Featuring You escrita por Simjangeum, Shiro


Capítulo 16
I'm gonna place my bet on us


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o ultimo capítulo! Quanta coisa aconteceu durante o tempo em que escrevi essa história. Enrolei bastante, passei por muita coisa e lembro até hoje que FY foi a única fanfic que eu não planejei antes de escrever. A ideia surgiu em uma noite qualquer em um verão perdido e quem diria, agora estou aqui prestes a concluir este projeto. Queria agradecer a todos que acompanharam até aqui e que mesmo nunca tendo comentado ou qualquer coisa amou Featuring You tanto quanto eu. Ainda teremos mais um epílogo, mas leiam este com o sentimento de último. Obrigada e boa leitura!



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#Katie

Ela afastou o rosto de Travis, mas ainda estava de olhos fechados. O que tinha acabado de acontecer? Ela era péssima com noções de tempo e por isso estava confusa. Ela tinha beijado ele? Não, isso não, mas como ele poderia te-lo feito…?

– Travis… Por que fez isso? – ela questionou, enfim abrindo os olhos. Travis parecia perdido em seus próprios pensamentos e aquilo não parecia algo legal. Ele parecia… Em dúvida… – Quer saber? Tanto faz. Eu preciso ir. Entregue isso para o diretor.

Katie só queria sair correndo e esquecer que tudo aquilo tinha acontecido. Queria que seu coração parecesse de bater rápido e que sua mente parasse de conduzir seus pensamentos para fantasias idiotas onde Travis Stoll vinha atrás dela porque tudo isso era estúpido.

#Travis

Ele realmente pensou em correr atrás de Katherine. Afinal, ele quem tinha beijado ela, não? Ele quem tinha feito algo de errado.

Mas não podia negar, havia gostado. Das palavras que ela havia escrito e de seus lábios que não queriam lhe contar seus segredos. Ele podia sentir, ela gostava dele. Tanto quanto era possível ele gostar dela também.

#Katie

Ela não podia se controlar, pensar em Travis Stoll era a coisa que ela andava mais fazendo nos últimos dias. Nos últimos dias em que ela esteve evitando ele.

Não que fizesse muita diferença, porque ele tão pouco a procurou para conversar. Isso significava claramente que ele não sentia nada por ela. Tinha beijado ela por impulso. Tudo lhe parecia claro naquele momento.

Por outro lado, o projeto deles estava indo bem. No dia seguinte em que Travis a beijou o diretor a chamou na sala dele. O texto havia sido aprovado e Travis havia dito para o Sr. Brunner que ela havia escrito o texto sozinha.

– Faremos uma cerimônia de apresentação para os alunos do Ensino Fundamental na semana que vem. Travis se prontificou a apresenta-lo, uma vez que você escreveu tudo sem ajuda dele. Tudo bem por você?

Ela assentiu. Afinal, seria mais esquisito ainda se ela tivesse que ler aquilo tudo na frente de todo mundo dividindo as linhas com ele. E no mais, se ela deixasse ele apresentar só teria que ficar sentada na primeira fila apenas ouvindo sua própria confissão saindo dos lábios do destinatário. Tudo ia ser uma grande droga, das duas formas.

Agora, faltavam poucos dias para a apresentação. Não que ela estivesse contando. Três dias e meio.

Droga, o que ela estava pensando?

#Travis

Primeiro ele sentiu suas mãos suarem como se tivesse acabado de lavar elas. Segundo, tinha muitas pessoas ali sentadas, prontas para ouvir o que ele tinha a dizer e, ual, eram mais pessoas do que ele estava esperando. Terceiro, ela estava ali.

Na primeira fileira, sentada ao lado do Sr. Brunner e dos outros alunos que ainda tinham que apresentar seus projetos. Katherine Gardner olhava para suas próprias mãos, em cima de seu colo, e hoje ela estava um pouco menos estranha do que normalmente. Usava um vestido simples verde com a gola branca e sapatos preto. O cabelo estava em uma espécie de trança lateral e ele achou que ela tinha ficado muito bonita daquela forma, mais arrumada.

Mas ele era suspeito para falar, não? Iria acha-la bonita de qualquer forma.

– Boa tarde, senhores e senhores, pais e alunos – a secretária, Sra. Dodds cumprimentou no microfone. Ela estava no meio do palco enquanto ele estava de pé atrás do púlpito. – Agradecemos muito pela presença de vocês neste evento que é um projeto tão idealizado por nós da Goode. Aos pais aqui presentes, este é um projeto que decidimos fazer com os alunos do ultimo ano do Ensino Médio para compartilharem suas histórias de adolescência para os mais novos. Eles, em dupla, escolheram seus próprios temas e escreveram um artigo que aprovamos. Agora eles estão aqui para apresenta-los formalmente.

Ele pensou no dia que beijou ela. Ele pensava que iria se arrepender, mas não. Pelo contrário, a partir daquele momento ele não conseguia parar de pensar em beijar ela novamente e isso o fez se afastar. Se ela não estava confortável, quem era ele para força-la a algo? Ele podia, ao menos, fazer um ultimo movimento.

– Vamos então abrir as apresentações com a primeira dupla, Travis Stoll e Katherine Gardner.

Travis deu um passo a frente para ficar na altura certa do microfone e deu um pigarro. Não era a pessoa perfeita para falar em público, mas ele iria tentar de qualquer jeito.

– Bem… Boa tarde. Este trabalho foi escrito por minha parceira, Katherine Gardner e será apresentado por mim, Travis Stoll – ele falou e aos seus ouvidos o som de sua voz no alto falante parecia estranha.

“Alguns dos sentimentos mais presentes em nossa adolescência, é de fato, a paixão. Nos apaixonamos com facilidade, rapidamente, de modo fugaz e com ardor. Por termos pouca idade, temos pouca experiencia e por isso nossas primeiras paixões costumam ser inocentes e ao mesmo tempo selvagens. Nos abalam profundamente de um modo que nos deixa perdido em nós mesmos” Travis começou a ler o texto de Katherine. “As vezes acontece o inevitável: nos apaixonarmos por nosso melhor amigo, ou amiga. Acontece de vermos aquela pessoa, que tanto nos faz bem como uma possibilidade de algo muito maior. Nossos olhos então começam a ver tudo de forma diferente e uma confusão está pronta para explodir. Meu melhor amigo pode entender meus sentimentos? Minha melhor amiga se sente da mesma forma?”

Furtivamente ele olhou para Katie e mesmo com o rosto abaixado, ele podia ver que ela estava vermelha, e ele podia apostar que as mãos dela estavam tremendo e suando, assim como a deles.

“As vezes o melhor é ignorar o sentimento, pois a amizade é acima de tudo a coisa mais preciosa que temos. As vezes temos que arriscar. Nunca vamos saber qual é a melhor opção, mas temos que pensar. Pensar não somente em nossos próprios sentimentos, mas nos sentimentos do outro. Porque as vezes uma declaração não correspondida é mais dolorosa para aquele que a recebe, pois ele se sente incapaz de sentir a mesma coisa”

“Nós jovens não temos uma noção exata do amor, por isso nos arriscamos a nos apaixonar várias e várias vezes. Mas, gostar de um amigo, estar apaixonado por um amigo é um coisa completamente diferente. Pode ser a melhor experiencia da sua vida e pode ser o pior fora que você levará em toda a sua vida. Mas não esqueça, uma amizade verdadeira e genuína dura para sempre.”

O texto acabava ali. O diretor e a secretária, assim como os pais, pareciam muito felizes por ouvir aquelas palavras. Travis acreditou que eles já tinham estado em seu lugar antes, sabiam como era gostar de alguém tão próximo.

Antes que todos começassem a aplaudir, um dos alunos se levantou la no fundo. Na verdade era uma garota, nova o bastante para ser do quarto ano. Ela tinha a mão erguida.

– Meu nome é Calipso, sou do quarto ano. Tenho um pedido – ela falou e mesmo gritando para que sua voz fosse ouvida por todos, ela tinha um tom angelical e astuto. – Você pode me dar um exemplo? De alguma amizade que virou relacionamento e deu certo? Porque eu gosto de um amigo meu e deu errado. Tudo errado. Ele deu um fora em mim.

Era aquela a sua chance. Ele viu que Katie ergueu um pouco o olhar para cima e parecia realmente prestes a sair correndo. Só que ele não iria deixar aquilo acontecer.

– Na verdade, tenho sim – ele disse, pegando o microfone na mão. Katie tinha se levantado para sair. – Ela, a garota de verde, na primeira fileira, que está de pé agora.

#Katie

Katie achou que sua fuga ia ser perfeita, mas é claro que Travis atrapalhou tudo. Ele sempre atrapalhava qualquer coisa onde tivesse oportunidade. Ela ficou de pé, olhando para o palco, embora quase todo mundo estivesse olhando era para ela.

– Há algum tempo atrás, eu pedi para esta garota, que por acaso é minha vizinha, se ela podia me ajudar. Eu era idiota, me preocupava demais com a minha própria imagem. Eu quase enlouqueci porque todas as garotas da escola ficaram afim do meu primo, Connor Stoll.

Todas as garotas em exceção de Katie suspiraram ao ouvir o nome de Connor. Ela queria desviar o olhar do outro Stoll, aquele que estava no palco, mas ela não conseguia.

– Eu pedi que ela me transformasse no cara dos sonhos porque ironicamente ela era a única que não estava interessada em mim – ele continuou e o silêncio ao redor era constrangedor e ao mesmo tempo caia bem na situação. – Ela realmente me ajudou. Ela realmente fez tudo por mim. Katherine Gardner nunca desistiu de mim, ela sempre acreditou em mim mesmo quando nem eu acreditava – o coração dela saltou. Ele não ia fazer aquilo. Não podia ser. – E eu sou grato a ela, por eu não ser mais aquele idiota. Foi por causa dela. Katie, eu escolhi a garota errada. Miranda nunca foi para mim. Não como você é.

Ela pode ouvir algumas garotas soltarem gritinhos, mas ninguém interrompeu. Os lados da boca dela se ergueram um pouco, mesmo que ela estivesse evitando ao máximo não sorrir ou pior: chorar.

– Eu gosto de você, Katie, e eu demorei muito tempo para perceber, mas não mais. Você é a minha melhor amiga, minha parceira de crime. Eu e você… Nós somos a combinação perfeita – ele agora parecia aflito, em pé na borda do palco. – Eu fiz certo, não? Como você me ensinou. E se você não percebeu, eu quero ganhar você, não as outras. Sempre foi você.

Ele largou o microfone e todos os alunos começaram a bater palmas e gritar incentivos para ela. Katie se levantou e suas pernas tremiam tanto que ela não sabia como não tropeçou enquanto caminhava até o palco.

Katie subiu no palco e deu um empurrão em Travis, fazendo ele chutar o microfone para trás e um barulho horrível ecoar por todo o salão. Haviam professores ao redor e pais, então ela não iria dar um beijo de cinema nele. Ela o envolveu com seus braços e murmurou algo no ouvido dele, só para que ele ouvisse.

“Acho que você aprendeu direitinho. E você ganhou.”


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Notas finais do capítulo

Era isso! Até o epílogo!



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