Minha vez de contar a história- Peeta Mellark escrita por Levi42


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Gente eu to tendo bem pouco tempo de escrever, porque eu estudo à tarde e consigo escrever bem pouco de manhã. Então eu vou fazer assim: Eu posto metade do capítulo de manhã e mais à noite eu o concluo, pode ser? Por favor considerem isso >.< Muito obrigado quem tem acompanhado, aproveitem para recomendarem a história se quiserem. Bom proveito :)



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Antes da Turnê da Vitória

Segredos. Katniss e eu estamos quase chegando ao distrito doze, já se pode ver até uma multidão ao longe à nossa espera. Depois de tanto tempo na arena, na capital e em frente às câmeras dando entrevistas, estar de volta ao distrito doze com a família chega a ser até reconfortante. Chega de subir em árvores, dormir em cavernas ou esperar a morte de todos para poder ir pra casa, realmente estou indo para casa. Mas, e agora? Ainda serei algo para Katniss? Nossa vida nunca mais será a mesma, talvez seremos instrutores dos próximos anos, e a ideia de ter de voltar à Capital todos os anos para assistir a morte de mais crianças do distrito doze é apavorante. Pode se entender agora o porquê de Haymitch se afogar em bebidas todos os dias, assistir seus tributos morrendo todos os anos deixou de ser divertido há muito tempo para ele.

Durante a nossa viajem, bem, eu não tinha uma plena convicção dos sentimentos de Katniss por mim. Quer dizer, na arena, eu estava certo em me sacrificar por ela, antes mudarem as regras, eu estava sozinho, sangrando, esperando minha morte lentamente. Até que Katniss me encontra, e uma pequena esperança cresce dentro de mim. Ela me traz alimento, me ajuda a me limpar, cuida de meus ferimentos. E me beija. Eu esperava uma flechada em meu peito, isso acabaria com meu sofrimento, e seria menos um para ela estar mais próxima da vitória. Mas, como sempre, minhas expectativas são superadas – ou rebaixadas- e me surpreende com um beijo. Eu não sabia se ela apenas estava me usando para conseguir mais patrocínio, se estava me recompensando pelo dia em que lhe entreguei os pães. Ou por ultimo caso: se ela realmente me amava.

No fundo do meu coração eu queria acreditar que Katniss realmente me amara, mas, em meus pensamentos, eu tinha certeza de estar sendo usado. Confesso que durante nosso tempo na caverna, eu não me importei com isso. Estava vivo, tinha comida, e além do mais, tinha Katniss ao meu lado. Éramos os favoritos, eu sabia disso. Até desafiarmos a Capital, quem diria que essas simples amoras-cadeado iriam surtir efeitos tão grandiosos para nós dois?

Katniss me chama num canto para conversar. Eu pensara ser alguma declaração de amor, depois de tudo o que passamos, mas, não. Minhas expectativas são rebaixadas. Ela me abre o jogo e diz que foi tudo por patrocínio. Sinto um aperto no peito, e espero muito ser um ataque cardíaco, pelo menos assim eu não precisarei viver sabendo que foi tudo uma mentira. Nada acontece. “Preciso ser forte” – penso. Talvez ela esperasse que eu concordasse e dissesse que eu também menti, mas, já estou cansado disso, então eu apenas deixo minha Katniss escapar de mim.

– Uma última vez? Para o público? – Digo. Pego em suas mãos, agora sabendo de toda a verdade, aceno para o público, temendo muito a hora em que terei de soltar Katniss, minha garota em chamas.

Minha chegada ao distrito doze foi agitada. Logo que chegamos uma multidão nos aguardava com aplausos e gritarias, esse é mesmo o meu distrito? Fiquei feliz porque em meio ao nosso ato de ‘’rebelião’’ na arena, pelo menos eles aproveitam da nossa vitória. Câmeras, flashes, aplausos, é assim que tenho vivido nos últimos meses, pesadelos à noite e uma vida de celebridade de dia. Todos os meus sonhos e todas as luzes não significam nada se eu não posso ter Katniss. Assim que caminhava com dificuldade para fora do trem podia ouvir a mãe de Katniss falando com um repórter, ele perguntara sobre o que ela achara do nosso namoro e a mãe de Katniss parecia em sintonia com Katniss, talvez eu não seja bom o suficiente para sua filha, vencer os jogos vorazes e poupar sua vida deve ser somente a primeira parte. Mas o que isso significaria? Eles não me querem por perto? Eu sou um bom rapaz, eu sei disso.

– Ela é muito nova pra namorar, só tem dezesseis anos.

Solto a mão de Katniss. Ela parece suspirar talvez de alívio. Quem gostaria de estar perto de mim? Nem mesmo minha mãe quer.

Caminho até a minha casa, a padaria parece não ter mudado nada desde que fui para a minha quase morte. Meu pai está à porta me esperando junto aos meus irmãos mais velhos, minha mãe e alguns de meus amigos do colégio. Vou correndo ao encontro deles, mesmo que estivesse preparado para a minha possível morte na arena senti tanta falta sua na arena. Abraço meu pai, o cheiro de canela impregnada em sua roupa me conforta, por um momento nunca houve Jogos vorazes, nunca perdi minha perna. Por um momento eu nunca me afastei dele. Sua mão suja com farinha e fermento, provavelmente com os pães novos que fizera para a minha chegada, afaga meus cabelos e diz palavras acolhedoras. Agora eu me sinto em casa.

Depois de abraçar a todos, entro em casa. É uma sensação estranha estar aqui novamente, minha velha cama, a cabeceira na altura do meu joelho, a janela de madeira que quase nunca é fechada, parece que está tudo do jeito que eu deixei. Sinto uma lágrima passar cair de meu olho direito, mas agora eu não sinto triste por alguma razão eu me sinto realizado, como se eu tivesse aprendido a lição. Só tenho que descobrir o que eu aprendi. Meu pai chega à minha porta, e coro ao ver que ele me vê assim, tão sensível. Ele senta ao meu lado em cima da cama, e ficamos em um silêncio meio constrangedor, até que resolvo interromper:

– O que eu faço agora? Quer dizer, tudo o que eu tinha planejado era morrer naquela arena até então. – Eu digo.

– Seja o Peeta de sempre, aquele que eu conheço. Eu sei que você nunca mais será o mesmo, com essas lembranças das mortes na arena, mas eu sei que você consegue. – Ele me responde olhando em meus olhos, sempre com suas palavras certas a dizer. Ele me abraça. Sinto-me como se tivesse seis anos de novo, seu afago em minha cabeça, suas palavras confortantes, seu coração batendo perto de meu ouvido como se eu acabara de acidentar-me de bicicleta, lembro que ele largara tudo só por me ouvir gritar chamando seu nome.

– É muita coisa para mim. Eu só tenho 16 anos. –Eu lhe respondo. Passa uma meia hora e já posso ouvir os passos de alguém no corredor.

­- Ah... Pensei que só o Peeta estivesse aqui, estão todos esperando lá em baixo. - É minha mãe.

– Já estamos indo- Meu pai responde.

Ele segue na frente, enquanto eu me perco nos meus próprios pensamentos.

– Ele sempre diz as palavras certas, não é? – Minha mãe me desperta de mim mesmo, o que ela quis dizer com isso? Todas as palavras de que me lembro vindo dela eram ironias e obrigações, sem contar seus gritos que provavelmente todos no distrito já ouviram. – Você puxou isso dele.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Desculpem pela demora, eu não tive tempo de postar aqui e o capítulo tinha ficado incompleto. Mas agora já está melhor. Vou tentar postar dia sim e dia não, ok?