POV. Jack

Ela beijava bem. Muito bem pra falar a verdade. Finalmente eu fiquei com uma garota. 300 anos sem nada é foda. Estava tudo tão perfeito quando ela se afastou.

– Desculpa... - ela disse olhando para baixo - Mas, eu n-não posso.

– Por quê? - eu disse levantando sua cabeça. Delicadamente, claro.

– Não posso dizer. Mas logo saberá. Dois meses. Todos saberão.

– Do quê?

– Me desculpa... - vi lágrimas se formando nos seus olhos - Tenho que ir, não queria que me visse chorar.

– Tem nada não, sou um ótimo conselheiro sabia? - então a abracei - Um pouco convencido, mas sou legal.

– Tenho que voltar...

Então ela saiu segurando o choro e murmurou alguma coisa, que fez seu rosto fiar como estava antes.

– Pode sair Merida.

– Como sabia? - ela disse vindo assustada.

– Sério mesmo? Punzie, Hugo, Jamie e Soluço vão fazer alguma coisa. Você não fala o que vai fazer...

– Já entendi!

– E também eu vi seu cabelo por traz dos arbustos!

– Maldito seja esse cabelo! - ela ficou me olhando estranho depois disso.

– Que foi?

– Ué! Não vai me falar como foi?

– "Ué" - disse a imitando - Você não viu como foi?

– Garotos...

Então ela saiu. Depois reclama quando dizem que as mulheres são complicadas. Fui andando em direção ao "Castelo". Pra mim parecia mais aquelas casas gigantes e cheias de armas. Esqueci o nome. Catedral de defesa? Casa de defesa? Não faço a mínima ideia.

Fui entrando na casa e ouvi gritos vindo do andar de cima.

POV. Lia

Jack. Meu primeiro beijo foi com Jack Frost. Não acredito! O que não adiantaria de nada... Ser princesa tem suas desvantagens. Serei obrigada a casar com um príncipe lá do Sul, que não faço a mínima ideia de quem seja ou como ele é. Não pretendo contar isso a ninguém até a notícia ser divulgada ao povo.

Dois meses.

Tenho dois meses para ser livre. Livre na medida que uma princesa pode ser. Como tenho saudade de ser a simples filha do comandante! Pelo menos, me deixaram morar esse tempo aqui na Mansão de Gelo. Temos um arsenal fantástico aqui e eu não estava... Correção: eu não estou preparada para viver em outro local.

Enxuguei as lágrimas que insistiam em cair. Não podia chorar. Não gostava de chorar na frente de ninguém. Motivo? Hugo. Parece idiotice, mas depois que ele me viu chorar por causa dos livros, me vi como a fragilizada, não quero ser frágil. Nunca mais.

Me dirigi ao "Quarto Central". Ou simplesmente meu quarto. Ele era exatamente como antes. Só que sem os livros da minha mãe. Consegui consertá-los com gelo, mas não sei se as palavras que coloquei nos livros, eram as palavras que estava escritas antes. Estava louca para colocar outra roupa, no meu quarto eu podia vestir o que quisesse.

Então a porta se abriu num estrondo.

– OLHA AQUI SUA PRINCESINHA FALSA, NINGUÉM TIRA O REINO DE MIM! NINGUÉM!

Se acalma. Você tem que ser superior.

– Olha Hugo, não foi culpa minha. - Então eu dei um sorriso malicioso - O Povo quem me escolheu por você ser tão irresponsável!

– AGORA A CULPA É MINHA?

– Não grite, estamos num aposento real.

– OLHA AQUI GAROTA - então ele segurou meu braço - EU GRITO ONDE EU QUISER...

– Solta meu braço.

– QUANDO EU QUISER!

– Solta MEU braço. - eu disse me alterando.

– E QUANTO EU QUISER.

– VOCÊ QUE PEDIU! - Fiz meu braço se congelar e passar gelo para o dele - VOCÊ PODE TER SIDO FEITO PARA MATAR O FROST, MAS NÃO PARA ME MATAR!

– O QUE VAI FAZER ENTÃO? NEM CONSEGUE ME ACERTA!

– QUER PAGAR PRA VER? - Fechei os olhos. Eles, depois que virei princesa, eram azuis, mas quando fico com raiva eles voltam a cor normal. Dourados.

Gelo e nevascas foram rodando a minha volta como um furação e eu estava dentro dele. Por um breve momento vi preocupação nos olhos de Hugo. Mas deve ter sido impressão. Então a porta se abriu e eu caí desconcentrada e logo me levantei. Um dedo apontado para Hugo e o outro para... Jack?

POV. Jack

Subi as escadas correndo. Lia poderia estar em apuros. Quando cheguei lá em cima, senti um forte poder frio. Quando abri a porta Lia caiu e se levantou apontando o dedo para mim. Por pouco ela não me ataca. Ela parecia ter percebido que foi longe de mais.

– Hugo, saia do meu quarto. - ela disse calmamente enquanto ele saia - Mas essa conversa ainda não acabou.

Ele saiu bravo e soltando fumaça pela cabeça. Literalmente.

– Por que vocês estavam brigando?

– Besteiras... Besteira importantes. Como sempre aliás. - Então ela sorriu e me olhou - Vamos ver os outro, que tal?

Então a porta se abriu e eu caí desconcentrada e logo me levantei. Um dedo apontado para Hugo e o outro para... Jack?