Percy

–Nico? O que você está fazendo aqui?

–Oi pra você também, Percy. –Disse ele, seco. Às vezes acho que ele quer me ver morto.

–Oi... –Dissemos eu, Isa e Will

–Melhor. Bem, eu sou filho de Hades. Acho que sei se Annie está no Tártaro.

–Ok... E isso não explica o fato de estar aqui. –Falou Isa. Não contrarie, não contrarie!, eu pensava com todas as minhas forças.

–Eu vim salvá-la, o que mais você quer? –Ele gritou com ela.

–Ei, Nico! Não grite com minha namorada!

–O que? Sua... namorada? Mas e a Annabeth?

–É uma longa história, eu te explico um dia. –Eu disse.

–Gente, sem querer apressar, mas Annie está nos esperando. –Will disse. Eu esqueço que a pessoa está ali se ela não fala, ó xenti!

–É, eu estou esperando!

–AH! Que susto Annabeth! –Isa se assustou tanto que ficou pálida.

–O que? Como... Annabeth? –Nico ficou surpreso.

–Eu mesma em plasma e voz, porque não estou em carne e osso. Enfim, seu pai me liberou pra “assombrar” esses pobres semideuses! –Disse ela com voz doce. - Mas na verdade vou ser libertada do Tártaro! Yay!

–Ei, como é o Tártaro estando morta? Sem monstros te atacando? –Já estive no Tártaro com ela uma vez, mas estávamos vivos e os monstros nos atacavam o tempo todo.

–Ah Percy, é pior do que a outra vez, os monstros fogem de você, como se você, uma fantasma, fosse mais assustador do que telquines, lestrigões, dracaenaes, titãs, gigantes e arais. Ah claro, e as Fúrias acham que você é uma idiota e ficam fazendo piada de você. O bom é que o ar não é tóxico, o Tártaro não suga minha vida e não preciso beber do rio Flegetone! E o deus Tártaro fica aparecendo dizendo Ah, de novo aquela semideusa! E eu não posso matá-la... e a deusa noite fica dizendo Venha se unir a mim, criatura das trevas! Você toca o terror! Nhé nhé nhé... Por favor, me tirem de lá o mais rápido possível!

–Estamos tentando, não vê?

–Ok, me desculpe por isso.

Nico

–Nico, o que faz aqui?

–Te salvando, ué!- E bancando o herói pra ver se o Percy cai na real e resolve ficar comigo., mas é claro que eu não disse isso.- Você é minha amiga e é... era namorada do Percy, que já me salvou diversas vezes. –Desculpa esfarrapada, eu sei, mas foi a melhor que consegui.

–Muito bom da sua parte garoto. Agora, como eu sou um fantasma eu sei tudo o que acontece aqui entre vocês. Tudo... –Oi? Essa garota sabe qual o verdadeiro motivo? Da minha queda pelo Percy? Do ato heróico? Tudo?- Will, que história é essa de você tentar agarrar minha irmã?

–Ah cara, sério? Eu tenho mesmo que passar por isso?

–Calma Annabeth, não foi nada. Baixou o safado nesse garoto, só isso.

–Ok, me deixe dar uma palavrinha com esse delinqüente juvenil... –E eles foram embora.

Annabeth

Nota da Autora: Eu sei, drama, drama, drama... Mas me agüentem, eu sou muito dramática.

–Perfeito Will. Você é um ótimo amigo.

–Só estou fazendo isso pra você trazer Michael de volta. Não pense que eu gosto de fazer o trabalho sujo.

–Eu sei, meu querido amigo. E também sei o porquê do trabalho ser tão bem feito. Você gosta dela. E aproveita isso pra chegar junto. Eu sei de tudo.

–Mas se ousar contar isso a alguém...

–O que vai fazer? Me bater? Aí eu não trago seu irmão de volta.

–Droga...

–Pense nisso como uma troca de favores: você arranca Isabela do Percy e ganha seu irmão de volta e uma namorada. Algo de mal nisso?

–Uma troca de favores... Ok. Agora vamos antes que eles fiquem desconfiados. - E ele foi. Eu sumi, fui de volta para o Tártaro. Um minuto a cada hora, aquele Hades cretino.

–Ei, Annabeth! Oi. –Bob me saudou. Espere! Bob?

–Bob? Como você está vivo? E aqui? Como assim?

–Sou eu. Tártaro me matou enquanto eu segurava o botão do elevador. Sim, as essências dos monstros vão parar no Tártaro. É isso mesmo, eu estou vivo. –Respondeu em ordem todas as minhas perguntas. –Deu “oi” para as estrelas por mim?

–Claro Bob. Eu e Percy. –Percy. Depois que saímos do Tártaro, Percy e eu demos oi para as estrelas a pedido de Bob. Claro, também estávamos planejando uma dormida na minha casa quando meu pai viajasse e só tivéssemos nós dois em casa, mas... Bem, a vaca da minha irmã seduzente seduziu ele primeiro. –Hã, como vai Damásen?

–Vai bem, como sempre matando aquele Drakon maldito. Estou morando com ele e formei uma religião no Tártaro: a Gigancíficatólica, a dos gigantes pacíficos. E misturei com a religião dos mortais, a católica. Ficou legal e eu sou o supremo da igreja. Usamos o Templo de Hermes pras reuniões e comunicação com o Acampamento Meio-Sangue. Já temos vários gigancificatólicos.

–Legal Bob! Realmente interessante.

–Ei, já que eu tenho contato com o AMS, quer que eu avise que você está aqui de novo?

–Não precisa, eles já sabem.

–Mas... Como você está aqui? –Foi só ele falar isso que eu me lembrei do motivo de eu estar ali. E meus assassinos estão indo me salvar agora. Olha como o mundo dá voltas...

–É uma história meio longa. Se tivesse dividida em capítulos teria uns quinze.

–Temos todo o tempo do mundo! – E ele me tentou me pegar para botar no ombro dele, mas a mão atravessou. –Ué, mas como. Você me parece... Sólida.

–Exatamente Bob, eu to morta e fui jogada no Tártaro de novo. Deixa eu te explicar. –Voei até seu ombro e comecei a falar- Há uns quatro meses, uma filha de Atena chegou no Acampamento. Ela era legal, na dela, mas começou a mostrar vários talentos. Ela cantava bem, era uma boa companhia, respeitava todo mundo e não era muito de briga. Só que dois meses depois, ela começou a ter problemas por que todo mundo tinha um namorado e ela nunca sequer tinha paquerado alguém. Só que na verdade, ela tava gostando do Percy e começou a se sentir culpada por isso. Aí ela começou a namorar o Percy enquanto ele me namorava. E me traiu com ela... –Falei, falei, desabafei, comentei a história e enfim terminei-... E agora estou aqui. Pra sempre.

–Entendi. Bem, não é tão ruim, você tem eu, o Damásen e o Bob Pequeno!

–É verdade, cadê aquela coisinha fofa!- Que pode virar um tigre dentes-de-sabre assassino, mas não importa. –Bob Pequeno, cadê você?

Então aquele pequenino ser esquelético pulou no meu colo e ronronou. Ou seja, pareceu que um trator estava em cima de mim tremendo pra caraca. Só percebi que estava com sono quando mal consegui manter os olhos abertos.

–Bob, tem uma cama sobrando na cabana do Damásen?

–Claro! Sempre cabe mais um.

E fomos andando até aquela cabana feita de couro de Drakon. Ela aumentou muito depois da última vez que a vi, a seis meses atrás. Agora que Damásen abriga Bob e Bob Pequeno, ele teve que crescer muito pra trás e pra direita. Por dentro, a mesma decoração, mas o espaço é bem mais amplo. Antes, no centro queimava uma fogueira feita de ossos e piche; o chão estava coberto com grama seca do pântano e uns trapos de lã cinza. De um lado havia uma cama enorme feita de peles de carneiro e couro de Drakon. Do outro, penduradas em prateleiras e ganchos havia plantas secando, couro curtido e o que pareciam tiras de carne seca de Drakon. Também havia um rebanho de carneiros amontoado em um curral nos fundos da cabana. Agora a fogueira estava no canto da cabana, onde estava antes, mas como a cabana cresceu ela ficou entortada pra esquerda. Ao lado da cama de Damásen, havia outra do mesmo tamanho, mas apenas com couro de Drakon. Em baixo havia um cesto cheio de pele de carneiro, provavelmente a cama de Bob Pequeno. O chão continuava o mesmo, só que cheio de pelos de gato. O rebanho de carneiros diminuíra muito. Tirando isso, tudo parecia igual.

–Damásen deve estar caçando mais. Temos couro o suficiente para uma cama extra. Mas vai ser improvisada, não tão boa quando a minha ou do Damásen. Tudo bem?

–Sim claro, desde que seja usável...

Esperei uns 30 minutos brincando com Bob Pequeno e Bob terminou minha cama. Estava ótima! Deitei e dormi imediatamente. Mas tive sonhos. Quer dizer, pesadelos.