Sophie POV

–Acorde Sophie. Chegamos. –me sacudiram.

–Só mais cinco minutos. –resmunguei em resposta.

Deram um tapa em minha perna.

–Ei! –gritei me levantando.

– Vamos logo. –olhei para o belo par de olhos azuis que se encontrava a minha frente.

–Dylan? –perguntei meio desnorteada.

–Em carne e osso. –riu- Agora vamos, seus pais estão nos esperando lá fora. –puxou minha mão e pôs se a andar.

–Ok. –me deixei ser arrastada até o lado de fora do avião.

–Até que enfim. –minha mãe falou.

–Estou viva, obrigada por perguntar. –comecei a rir.

–Vamos engraçadinha. –minha mãe deu um tapa em minha bunda e me puxou até o carro.

–E as malas? –perguntei me sentando no banco de trás do carro juntamente com o Dylan.

–Já está na casa da tia Helena. –meu pai respondeu.

–Ebaa. Eu gosto da tia Helena. –ri.

–Quem é? –o Dylan me cutucou.

–Uma das minhas tias preferidas. Gosto muito dela, ela é doidinha. Só não falo muito com a filha dela, ela é muito oferecida. –sussurrei a última parte.

–Entendi. –falou e eu dei um tapa em sua nunca, mas ele pouco ligou.

(...)

–Chegamos. –sai do carro assim que ele parou em frente a mansão que minha tia chamava de casa.

–Bun venit. –minha tia nos cumprimentou assim que nos viu.

–O que ela disse? –o Dylan perguntou.

–Bem vindos. –falei rapidamente e corri para abraçar minha tia.

Ela nos cumprimentou e encarou o Dylan de uma maneira meio que... avaliadora.

–Noastre. Frumos. –colocou a mão no queixo parecendo estar pensativa- Bine.

–O que? Eu não fiz nada de errado, não é? –ele me perguntou e eu ri em resposta.

–Não. Vamos entrar. –entrei dentro de casa.

Pegamos as coisas que estavam dentro do carro e fomos para nossos quartos. Obviamente o Dylan ficou em um quarto separado do meu, mas isso só foi por que meu pai estava aqui, pois a mamãe e a tia Helena estavam totalmente de acordo que ele ficasse em um quarto comigo.

–Onde está o Pedro? –perguntei para minha tia assim que cheguei à cozinha da casa.

–Nem sei. Deve estar por aí com o resto de seus primos. –respondeu.

Como estava saindo um cheiro bom da cozinha, provavelmente minha tia estava fazendo lazanha. Ela sabe que a gente ama esse prato.

–Todo o povão vai vir para o casamento? –perguntei abrindo a geladeira e pegando uma maçã.

–Tenho quase certeza que sim. –se virou para mim.

–Meu Deus! Todos os Masoni reunidos não é um bom sinal. –fui para a sala de estar comendo a maçã.

Chegando lá deitei no enorme sofá e liguei a televisão.

–Quando vai ser o casamento? –uma voz vinda do além perguntou.

–AHHH! –pulei de susto.

–Calma. –ele riu e se sentou no sofá.

–Amanhã. –respondi.

Ficamos um pouco em silêncio até que o som da porta batendo foi ouvido. Olhei para a porta e quase tive um ataque do coração.

–Alicia? Yasmin? E... Pedro?!! –gritei e corri para alcansá-los.

Alicia era minha irmã mais velha , era loira, alta, possuia olhos castanho claros e tinha um corpo avantajado. Tinha 25 anos e tem um temperamento meio bruto e dificil de se lidar, mas ama nós irmãos e é bem legal quando se conhece bem.

Yasmin era a mais nova da familia, era baixinha, gordinha, possuia finos e curtos cabelos loiros, quase brancos e tinha olhos extremamente verdes e brilhantes. Tinha 5 anos e é um amor de criança, ela passa a maior parte do tempo com a Alicia e é mais apegada ao papai. Não me pergunte por que.

Pedro é o filho da tia Helena, é alto, magro com o corpo até... bonito, tem a pele pálida e olhos negros assim como seus lisos cabelos. Possui um piercing no nariz lhe dando um charme, tem 17 anos e tem aparência rebelde, mas é um doce de pessoa. Mas mesmo assim não nos falamos muito.

–Quem é a gata? –o Dylan sussurrou em meu ouvido.

–Minha irmã mais velha. –respondi.

–Sophi. –a Yasmin gritou e vei correndo ao meu encontro.

–Oi lindinha. –a pegueino colo e afaguei seus cabelos loiros.

–Cadê a mamãe? –perguntou Alicia subindo as escadas com algumas malas.

–Foi fazer compras com o papai. –respondi ainda com a Yasmin no colo- Oi Pedro. –cumprimentei e ele apenas asentiu com a cabeça e foi para a cozinha.

–Vocês não são nada parecidas. –o Dylan alternava seu olhar entre a Yasmin e eu.

–Ela é adotada. –respondi e coloquei-a no chão a observando correr para a cozinha.

–Ahh.

–Não se preocupe. Somos todos como uma família de sangue. –ri.

–Tudo bem. –segurou minha mão.

–O que significa isso? –perguntei.

–O que? –perguntou inocente. Mas só a cara mesmo.

–Isso. –mostrei nossas mãos.

–Desculpe. Acho que fiz sem perceber. –ficou um pouco sem graça.

–Sei... -olhei para ele.

–O que foi? -ele me perguntou nervoso.

–Nada não. -dei de ombros.

–Chegamos! -gritaram.

–Mamãe! -a Yasmin passou correndo por nós e foi até a mamãe e o papai.

–Oi filhota lida da mamãe. -ela abriu os braços e pegou a Yasmin no colo, dando um abraço de tirar o folego. Literalmente.

–Papai! -assim que minha mãe a colocou no chão ela correu para os braços do papai.

–Yasmin. -ele arrupiou seus finos cabelos.

–O almoço está na mesa! ´minha tia gritou.

–Comida! Gritei e corri até a cozinha.

(...)

Depois do demorado e divertido almoço, fomos todos para a piscina.

–Sophi. -a Yasmin puxou a barra do meu vestido.

–Sim? -olhei-a.

–Entra na piscina comigo? -fez bico. Ela era extremamente fofa.

–Eu não quero entrar, mas com certeza o Dylan iria adorar entrar com você.

–Eba! -pulou de alegria.

A Yasmin realmente gostou do Dylan, não sei como ela conseguiu. Vai ver é por que a mentalidade dos dois é igual.

–Dylan! -gritei.

–Oi. -respondeu.

Apontei o dedo para a loirinha ao meu lado e ele rapidamente veio até nós duas.

–Vamos? -ele se agachou e perguntou para a baixinha.

Ela asentiu com a cabeça. Ele olhou para mim sorrindo e começou a tirar sua camisa lentamente, a verdade é que ele era realmente bonito e tinha um corpo de tirar o fôlego também. Ah meu deus, me ajude contra essa tentação.

–Limpa a baba. -ele jogou sua camisa em cima de mim e entrou na piscina com a Yasmin.

–Idiota. -resmunguei.

–Seu namorado é realmente bonito. Está aprovado. -tia Helena se sentou em uma espreguiçadeira ao meu lado.

–Eu sei disso. -falei inconscientemente e corei logo em seguida.

–Você realmente gosta dele... -falou.

_É... um... -me enrolei toda e acabei engasgando com meu próprio ar e fiquei tossindo que nem louca.

–Acho que ele também gosta de você. -me deu um tapa nas costas e pulou na piscina.

–Sophie. -olhei para o dono da voz e vi que era a Alicia.

–Oi. -fui até onde ela estava e me sentei ao seu lado.

O silêncio estava me incomodando um pouco, ainda mais quando se está falando com a Alicia.

–Você realmente gosta dele? -apontou para o Dylan, que estava brincando com Yasmin.

–Sim... -corei um pouco.

–Tome cuidado. Só não vá se arrepender. -ela bagunçou meus cabelos.

–Quando você vai aparecer lá na América? -perguntei.

–Ir para casa é... -ela suspirou- Não sei. Talvez em breve. -sorriu.

–Você tá ficando velha e chata Alicia. -brinquei e recebi um cascudo em resposta.

–Vou entrar, estou cansada. Amanhã vou comprar uma roupa e o presente de casamento. -beijou minha testa e entrou.

–Quer dizer que sou bonito? -ouvi uma voz irritantemente conhecida.

Olhei para trás e vi um garoto todo molhado e lindo.

–Eu só estava... -pensei em algo- mentido. Isso! Mentindo. -sorri amarelo.

–Tem certeza que foi só por isso? -me puxou pela cintura e me abraçou.

–Você está todo molhado. E cadê a Yasmin? -tentei me soltar.

–Sua mãe foi colocá-la para dormir. -respondeu e eu podia jurar que ele estava sorrindo.

–Me solte. Está me molhando. -pisei em seu pé e ele me largou.

–Por que você tem que ser tão violenta? -fez uma careta.

–Sei lá. É o sangue. -dei de ombros.

–Sangue. Sei. -revirou os olhos- Estou com frio. -esfregou as mãos nos braços.

–Pegue. -entreguei uma toalha para ele.

–Obrigada. -pegou a toalha.

–Vamos entrar. -falei.

(...)

Já era noite e todos estavam cansados da viagem. Jantamos em silêncio e todos foram para seus quartos. Todos menos eu e o Dylan, que estávamos escolhendo alguns filmes para assistir.

Diferente de manhã, agora o tempo estava extremamente fechado, poderia chover a qualquer momento. O pior de tudo é que eu sou friorenta, então sinto muito frio em noites como essas.

–Que tal esse? -mostrei para ele o filme A Proposta.

–Não. Muito meloso. -continuou procurando os filmes.

Dei-lhe a língua.

–Achei um bom. -ligou a televisão e colocou o filme.

–Qual é o filme? -me sentei no sofá, quer dizer: esparramei-me no sofá cama.

–Você vai ver. -deitou-se ao meu lado e se enrolou em um grosso lençol.

O filme mal tinha começado e eu acredito que já estava branca de tanto medo, não tenho nada contra filmes de terror, mas não gosto de assisti-los, principalmente quando o tempo está um verdadeiro caos e você está sozinha com um cara gato ao seu lado que por sinal, finge ser seu namorado.

–Dylan. -segurei fortemente em seu lençol, eu estava tremendo, não sei se era de frio ou medo.

–Hum? -ele me encarou- Está com frio? -perguntou e eu acenei com a cabeça.

Ele suspirou, levantou uma parte do lençol e me puxou pela cintura para mais perto de si.

–O que você pensa que está fazendo? -perguntei sentindo meu rosto esquentar.

–Você está fria. -passou suas mãos em meus braços gentilmente.

–Percebi. -ironizei.

–Por que não disse antes? -perguntou em um sussurro.

–Estava muito ocupada assistindo o filme. Ele é muito legal, sabia? -ironizei a ultima frase.

–Então durma.

–O que? -perguntei.

Ele nada respondeu, apenas me virou de costas e apertou minha cintura. Nossas pernas estavam enlaçadas e eu sentia sua respiração em meu pescoço. Estávamos de conchinha.

–Se não quiser assistir pode dormir. -beijou minha cabeça.

Nada falei e me acomodei mais em seus braços. Dormindo logo em seguida.