(POV Bia)

– Hã... Sou, senhor. E você é?

– Claus McInnyt, agente multi-talentos. Deus, você precisa de um trato, garota!

– Quê? Eu...

Ele nem esperou. Me levou pro elevador, e depois dele fomos para todo um andar livre, como um galpão.

– Claus, querido! Quem é a sua monstrinha da moda? - disse uma metidinha, com muitos gestos e uma voz anasalada.

– Katarine! Beatrice: vai fazer a sessão de fotos.

– Hora do trato!!

Me levou para uma cadeira e me vendou.

Meia hora depois, tirou a venda. Olhei para baixo: a mesma roupa da vinda. Virei a cadeira pro espelho.

Oh, Deus.

Meus cabelos estavam ondulados, tipo babyliss, e Katarine falou:

– Girl, as mechas castanhas são tintura comprada em farmácia, OK?

Ela falava das belas mechas castanhas do meu cabelo. Eu estava... Caramba, não era eu.

A maquiagem... Um gatinho grosso com sombra turqueza brilhante. Blush loeve, bege, e batom vermelho vibrante. E cílios postiços.

– Agora vá se vestir, fofa. É o primeiro look.

Entrei no "camarim" e me troquei. Vesti um jeans amarelo-limão com uma regata branca. Pulseiras espalhafatosas e um blazer sintético violeta completaram, com um salto também violeta.

– Incrível! Bravo! Magnific! - gritava Katarine enquanto eu saía da pequena câmara. Me guiou até o lugar das fotos e o fotógrafo começou.

Fiz minhas melhores poses, e Katarine bateu palmas.

Aquilo continuou o dia todo, com intervalo para o almoço.

Às quatro, Claus chegou para mim e avisou:

– Escreva seu endereço, mandaremos seu cachê! Pode ir, queridha!

Sua pronúncia do D foi esquisita. Mas ainda assim, escrevi, agradeci e saí do lugar com o conversível.

Logo estava em casa.

Entrei:

– Boa tarde, Belle.

– Aonde estava até agora?

– Onde mais? Sessão de fotos.

– Virou modelo, agora, Bia? - uma familiar voz masculina perguntou.

– DERICK! - gritei, me virando para ele.

– Ah é, ele chegou - resmungou minha amiga.

– Me desculpa, Bia, por favor - ele murmurou. - Te amo.

– Hoje eu tô de coração mole! - abracei-o.

Íamos nos beijar quando meu celular tocou.

– Alô?

– Bia? Bia, meu amor!

– Quem é?

– Bia, sou eu! Carlos!

Naquele instante, meu coração parou e minha mente latejou.

Carlos. Meu namorado, para quem prometi ser fiel e não esquecer. Aquele que estava na Itália, sem comunicação por mais cerca de 21 meses.

– C-Carlos? Eu... estou com saudade! - fui para a cozinha e fechei a porta. Lima Hilston me seguiu.

– Eu também, amor!

– Só um segundinho... - tapei o celular e gritei sussurrando: - Cai fora, Derick!

– Não.

– Pronto, voltei, Cack.

– Cack? Que adorável, Bia!

– Carlos, está complicado aqui para mim, tá? Preciso desligar!

– Eu também! Beijo!

– Tchau, amor.

Desliguei, respirando entrecortadamente.

– Amor? Você tem um namorado, Bia?

– Derick, eu posso explicar!

– Você não é a Bia de quase 1 mês atrás. Me ligue se mudar!

– Derick... - ele saiu fechando a porta.