A Realeza - Casamento Real escrita por Mia Golden


Capítulo 16
Capítulo 16




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Capitulo 16

A cidade desaparecia entre as nuvens diante da minha janela no avião. Em duas horas chegaria à Carolina, voltaria para a minha casa e iria ver minha família. O problema era o que eu iria dizer a eles? Como me explicaria? Provavelmente quando chegasse, eles já teriam visto o Jornal de Illéa e já saberiam do fim do meu casamento com Maxon.

Maxon! Só de me lembrar do jeito que ele ficou, minha garganta ardia de vontade de chorar. Se pudesse voltar no tempo, mudaria tudo. Mas agora já era tarde, magoei Maxon e ele com certeza vai sofrer por um tempo, e com esse tempo, me esquecerá, e eu, sofrerei por toda a minha vida. Argh! Se não fosse o rei, e suas maldades. Provavelmente hoje estaria tudo bem. Por que ele fez isso comigo?

Meu corpo inteiro doía por causa da tensão das ultimas horas que passei. Parecia que tinha sido atropelada por um caminhão. Tentei fechar meus olhos para ver se dormia um pouco, mas nada.  Quando percebi, já estava chegando a minha cidade. Um carro já me esperava para me levar até minha casa.

Olhava pela janela e revia minha cidade, e o quanto parecia mudada. Parece que não a visitava há anos, enfim, cheguei em casa. Alguns guardas me acompanharam até a porta e quando estava próxima a ela, minha mãe me recebeu. Por incrível que pareça ela estava com uma cara preocupada, e não do jeito que conhecia sempre irritada com minhas atitudes.

- America! – disse minha mãe vindo em minha direção.

- Mamãe! – disse me abraçando nela.

-Vamos entrar minha querida. – disse ela me puxando para dentro.

Quando entrei em minha casa, percebi que quase não havia mais móveis e algumas coisas estavam em caixas, minha casa estava irreconhecível.

- America – disse meu pai vindo em minha direção. Logo atrás vinha May e Gerad. Emocionada em vê-los fui abraça-los e comecei a chorar.

- Minha querida, o que aconteceu? – disse meu pai esfregando minhas costas – por que anunciaram o fim do casamento? – disse ele ainda abraçado comigo.

May e Gerad estavam ao meu lado, ambos choravam por me verem naquele estado e minha mãe, por incrível que pareça também.

- America? – disse May – quando nós ouvimos o rei falando que você e o Maxon não se casariam mais eu levei um grande susto! – falava May enquanto enxugava as lágrimas. Não conseguia falar nada, só ouvia.

- Pessoal, deixem a America descansar um pouco – disse minha mãe me pegando pela mão – ela fez uma viagem longa – ela continuou enquanto me puxava pelas escadas – amanhã ela conversa melhor com vocês.

Minha mãe me levava para meu quarto, mas estava em silêncio. Estava com medo de contar a verdade a ela sobre o que eu fiz. Mesmo que alguns detalhes não eram verdade. Enfim, entrei em meu velho quarto. Entrei primeiro e minha mãe entrou logo atrás, percebi que ela fechou a porta. Era a hora do confronto.

- America, olhe para mim? – ordenou ela com aquela voz que só eu conhecia. Eu estava de costas para ela, então me virei. Ela continuou.

- O que aconteceu? O que você fez? – ela perguntou.

- Mamãe... – disse baixinho com dificuldades. Me ajoelhei no chão e comecei a chorar colocando as mãos no rosto.

- Por favor, mãe! Não me julgue antes de saber o que aconteceu – disse em meio às lagrimas – meu coração já esta em pedaços, eu me sinto fraca...

Ela não deixou que eu terminasse e se ajoelhou também e me abraçou forte. O abraço dela me surpreendeu por que, ela nunca foi muito afetuosa. Sempre foi meu pai.

- Sou sua mãe, America – disse ela. Parecia que estava chorando. – não quero que ache que não posso entendê-la minha filha, eu te amo!

As palavras da minha mãe me encheram de afeto e conforto. Por mais pior das coisas que fizesse, descobri que este novo jeito dela me daria mais liberdade de contar tudo. Me afastei dela e a olhei nos olhos.

- Está bem, vou contar. – respirei fundo e contei do inicio ao fim. Desde meu relacionamento com Aspen, minha ida para a seleção e minha proposta a Maxon, e logo depois o inicio de meus sentimentos por ele, minha decisão de escolher Maxon e Aspen de seguir sua vida. Enfim, meu relacionamento difícil com o rei, meus sonhos esquisitos e sua chantagem que era o resultado de eu voltar para a casa.

- Não acredito que ele fez isso com você America. – disse ela colocando a mão no peito. Ela me pareceu mais incomodada com o que o rei fez do que minhas fugidas a meia noite para me encontrar com Aspen.

- Mamãe, eu não tive escolha – disse de cabeça baixa – estava sem saída!

- Você ainda gosta deste rapaz, o Aspen? – perguntou ela. Olhei para ela.

- É claro que não – disse – ele é meu amigo. Eu amo o Maxon.

- Então por que não escolheu o Maxon? – perguntou ela.

- Não escolhi o Maxon por que sei que ele pode superar tudo isso algum dia – disse a olhando – e ele pode encontrar uma outra pessoa – continuei – escolhi Aspen por que, não suportaria viver o resto da minha vida com a consciência pesada se o matassem. Até por que eu não poderia contar a ninguém sobre o que aconteceu entre mim e o rei. Estava sem saída mamãe! – disse me levantando.

- Maxon pode até superar tudo algum dia, mas, e você? Vai conseguir superar? – perguntou minha mãe.

- Acho que nunca – disse baixinho.

- Mamãe? – continuei – não conte isso ao papai, por favor!

- America! Ele também vai querer saber o que aconteceu, você não vai conseguir guardar isso por muito tempo. – disse ela.

- Eu sei, só preciso de um tempo para contar a ele – disse.

- Está bem – disse ela se aproximando de mim – seja o que for a sua vontade – ela olhou dentro dos meus olhos e continuou – o que este rei fez com você, algum dia tudo vai se virar contra ele.

- Como assim, mãe? – perguntei.

- Quando você me contou sobre o sonho em que Maxon lhe disse para seguir seu coração, e você escolheu o Aspen. – disse ela.

- Eu ainda não entendi – disse.

- America, as vezes quando amamos, fazemos coisas impensáveis e para muitas pessoas não tem sentido – ela disse me olhando – escolheu Aspen, por que não o queria morto e também por que não suporta injustiça – ela continuou – e desistiu do Maxon por que se sacrificou por ele, o que para muitos parece injusto mas, você prefere o ver feliz, mesmo que seja com outra pessoa, do que ele pagar nas mãos do pai dele por ter escolhido você.

- Mamãe, eu o amo. – disse como um sussurro enchendo os olhos d’água.

- Eu sei, eu vejo isso em você. – disse ela me abraçando.

- Prefiro viver o resto da minha vida sozinha, do que viver com outra pessoa. – disse chorando.

- Você não vai ficar sozinha – disse ela me afastando e me olhando nos olhos – por que tem sua família aqui, que lhe ama muito. – disse ela emocionada.

- Obrigado mamãe – disse dando um beijo em seu rosto. Ela me soltou e foi em direção à porta, parou e se virou para me olhar.

- America? – chamou ela – se Maxon realmente lhe ama, ele vai querer você de volta, independente do que aconteceu. E não importa o que o pai dele pense, aquele homem não vai separar vocês dois.

- Como? – perguntei surpresa.

- Por que ele ama você, filha! – disse ela com um sorriso afetuoso.

- Mas o que eu disse a ela foi tão cruel...

- Não importa! Quem ama perdoa – disse ela – e as pessoas más, não triunfam em cima das boas. Você não fez aquilo por que quis, você foi obrigada a fazer.

Ela veio em minha direção outra vez e me deu eu beijo na testa e depois saiu. Me sentei em minha velha cama e me deitei. Não percebi mas, não chorava mais, por alguma coisa, as palavras da minha mãe acenderam uma pequena chama de esperança no meu coração. Mesmo não sabendo se Maxon me perdoaria um dia.

Já era outro dia e estava acordada mesmo ainda deitada. Não queria sair da cama. Por mim, ficaria ali o resto da minha vida. Ouvi batidas na porta, logo meu pai apareceu. Ele me trouxe café na cama.

- Papai! Obrigado! – disse me sentando na cama. Consegui meu primeiro sorriso do dia, mesmo um sorriso pequeno.

- De nada! Minha menina merece. – disse ele colocando a bandeja no meu colo, logo, me deu um beijo no topo da minha cabeça.

- Humm! O cheiro está muito bom! – disse pegando a xícara de café na mão.

- Como se sente esta manhã? – perguntou ele se sentando nos pés da minha cama.

- Mais ou menos – disse e depois tomando um gole de café.

- Sua mãe pediu para nós não fazermos muitas perguntas a você, pelo menos por um tempo – disse ele.

- Você esta bravo? – perguntei.

- É claro que não filha! Respeito sua decisão – disse ele – para você ter desistido deve ter tido um motivo muito forte para isso, e eu respeito – ele continuou – mas saiba que quando precisar desabafar eu estarei aqui.

- Obrigado pai! – coloquei minha bandeja de lado e o abracei – me desculpe se eu não posso lhe dizer ainda, é por que...

- Não importa, eu sei que você é uma menina responsável – ele disse – e se teve um motivo para desistir, irei aceitar.

- Você é o melhor pai do mundo! – disse dando um beijo em sua bochecha.

- Bom, mas você não tem os melhores irmãos do mundo – disse ele com um sorrisinho – por isso se prepare para muitas perguntas – ele continuou – sua mãe conversou com May e Gerad, mas, acredito que eles mal escutaram. – disse ele. Sorri.

- Irei enrolar ao máximo. – disse.

De repente a minha porta se abriu. May e Gerad vieram correndo e se jogaram na minha cama rindo. Os abracei com força. Sentia tanta falta deles!

- America, por que não vai mais se casar com o Maxon? Eu gosto dele! – disse Gerad fazendo beicinho. Meu coração partiu.

- Meu bem! Não deu certo, só isso! – disse.

- Tem alguma coisa errada por trás disso, eu sei! – disse May colocando as mãos na cintura – e você não quer me dizer.

- Eu... errr... – tentei dizer algo e olhei para meu pai. Percebendo que estava em apuros ele me salvou.

- Crianças? – chamou ele – Você amam sua irmã?

- Sim. – disseram os dois juntos.

 - Então não a perturbem com perguntas – disse meu pai puxando May e Gerad de cima da cama – ela tem que descansar.

Eles relutaram um pouco, mas foram. Terminei de tomar meu café e me deitei outra vez. De vez em quando me pegava pensando em Maxon. Será que ele estava pensando em mim? Acabei adormecendo outra vez.

Não sei por quanto tempo dormi, mas, já estava me sentindo cansada de estar na cama. Me levantei e fui tomar um banho. Me arrumei para descer quando ouvi alguém batendo a porta. Era minha mãe.

- Mamãe!

- America, tem alguém lá embaixo querendo falar com você. – disse ela.

- Quem? – perguntei.

- É o Aspen. 


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