Annabeth

Eu estava vendo minha mãe e Poseidon discutindo ferozmente. Eu estava escondida atrás de uma das pilastras do Olimpo. Só tínhamos nós três na sala dos tronos.

–A culpa não é minha se eu sou mais inteligente e famosa que você!

–Que mané famosa! Eu sou um dos três grandes. Eu devia ter aparecido em cima da cabeça dela! Eu sou mais importante.

–Poseidon, qual é o problema? Você continua sendo o pai dela! O mundo não vai acabar por isso.

–Ah, eu sei, mas você sempre aparece na cabeça dos nossos filhos. Pelo menos ela que queria que fosse eu, ela é a única diferente.

–“A única que não tem seus traços, a única que puxou mais o pai, blá, bla, blá...” Vamos Poseidon, você já fez esse discurso umas três vezes! Quer que eu conte, eu conto, mas vai ser um choque danado.

–E você quer que eles continuem namorando? E se nunca souberem? E se se casarem? O filho vai ser defeituoso, vai se poderoso demais! Um dia ou outro eles vão acabar descobrindo.

–Você e seu pessimismo...

–EU? Pessimista? Você é que é a realista, que vê tudo pelo lado ruim. Eu sou o otimista, com senso de humor e que adora dar risada! Hahahaha! –Eita risada forçada.

De quem eles tavam falando?

–Ok, como vamos contar pra eles?

–“Percy, sabia que na verdade você está namorando sua irmã? Sim, a Isabela é filha de Atena, mas eu sou o pai! Olha que legal!”

OMG! A Isabela era filha de Poseidon e Atena! Ela é meia irmã do Percy e minha? Que ótimo! Eles não podem mais ficar juntos! Yay! Fiquei tão eufórica –até acho que dei uns pulinhos- que eles olharam em minha direção. Atena ficou pálida e Poseidon se desfez em água.

–Annabeth? Acorda Annabeth, ei acorda!

Abri os olhos e Bob estava me chacoalhando.

–Vamos, Damásen está lutando contra o Drakon. A carne dele não fica muito boa depois de alguns minutos.

–Hã. Hmm, ok... Eu falei enquanto dormia?

–Um pouco. Algo do tipo: Eles não podem mais ficar juntos! Yay!. Não consegui ouvir direito.

–Ops... Bem, vamos comer. Estou com fome...

–Bom dia pessoal! Todos estão com fome? Temos carne de Drakon fresquinha. E mais couro pra sua cama, Annabeth.

–Obrigada Damásen. Ela está confortável, não precisa de mais nada.

–Já que insiste... Venha, temos carne de carneiro também.

Incrivelmente, no Tártaro eu estou sólida. Nada me atravessa, a não ser outros seres vivos. Como Bob Pequeno é esqueleto, ou seja, morto-vivo, ele pode deitar no meu colo. A vida agora está quase normal. E feliz! Vou destruir a vida daqueles idiotas.

–Bem gente, eu vou sair por um minutinho, já volto. - Puf! Estou no Central Park. E preferia ter uma câmera comigo agora. Will, Nico, Percy e Isa estavam em uma espécie de miniacampamento no meio do Central Park, atrás de uns arbustos. Isa estava com a cabeça apoiada no braço de Percy abraçando ele, mas Will estava abraçando ela. Nico, não sei como nem por que, estava deitado com a cabeça na barriga de Percy. O que tinha acontecido ali? Eram seis da manhã, pelo que eu vi no relógio de Nico. Não faz mal ser acordado a essa hora faz?

–*Grito da menina do Exorcista, 2x mais alto*

–UADAFÃK? –Percy gritou. (leia como se escreve

–UADARRÉU? –Isa gritou.

–UADAFÓCSAY? –Por que filhos de Apolo sempre gritam um trecho de música?

“What does the Fox say?

Ring-ding-ding-ding-dingeringeding!
Gering-ding-ding-ding-dingeringeding!
Gering-ding-ding-ding-dingeringeding!
What the Fox say?

Wa-pa-pa-pa-pa-pa-pow!
Wa-pa-pa-pa-pa-pa-pow!
Wa-pa-pa-pa-pa-pa-pow!
What the Fox say?”

–Hã? –Nico sem graça.

–Bom dia meus lindos! O que aconteceu aqui? –Perguntei sorrindo.

–Como assim?

–Nico dormiu em cima do Percy, Will dormiu abraçando você e tu abraçando o Percy.

–Will você o que? –Barraco! Barraco! Mostra pra ele que as mulheres mandam!

–Nico? Você dormiu em cima de mim?

–Fui. –Ele desapareceu nas sombras.

–O que rolou depois que eu fui embora? –Perguntei.

Isabela

*Flashback ON*

–Oi Will. Cadê a Annabeth?

–Ela tá aqui, não tá? –Olhou pra trás. –Estranho. Vai ver o tempo dela acabou.

–Ok. Central Park. Vamos?

–Vamos. –Os três rapazes disseram juntos.

Eu vou, eu vou, pro Tártaro agora eu vou.

Para-ra-ti-bum, Para-ra-ti-bum,

Eu vou, eu vou.

–Navegadora, falta quanto tempo?

–Bem estamos na 2nd Avenue, vamos virar a esquerda em Upper East Side, e parar pra jantar em algum lugar. Temos que guardar comida pro Tártaro.

–Vamos jantar na minha casa, Paul e minha mãe devem estar lá. Vem, eu levo vocês.

–Você não vai nem avisar pra sua mãe que estamos indo visitá-la?

–Não precisa! Ela vai entender.

Fomos pra casa do Percy e Sally Jackson atendeu a porta na maior euforia.

–Filho, você por aqui? Que saudade! –Eles são bem parecidos, isso são.

–Olá Sra. Jackson! –Disse eu.

–Olá querida, qual seu nome?

–Isabela Rocha, filha de Atena.

–Que fofa, ela fala com sotaque! De onde você vem, Bela?

–Ah, sou do Brasil. Prazer em conhecê-la, Sra. Jackson.

–Ah, que isso, me chame de Sally! Nico, você veio junto.

–Olá Sra. Jackson.

–E você seria...

–Will Solace, filho de Apolo.

–Prazer Will! Venham, entrem, Paul e eu estávamos fazendo o jantar. Hambúrguer com batatas-fritas. Azuis. E pra beber, Coca azul. E de sobremesa, bolo azul!

–Azul é minha cor favorita!- Disse eu.

Paul chegou com o jantar azul. Nos apresentamos e, tenho que admitir, Percy estava certo. Comida azul é uma delícia!

–Bem, Percy, qual sua missão dessa vez? –Sally perguntou.

–Hã, porque eu estaria em uma missão nesse momento?

–Porque tem 4 semideuses na minha sala e estão no meio do período do acampamento. Qual a missão?

–Nós...

–Nós temos que ajudar o... Acampamento Júpiter porque... Por que o Jason tá desmaiando demais, então querem o Percy como um substituto. Will vai com ele porque é o curandeiro do acampamento, vai curar o Jason, Nico... vai... ver se o Jason não tá prestes a morrer e eu vou porque... Vou ajudar Annabeth a desenvolver os projetos de Nova Roma. –Quando disse o nome da Annie, meu coração ficou pequenininho.

–Hum... Mas São Francisco fica do outro lado dos Estados Unidos. Acho que estão indo pra direção errada. –Paul falou. Droga, sua burra!

–Mas... É caminho! –Will me salvou.

–Obrigada. –Sussurrei.

Nota da autora: É verdade, podem olhar no Google Maps. Eu, sendo uma autora séria, não vou deixar meu livro estar com direções geográficas erradas, né?

–Sim, realmente. –Disse Sally. - Bem, vocês têm um longo caminho a percorrer... Vamos, deixa eu fazer umas quentinhas pra vocês, a viagem é longa. Quer que eu leve vocês até a rodoviária?

–Não precisa Sally, temos que passar... na casa da minha amiga, ela é namorada do Jason, que ver como ele está. É aqui perto, não precisa se preocupar.

–Ok, se é assim... Boa viagem crianças! –Sally, temos 17 anos...

–Cuidado, São Francisco é caótica. –Paul advertiu.

–Tchau!- Dissemos.

Saímos de Upper East Side e fomos à direção do Central Park. Em cerca de 20 minutos estávamos lá, mas estava anoitecendo.

–Gente eu não to me sentindo bem...

–Qual o problema, Percy?

–Vozes... Eu escuto vozes... –E ele desmaiou.

–Deuses, Percy! Acorda Percy!-Eu estava sacudindo ele, mas nada.

–Calma, eu vou ver o que posso fazer. –Will agachou ao lado dele. Checou o pulso. –Ele está vivo. Está respirando e o coração tá batendo. Menos mal. Vou dar néctar pra ele. Deve melhorar em alguns minutos.

–Vamos gastar o precioso néctar agora. Eu preciso pensar, to na Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir.

–Oi?

–NO LAGO, Will. No lago.

–Tá, nervosinha. Eu te aviso quando ele ficar bem.

Fui para a Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir, que para os incultos é o lago do Central Park.

Nota da Autora: Inculta :p, me ofendi. Rsrsrsrs

Fazer, o que, sou boa em geografia. Meio poluída, mas tem uns peixinhos sobreviventes. Piper acha que sofreram mutação genética e têm três olhos, mas acho que esgoto em excesso não faz isso com pobres criaturas marinhas.

–Dizem que essa lagoa tem um segredo no fundo, escondido pela própria Jacqueline Kennedy. Você acredita? –Disse eu, ainda olhando o por do Sol, mas sabendo que Will estava vindo por trás de mim.

–Como sabia que eu estava vindo?

–Passos pesados, galhos quebrando e sua voz dizendo “Vou chamá-la”, falando com Nico.

–Uau. Tem um bom ouvido... Ah, desculpa, você perguntou alguma coisa, o que foi?

–Se você acredita que há um segredo no fundo do lago.

–Ah. Bem... não sei. Acho pouco provável.

–Eu não sei você, mas eu vou. –E mergulhei. Só consegui ouvir sua voz abafada dizendo Não faça isso!, mas logo depois ele foi atrás de mim. Ele agarrou meu calcanhar e me puxou pra superfície.

–Você ficou doida? Essa lagoa tá toda poluída, não sabemos o que tem aí dentro!

–Não tem nada. Tenho bênção de Poseidon, sei se a água que eu vou pular agora é segura.

–... –Sem argumentos. Agora me solta? – Ok. Mas por que você quer tanto ver se tem alguma coisa lá embaixo?

–Por que Jacqueline era filha de Atena. Eu quero ver o que ela escondeu todo esse tempo.

–Tá, mas eu vou com você. Por precaução.

Afundei de novo e fui nadando pro fundo. Seu eu não tivesse benção de Poseidon, já teria morrido pela pressão ou falta de oxigênio. Espere. Mas e o Will? Eu me virei a tempo de vê-lo ainda consciente, mas logo ele desmaiou.

–Ai meus deuses! Will!

Nadei até ele e o segurei antes que afundasse. Seu eu subisse rápido o bastante pra ele não morrer, iria explodir por causa da mudança de pressão. Se eu fosse devagar, ele ia morrer sem ar. E agora? Droga, droga, droga! No desespero, acabei encontrando uma caverna subterrânea. Era minha chance. Nadei o mais rápido possível até ela. Logo na entrada, tinha terra acima do nível do mar, como uma praia dentro de uma caverna a vários metros de profundidade.

–O que eu faço, o que eu faço? Acorda! Acorda! –Eu tava tão desesperada que dei um tapa tão forte na cara dele que...

–Aaaaaaaaaau! Por que fez isso? –Will estava de volta!

–Se não fizesse, provavelmente estaria morto agora.

–A uns duzentos metros de profundidade numa caverna subaquática. Mas vivos e respirando.

Will

–Ah... tá. – Cara, sou eternamente grato à água gelada. E a camisas brancas femininas. Imagine você, um garoto, numa caverna subaquática com uma garota que você é platonicamente apaixonado, sendo que você estava inconsciente há alguns segundos atrás e que essa garota está usando uma camisa branca que molhada fica transparente, usando um top branco que também fica transparente. Eu não parava de olhar pra ela, enquanto ela falava. Eu não tava escutando nada. Gente, eu to babando? Meu diz que eu não to babando, porque eu...

–Will! Will! Você tá me escutando?

–Hã? Ah, claro. Sim.

–Bem, já que você tá bem o bastante pra não me ouvir e ficar olhando pros meus peitos, podemos ir. –Droga, ela percebeu. Não sei o quanto fiquei vermelho, mas com certeza foi muito mesmo. Ela, nem fez nada. Acho que já estava acostumada. Droga.

–Desculpe...

–Tudo bem, você é um garoto, garotos nunca mudam. Agora é sério, temos que ir embora. Nico e Percy podem ficar preocupados e...

–Você tá roxa. Agora rosa. Meu Deus, você muda de cor?

–O que? –Ela perguntou. –O que tá acontecendo?