O resto das férias passaram rápido. Passamos o resto dos dias na Toca. Luna foi embora, queria ficar mais tempo com seu pai. Eu e Gina conversamos muito, Fred e Jorge se aproximaram muito de mim.

E agora Fred acha que eu gosto do Rony.

Um dos planos – que nunca vão dar certo – de Gina, ela acha que se dissesse para Fred que eu gosto de outro garoto, ele vai ficar com ciúmes. Mas obviamente não deu certo, agora ele e Jorge querem me juntar com Ron.

Só não mato Gina porque Harry não ia gostar.

Hoje, um dia antes de regressarmos a Hogwarts, vamos até a loja dos gêmeos. Tenho que confessar, estou ansiosa, se eles já eram geniais sem a loja, imagina com.

Fomos por rede de Flu, eu Gina, Harry e Rony.

A loja era realmente fantástica, cheia de brinquedos voando e cores. Era repleto de alegria, o que faria qualquer pessoa deprimida que entrasse lá, ficasse alegre.

Nós quatro nos separamos, eu fiquei a procura de Fred o tempo todo, já que hoje ainda não o tinha visto. Até que parei nas poções do amor. Será que se eu desse uma para Fred... Que pensamentos são estes, Hermione? É errado fazer isso, completamente errado. Mas e se... Não! Definitivamente não!

Logo meus pensamentos foram para o espaço, com a chegada do ruivo que tanto mexia comigo.

– Poção do amor Granger? – perguntou Jorge com um tom malicioso.

– Não acho que precise de uma – Fred piscou pra mim.

Isso foi uma cantada?

– Como? – indaguei.

– É-é que – gaguejou – Córmaco não para de olhar pra você. Aposto que Rony vai morrer de ciúmes se ver você junto dele – piscou novamente e se foi junto de seu gêmeo.

***

No outro dia todos acordaram muito cedo, por insistência da senhora Weasley. Nós parecíamos bêbados cambaleando pela casa.

– Mione, me passa esse suéter vermelho? – pediu Gina.

– Aqui – lhe entreguei.

Continuei a arrumar meu malão.

– Merda – xingou baixinho – não entendo porque precisamos de tantos livros assim, quanta idiotice... – e continuou a reclamar.

Me troquei e esperei por Gina. Descemos para o café da manhã.

– Bom dia – disse já me recuperando do mau humor.

– Bom dia – responderam todos ao mesmo tempo.

Sentei-me ao lado de Harry. Virei o rosto a tempo para não ver a cena à minha frente:

Rony com um quilo de comida na boca. Nojento.

– Ansiosos para o primeiro dia de aula?

Todos concordaram sem muito animo, e voltaram a comer e conversar.

***

A seleção das casas já tinha sido feita, e o jantar agora estava sendo servido. Eu comia e conversava descontraidamente, até que senti alguém me olhando. Olhei para a mesa da Corvinal. Olhei para Luna, ela falava com Cho. E do lado das duas, vi uma garota olhando pra mim.

Ela era tão bonita que fez com que eu me sentisse a pessoa mais feia do mundo. Seu cabelo era loiro escuro e ia até a cintura, tinha o rosto fino e nariz igual. Seus olhos eram de um azul lindo, e me fitavam com desprezo.

Era como se ela dissesse apenas com os olhos: “Eu não acredito que você fez isso, sua vaca!”

– Ei Mione – chamou Harry – Porque você ‘tá olhando aquela garota?

– Ela ‘tava me encarando – falei sem tirar os olhos da menina – Sabe quem ela é?

– Faço a mínima ideia – deu de ombros.

Deixei isso prá lá e voltei a comer.

***

Acordei feliz. Se tinha uma coisa que eu sentia saudades era a escola. Estudar era tão bom, ler, ter aulas!

Me arrumei e desci para tomar o café da manhã. Nenhum de meus amigos tinha levantado ainda então tomei meu café sozinha, lendo um livro. Tive a mesma sensação de ser observada, e novamente olhei para a mesa da Corvinal.

A mesma garota de ontem me olhava com a mesma raiva. Revirei os olhos e fechei meu livro. Meu café tinha terminado ali mesmo.

Fui andando em direção a minha primeira aula, de acordo com a minha grade, seria de poções.

Entrei nas masmorras e sentei em meu lugar, eu era a primeira a chegar. Aos poucos todos foram chegando.

***

– Alunos, alguém pode me dizer que poção é esta? – perguntou nosso novo professor de poções, Slughorn.

Levantei a mão rapidamente.

– Esta é a Amortentia, senhor – me aproximei do caldeirão – A poção do amor mais poderosa do mundo. Tem um cheiro diferente para cada pessoa, dependendo do que a atrai. Por exemplo, eu sinto cheiro de, grama recém-cortada, pergaminho novo, chuva e – dei uma pausa – chocolate.

O cheiro de Fred. Completei mentalmente. Mas lógico que eu não diria isso.

Logo depois de mostrar a sorte liquida, o professor nos mandou fazer a poção do morto vivo, e como premio, a melhor poção ganharia a Felix Felicis.

Dei o meu melhor, e mesmo assim, foi Harry quem acabou ganhado a poção. Mesmo estando com raiva, fui parabeniza-lo, e logo depois saí em direção a minha próxima aula.

***

– Tem gente que não se toca, não é mesmo Lis? – riu a menina mais baixa.

– Que cabelo ridículo! Eu teria vergonha de andar por aqui com este cabelo – todas riram.

Aquilo estava me intrigando. Aquelas meninas falavam de mim? A menina loira da corvinal, aquela que ficou me encarando o almoço e o jantar inteiro estava lá. Rindo e cochichando com as amiguinhas dela.

Eu estava lendo um livro, ou melhor, tentando.

– Hermione – alguém gritou. E eu reconheci na hora. Fred.

– Hermione sua linda, como foram as aulas? – perguntou Jorge, encostando na mesma parede que eu.

– Ótimas, tirando as de DCAT. Vocês viram quem é o novo professor? – bufei – Costumava ser a minha matéria favorita...

– Você supera isso – disse Fred – nós já superamos, sabe por quê?

– Por que... – Jorge ia completar a frase de seu irmão, mas não deu tempo.

A garota loira, a mesma que ficava me encarando, veio correndo em nossa direção:

– Ai amiga! Adorei o seu cabelo – ela disse, segurando uma mecha do mesmo. Dissimulada. – Sou Elissandra Hertel – disse se virando para os gêmeos.

Reparando bem... Ela era muito mais bonita de perto do que de longe! Seu corpo era escultural, e era mais alta que eu. Seu cabelo loiro escuro – quase castanho – caia liso até o começo da cintura. Seus olhos azuis pareciam transbordar maldade para qualquer um que ela olhasse. Menos quando ela olhava para Fred. Olhava-o com doçura e carinho. Estranho. Ela parecia a Gisele Bündchen.

Elissandra não parava de falar, resolvi prestar atenção no que ela dizia:

– Sou da corvinal, to no meu 5° ano. E sabe, tem uma menina muito estranha no meu ano sabe? – deu uma pausa – A di Lua Lovegood...

– Olha – disse Jorge sério – Se você veio até aqui pra falar mal da Luna, tá perdendo seu tempo. Todos aqui somos amigos dela.

– É – começou Fred – melhor ir andando. Suas amiguinhas te esperam – Apontou para as garotas, que antes estavam com ela.

A garota me olhou como se eu fosse a culpada, e saiu pisando duro.

– Não gostei dela – sussurrei.

– Nós também não – disseram os gêmeos juntos.

Sorri e esqueci da existência da garota que acabara de sair.