Featuring You escrita por Simjangeum, Shiro


Capítulo 2
Low but you're all alone, and now you got no power


Notas iniciais do capítulo

Hey y'all, já vim postar mais um! Como eu tinha dito nas notas da fic, todo capítulo tem um trecho de um featuring (aka parcerias), que é um tema bastante usado nessa fanfic (por isso o título), então o trecho de hoje é da música What Do You Take Me For - Pixie Lott feat Pusha T.
Obrigado para os leitores que deixaram reviews e fantasmas por favor apareçam! Leiam as notas finais pois eu tenho outras coisas pra esclarecer. Boa leitura!



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─ P. O. V. Katie

Era muito difícil de acreditar que há alguns minutos atrás ela estivesse com seu vizinho, Travis Stoll. Isso mesmo, aquele Stoll que já era seu vizinho há quase quatro anos e mesmo assim os únicos contatos que tinham tido anteriormente eram os “ois” tímidos nos corredores da escola e os “ois” ocasionais quando entravam ou saiam de suas casas ao mesmo tempo. E só.

Mas havia uma explicação para isso. Ela, Katie, fazia o tipo hippie, gostava de silêncio e serenidade, pouca companhia, coisas exotéricas e místicas, plantas e flores, enquanto Travis era popular, festeiro, agitado, vivia cercado de pessoas, era muito cético e gostava de cidades grandes. Eram tão opostos que era completamente compreensivo que não tivessem qualquer vínculo.

Então ele aparecerá na casa dela, pedindo sua ajuda. Aliás, um tipo bem estranho de ajuda: torná-lo uma espécie de garoto perfeito, que teria todas as garotas que quisesse. Mas não sabia exatamente como ajudá-lo já que não tinha muito experiência no quesito conquista. Os únicos relacionamentos que tivera até ali fora um rolo muito enrolado com Will Solace e o namoro firme com Michael Yew que terminou depois que ele a trocou por outra garota.

Na busca da palavra perfeita, ela era um desastre.

No entanto, confiou em sua intuição quando Travis perguntou se ela poderia ajudar e ela respondeu que sim. Sua intuição podia ser um tanto confusa, mas era de confiança.

Sentada na beirada de sua cama, esfregou sua pedra de ágata dendrita entre as mãos tentando focalizar suas energias. Fechou os olhos, ainda esfregando a pedra e pensou na sua atual situação. Estava pronta para ajudar Travis? Iria conseguir? Iria ganhar alguma coisa com aquilo?

Com toda certeza, a resposta “não” funcionava para todas aquelas perguntas, mas o “sim” também se encaixava. E o problema mesmo era que tudo era muito complicado quando a resposta perfeita era “talvez”.

Era tudo muito incerto. Mas Katie sabia que para jogar aquele jogo ela precisaria de certezas. E como não as tinha, precisava encontra-las.


─ P. O. V. Travis

Fazia uma bela manhã naquela segunda-feira. Eram oito horas da manhã e o sol já estava irradiando seu calor, dando um tom quente naquele dia frio de janeiro.

Travis colocou sua mochila nas costas, pegou uma maçã da fruteira e saiu. Mas, ao invés de sair direto pelo portão a fora, pulou o pequeno muro que dividia sua casa e a de Katie, e bateu na porta da casa dela.

─ E é claro que você veio ─ falou ela, assim que abriu a porta. Travis jogou a maçã que havia pegado para ela. ─ Ual, uma maçã. Deixe-me ver, seu nome na verdade é Travis Cullen?

─ Haha, engraçado, Gardner. Não, ainda bem que não ─ murmurou ele, passando a mão pelo seus cabelo castanho todo bagunçado.

Enquanto ela mordia a maçã, Travis se segurou para não rir da roupa que ela estava usando: um vestido rodado cinza e branco até os joelhos, um casaco longo marrom, sandálias de salto baixo bege e o cabelo trançado com flores vermelhas. Katie parecia uma duende, pois mesmo estando de salto ainda era muito baixinha.

─ Vou pegar minha bicicleta ─ anunciou ela, tentando sair, porém Travis barrou sua passagem encostando o braço no batente da porta.

─ Não, não ─ interveio ele. ─ Hoje eu levo você. De carro.

Katie estreitou os olhos como se não estivesse muito confiante, mas acabou aceitando. Os dois caminharam até a garagem dos Stoll, e Travis tirou as chaves do carro do bolso de seu jeans, com um clique destravando o alarme.

Ele observou ela admirar o seu Toyota Avalon 2011 de uma forma um tanto curiosa.

─ Você não acha que é meio idiota ficar se exibindo por aí com um carro desse? ─ questionou ela, entrando no carro e se sentando no banco do carona ─ Outras pessoas da nossa idade não tem carros assim.

─ É eu sei, mas eu gosto de me exibir ─ respondeu ele, lançando um olhar rápido para ela, enquanto tirava o carro da garagem ─ Então, já sabe por onde vamos começar?

─ Bem, por hoje vou só observar o seu comportamento com as garotas ─ respondeu ela, olhando pela janela ─ Não se preocupe, não vou ficar grudada em você o tempo todo, quando necessário vou ficar só olhando de longe. Beleza?

Travis sorriu e acenou com a cabeça como uma confirmação. Ele não sabia, ao menos nem desconfiava, que seria tão fácil assim. Quem sabe, no final de tudo, ele não ficasse amigo de Katie? Ela prometia ser uma boa ajuda.

─ Você já tem tudo planejado? ─ perguntou ele, seguindo com o carro ─ Digo, todas as etapas pelas quais eu vou passar?

─ Não tudo, algumas talvez... É tudo meio confuso ainda ─ admitiu, agora olhando para ele ─ Mas achei que seria uma boa idéia começar pelo o que você é para depois terminar com o que você vai ser.

Travis achou aquela explicação bem aceitável, então confiou nela e esqueceu o assunto.

Seis minutos depois, Travis já estava estacionando o carro no estacionamento da escola, mas mal ele parou e Katie pulou para fora do carro instantaneamente.

─ Ei, algum problema? ─ questionou ele, deixando o alarme do carro ligado e colocando a chave do carro no bolso do seu jeans enquanto Katie se afastava do carro como se ele fosse algo radioativo.

Katie deu uma olhada rápida em volta antes de responder a ele:

─ Vamos dizer que um dos motivos por eu vir de bicicleta todos os dias para a escola é porque eu e a Polícia Vegana fazemos uma espécie de protesto silencioso contra tudo o que pode poluir o meio-ambiente, e o seu carro faz parte do “tudo”.

─ Polícia Vegana? ─ perguntou Travis sem entender nada.

─ Scott Pilgrim... Ah, deixa pra lá, o importante é que eu não podia ser vista ─ explicou ela, agora andando normalmente ao lado dele ─ Desculpe, seu carro é ótimo, um dia tenho certeza que ele vai achar alguém muito especial para ele, é um bom partido, mas eu sou meio compulsiva.

Travis deu uma meia risada e colocou o braço em volta dos ombros dela, de uma forma descolada.

─ Tudo ok, Katherine. Juro que vou me acostumar.


─ P. O. V. Katie

─ Você está saindo com Travis Stoll ─ murmurou Juníper de um modo agourento.

─ Não, não, não estou ─ negou Katie, cruzando os braços em frente ao peito.

─ Não foi uma pergunta.

Era aula de culinária, a aula anterior ao intervalo. Katie estava dividindo a sua bancada com seus dois melhores amigos, Juníper e Grover, e os três preparavam um bolo de cenoura a mando da Sra. Valdez, a professora de culinária.

─ Olha, eu sei que eu falei com ele na aula de biologia... ─ começou Katie, mas foi interrompida.

Durante toda a aula de biologia ─ corrigiu Grover, batendo a massa do bolo. ─ Vocês chegaram juntos na escola, se falaram durante toda a aula de inglês e vocês só não estão conversando agora porque ele não faz culinária.

─ Aha, agora arranje uma desculpa! ─ exclamou Juníper, vitoriosa.

Katie não podia negar que havia feito aquilo tudo. Andava conversando com Travis durante as aulas que os dois tinham juntos porque era preciso traçar o plano, e eles estavam apenas discutindo alguns métodos. Prova disso, é que eles não tinham conversado sobre outra coisa além do plano maluco dele.

Porém... Não podia contar isso aos seus amigos. Tinha prometido manter segredo para Travis, não iria descumprir a promessa, mesmo que tivesse que mentir sobre o porque de estarem tão juntos.

─ Não vou explicar, vocês não entenderiam ─ admitiu, com um suspiro cansado. ─ O que vocês acham de terminarmos esse bolo o mais rápido possível? Já basta eu ter ficado de recuperação ano passado porque eu e Thalia acabamos queimando a couve flor grelhada. Não quero nenhum erro, isso, me passe a farinha, Grover.

E calmamente ela continuou a aula, sob os olhares desconfiados de Grover e Juníper.

Depois daquilo, a aula transcorreu tranquilamente, até a hora que bateu o sinal para o intervalo. Katie, rapidamente, pegou o seu telefone celular da bolsa e mandou uma mensagem de texto para Travis:

“Ficarei sozinha hoje no intervalo. Tente conversar com alguma garota perto do lugar que eu vou estar, assim vou poder ouvir - Katie”.

Enquanto seguia pelo corredor, recebeu uma resposta. Travis concordou e pediu que ela se sentasse em um lugar bem acessível e que não desse muito na cara.

Assim, ela pegou seu lanche no refeitório e esperou Travis aparecer. Quando ele apareceu, ela seguiu para o pátio e sentou no banco que ficava em volta do chafariz com o símbolo da escola. Muitas pessoas se sentavam ali, então não iria aparecer estranho.

Enquanto comia seu sanduíche natural, Travis se aproximou de mãos dadas com uma garota. Ela tinha o cabelo moreno liso e feições asiáticas, era linda mas tinha um ar meio superior e usava um vestido verde lavanda com um casaquinho jeans cheio de tachinhas. Popular, pensou Katie analisando-os discretamente enquanto eles se sentavam a poucos metros dela, possivelmente líder de torcida.

─ Então, Travis, o que você quer? ─ indagou a garota, que tinha uma voz anasalada.

─ Ah, bem, eu queria te pedir desculpas. Sabe, o fora que eu te dei, não foi muito legal ─ começou Travis, olhando-a de um modo sedutor. ─ Quero dizer, sua cara foi imperdível quando eu escrevi “to caindo fora” com M&Ms, haha... Mas, falando sério agora, eu nem queria fazer aquilo.

Katie tinha certeza que Travis não notou que a garota estava com uma cara de tédio total.

─ Então por que fez? ─ perguntou a garota.

─ Hm... Quero dizer que eu não queria fazer aquilo agora. Naquela hora eu queria... Ah, não faz essa cara, você sabe que era muito chata comigo ─ desabafou Travis ─ Você ficava vendo aqueles tutoriais de maquiagem, e tudo bem quando só você via, mas me chamar, ou melhor, me obrigar a ver também? Eu tinha vontade de te dar de comida aos texugos.

Katie não sabia quem tinha ficado mais chocada com aquilo, ela ou a garota. Tudo bem que Travis era garoto, não era lá muito sensível e era muito arrogante, mas se comportar como um monstro? Isso era passar dos limites.

─ Se me der licença agora, Stoll, estou indo pegar o seu primo que ao que parece é o único ser do sexo masculino da sua família que é tragável ─ rosnou a garota, se levantando em um piscar de olhos ─ E nem fale mais comigo.

Travis olhou para a garota com um misto do que parecia ser confusão e horror e se levantou também.

─ Drew! Drew! Volta aqui, sua idiota! ─ gritou ele, fazendo menção de ir atrás dela.

Porém, Katie foi mais rápida e puxou o garoto pelo pulso, jogando-o no banco.

─ Isso doeu, mas foi sexy ─ comentou Travis, com um sorriso sedutor. ─ Podemos repetir? Mas dessa vez você se joga em cima de mim.

─ Cala a boca garoto! ─ exclamou Katie, sem se abalar pela cantada ─ Você ficou maluco? O que você tinha na cabeça quando disse aquilo tudo pra tal da Drew? Isopor?

─ Mas era a verdade! ─ exclamou Travis, parecendo surpreso ─ Eu tinha que dizer a verdade a ela.

─ Ok, Stoll, lição número um e, pelo amor dos deuses da natureza, guarde isso na sua cabeça ─ resmungou ela, apontando o indicador na cara dele ─ Nunca fale toda a verdade para a uma garota, não quando ela é apenas seu alvo de ficada. Minta quando necessário, ou no seu caso, o tempo todo.

Travis pareceu que ia reclamar, mas quando foi falar algo fechou a boca, abaixou a cabeça e se sentou no banco.

─ Você tem razão ─ admitiu, sacudindo a cabeça ─ Eu sou uma negação! Como eu conseguia garotas antes?

─ Talvez porque todas elas ficavam cegas pela sua beleza, acho eu ─ constatou Katie, sentando-se ao lado dele ─ Acho que agora todas elas voltaram a ter inteligencia.

─ Ou conheceram meu primo ─ murmurou Travis, olhando para o nada.

Katie o encarou, não entendendo o que ele havia falado. Travis virou seus olhos castanhos para a garota e deu um sorriso mínimo.

─ Connor é bem melhor que eu, em várias coisas ─ explicou ele. ─ Sempre foi. Ele é filho do irmão gêmeo do meu pai, que morreu em um acidente de carro quando eu tinha um ano. A mãe dele também morreu no mesmo acidente. Meu pai cuidou dele, logo depois disso.

Katie sentia um tom triste nas palavras do garoto. Cada frase que ele dizia parecia que carregava algum significado que ela não entendia.

─ Meu pai nunca escondeu a preferência por Connor ─ continou Travis, com o mesmo tom ressentido. ─ Nem mesmo de mim. Gabava-se para os amigos, e a quem quisesse ouvir, que Connor era mais bonito, era mais atlético, era o mais engraçado. Ele quase nunca falava de mim. Acho até que muitas vezes as pessoas achavam que eu era o filho adotado, e não o meu primo.

─ Mas se seu pai cuidou de Connor, porque ele não morava com vocês antes? ─ indagou Katie.

─ Quando o Connor fez quatorze anos ele próprio decidiu que queria estudar em um colégio interno em Chicago, onde ao que parece ele achava que conseguiria aprimorar seu conhecimento. Ele sempre foi bem inteligente, o Connor. Quando a gente era criança ele sempre dizia que queria ser físico, dá pra acreditar? ─ comentou Travis, dando uma risada forçada. ─ Então, agora ele voltou porque se cansou da antiga escola, disse que queria novos ares.

Algo começou a fazer sentido para Katie. Todas aquelas roupas estilosas de Travis, seu carro moderno, a personalidade forte, os milhares de encontros com as garotas mais bonitas da escola, o posto de atacante do time de futebol da escola, as milhares de cantada...

─ É por isso que você sempre se exibe, não é? ─ perguntou Katie, baixinho ─ Você queria que alguém pudesse notar você assim como notam seu primo. Não é?

Travis não olhou para ela, por isso Katie não sabia dizer como ele reagiu. Apenas viu ele se levantar, de costas para ela, e dar um suspiro bem audível.

─ Vou anotar a primeira lição, não se preocupe ─ avisou, ainda sem olha-la. ─ Até mais.

Ele não se virou, apenas seguiu em frente sem ao menos deixar que ela lhe falasse alguma coisa. Então, Katie se deu conta de que havia descoberto algo então que Travis não queria que ninguém soubesse.

Mas agora ela sabia.



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Notas finais do capítulo

Tan tan tan, gostaram? Eu sempre coloco uma carga de drama nas minhas histórias, mas não se preocupem nessa história a comédia vai ser o principal.
Enfim, eu queria esclarecer uma coisa pessoal, é. Muita gente imagina os Stoll's loiros e eu sei lá imagino como eles são descritos no livro, de cabelo castanho e olho castanho. Então eu comecei a imaginar o Travis como o Dylan O'brien porque, além dele se encaixar nas características física do personagem, ele é muito engraçado e tem um ar meio safado. Já o Connor eu não imagino como o mesmo ator, mas sim com alguém parecido porque nos livros é dito que os dois são tão parecidos que parecem gemeos, mas eles não são. Já a Katie eu imagino como a Willa Holland, é isso aí.
Não esqueçam de comentar, hein. Até a próxima!



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