Eu simplesmente não quis acreditar. Não poderia ser verdade. Sasuke tinha provas concretas de que Naruto estava morto. Homens capturados pelos rebeldes estavam no castelo e ele me permitiu vê-los. Eles asseguravam a morte de Naruto pelas mãos de seu comandante que há dias cantava vitoria sobre Konoha. Mais ele na verdade não contava com a presença de rebeldes que acabaram por igualar a guerra entre os reinos. E quando isso aconteceu, para não perder mais tempo, eles sumiram com corpo dele. Mais Sasuke estava atrás do corpo e me prometeu trazê-lo para que pelo menos pudéssemos nos despedir. Tudo o que eu pensava naquele momento era que isso era mais uma armação do Sasuke. Só poderia ser. Não tinha por que ser verdade.
O retorno ao castelo foi marcado por uma explosão de sentimentos confusos. Medo, alegria e principalmente culpa. Eu realmente me sentia culpada. Apesar de Naruto ter muita consideração pelo Sasuke, o fato de ter ele por perto fazia com que eu sentisse que estava traindo o meu marido. Só o fato de Sai estar sempre ao meu lado me dava um pouco de confiança. Caso contrario, eu já teria dado um jeito de sair correndo e não acompanhá-lo.
Quando chegamos ao castelo eu vi que tinha soldados por todos os lados. Tinha soldados ate mesmo nos quartos. Sasuke garantiu que tudo isso era para garantir nossa segurança mais por via das duvidas eu decidi estar ao lado dos meus filhos todos os momentos. Moegi parecia que sabia o que eu pensava por que quando eu não podia estar com os dois, ele se pegava ao outro e não o deixava por nada.
Quase um mês que tínhamos retornado ao castelo, Ino veio me procurar. Ela parecia bem conturbada e com um pouco de medo no olhar. Eu percebi de imediato que o assunto envolvia o Sai.
- O que aconteceu Ino? Onde esta o Sai? _ Fui logo perguntando e ela tentou segurar uma lagrima em vão.
- Acho que Sasuke planeja matá-lo.
Eu puxei Ino para um lugar reservado. Ela tentava se conter em vão.
- Por que você acha que Sasuke quer matar o Sai?
- Por que Sai o respondeu. Sasuke estava discutindo com um soldado quando Sai chegou. Ele simplesmente gritou e disse que queria as coisas sempre do modo como ele queria por que o que ele sabia exatamente o que era o melhor para ele. Sai já chegou dizendo que o que era importante para ele não importava e sim o que era importante para você e as crianças. Ele disse que vocês são todos apenas um. Sai disse que se você era apenas uma ou de alguém, esse alguém era Naruto. Isso deixou Sasuke completamente maluco. Foi ai que Sasuke disse: “Se eu fosse você, me colocaria em meu lugar. Afinal de contas, eu sou o general e você é um soldado. Não acredito que você fará falta a mais alguém que não seja uma serva. E se quiser, eu mesmo cuido dela afinal, ela não é de se desperdiçar.” Logo após isso chegou Kabuto e ambos saíram deixando Sai sozinho na sala. Tentei convencer Sai a ficar longe de Sasuke para evitar confusão mais ele nem sequer me deu bola.
- Ino, não se preocupe! Aproveite o máximo do tempo que tem hoje ainda com ele e deixe o resto comigo.
- Como assim aproveitar ao máximo? Depois de tudo o que ele fez por você e pelas crianças você não pretende ajudá-lo?
- Eu não disse que não vou ajudar. Simplesmente a única maneira de ajudar será..._ neste momento, alguns dos homens de Sasuke passou por nós. Ficamos em silencio e em seguida fingimos estar rindo de algo. Eles me reverenciam e continuam seu caminho. -... Como dizia, temos que tirar o Sai daqui.
- Tirar? Mais para onde ele iria? Assim como eu ele passou toda vida aqui e não tem parente que o possa acolher em lugar nenhum. Sem contar na lealdade que ele tem para com você e o carinho pelas crianças.
- Ele não vai saber que não vai voltar. Acreditará que estará apenas fazendo um favor a mim. E eu vou cuidar de que ele pense assim.
- Sakura dificilmente ele vai aceitar isso. Ainda mais com Sasuke aqui. Como pretende manter ele longe?
- Eu sou a rainha Ino! Tem horas que ate parece que você esquece-se disso.
Claro que se eu estivesse no lugar de Ino estaria com tanto medo quanto ela. Mais i na pele que quando se fala que os problemas dos outros quando estamos de fora são fáceis de resolver. Agradeci a mim mesma por ter pensado em algo para salvar meu amigo tão rápido. Mesmo que ele não quisesse, eu devia isso a ele e não deixaria que nada o acontecesse.
Cheguei ao meu quarto e aproveitei enquanto as crianças ainda dormiam para cuidar de meu plano. Tratei de pegar logo papel e uma pena e sentar-me próximo a janela para escrever minha carta de passagem para a liberdade de Sai.
“Querida Temari,
Início essa carta pedindo perdão por não ter lhe escrito antes como prometido, mas como você deve saber as coisas aqui estão bem difíceis. Não temos noticias quanto a Naruto e o cuidado com meus filhos toma quase todo meu tempo. Com certeza você deve estar se perguntando sobre o bem estar de seu preferido. Pode ficar tranqüila por que Shikamaru tem sido mais do que um amigo e irmão para todos nós. Ele tem se mostrado um verdadeiro herói. Mais acredito que na situação em que estamos você deve ter desconfiado que se lhe enviei justo Sai como guardião desta é por que de algum modo necessito de sua ajuda com extrema urgência. Gostaria muito de me aproveitar da boa vontade e hospitalidade sua e de seus irmãos para pedir proteção ao Sai. Como ficara sabendo por ele, Sasuke esta no comando dos soldados agora. Infelizmente mesmo sendo a Rainha por consideração pela ajuda que me foi prestada quando ele e sua tropa tomaram de volta a posse do castelo e de grande parte do país eu não posso puni-lo ou eximi-lo desse cargo. Mais por Sasuke ser um comandante e Sai um guarda real, eu também não poderia me intrometer em uma briga eminente que eles terão. Por isso peço que, por favor, mantenha Sai em suas terras por um tempo até que as coisas passem a ficar mais calmas por aqui. Não me mande uma resposta para que não se levantem suspeitas. Peço que toda e qualquer correspondência que queira me enviar seja livre de qualquer forma de ataque ou de todo tipo de palavras que possam comprometer o “bom relacionamento” entre Sasuke e eu.
Por favor, cuidem bem do meu amigo. Com certeza ele se mostrara de grande valor a vocês assim como se mostrou para mim.
Desde já, muito obrigada.
Uzumaki Sakura.”
Agora com a carta escrita eu poderia colocar em pratica a segunda parte do meu plano: Enviar Sai para entregá-la. Procurei Sai pelo castelo e não demorei muito para encontrá-lo. Bastou procurar onde ele mais gostava de ficar: no jardim onde as crianças brincavam.
- Sai! _ Eu corri ate ele e ele sorriu. Obviamente notei de imediato que seu sorriso era falso. – O que foi? Está chateado com o que?
- Com nada. Não tem por que se preocupar com isso. Gostaria de algo em especial?
- Sim! De saber o que incomoda meu amigo para que ele me mostre um sorriso tão sem alegria e acredite que eu não vou notar.
Sai respirou fundo. Era ele quem sempre estava ao meu lado e acredito que quando chegou à vez dele desabafar comigo isso lhe pareceu bem estranho.
- Eu não suporto a idéia de ter Sasuke sempre por perto. Ele não me inspira confiança.
- Mesmo que eu não queira, ele tem demonstrado muitas formas de arrependimento pelas ajudas que esta nos prestando. _ Por mais que eu detestasse admitir, essa era a verdade, Sasuke estava sendo de grande ajuda a todos nós.
- Até quando teremos que aturar isso? _ Minha deixa. Sai jogava meu jogo facilmente assim como Naruto. Quisera eu que Sasuke também assim fácil.
- Sei o que fazer e por isso vim te procurar. Necessito de sua ajuda mais uma vez. _ Sai me olhou curioso. Mostrei-lhe a carta. Ele a tomou de minha mão curioso. – É uma carta para Temari. Infelizmente não posso mandar Shikamaru para levá-la então o único que me resta de confiança para este serviço é você.
- Eu não ficarei sossegado deixando você, a Ino e as crianças aqui com o Sasuke. Por que não manda o Neji ou o Kiba? Eles também são confiáveis. _ Sai ficou inquieto com a idéia.
- Eles não são tão confiáveis quanto você. Por favor, Sai! Veja isso como minha carta de alforria. Basta apenas você levar, e tudo ficara bem. Eu ficarei bem, você ficara bem, ate mesmo Ino o ficara. Tudo esta em suas mãos. _ Depois disso eu apenas estirei meu braço com a carta e ele aceitou, mesmo de mal grado.
Sai partiu ao amanhecer e sem que ninguém a não ser eu e Ino ficássemos sabendo de sua partida. Ino chorou dias por isso. Meu coração doía vê-la assim. Mais o que mais doía era saber que ela encontraria Sai um dia e eles seriam felizes ao passo que para mim cada dia e esperança de ser feliz se desvanecia. Por que eu fui tão tola e nunca o disse o quanto eu o amava? Não tinha explicação ou perdão para mim.
Dois dias depois, notei um grande alvoroço no castelo. Soldados e servos estava inquietos e sussurravam sempre que me viam. Algo dentro de mim dizia que se tratava de Naruto. Corri ate a sala do trono e não encontrei nada lá. Continuei correndo e encontrei Sasuke, Shikamaru, Neji e Hinata em um dos corredores. Hinata chorava desconsolada enquanto Neji a aconchegava em seus braços. Shikamaru encostado na parede parecia estar longe em seus melancólicos pensamentos enquanto Sasuke parecia penoso.
- O que esta acontecendo? _ Perguntei antes mesmo de parar de correr. Shikamaru acordou de seus pensamentos e logo veio ao meu encontro. Mais antes que qualquer palavra fosse dita, Sasuke disparou.
- Encontramos um corpo na floresta. Embora ele já estivesse em estado critico de decomposição nos verificamos sua identidade através de um colar e um anel de ouro com os símbolos real e seu cabelo loiro. Sinto muito Sakura! Tudo leva a crer que...
- Não! Você esta mentido! Você só esta dizendo isso por que quer de qualquer modo ser o rei. _ Gritei em disparate acusando-o. Shikamaru que estava em minha frente logo me segurou notando que eu estava prestes a atacar Sasuke. – Mande ele se calar Shikamaru. Faça-o se calar.
- É verdade Sakura! _ Shikamaru gritou para que eu pudesse ouvir. Eu fiquei ofegante diante das palavras dele. – Fui eu que encontrei o corpo. Eu reconheci. Era realmente... _ Ele parou e tomou fôlego. Não era fácil para ele me dizer aquilo. – Era o Naruto._ A voz de Shikamaru engasgou e suas lagrimas saíram involuntariamente.
- Não! Não Naruto, não. _ Eu gritei. Meu ar parecia falhar e meu corpo ficou pesado. Shikamaru me segurava mesmo não conseguindo se conter também. – Naruto!!!!!