Dylan POV

Acordei bem cedo, e pelo visto ainda não tinha ninguém acordado. Senti algo se mexendo, quando olhei, pude ver a Sophie dormindo quieta. Parecia até um anjo enquanto dormia, seus cabelos ruivos estavam caindo em seu rosto e sobre seus ombros, sua respiração estava calma e ela estava abraçada à mim.

–Bom dia... –ela falou sonolenta e abriu os olhos, dando um belo sorriso.

–Ah... bom dia... –respondi meio envergonhado.

–Onde...? –ela se sentou e olhou em volta.

–Fomos assistir e acabamos dormindo aqui, não lembra? –perguntei e me sentei ao seu lado.

–Ah, sim... –coçou os olhos e bocejou.

–Que calma toda é essa? –ri.

–Ainda estou com sono. –se levantou e cambaleou um pouco indo até a escada.

–Consegue subir? –me levantei e fui até a escada também.

–Acho que sim. –me deu um tapa e começou a subir.

–Me espera. É melhor não... –comecei a falar e parei quando a vi tropeçar em um dos degraus e perder o equilíbrio, caindo para trás.

–Ops. –falou quando eu a peguei em meus braços, estilo princesa.

–Você dá muito trabalho. –comecei a subir as escadas com ela em meu colo- E ainda é pesada. –resmunguei.

–Eu ouvi. Quer apanhar? –cerrou o punho e mostrou para mim.

–Não. –respondi.

–Pronto. –coloquei-a no chão assim que terminei de subir as escadas.

–Não fez mais que sua obrigação. –me mostrou a língua e entrou em seu quarto.

–Ai, ai... –cocei a nuca e entrei em meu quarto.

(...)

Uns 15 minutos depois eu fui para a cozinha ver o que tinha para o café da manhã. Quando cheguei lá dei de cara com toda a família reunida, menos a Sophie.

–Bom dia. –sorri para eles.

–Dylan! –Yasmin falou.

–Oi. –ri e afaguei sua cabeleira loira.

–Onde está a Sophie? –a irmã dela, Alicia se não me engano, perguntou.

–Lá em cima. No quarto. –respondi sentando à mesa.

–Ah. –bebeu um pouco do seu suco.

O café da manhã estava mais para um banquete, tinha de tudo: pães, bolos de diferentes tipos, café, leite, vitaminas, sucos de fruta, cereais, bolachas, iogurte, sanduiches, salgados...

–A noite foi boa? –a tia da Sophie perguntou me encarando com um sorriso safado no rosto.

Engasguei com o suco que estava tomando e comecei a tossir e a ficar vermelho.

–Foi. –forcei um sorriso para ela.

–Eu sei que foi. –se levantou em um pulo e passou por mim dando uma piscadela.

–Oi família. –a ruiva chegou pulando.

–Que alegria toda é essa? –a mãe dela perguntou.

–Nada. É só que vai ser bom ver toda a família reunida novamente. –ela riu e sentou-se ao meu lado.

Ela usava um blusão branco meio transparente, uma regata preta por baixo, um short preto curto, meia-calça preta e sapatilhas vermelhas. Tudo combinando. Só que não.

–Sophi. –a loirinha júnior chegou pulando.

–O que? –perguntou.

–Vamo passear? –fez bico.

–Espere um pouco. –terminou de comer rapidamente.

–Sophi, o Dylan vai? –sorriu para mim.

–Mas é claro. –forçou um sorriso para mim- Você vai, não é?

–Se for pela Yasmin... –peguei a loira no colo e ela riu.

A Sophie cruzou os braços e fez bico. Não sei ao certo se ela estava fingindo ou se estava mesmo com ciúmes da irmã mais nova. Ri.

–Ciumenta. –me aproximei dela e beijei sua testa.

Ela resmungou alguma coisa que eu não entendi em resposta.

–Vou pegar o casaco. –coloquei a loira no chão e ela saiu correndo.

(...)

Quando saímos de casa a Yasmin estava de mãos dadas com a Sophie. Assim que começamos a andar pela rua ela pegou minha mão, ficando entre mim e a Sophie, que estávamos segurando suas mãos.

–Că cuplu drăguț. –uma senhora falou quando passou por nós.

–O que? –perguntei à ruiva.

–Nada de mais. –ela corou e virou o rosto.

Continuamos andando em silencio até que 3 mulheres passaram por nós sorrindo.

–Ești foarte drăguță și avea o fiică frumoasă prea. –uma das mulheres falou para nós. Eu acho.

–De asemenea, noi sunt bine. –uma outra mulher falou rindo.

–De asemenea, noi sunt bine. –a outra mulher saiu levando as outras duas consigo.

–O que elas disseram? –perguntei meio abobalhado.

–N-Nada. –disse- Vamos logo. –reclamou.

–Parquinho. Parquinho. –a Yasmin começou a pular.

–Vamos? –a ruiva perguntou para a mais nova e nós fomos até lá.

Passamos o resto da manhã e ficamos até umas 2 da tarde nos divertindo, pareciamos até uma família se divertindo.

–É melhor voltarmos. A Yasmin está com sono. –a Sophie falou.

Olhei para a baixinha e ela bocejou coçando os olhos, era impressionante que mesmo não sendo irmãs de sangue as duas pareciam bastante uma com a outra.

–Vem. –peguei a loira no colo.

–Sono... –ela deitou a cabeça em meu ombro e dormiu logo em seguida.

–Vamos. –a ruiva passou por mim e começou a andar em minha frente.

Olhei em volta e pide ver alguns jovens e até mesmo alguns velhos tarados olhando para a ruiva. É só soltar que já tem tarado dando em cima? Nem vem que não tem. Corri até a ruiva e peguei sua mão, tendo cuidado para não acordar Yasmin.

–O que? –ela se virou e me encarou.

–Precaução. –apertei sua mão mais forte e voltei a andar. Ela reclamou um pouco mas no final acabou cedendo.

(...)

Quando deu 5 horas da tarde, estávamos todos de saída para a igreja. Estávamos todos bonitos, as mulheres e crianças estavam todas de vestidos e nós homens de terno.

A Yasmin estava com um vestido bege com babados, uma meia-calça branca, sapatos brancos e uma tiara cheia de pedras azuis. A Sophie estava com um vestido (muito curto por sinal) preto com branco, bege, sei lá que cor era, uma meia-calça preta, salto alto azul, seus cabelos estavam soltos e com pequenos e delicados cachos. A Alicia estava com um vestido estranho verde com preto ou sei lá o que e por fim a dona Izabella estava com um vestido longo verde claro com uma fina listra preta abaixo do busto. Todas estavam bonitas.

–Exagerada. –a ruiva revoltada falou assim que desceu do carro e olhou para a igreja.

–Nossa. –exclamei olhando a igreja.

Aquilo parecia mais um salão de festas do que uma igreja. A igreja estava toda decorada com flores por dentro e por fora, um tapete vermelho estava na entrada juntamente com vários fotografos.

–Vamos entrar pessoal! –Helena saiu gritando de seu carro juntamente com a Alicia e o Pedro e os três entraram na igreja.

Izabella e Henry entraram de mãos dadas e a Yasmin estava no colo do pai.

–Dylan. –a ruiva apoiou-se em mim.

–O que? –pûs as mãos nos bolsos da calça.

–Você vai ter que me ajudar. –puxou meu braço, tirando minha mão do bolso.

–Em que? –tirei a outra mão.

–Não estou acostumada a andar de salto alto. Por isso... –corou levemente.

Enlacei seu braço no meu.

–Vamos logo. –adentramos no local.

Assim que chegamos na entrada, fomos atacados por fotógrafos loucos e uma boa parte estava de olho em certa ruiva.

–Os casamentos são sempre assim? –perguntei sentando no banco.

–Nem todos. –Sophie respondeu e se sentou ao meu lado.

O casamento até que foi rápido, a igreja era enorme e estava quase cheia. As pessoas quase não estavam prestando atenção na cerimônia, e os que estavam prestando atenção estavam chorando. Família estranha.

Depois que acabou a cerimonia, fomos para um salão de festas que parecia mais uma boate. Desta vez tinha menos gente, ainda bem.

–Quer comer ou beber alguma coisa? –a ruiva perguntou.

–Quero algo para beber. –respondi e ela saiu dizendo que voltaria em pouco tempo com a bebida.

–Está sozinho? Quer companhia? –uma morena gostosa se sentou ao meu lado.

–Já estou acompanhado. –tentei não ofendê-la.

–Tenho certeza que você quer isto tanto quanto eu. –começou a desfazer o nó da minha gravata.

–Não. É sério, já estou acompanhado. –segurei seus braços e comecei a empurrá-la para longe de mim.

–Vamos lindinho. Não seja assim. –começou a desabotoar os botões da minha camisa.

–O que é isso? –escutei uma voz conhecida atrás de mim.

–Sophie? –a morena dos olhos claros exclamou.

–Anne? –a ruiva sibilou.

–Sophie eu... –me levantei pronto para explicar o ocorrido.

–Calado. –as duas disseram juntas.

Elas ficaram um curto tempo se encarando e logo viraram as costas uma para a outra e saíram dali me deixando totalmente confuso. Corri atrás da Sophie, ela podia ser uma pessoa bem legal, mas também é muito orgulhosa e se irrita fácil.

–Sophie! –gritei e ela me ignorou, indo até um chafariz ou fonte, não sei ao certo, e se sentando lá.

–O que quer? –falou irritada.

–Quem era aquela? E por que ficou tão irritada? –perguntei rápido, quase ficando sem folego depois.

–Anne, minha prima, filha da tia Helena. Eu não gosto dela, ela é muito assanhada pro meu gosto. –cruzou os braços.

–Foi só por isso mesmo? Ou será que você ficou com ciúmes de me ver com ela? –peguei uma mecha de seu cabelo e cheirei. Vi que ela ficou um pouco vermelha.

–Foi só por isso. –fez bico- Ai. Odeio saltos. –resmungou.

–O que você não odeia? –ri.

–Meus irmãos e cachorros. Meu sonho é ter um husky siberiano. –seus olhos brilharam e ela deu um belo sorriso. Belo o bastante para me deixar nervoso.

–Quer dizer que você me odeia? –perguntei.

–Sim. –riu- Mas já odiei mais... –sussurrou.

–Hmm? –perguntei confuso.

–Nada. –olhou para o céu que nesse momento estava cheio de estrelas.

–Sophie? –uma voz desconhecida perguntou.

A ruiva olhou para o dono da voz um pouco confusa e logo abriu um sorriso. Olhei para a pessoa que falou e vi um garoto meio branco, parecendo mais bronzeado, cabelos ruivos, pretos, castanhos... não sei e olhos castanhos. Sou horrível com descrições, eu sei.

–Noah? –perguntou ela boquiaberta.

–Há quanto tempo. –ele sorriu.

–Noah! –ela gritou e se jogou em seus braços, o abraçando.

Ele sorriu e depois olhou para mim.

–Quem é? –perguntou sorrindo para a ruiva.

–Dylan Thompson, namorado da Sophie. Prazer. –apertamos as mãos e ele me encarou sério.

–Sou Noah. –ele forçou um sorriso- Não chegue muito perto da Sophie. Eu definitivamente farei com que ela termine com você. –murmurou para que apenas eu o escutasse.

–O que você é dela? –perguntei irritado.

–Irmão. –ela sorriu.

–Mas... –tentei protestar.

–Sou adotado. –ele riu.

Olhei para a ruiva.

–O que foi? Tenho 4 irmãos adotivos. –ela deu de ombros.

–Nossa. –fiquei surpreso.

–Sophie amanhã você vai passar o dia inteiro comigo, entendeu? –abraçou a irmã.

–Não. Ela vai ficar comigo. –protestei.

–Deixem de besteira, os dois. Amanhã eu passo o dia com o Noah. –me encarou.

–Tsc. Tudo bem então. –encarei o Noah.

Ele com certeza ainda vai nos dar muito trabalho.