Featuring You escrita por Simjangeum, Shiro


Capítulo 15
I had to let her through the door I had no choice in this


Notas iniciais do capítulo

Demorei demais dessa vez, né? Mas agora não vou demorar mais. Teremos mais dois capítulos e um epílogo. Por favor, não deixem de comentar, assim saberei o que vocês estão achando. Esse capítulo é pequeno, mas bem explicativo e adiantivo (isso existe? acho que não). Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/413070/chapter/15

#Katie

Eles ficaram conversando durante horas.

Exatamente como ele havia dito, ele ligou. Primeiro Katie sentiu que seu coração ia escapar pela boca a qualquer momento, porque a voz dele tinha aquele efeito mágico sobre ela.

Eles não conversaram sobre algum assunto particular, na verdade eles conversaram sobre nada e tudo. Perto da meia noite ela avisou que ia desligar.

– Tenho que pensar em algo para este projeto – ela se justificou, bocejando para dar uma enfase. – E estou cansada, nos vemos amanhã na escola de qualquer forma.

– Vamos nos ver mesmo – ele frisou. Katie queria saber o que ele queria dizer com aquilo, mas não perguntou. Travis estava estranho ultimamente.

Ela desligou e então foi dormir, querendo saber o que Travis Stoll estava escondendo.

#Travis

Travis, como um bom ser do sexo masculino, não sabia o que era estar apaixonado de verdade. Ele achava que o que tinha sentido por Miranda era paixão, mas ele achava ridículo ter que comparar o que ele estava sentindo por Katherine com aquele outro sentimento.

Ele não sabia explicar direito, só sabia que quando ele a olhava, era como se tudo então fizesse sentido. Ele não se importava se as garotas parassem de dar em cima dele, ele não ligava se iria ficar no banco de reserva do time da escola, ele não ligava se todos preferiam Connor, contanto que Katie não fizesse o mesmo. Contanto que ela ficasse do seu lado todo o resto perdia o significado.

Mas ele não sabia como contar isso a ela. Na verdade, pensava seriamente em não contar nada e esperar que ela desse o primeiro passo. Pensava também seriamente em ignorar aquilo porque o sentimento que ele tinha por sua vizinha até podia ser novo mas ele sabia o quanto podia ser perigoso.

Travis realmente pensou que o dia na escola ia ser bom, mas assim que pisou os pés dentro do prédio ele percebeu que não seria bem assim.

Katherine Gardner, a garota que ultimamente estava rondando seus pensamentos, estava parada em frente da biblioteca com uma pilha de livros enorme. A imagem até era normal, mas lá estava seu primo Connor ajudando-a carregar seus livros.

Travis não sabia explicar direito, mas sentiu uma onda de raiva lhe consumir de repente. O que Connor estava tentando ajudar uma garota como Katie? Ela não fazia o tipo dele, não era popular, não tinha uma beleza estonteante (aos olhos de Travis sim, mas isso era outra história…), então ele não tinha um motivo.

Sem ao menos pensar ele foi até os dois. Não iria deixar Connor arruinar tudo, não deixaria ele lhe roubar a unica coisa que tinha sobrado.

– Ei, Katie! – ele a chamou de longe, mas se aproximou mesmo assim.

Ela olhou para ele e sorriu, enquanto tentava equilibrar seus livros.

– Oi, Travis. Por que está aqui tão cedo? – ela indagou. – A aula começa só daqui há meia hora.

– É verdade, primo – Connor concordou, empilhando alguns livros em seus braços. – Bem, de qualquer forma eu preciso ir. Tome mais cuidado da próxima vez, Katie. Algumas coisas podem ficar confusas, espero não ter atrapalhado.

E ele teve a cara de pau de dar uma piscadela antes de sair. Katie assentiu, como se tivesse entendido o que Connor havia dito.

– O que ele quis dizer? – Travis questionou, cruzando os braços. – Coisas confusas?

– Nada demais. Era algo que estávamos conversando – ela murmurou, dando de ombros. – Você me ajuda a carregar alguns livros? É material para a pesquisa. Aliás, o Sr. Brunner me avisou que depois de um sorteio de papéis na sala da secretaria foi decidido que seremos parceiros para o projeto, então tecnicamente você…

E ela continuou a tagarelar, mas Travis não se importou, era até meio engraçado quando ela começava a falar sem parar. Ele pegou habilmente todos os livros dela e começou a andar.

– Ei, eu disse uma ajuda! Não para você levar tudo! – ela exclamou, se jogando na frente dele. Ele sentiu o peso diminuir e a viu carregar metade dos livros para longe.

As vezes ele se esquecia que Katie era boa demais para faze-lo de escravo.

#Katie

Ela pescou alguns papeis por sobre a cabeça de Travis mas ele nem ao menos acordou. Os dois estavam na biblioteca há algum tempo tentando decidir algum assunto, mas nada parecia bom. Drogas? Batido. Gravidez na adolescencia? Mais batido ainda. Bullying? Muito mais batido que os dois anteriores. Além disso, ela tinha certeza que os outros grupos iriam escolher algum tema óbvio assim.

– Vamos escolher algo simples, tudo bem? – Travis murmurou, antes de pegar no sono. – Tenho certeza que conseguimos transformar algo simples em algo fantástico.

Ele ressonava baixinho, com a bochecha encostada na mesa. Ele tinha cílios grossos, ela analisou, assim como suas sobrancelhas, e aquilo o deixava com uma expressão marcante, mesmo quando dormia assim.

Katie suspirou enquanto deitava sua cabeça na mesa também, bem próximo ao rosto de seu vizinho. Se ela se inclinasse mais um pouco, talvez os narizes deles se encostassem. Naquele momento ela desejou profundamente que fosse normal acordar amigos com beijos. Ela teria feito isso com ele sem parecer estranho.

Fosse normal… Algo simples… A cabeça dela trabalhava rápido e como se houvesse um interruptor em algum lugar, uma lampada se acendeu em seu cérebro. Mas é claro!

Ela tentou pescar outro papel atrás da cabeça de Travis sem acorda-lo. Suas ideias queriam escorrer pelos seus dedos e ela precisava transcrever tudo antes que sua inspiração passasse.

Uns vinte minutos depois, ela já tinha quatro folhas prontas. Quem diria que aquela ideia lhe renderia tanto!

– Você parece ter feito bastante coisa – Travis tinha acordado, mas ele ainda mantinha a cabeça encostada na mesa. Os olhos dele estavam fixos nos papeis que Katie segurava.

– Tive uma ideia genial – ela explicou, mas então seu rosto ficou pálido. De jeito nenhum ele poderia ler aquilo.

Ela tinha escrito sobre amizades que viram namoros. Ela tinha basicamente escrito o que ela pensava e o que ela queria que pudesse acontecer com ela e Travis. Se ele lesse aquilo… Saberia que é para ele. E então ela seria descoberta.

#Travis

Ele pegou os papéis da mão dela e observou sua caligrafia redondinha formar enormes parágrafos. Devia ser um assunto muito bom para ela pois ao que ele podia perceber era um assunto do qual ela tinha muito a falar.

Travis leu as palavras uma após a outra com calma, mas conforme ele avançava ele podia ouvir o sangue sumir de seu cérebro. Eram palavras claras e com um tom romântico… Como se Katherine Gardner estivesse realmente apaixonada por algum amigo…

Mas é claro. Estava na cara dele e ele só não queria ver porque era muito idiota. Ela toda boba naquela manhã com Connor… Ela estava apaixonada pelo primo dele?!

– Você não pode… – ele sussurrou, enquanto lia as palavras finais. Um alarme soava em sua cabeça, para ele parar aquilo. Ele tinha que parar o que quer que Katie estivesse querendo fazer.

– Eu sei que pode parecer confuso – ela tentou explicar. Algumas coisas podem ficar confusas, espero não ter atrapalhado, as palavras de Connor pareciam zunir em seus ouvidos. – Mas… Foi recente…

#Katie

Katherine observou o rosto de Travis ficar pálido (será que mais do que o dela?) e ele lia todas as palavras rapidamente. Ele já estava na ultima folha.

– Você não pode… – ele sussurrou, os olhos meio arregalados e a boca torta. Aquela era a expressão dele de pensamento e ela não queria que ele pensasse nada sobre aquilo, mas parecia tarde demais.

– Eu sei que pode parecer confuso – ela tentou explicar. Tinha que falar a verdade, mas não sabia como. – Mas… Foi recente…

Foi recente o fato de que eu descobri que gosto de você, era o que ela devia falar, mas as palavras não queriam sair. Era assim que se declarava para uma pessoa? Ela não sabia, nunca tinha o feito antes.

Mais palavras tentaram escapar por sua boca e como se quisesse apara-las, Travis estendeu a mão na direção do queixo dela, deslizando os dedos para a bochecha dela e puxando seu rosto para frente, até que ela apoiasse o rosto dela na mesa também.

Os narizes dele agora se encostaram como ela queria ter feito antes. Mas os olhos dele estavam abertos a encarando, não mais ressonando, acordado e ciente de seus atos.

#Travis

Se ele a beijasse então ela mudaria de ideia. Ela saberia que era ele o cara certo, e não Connor.

Então ele a beijou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!