Minha vez de contar a história- Peeta Mellark escrita por Levi42


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente o capitulo de hoje é bem curto, ainda to ajeitando ele, então de vez em quando eu vou colocar mais informações, ou retirar. ainda estou editando :)



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Capital. Desde criança eu imaginara um lugar onde todos os problemas são resolvidos, o lugar para poucos. E mesmo sabendo que eu provavelmente nunca iria visitá-la, eu tinha muita vontade de conhecê-la, devido a tantas edições dos jogos vorazes assistidas dia após noite. Eu nunca tive motivo para reclamar da minha vida, sempre tínhamos comida à mesa, e dinheiro para poder sobreviver, e mesmo recebendo gritos e mais gritos, reclamações e decepções de minha própria mãe, não chegava a odiar a capital. Diferente das pessoas da Costura. Imagino o quão difícil é a vida deles, muitas vezes sem comida, com muitos dos seus parentes correndo riscos nas minas de carvão, e tendo que colocar seus nomes, pelo menos 5 vezes mais, para os jogos, por uma porção extra de comida, as chamadas "Tésseras". Jamais precisei de tésseras, e colocar meu nome mais vezes seria arriscado e desnecessário.

E agora eu estou aqui, na Capital. Mais especificamente no bar da festa do presidente Snow, tendo que atuar para o público da capital, e para o resto de Panem o meu falso romance com Katniss. Falso romance, somente pensar nisso me traz aperto no coração. Katniss, assim como eu, não esperava nada disso para as nossas vidas. Eu a amava, mas não tinha nenhuma confiança de que ela sentira o mesmo, e por isso, ver Katniss fingir cair de amores por mim somente para agradar o público da Capital, e para manter nossas famílias à salvo, me entristece ainda mais. Mas eu não a culpo por isso, de certo ela gostaria de estar com Gale, longe daqui, longe de tudo com a convicção de liberdade e segurança para com ela e sua família.

"Acontece que a liberdade não é nada, mas sentir sua falta" Back to december.

Sinto falta da sua pele bronzeada, seu sorriso doce, tão bom para mim, tão certo para mim. Essa bebida da capital também não preenche esse vazio, faz somente que eu me esqueça de tudo a cada gole. Um gole, uma decepção dizendo "adeus". É o que parece. Já estou satisfeito, posso não ter aproveitado todas as delícias proporcionadas pela capital, mas agora também nem quero. Dou uma volta pela festa e encontro algumas tortas e bolos tão bem decorados que faz os meus parecerem simples combinação de ingredientes. Aproveito e peço que encomendem um de cada, e aparentemente estão bem felizes por me verem, eles chamam até o confeiteiro, o criador das excentricidades comestíveis, que me explica a concepção de cada camada de cada um dos bolos, e essa conversa me anima bastante, pois me lembra dos momentos felizes que tive com meu pai, me lembrando de seu jeito concentrado em me ensinar suas criações, e da felicidade dele em perceber que eu realmente aprendi, e aprendi com ele. Como sinto sua falta, sinto falta de todos eles, e por incrível que pareça de minha mãe também. Ela tem se esforçado à ter uma melhor relação comigo desde que voltei dos jogos e pude mostrá-la que não sou o imprestável que ela imaginara, mesmo que de vez em quando ela solte alguns gritos desnecessários, mas ainda sim eu não me preocupo. Despeço-me dos confeiteiros e vou procurar minha equipe, Portia, Cinna, Octavia, Flavius, Venia e Effie, e os encontro com Katniss. Eles falam algo sobre tomar um líquido e vou logo colocando em minha boca quando gritam comigo:

– Não! Aqui dentro não. A não ser que queira sujar o chão todo. Vá ao banheiro.

Olho o banheiro em um corredor, com a porta entreaberta e percebo o que estavam tentando me dizer.

– Espera um pouco, isso vai me fazer vomitar?

– Mas é claro, é o único jeito de aproveitar todo esse bufet delicioso. Eu já passei pelo banheiro duas vezes essa noite.

Solto o copo em cima da mesa, e percebo que Katniss também está pensando o mesmo que eu, enquanto pessoas como dos distritos onze e doze passam fome, os ricos da Capital vomitam em festas só para ter o prazer de encher mais suas barrigas. Até que eu decido sair de lá e convido Katniss para dançar. A música está mais lenta, e apesar de não ter muito talento pra dança e ter uma perna a menos, consigo lembrar-me de algumas lições de Effie, alguns passos de valsa e outros ritmos básicos.

Era estranho ter Katniss à minha frente, dançando comigo, de um jeito que a fazia parecer perder sua invulnerabilidade. O que eu sabia ser falso, todos aqueles sorrisinhos e olhadelas, seus beijos, tudo o que eu queria desde os meus, pelo menos, seis anos, vindo de Katniss, era falso. Olho para o lado, meio desconcentrado de sua face e avisto pelo menos duas câmeras nos filmando. Provavelmente um “furo de reportagem” sobre os amantes desafortunados do distrito doze, ganhadores da última edição dos – terríveis- Jogos vorazes. Posso até ver nossos rostos em telões nas praças, em cada casa de Panem, todos atentos a cada passo dado, esperando pelos beijos e carícias entre nós dois. Voltando a olhar ao rosto de Katniss, eu vou me lembrando de cada conversa nossa: No trem; no telhado; na caverna, tudo vem em minha mente. Nisso, um calafrio toma os meus braços, seguido pelo meu peito e finalizando em minha nuca, deixando minha boca tremula. Era como se tivessem aberto todas as portas e janelas da mansão de Snow e o vento estivesse vindo somente à minha direção.

Plutarch a convida para dançar e aproveito para ficar me sentar à mesa, ouvindo Effie reclamar, pela milésima vez, que nós não precisamos nos atrasar e recomeça a falar os nossos horários. E pergunto:

- Há que horas partimos, Effie?

- À 1 em ponto. Não podemos nos atrasar.

Assim que Effie conclui, assisto Katniss terminar de dançar com Plutarch, o novo idealizador dos Jogos, e andar em minha direção, olhando em meus olhos e sorrindo. 

“Como ela pode?” – penso. “Será que ela esconde mais segredos como esse de mim? Ou de Haymitch? E por que deveria me contar? Tudo o que temos são beijos encenados e pesadelos constantes proporcionados pela nossa ‘aparição’ ao showzinho do Sr Snow.”

Pesadelos. Acho que é a única coisa normal que temos em comum, ela sonha com a arena e eu sonho o pior: Perder Katniss Everdeen. Minha mente está longe dali, da festa, da Capital. De Panem. Como seria viver em um mundo, onde a liberdade é assegurada a todos e jovens não teriam de enfrentar guerras frias em seu próprio país? Gostaria de redesenhar tudo, dizem que sou bom nisso. Impediria mortes e sofrimentos com uma simples passada de lápis num papel. Mas não é assim que funciona.













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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Comentem!! Please.



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