfiado.


 


            Enquanto tentava pôr algum juízo na cabeça dura do Edward, pude ver que a minha tentativa não daria certo. Que droga! Edward discutiu comigo e fugiu novamente. Virei-me para enfrentar a minha família.


 


            Todos olhavam para mim, perdidos. Só Jasper suspeitava da verdade. Olhei para ele, pedindo que não abrisse a boca. Carlisle interveio.


 


            - O que você fez Alice?


 


            - Veio sem querer, isso às vezes acontece, já havia avisado a vocês. Só que geralmente Edward não está perto.


 


            - Bella está tão mal assim? - Esme se preocupava muito com Bella, já a amava como a uma filha. Sabia que se alguma coisa acontecesse a ela Edward jamais se perdoaria.


 


            - Está, assim como Edward. Só que Bella é humana, a sua dor também é visível em seu corpo. Temo que ela morra de tristeza.


 


            - Carlisle, não seria melhor a gente dar uma olhada nisso? - Esme tentava ponderar com ele.


 


            - Olha, Esme, venho monitorado a situação da maneira que dá. Estou conversando com o Dr. Gerandy. Ele chegou a receitar antidepressivos, mas ela se recusa a tomar. E Charlie anda relutante em forçá-la, tem medo de piorar a situação. Estamos de mãos atadas. – Carlisle sabia o quanto a vida de Bella era realmente importante.


 


            - Quem sabe se eu fosse ficar com ela um tempo não poderia ajudar? - Sabia que Carlisle não concordaria, ele não confiava em mim perto dela.


 


            - Isso está fora de questão, Alice. O único de nós que tem o direito de se aproximar da Bella é o Edward.


 


            - Tudo bem. – Fingi concordar, pois precisava me afastar deles: o tempo estava curto, tinha de ir a Forks de qualquer maneira ainda naquele dia.


 


            Sabia que Jasper estava ficando impaciente, precisava conversar com ele. Não conseguia enganá-lo, teria de contar a verdade, isso não seria bom.


 


            - Alice, vamos caçar? - Jasper perguntou.


 


            Concordei. Sabia que antes de continuar com os meus planos tinha algumas explicações a dar. Corremos na direção contrária de Edward, não queria correr o risco de cruzar com ele, não seria nada agradável para Jasper ter de compartilhar a dor do meu irmão agora e, principalmente, Edward não podia ouvir o que conversaríamos. Jasper parou de correr. Relutante, parei e me voltei para ele.


 


            - O que você anda fazendo? - Ele realmente estava muito bravo comigo. Teria de usar todo o meu poder com ele.


 


            - Só estou tentando melhorar as coisas, como sempre. Você me conhece muito bem.


 


            - Alice, você não tem idéia de como Edward se sentia péssimo enquanto você o obrigava a ver Bella.


 


            - Jasper, confie em mim, não me agrada ter de fazer Edward se sentir assim, só que essa dor é mínima perto da dor que ele sentirá caso ela venha a morrer.


 


            -Nós prometemos que não iríamos interferir. O que você está fazendo é completamente o oposto! Se ele não estivesse tão distraído, teria percebido que você vem aprontando muito mais rápido do que eu. Acabaríamos nos envolvendo em uma enorme confusão.


 


            - Primeiro, eu prometi que me manteria afastada da Bella, nunca prometi que não iria interferir. E é claro que eu considerei essa possibilidade, mas ele anda tão desligado que não notaria nem se uma manada de rinocerontes passasse por cima dele. Então, relaxe!


 


            - Você não vai mais fazer isso! – Jasper tentava me dar uma ordem.


 


            - Sinto muito, farei o que puder para que o futuro que vejo cada dia ficando mais forte não aconteça. Ele pediu a você e Emmett que o ajudasse a morrer, não foi? - Jasper me olhava pensando se poderia me enganar. - Nem tente negar, você sabe muito bem que estou sempre à frente de todos. Esme e Rose são as únicas que ainda estão no escuro sobre isso.


 


            - Como é impossível esconder qualquer coisa de você, então sabe que ninguém vai ajudá-lo com essa idiotice, portanto não se preocupe com isso! - Comecei a rir, os homens são tão ingênuos, chegava a ser patético. Aproximei-me do Jazz e abracei sua cintura; podia ver que o que diria para ele agora seria chocante.


 


            - Jazz, amor, você sabia que não somos os únicos vampiros que existem? - Comecei de maneira leve. - Edward nunca teve esperança de que qualquer um de nós o ajudaria com isso, ele tem planos... alternativos. - Jasper olhava intensamente nos meus olhos procurando por algum plano oculto meu. Infelizmente, desta vez não estava blefando.


 


            - Como assim, planos alternativos? - Disse uma única palavra que o faria entender tudo:


 


            - Volturi.


 


            - Não! - Jasper arfava. - Ele não pode ser tão estúpido assim!


 


             Olhei para ele levantando levemente a sobrancelha, como quem diz: “grande novidade”.


 


            - Por isso preciso muito da sua ajuda. Temos de evitar que tudo acabe assim. Confie em mim! Quando foi que eu te decepcionei antes? Só quero o que é melhor para todos. Mesmo que minhas atitudes possam parecer cruéis, elas na verdade não serão nada comparado ao que pode acontecer. - Sabia que teria o apoio de Jasper, ele não tinha escolha, afinal ele já havia visto os Volturi em ação. Com Jazz ao meu lado, quem sabe não reverteria a situação mais rapidamente...


 


            - Tudo bem, Alice, vou te ajudar. - Comecei a me divertir internamente com o meu próximo passo.


 


            - Jasper, estou indo para Forks hoje. - Sabia que ele teria um piti.


 


            - Isso não! Prometi a ele que não deixaria você transformar Bella. - Todo mundo tinha a mania de achar que sabia o que eu faria, era divertido deixar eles tontos assim.


 


            - Não vou transformar a Bella, preciso ir pegar uma coisa na nossa casa. - Jasper me olhava desconfiado.


 


            - O que poderia ser tão importante que me faria não contar a Edward sobre a sua escapada?


 


            Contei para Jasper os meus planos sobre a aliança e uma das minhas visões de um futuro que estavam se perdendo.


 


            - Tudo bem, Alice, mas eu vou com você para ficar de olho. - Jasper não confiava em mim o suficiente para permitir me deixar sozinha com Bella. Esperto. - Não vamos nos aproximar dela!


 


            - Jazz, só vou dar uma olhada de longe, você pode ir comigo para me vigiar.  Mas temos que correr. Vamos, precisamos voltar antes do Edward!


 


            Corremos de volta para o chalé. Todos ainda estavam lá, aproveitei a oportunidade para convencê-los a participarem do amigo secreto. Essa parte era muito importante. Dei um jeito de ficar com o nome do Edward. Inventei a desculpa de que precisava comprar o presente de meu amigo, o que não era de todo uma mentira. Partimos antes do amanhecer, pegamos um vôo direto para Seattle.


 


            Vigiava Edward, precisava ficar atenta caso ele resolvesse voltar para o chalé, ele ainda estava muito descontrolado. Parecia que ainda demoraria um pouco a voltar. Pobre Edward.


 


            Assim que pousamos em Seattle, alugamos um carro; não podíamos chamar a atenção de ninguém em Forks e nossos carros não eram lá muito discretos.


 


            Bella não podia suspeitar que estávamos na cidade. Fomos direto para a casa branca, a aliança estava no meu closet. Jazz não desgrudava de mim. Olhei para o vestido de noiva que havia comprado para Bella.


 


            - Seria um desperdício tão grande que Bella não viesse a usar esse vestido. - Acariciava seu delicado cetim.


 


            - Só você mesmo, Alice! Com tudo o que vem acontecendo, o vestido realmente importa?


 


            - Jazz, isso não é só um vestido, é uma obra de arte. - Fiquei ofendida pela falta de sensibilidade de Jasper. Ele dava gargalhadas da minha expressão.


 


            Eu me lembrei de uma coisa que futuramente poderia ser útil.


 


            - Jazz, por favor, pegue para mim na cozinha dois sacos de lixo e fita adesiva.


 


            - O que você pretende fazer? – Jasper estava confuso.


 


            - Você vai ver.


 


            Enquanto Jasper estava na cozinha fui até o quarto do Edward. Havia me lembrado que, alguns dias antes de partirmos, Bella veio até nossa casa e, como estava sentido muito frio, pegou um casaco do Edward emprestado.


 


            - Toma! - Jasper me entregou os sacos e a fita adesiva. - Agora vai me contar o grande segredo?


 


            - Esse casaco está com o cheiro da Bella, pode vir a ser útil... Precauções. – Coloquei o casaco enrolado dentro dos sacos e passei bastante fita adesiva, isso deveria ajudar a manter o cheiro dela.


 


            - Estou com pena do Edward. – Sorri para o Jasper.


 


            Convenci Jasper a darmos uma olhada em Bella, estava na hora da saída da escola, ficamos escondidos na floresta. Quando ela apareceu, Jasper me olhou preocupado. Sabia que a reação dele seria essa, só me preocupava a culpa que ele ainda carregava.


 


            - Alice! - Ele segurou na árvore próxima como se precisasse de apoio. – A dor dela, nunca senti um humano sofrendo tanto. Isso tudo é culpa minha! – Abracei-o.


 


            - Não fique assim, amor. Sinto que tenha de passar por isso. Mas agora você entende, precisamos fazer alguma coisa.


 


            Ele concordou.


 


            - É engraçado... - Olhei para ele, concordando. Enquanto Edward se deixava consumir pela dor, Bella fazia exatamente o oposto: tentava fugir dela. Nenhum dos dois estava tendo muito sucesso.


 


            Corremos pela floresta até a casa dela. Ficamos sentados em uma árvore, queria ficar perto da minha amiga um pouco mais, tínhamos um tempo antes da hora do voo. Estava curiosa sobre uma questão em particular, então perguntei a Jasper.


 


            - Eles sentem a dor da mesma maneira? - Jasper parecia se concentrar em Bella antes de responder.


 


            - É diferente. Edward é mais forte, sua dor parece acompanhar sua força; ele também é consumido pela culpa de ser obrigado a fazê-la sofrer. Agora, Bella... Ela tenta sufocar a dor, sem muito sucesso. A falsa rejeição do Edward está acabando com ela. O estranho é que ela concorda com ele, sente que não o merece.


 


            - Bella tem sérios problemas com autoestima. Foi por isso que ela concordou em deixá-lo partir, ela não se acha merecedora do amor dele. - A idiotice dos dois me irritava.


 


            - Muito poucas vezes senti um humano sofrendo assim, em geral perto da morte. - Jasper agora entendia perfeitamente o risco que estávamos correndo.


 


            Ficamos em silêncio a maior parte do tempo. Se não pudesse ouvir as batidas do coração da Bella, poderia acreditar que não havia ninguém em casa.


 


            Charlie chegou, tentou sem sucesso conversar com Bella. Ela respondeu algumas perguntas dele e subiu. A voz dela parecia morta, não trazia emoção alguma. Esperamos até ela adormecer. Quando estávamos nos levantando para partir, começaram os gritos. Se Jasper não me segurasse, teria entrado.


 


            - Vamos, Alice, não podemos fazer nada aqui. – Ele tinha razão, a melhor opção para ajudar Bella seria forçar a barra com Edward.


 


            Pegamos o carro e voltamos para Seattle. Fiz algumas compras para justificar a nossa viagem, aproveitei para comprar o presente do amigo secreto do Edward. Voamos para o Alasca, chegamos a Denali duas horas antes de o Edward entrar pela porta da sala do chalé, fiquei orgulhosa de mim. Ultimamente meus planos não estavam dando muito certo. Bom, ainda tinha de convencer Edward a participar do amigo secreto.


 


            Desculpei-me com Edward pelo meu falso “lapso” aproveitando para provocá-lo, dizendo que ele logo voltaria a Forks. Fui caçar, vi que se insistisse sobre o amigo secreto agora ele não iria aceitar, então achei melhor esperar antes de abordar esse assunto.


 


            Deixei passar alguns dias ante de conversar com Edward novamente sobre o natal. Consegui fazer com que ele aceitasse tudo; ele estava se sentindo culpado, pois sabia que abandonaria sua família em breve.


 


            Quando Edward estava distante, procurava por Victoria. Sabia que logo ele viria me pedir isso. Já havia contado a Jasper, ele não concordava que eu o ajudasse com isso, achava arriscado. Eu também tinha medo; Edward andava tão instável, mudava de idéia a todo o momento. Por outro lado, estava claro que ele marcava o seu tempo pelas batidas do coração da Bella; um coração, dois destinos.


 


            Enfim, chegou o natal. Como previsto, Edward veio pedir ajuda a mim e a Jasper, prometemos ajudá-lo. Teria de ser muito cautelosa com isso.


 


            Logo após a meia-noite fomos todos caçar. Era divertido ver a animação do Emmett e do Jasper.


 


            - Aposto que consigo pegar mais lobos do que você, Jasper. - Emmett adorava todo tipo de aposta.


 


            - Cuidado Emmett, não podemos chamar muita atenção, vai ser muito suspeito se amanhã aparecerem milhares de lobos mortos. - Esme chamava a atenção dos dois. Isso já havia acontecido anos antes, não com lobos, mas com ursos. Daquela vez, Edward, Emmett e Jasper estavam caçando sozinhos. Tivemos de nos mudar.


           


            Depois da caçada, começamos uma divertida guerra de bolas de neve. Os alvos principais eram Roseli e Tânia, elas odiavam estragar o penteado.


 


            - Chega, Emmett, ou vou-te por de castigo! - Roseli já havia perdido a paciência.


 


            - Ah, qual é, gata! Relaxa, você fica linda de cabelo molhado! - Roseli sorria para Emmett.


 


            - Gente, vamos voltar! Não vejo a hora de saber o que vou ganhar! - Todos olharam para mim e caíram na risada.


 


            Corremos para o chalé, sabia que Edward estava muito impaciente. Tivemos de trocar de roupa, o que eu adorei, dois modelitos especiais para uma mesma noite era perfeito. Fomos para a sala animados, Edward já estava lá sentado na poltrona mais distante, sombrio como sempre.


 


            - Carlisle, porque você não começa? - Queria ficar para o final, sabia que meu presente provavelmente deixaria Edward bem irritado.


 


            - Vamos tentar fazer isso direito, mesmo sabendo que é praticamente impossível manter segredos nesta família. - Eles riam e olhavam para mim, consideravam-me intrometida, só porque eu tentei ajudar tudo mundo a comprar o presente perfeito... – Bom, minha amiga secreta é uma mulher muito boa e forte, que faz de tudo para manter a sua família unida...


 


            - Pode parar! - disse Emmett. - Fácil demais: só pode ser a Tânia! – Tânia, assim como Carlisle, era a alma da sua família.


 


            - Obrigada, Carlisle. - Carlisle comprou para Tânia, graças a minha sábia intervenção, um maravilhoso casaco de pele.


 


            - Minha querida amiga secreta é muito importante para mim; no começo quando a conheci, a achei muito metida...


 


            - Rose! - Gritamos em coro...


 


            - Tudo bem - disse Roseli se divertindo –, eu sei que sou metida, não posso evitar, é que realmente eu me acho! Mas sei que vocês não conseguem viver sem mim. - Estávamos nos divertindo, como há muito tempo não acontecia. Tânia comprou para Rose uma nova coleção de lingeries. Ela adorou. Tânia, Rose e Emmett me agradeceram.


 


            - Hã, o meu amigo é importantíssimo em nossa família; quando ele não está perto, às vezes o “tempo” fica quente. - Jasper se levantou e deu um abraço em Rose. Fiquei muito feliz: às vezes Jazz se questionava se deveria continuar conosco, tinha vergonha de se sentir o mais fraco, mesmo sabendo o quanto era amado por todos.


 


            - Obrigado, Rose, adorei os livros. - Eu sabia que ele estava pretendendo fazer um curso avançado de filosofia. – Bom, como provavelmente o meu amigo já sabe que eu o tirei, não vou ficar enrolando. Jasper comprou para Eleazar uma Harley-Davison restaurada que foi construída em 1941 para a Primeira Guerra Mundial.


 


            - Nossa, Jasper, adorei! Venho planejando procurar uma beleza desta há algum tempo. - Jasper sorria para mim, nada me deixava mais feliz do que usar o meu dom para alegrar a todos.


 


            - Bom, o meu pequeno amigo é a alegria da nossa família... - Emmett levantou enquanto aplaudíamos, ele se curvava em agradecimento.


 


            - Me deixa ver o que ganhei! - Eleazar deu para ele duas coisas: a primeira, um pequeno urso pardo de pelúcia e, o segundo, um completo jogo de pôquer acompanhado de vários charutos. Rimos muito da encenação do Emmett atacando o urso.


 


            Emmett tirou Carmem, deu para ela uma tela de Claude Monet. Carmem presenteou Irina com um belo vestido preto. Eu ganhei de Irina um computador novo, com inúmeros programas especializados para estilistas. Consegui pular minha vez e chamei Esme. Sabia que quando Edward recebesse o seu presente a probabilidade da festa acabar, era grande.


 


            - Meu amigo secreto é um verdadeiro cavalheiro, ele me salvou de todas as maneiras que uma mulher pode sonhar. Deu-me uma nova chance, um novo amor e maravilhosos filhos. – Carlisle abraçou e deu em minha mãe um apaixonante beijo.


 


            - Calma aí, vocês dois, tem crianças na sala! – Emmett dava sonoras gargalhadas.


 


            Chamei Edward, dizendo que era a vez dele entregar o presente.


 


            - Bom, eu não vou fazer a tradicional brincadeira, em vez disso quero agradecer a todos pela paciência, sei que não estou muito fácil. E principalmente a você, Carlisle, pela generosidade de compartilhar comigo a companhia da pessoa mais doce que já conheci e dar a mim e a meus irmãos a melhor mãe. - Esme foi abraçar Edward. - Perdoe-me por fazê-la sofrer, Esme. - Esme ficou muito emocionada com as palavras de Edward. Ela sempre via em cada um de nós o seu primeiro bebê, mas Edward era especial; ela se preocupava havia muito tempo com a sua solidão.


 


            Antes que Edward voltasse a seu estado de apatia, olhei para Jasper, ele já sabia que eu estava avisando que daria o meu presente a Edward; senti o clima na sala sutilmente mais tranquilo. “Vamos lá, Alice, quem sabe desta vez dá certo”, encorajava a mim mesma. Chamei Edward mentalmente muitas vezes antes de ele olhar.


 


            Edward, eu tirei você. Quero que confie em mim e não tenha um ataque de fúria com o meu presente. Futuramente ele será bem útil.


 


            - Edward, foi muito difícil encontrar o presente adequado para você, tive que ir muito longe para achá-lo, então não seja grosseiro comigo. Tenha em mente que sei o que será melhor a longo prazo. - Joguei para Edward a caixa da aliança, caprichei na melhor lembrança que tinha do futuro dele. Sabia que Edward sempre sonhou em se casar com Bella.


 


            Via nos olhos de Edward uma pequena sombra da felicidade que um dia morou ali. Rapidamente ele se recompôs e a dor tomou conta dele novamente. “Droga, não vai dar certo de novo. Saco!” Ele deixou a aliança na mesa da sala. Comunicou a todos que partiria e sumiu. Eu me preparei para os sermões.


 


            - Alice! Você foi pra Forks? - Esme sabia que eu guardava a aliança no meu closet. Balancei a cabeça afirmativamente. Fechei os olhos para me concentrar no futuro.


 


            - Como pode fazer isso? Confiamos em você! Olhe para mim! - Esme estava furiosa, abri os meus olhos. - Você falou com ela?


 


            - Não, mas eu a vi. - Carlisle me olhava desconfiado.


 


            - E o que você viu? - A curiosidade de Carlisle sempre vencia.


 


            - Nada muito diferente do que eu já havia contado a vocês, Jasper ficou preocupado com o que sentiu.


 


            - Ela está muito deprimida, solitária, não aceita a ajuda de ninguém. Charlie esta se sentindo impotente. - Jasper contava parte do que sentiu a Carlisle.


 


            - Não podemos fazer nada quanto a isso, a única solução é fazer Edward voltar atrás.


 


            - Por isso você acha certo ficar torturando seu irmão? - O instinto materno de proteção falava mais alto em Esme.


 


            - Esme, não me agrada fazer Edward sofrer, não me compare a Jane. Tudo o que faço é para evitar o futuro que vejo. - Ouvi que Tânia estava com Edward, ele teria de se virar sozinho.


 


            - Alice, se fosse para Bella tentar se matar ela já teria feito isso, já se passaram meses.


 


            - Esme - Jasper interveio, sabia que ele ficaria ao meu lado depois de ter sentido Bella -, escute Alice, eu também achava que essa probabilidade não se concretizaria, até sentir o que Bella sente. Também estou preocupado.


 


            - Esme, se Edward está assim só com a dor da distância, como acha que ele vai ficar se ela morrer? - Não queria revelar a Esme os planos de Edward, ele ficaria furioso. - Eu não mostrei nada demais para ele, só a felicidade da qual ele teima em fugir. - Precisava urgentemente ficar sozinha com Carlisle.


 


            - Esme, por que não sobe e vai falar com Edward? Tânia acaba de aproveitar a distração de todos e o atacou novamente. - Todos me olhavam espantados pela minha súbita mudança de assunto. Eleazar e Kate ficaram visivelmente constrangidos.


           


            Esme ferozmente voou escada acima, perfeita mãe defendendo a cria ferida.


 


            - Carlisle, Jasper, podemos conversar? - Eles correram comigo para longe da casa.


 


            - Carlisle, vamos ter de vigiar Edward de perto, ele está muito instável, pode mudar de idéia, ir ate os Volturi. Jasper e eu vamos nos manter atentos. Victoria esta no Texas; se sentir qualquer perigo, vamos até ele.


 


            - Ele não vai perceber essa vigilância, pode ser pior. - Carlisle conhecia o temperamento de Edward como ninguém.


 


            - Edward anda tão desligado que não repara em nada. Mais uma coisa: não conte a Esme sobre os planos dele, ela não vai querer desgrudar do Edward se souber e ele ficaria uma fera conosco.


 


            - Quando ele vai partir, Alice? - Jasper queria se programar para poder alertar Peter e Charlote.


 


            - Em algumas horas. Vamos dar um dia de vantagem a ele, não será perigoso, provavelmente ele vai passar semanas em algum buraco antes de começar a caçar.


 


            Voltamos para o chalé e fomos direto para o quarto dele. O futuro do Edward não estava claro.


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Notas finais do capítulo

Beijos, quanto mais reviews eu receber, mais rápido eu posto. É muito importante a opinião de vcs.
bjim.



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