A Realeza - Casamento Real escrita por Mia Golden


Capítulo 15
Capítulo 15




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Capitulo 15

Fui caminhando com dificuldades para meu quarto. Entrei, e vi que minhas criadas estavam lá. Elas falaram comigo, mas, parecia que suas vozes estavam distantes. Deitei-me na cama. Elas perceberam que eu queria ficar sozinha e saíram do quarto. Ali deitada, relembrei tudo o que o rei Clarkson me disse, tudo. Mesmo deitada e olhando para o teto, as lagrimas não paravam. Sentia que estava aos poucos morrendo por dentro. Hoje, desde o dia que entrei no palácio seria o dia mais triste da minha vida. Teria que inventar alguma coisa para magoa-lo e o fazer desistir de mim. Teria que terminar tudo com Maxon.

Mais tarde minhas criadas voltaram para meu quarto, mas já tinha tomado banho. Não conseguia nem se quer sorrir. Como sempre elas não me fizeram perguntas e só me ajudaram com meu cabelo.

– Anne? – chamei. Até que enfim achando forças na minha voz.

– Sim, senhorita. – disse ela.

– Quero que faça algo para mim hoje, por favor. – disse.

– Sim, o que deseja? – disse ela. Me virei para olha-la.

– Quero que ligue para os meus pais – disse – e que avise a eles que irei para Carolina hoje à noite. – as criadas se olharam sem entender.

– Mas a senhorita não vai participar do Jornal de Illéa hoje à noite? – perguntou Lucy.

– Não, estou dispensada desta noite – disse e suspirei. Elas não entenderam, mas permaneceram em silêncio.

– Esta bem senhorita America – disse Anne –, ligarei para seus pais, e os avisarei – ela continuou – e vamos arrumar suas malas.

– Obrigado – disse tentando segurar o choro.

Depois de arrumada, fui caminhando para a porta. Parei e olhei para trás. Anne, Lucy e Mary só me observaram. Não suportei e voltei correndo e me abracei nas três e comecei a chorar.

– Senhorita... o que está acontecendo? – perguntou Mary preocupada. Ainda estava abraçada a elas e elas a mim.

– Meu Deus! Esta chorando! – disse Anne me afastando para olhar para elas.

– Senhorita America, está nos deixando preocupadas. – disse Lucy com os olhos cheios d’água.

Respirei fundo para falar com elas. Esta seria a ultima vez que as veria, e me afastar delas também era muito doloroso.

– Quero que saibam – comecei falando em meio aos soluços – que vocês três foram às pessoas mais incríveis que tive a honra de conhecer – e continuei – e que eu nunca irei esquecê-las. Nunca! – disse as abraçando mais uma vez.

– Parece que está se despedindo! – falou Anne. Coloquei o sorriso mais doloroso no meu rosto, mas fiquei em silêncio.

Percebi que as três começaram a chorar. Peguei o rosto de cada uma e dei um beijo na bochecha. Me endireitei e caminhei até a porta. Era a ultima vez que estaria no quarto da princesa.

Como desci alguns minutos adiantada, me sentei em um sofá perto da entrada da sala de jantar e ali fiquei eu com meus pensamentos. Ainda não tinha pensado o que dizer a Maxon.

– America? – alguém chamou. Levantei minha cabeça para ver quem era. Era Aspen.

– Aspen? – disse. Ele começou a vir em minha direção.

– Preciso falar com você. – disse ele ainda caminhando.

– Não podemos conversar agora Aspen – disse me levantando – logo o rei vai descer e...

– É rápido, eu prometo – disse ele agora perto de mim.

– Não! Agora não. – disse.

– America...

Percebemos passos no outro corredor. Provavelmente o rei e a rainha já se aproximavam. Aspen olhou para mim. O jeito que ele me olhou era como se estivesse sentindo algo. Olhei bem para ele.

– Vá Aspen! Vá logo! – disse o mandando embora. Ele me olhou por alguns segundos, se virou e foi embora.

De repente o rei Clarkson e a rainha Amberly apareceram. O rei mantinha a sua falsa naturalidade quando me viu, já a rainha, como sempre, me viu e sorriu.

– Minha querida! Chegou cedo! – disse ela se aproximando e me abraçando.

– Pois é! Acho que me adiantei. – disse me afastando.

– Está tudo bem? – perguntou ela levantando meu rosto – Parece que está com os olhos inchados?

– Eu... estou bem.

– Se ela diz que está bem, por que se preocupar Amberly? – disse o rei me olhando.

– Mas é claro que eu me preocupo Clarkson! – disse ela acariciando meu rosto.

– America? – chamou Maxon vindo em nossa direção.

Quando o vi, a sensação que eu tive foi de morte. Ele vinha em minha direção sorrindo e com aquele olhar de admiração que só ele sabia me fazer sentir amada e única na sua vida. A vontade que tive foi de vomitar ali, não iria mais vê-lo. Ele chegou perto de mim e me abraçou.

– Fui até seu quarto, mas suas criadas disseram que você já tinha descido? – disse ele se afastando e me dando um beijo.

– Acho que me adiantei um pouco – disse com um sorrisinho forçado.

– Achei que você iria me esperar. – disse ele colocando a mão em minha cintura.

– Desculpe.

– Tudo bem! Está perdoada. – disse ele dando um beijo no lado da minha cabeça.

Entramos na sala de jantar. Logo os pratos foram servidos. A comida parecia deliciosa, mas, não conseguia encostar nela. Só olhava para o prato e não comia. Levantei minha cabeça e avistei o rei me encarando. Sei o que ele queria. Não queria que eu perdesse tempo.

– Meu amor, está sem fome? – perguntou Maxon pegando minha mão.

– Eu... – não conseguia olhar para ele.

– America, está tudo bem? – insistiu Maxon.

De repente consegui juntar forças e me levantei da cadeira. Maxon se assustou com meu súbito gesto. A rainha também ficou surpresa comigo, já o rei, não se surpreendeu, pois sabia o que eu iria fazer.

– Minha querida! O que aconteceu? – perguntou a rainha.

– Preciso dizer algo. – disse olhando para o chão. Não conseguia encarar a rainha e Maxon.

– Meu amor, você está me assustando! – disse Maxon se levantando para vir em minha direção.

– Não se aproxime Maxon. – disse o olhando desta vez. Ele se surpreendeu com o jeito que o tratei. Ele voltou devagar em direção a sua cadeira,mas não se sentou.

Todos ficaram me olhando. Maxon estava com uma cara preocupada. Queria tanto que o chão se abrisse debaixo de mim para que eu sumisse. O que iria fazer com Maxon era muito ruim.

– America? – Maxon me chamou.

– Eu não posso... – comecei dizendo quase como um sussurro – me casar com você. – disse olhando para ele. Percebi que Maxon não conseguiu me ouvir direito e começou a se aproximar devagar.

– O que disse? – perguntou ele.

– NÃO POSSO ME CASAR COM VOCÊ. – disse gritando. Fechei os olhos quando disse isso com medo de ver a cara de Maxon. Tudo ficou em silêncio. Então, com coragem abri os olhos.

Maxon me olhava como se estivesse visto um fantasma. A rainha ficou de boca aberta me olhando, já o rei me observava com um sorrisinho. Eu, naquele momento me senti um monstro.

– America? – disse Maxon com a voz falhando. – como assim, não quer? – ele parecia com dor – fiz alguma coisa errada? O que está acontecendo?

– Não é você, sou eu. – disse o encarando. Já sentia meus olhos se encherem d’água.

– Então? O que está acontecendo America? Eu imploro, por favor! – disse ele vindo em minha direção.

Não conseguia responder. Não queria encara-lo. Era doloroso demais. Abaixei minha cabeça.

– America, por favor! – Maxon estava me suplicando.


Siga seu coração!

Eu te amo Maxon!


– America? – ele insistiu.

– Não sou uma moça pura! – disse o olhando. Maxon parecia ter levado um soco no estômago e deu um passo para trás.

– America? – disse ele com dificuldades. Percebi que começou a encher seus olhos d’água. Não consegui respirar.

– Foi o que eu disse! Você não me merece Maxon! – disse já sentindo as lagrimas correrem por meu rosto.

– Eu te amo America! Por que fez isso comigo? – disse ele chorando.

Não dava mais para suportar aquilo, meu coração estava em pedaços e destruí o de Maxon também. Quando olhei para o lado percebi que a rainha Amberly estava com o rosto escorado no ombro do rei Clarkson também chorando. Voltei a olhar para Maxon, ele baixou a cabeça e não me olhou mais e se virou de costas para mim.

– Maxon? – o chamei me aproximando. Queria tocar nele. Quando encostei em seu ombro, ele desviou e se virou para mim.

– Você mentiu para mim todo este tempo – disse ele com os olhos vermelhos – achei que me amava? Achei que queria se casar comigo? – ele continuou – nunca me senti tão... decepcionado com você.

– Maxon? – disse. Já não aguentava mais.

– CHEGA! VÁ EMBORA! – disse ele aos gritos – SAIA DA MINHA FRENTE, NUNCA MAIS QUERO VE-LA – ele se virou e saiu da sala.

Minha vontade era de ir atrás dele e o abraçar com todas as minhas forças. Dizer que o amo, amo muito! E vê-lo naquele estado fez me lembrar do meu pesadelo. Maxon chorando, o rei me dizendo que nunca ficaria com ele, a sensação de morte, que na verdade, era minha alma que tinha morrido naquele momento. O outro sonho que tive de Maxon me dizendo que me amava e me falando para seguir meu coração. Não sei por que aquilo veio em minha mente, mas, ouvi ele com convicção. Mesmo assim estava devastada.

Chorando me virei para olhar para o rei e a rainha. A rainha Amberly se levantou e veio em minha direção. Quando estava prestes a lhe dizer algo, ela passou direto por mim se me falar nada e sem me olhar. Senti-me invisível e pequena. O rei Clarkson se levantou de sua cadeira sem pressa nenhuma e veio em minha direção.

– Muito bem senhorita America! Muito bem! – disse ele próximo a mim. Estava me sentindo humilhada. Ele continuou – você me surpreendeu, meus parabéns! Agora por favor, vá embora da minha casa! – disse ele próximo do meu rosto.

Não adiantava mais lutar. Me virei e sai da sala. Quando estava chegando perto da escada, percebi que tinham levado minhas malas para baixo.

– Providenciei que já colocassem suas malas aqui em baixo – disse o rei aparecendo do nada – assim não perde seu tempo subindo ao seu antigo quarto – ele continuou – o carro já a espera.

Respirei fundo. Peguei minhas malas e sai para fora em direção ao carro.

– Senhorita America – alguém gritou. Olhei para trás e vi Lucy correndo em minha direção.

– Não vá! – disse o rei atrás de mim.

– Lucy! – gritei para ela. Desviei do rei e corri em sua direção. O rei Clarkson chegou a quase me pegar pelo braço, mas não conseguiu. Chegando perto dela, a abracei.

– Lucy, diga a ele que o amo, diga ao Maxon, está bem? – falei em meio a toda aquela emoção. Lucy chorava sem entender. Puxei meu medalhão, aquele que Maxon me deu em nosso jantar a sós no terraço. Entreguei a ela.

– Entregue isso a ele também. – disse.

Os guardas me puxaram de perto dela por ordens do rei. Me levaram até o carro. Entrei, e o carro partiu. Olhava para trás enquanto passava pelos portões e o castelo desaparecia diante dos meus olhos. Chorei o caminho inteiro. Parecia que tinham arrancado um pedaço do meu coração.


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Notas finais do capítulo

Calme gente, ainda virá mais!!!